Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir.
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Cantanhêde, Bozo e um país desfigurado
24 de Junho de 2022, 8:23Cantanhêde's coitus interruptus: "fucking with the devil".
Chegou o dia tão esperado...
As 6 da matina já me preparo para mais uma labuta.
Teremos Bull Market?
Faria Lima me espera para o business opening
Dose diária de dividend yeald
Cúpula das Américas na agenda
Cópula de gente podre de gravata
Os números vão transar...
Day traiders excitados e risco iminente da ejaculação precoce
Qual será a lingerie que vou usar?
Aquele parfum comprado na Champs elysses
E muito wine that came from California
Até o rádio toca aquela clássica do Chico "se acaso me quiseres sou dessas mulheres que só dizem sim... Por uma coisa à toa, uma noitada boa Um cinema, um botequim"
Tudo perfeito...
Falling to my love...
Como será que ele vem? Como foram as vendas? Perguntarei...
Mais um dia de BraZil na prateleira, imagino!
Deixe os traders para lá e vamos trepar. Pensei em silêncio.
Vi você falando inglês e que orgulho...
i knew you were smart
Ufa, que alívio hein!
Chupa ai lumpesinato...
Senta aqui. Tá com a mão limpa? Leva a minha nisso dai.
Eu sei que você falaria até isso tudo na língua da rainha.
Alguém me acordou no ponto.
Não era real.
Down Jones? Brochô.
Down, Down, Down
Sonho e transe.
Transa? Nada disso.
Também não era speak english...
Everything WAS fake
O barbudo falou...o barbudo sempre avisou.
Olha o embusteiro.
Quase gozei hoje. Era a chance!!
Puta que me pariu.
Thank you very much
(Escrito por Bruno Monteiro, Químico e Físico, Compositor e Baterista da banda Disrhythmia in Blues
Professor da UFRJ E Celso Sánchez, Biólogo professor da Unirio poeta e compositor da Disrhythmia in Blues)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Quanto custa a nossa vida?
20 de Junho de 2022, 9:48Quanto custa a nossa vida? |
Quanto Vale Petrópolis e Jaboatão dos Guararapes?
Entre assombros e perguntas a lama presa no pescoço nos asfixia.
Quanto do Mito tem em cada pingo grosso de chuva em Petrópolis?
Quanto de SSalles tem em cada casa que desliza de Angra dos Reis até Jaboatão dos Guararapes?
Quanto de monarquistas e gente da "elite do atraso" há em cada tonelada de terra?
Quantos ratos, cabrais, garotinhos e com quantos fernões se produzem os maus tempos, vendavais e temporais na necropolítica da barreira e da barragem?
Quantos príncipes, duques, condes e barões dos “Modern Times” moram nas encostas, desfiladeiros e morros da cidade?
Quantas árvores são derrubadas na serra para se fazer um mourão? Pedaço de pau morto que fincado na mãe terra estabelece as fronteiras.
Quanto é o tamanho da fronteira entre a humanidade e a desumanidade estabelecida pelos territórios que permitem a morte triunfar sempre que chove?
Quanto é a conta dos que ali moram? Os sem tetos da chuva!
Quanto é a conta desses filhos da casa grande, da gente refinada, da branquitude imperial?
Quanto suor do nosso rosto é laudêmio, herança, cobrança e bonança dessa gente feitora rançosa, sebosa e ainda assim, cheia de ganância?
Quantos Pedros a cidade extorquida pelos vampiros em suas capitanias hereditárias e quantos capitães do mato do falso império essa cidade aguenta?
Quanto de: Dia do Fogo, de culto e alvoroço, ameaça e fome até o osso, quanto de "passar a boiada", de liberação de garimpo, de ataque a cada aldeia e cada quilombo, do desmonte do Ibama e da ICMbio a gente aguenta? Quanto?
Quanto tem dessas necrosacanagens em cada metro de lama que soterrou a criança recém-nascida em Petrópolis?
Quanto de bala, milícia, perdigotos e bíblia sagrada, de picaretas e falsos profetas tem em cada corpo afogado e arrastado?
Quanto foi arrecadado pela a transa sacana de dízimos vorazes e de jeitinhos, de dez porcentinhos e de presentinhos ?
89 mil vezes quanto?
Quantas "palavrasmundo" povoam as mentes petropolitanas e pernambucanas quando se escutam: barreira, deslizamento, enchente, morte, desabamento, transbordamento, inundação e enxurrada?
Ou simplesmente, chuva.?
Quanto?
Quanto Vale a lama que soterra vidas?
Quanto Laudêmio ainda vamos pagar?
De quanto estamos falando?
Quanto custa essa saudade que vai ficar?
Quanto o trabalhador tem de pagar para ter uma casa digna para morar?
Quanta terra são os 7 palmos de dignidade?
De quanto dessa lama podre e fétida é feita a alma dessa gente podre e estragada?
Enterraram nosso choro e nosso drama
Quanto custa a nossa vida?
Quanto? Quanto? Até quando?
Até quando Genival vai sufocar?
Até quando Bruno e Dom continuarão a serem mortos?
Até quando vamos esperar para saber quem mandou matar Marielle?
(Por Bruno Monteiro, Químico e Físico, Compositor e Baterista da banda Disrhythmia in Blues e Professor da UFRJ; e Celso Sánchez, Biólogo professor da Unirio poeta e compositor da Disrhythmia in Blues)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Quando ouvir falar em violência, lembre-se de Darcy Ribeiro
18 de Junho de 2022, 13:32Darcy Ribeiro |
O professor e Antropólogo Darcy Ribeiro foi o maior entusiasta da educação brasileira. Em sua corrente sanguínea, a marca da educação libertadora sempre fluía. O professor Darcy sonhava com a educação transformadora de homens e ideias. Não somente sonhava, saiu da teoria para as pautas concretadas conforme realizou um de seus maiores sonhos: a escola em tempo integral.
Na década de oitenta, durante o período de redemocratização, o professor Darcy Ribeiro tornou-se vice governador de Leonel Brizola, e foi neste período que o professor viu, naquele momento, a realização de seu projeto de vida que era a escola em tempo integral. Ficou conhecido como Centro de Educação Integral Pública (CIEP’s) ou Brizolão.
O projeto curricular dos CIEPs visava à educação integral e, nessa perspectiva, a escola teria o papel de propiciar um processo de ensino-aprendizagem cujo objetivo não era apenas o desenvolvimento cognitivo, mas também o social, físico e afetivo do aluno e demais atores envolvidos. Além das disciplinas obrigatórias previstas em lei, a matriz curricular era enriquecida com atividades artísticas e esportivas e complementada por estudos dirigidos supervisionados para atender alunos com dificuldades de aprendizagem. O Plano Especial de Educação do governo Brizola possuía recursos de mais de 400 milhões de dólares. Um plano ousado, bastante caro, é verdade, já que nos CIEPs eram oferecidas três refeições diárias aos estudantes e funcionários, além da necessidade de se recrutar um maior número de professores e demais profissionais para dar conta da diversidade curricular.
Policiais numa operação na favela |
Todo o projeto foi detonado, com o tempo, optaram pela ignorância. Na concepção elitista o investimento em educação era muito “caro”, e o resultado vejam por si só. Lembrando que a pobreza não gera a violência, mas a desigualdade sim. Já está mais que comprovado que sem ação do Estado, com suas obrigações constitucionais, a tendência é de que outros "poderes" não–estabelecidos tomem conta da situação.
O ex governador Leonel Brizola , no conjunto Amerelinho /RJ. Pulando por cima de armas de brinquedos trocados por livros. |
Enquanto a educação não for tratada como assunto de Estado, ainda vamos assistir a muitas 'Vilas Cruzeiros' sendo alvo de chacina.
A cada massacre dentro das favelas, lembrem-se do professor Darcy Ribeiro e da frase célebre que disse há quatro décadas:
"A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto".
(Por Fabio Idalino Alves Nogueira, graduando em História pela UVA/RJ e professor de pré-vestibular comunitário.)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..