Bolsonarismo e os arrependidos e arrependidas
17 de Maio de 2021, 11:51 Durante todo o período pré-eleitoral para ocupar a cadeira da presidência da república, estava ocorrendo a demonização dos partidos de esquerda. A esquerda era o cancro do país e tirá-la do poder, nem se não fosse pelas regras do jogo democrático, era preciso. O Slogan já dizia “tire o PT e o país melhora”. De lá para cá, muitos desses jornalistas, num passe de mágica, descobriram que o governo de JMB não se diferenciava no contexto ético dos demais partidos que governaram o Brasil.
Jornalistas conceituados, cientistas políticos e os chamados “influencers” digitais aguçaram os limites do imaginário coletivo. Afirmavam com todas as letras, caso o Partido dos Trabalhadores ocupasse de novo a cadeira do Palácio do Planalto, o país seria ingovernável.
Os Partido dos Trabalhadores e seus aliados são passivos de corrupção, no entanto esses partidos respeitaram a regra do jogo democrático. Em treze anos em que estiveram no poder não verberaram em fechar o STF e o Congresso nacional. Fortaleceram a autonomia da polícia federal e aumentaram os recursos para as forças armadas. Manteve boas relações com as instituições armadas, não utilizando militares para fins políticos. Uniu-se aos os países das Américas e foram firmes em dizer que seriam aliados dos EUA e não pária do continente.
No meio midiático, não há inocentes. Os jornalistas são profissionais calejados. Há aqueles que sentiram na pele o poder da opressão e persistiram que JMB é a cara da nova política. Que política?
O jornalismo em geral e se destacando a TV, tem o poder de mudar a política. Uma frase bem colocada no tempo adequado durará igual as frases de Assis Chateaubriand e o Barão de Itararé, ou seja: serão eternizadas. Virarão penas ao serem sopradas para o ar.
Por causa dessas omissões, os cidadãos que apoiavam e votaram no Presidente Jair Messias Bolsonaro, e hoje se arrependem, tem seus motivos para deixá-lo de lado nesse atual contexto social, econômico e de crise sanitária. Vemos o ponto da extrema pobreza aumentar, chegar a mais de 12% da população brasileira vivendo com menos de R$ 246,00 ao mês. O negacionismo em relação a covid-19, que matou mais de 400.000 brasileiros. A enrolação para a compra das vacinas e a promoção do uso de medicamentos para o tratamento precoce da covid-19, o famoso “kit covid” (remédios sem comprovações científicas).
Esse povo que decidiu virar as costas para ele, conseguiu enxergar nesse pequeno momento o que antes já lhes foi avisado, não há um salvador da pátria que profere palavras em base de emoções sem plano para governar um país do tamanho territorial, populacional e econômico como o Brasil.
A pressão que ele sofre, sendo do povo, da oposição e de antigos aliados políticos, é necessariamente uma amostra de seus 27 anos como deputado federal. No qual não conseguiu articular e promover projetos políticos, sendo aceitos apenas dois de 171. O fracasso já estava desenhado.
O momento da CPI da covid está aí, espero que chegue a algum lugar, esperar até 2022 não é o melhor caminho para o Brasil atualmente.
Depois da tragédia feita e não assumida pelos meios de comunicações de terem ajudado na eleição desse desastre político, será preciso esperar cinquenta anos para lermos num editorial um pedido de desculpas desses jornalistas e meios de comunicações?
(Escrito por Fabio Idalino Alves Nogueira, professor de história, e Gabriel Luiz Campos Dalpiaz,
Professor de Educação Física e graduando em Filosofia)
Palestinos e favelados, o inimigo comum: o Estado
11 de Maio de 2021, 9:28(Texto escrito em 2014 por Fábio Nogueira é militante da Educafro, Estudante de história da Universidade Castelo Branco e Celso Sanchez professor da Unirio)
Assistir as cenas de violência na Palestina nos deixa profundamente estarrecidos e sem palavras. Quando hospitais e crianças dormindo em uma creche viram alvo, nos damos conta de que a barbárie se impôs à realidade.
Estamos vendo neste momento uma guerra desigual onde milhares de vítimas, em imensa maioria inocentes, pagam pelo preço de disputas por outros interesses. Israel tem a maior potência militar da região do Oriente Médio, a justificativa ao bombardear escolas, abrigos humanitários e prédios residenciais é que, segundo a inteligência de Israel, grupos radicais usariam estas áreas como escudos humanos. Mas perguntamos, mesmo assim bombardeam? Se crianças morrem são meros “danos colaterais”? Assume-se a ética dos fins justificam os meios? Isso é a inteligência da inteligência?
Como se pode notar, a guerra também é pelo domínio da narrativa, da argumentação assassina e cínica que justifica a morte, o sangue, o ódio e a negação da vida.
Até o momento o holocausto palestino vitimou mais de 1.500 pessoas, muitas delas crianças que nesta altura dos acontecimentos o governo de Israel as qualificaria como pequenos terroristas. Para justificar o genocídio, na guerra argumentativa, alguns defendem o estupro de mulheres palestinas… Ou até mesmo a morte das mulheres, como disse esta deputada…
Assim como a estratégia nazista do confinamento que segregou a população polonesa no gueto de Varsóvia, a faixa de Gaza é um território intransponível, não se pode entrar nem sair, nem ajuda humanitária…
O deboche era outro traço da narrativa nazista, o mesmo “sorrisinho cínico de lado” estava presente na estúpida entrevista cujo representante do estado de Israel chama o Brasil de “anão diplomático” e diz que vexame não é matar crianças dormindo e sim perder de 7×1…
É a barbárie se repetindo, a despeito de tantos anos lutando e pedindo: “nunca mais”!
O que falariam Hanna Arendt, Theodor Adorno, Walter Benjamin e Edward Said? Teremos outro tribunal de Nuremberg? Ouviremos depois: “mas estávamos só nos defendendo?”. Parafraseando Eichmann: “só cumpria ordens”, e assim matou-se 6 milhões de judeus…
Não é novidade o silêncio das grandes potências mundiais, aliados do estado de Israel diante das atrocidades. O silêncio é uma narrativa de omissão.
Os Estados Unidos, maior aliado político e militar, a todo o momento vêm fazendo vistas grossas e pequenas e inócuas críticas. Os artistas hollywoodianos engajados em causas nobres, para ficarem bem na foto desempenham o mesmo papel das grandes potencias dominantes: silêncio….
Alguns formadores de opinião quando não podem ajudar pioram a situação. O favorito da direita reacionária, Luiz Felipe Ponde, justificou no seu artigo na Folha de São Paulo, que os acontecimentos na Palestina são mero jogo geopolítico. Na sua imensa vontade de fazer sucesso a qualquer custo, permite-se escrever qualquer absurdo.
As prostitutas dos cabarés da França ocupada pelos nazistas tinham mais dignidade diante da falta de respeito aos mortos, às crianças sobretudo. Impossível não lembrar de Voltaire numa hora dessas: “A civilização não suprime a barbárie, aperfeiçoa-a.”
Pessoas como Pondé são capazes de ver o cisco no olho dos outros, e não ver a trave em seu próprio olho. O Brasil, em termos de violência, também tem um quê de faixa de Gaza.
Os números de homicídios, em particular da juventude negra, são compatíveis a qualquer conflito armado. Por ano são mais de 5.000 mil mortos, 150 por dia e mais de 30 mil a cada década. O perfil é o mesmo há mais de três séculos: homens, jovens e negros.
Assim como acontece na Palestina, um dos principais elementos dessa matança é o braço armado do Estado. Desde sua fundação no século 19 como instituição do Estado, a polícia militar foi planejada para proteger a família real e os mais ricos. O alvo principal era os escravos. Nada mudou em dois séculos no principal aparato político-armado e controlador social do Estado. Sugiro tirar o símbolo deles… dá azar! rs
Morrem muitos jovens negros. Enquanto isso… as nossas direitas, centros e esquerdas se fazem de cegas. Os artistas se fazem de mudos, cegos e surdos (salvo exceções). Para ficarem bem na foto, aderem à campanha de mau gosto: “Somos todos macacos”. Não se manifestam dizendo somos todos Claudia, Juan e DG ou Maria, etc. Algo comum entre os três? Todos mortos pelo Estado e por uma sociedade silenciosa.
As semelhanças são bem parecidas entre os lados em conflito. No entanto, o palestino tem o mundo para condenar o opressor. O favelado além do opressor para massacrá-lo conta com a ajuda de toda a classe dominante que quer vê-los bem longe de suas vistas. E, de quebra, ainda conta com as vozes dos oprimidos contra os próprios irmãos.
É impossível diante da realidade que se impõe duramente, não lembrar da seguinte poesia de Bertold Brecht:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
O que nos resta neste momento é abrir os olhos e perceber que as lágrimas que escorrem do rosto dos oprimidos do mundo se juntam e desaguam no mesmo oceano, a barbárie.
Contra ela só um caminho: a educação transformadora e crítica, capaz de não permitir a omissão, nem o silêncio diante de qualquer injustiça.
Pela Paz em Gaza. Paz no Rio.
(*) Fábio Nogueira é militante da Educafro, Estudante de história da Universidade Castelo Branco e Celso Sanchez professor da Unirio .
Isolamento, loucura e solidão: animação explora dramas de um mundo decadente
3 de Maio de 2021, 8:26CHANCE é o título do curta-metragem produzido em animação digital que mostra as consequências da fuga, do isolamento e da possível loucura provocada pela solidão em um indivíduo. O curta inédito, que estreou dia 30 de abril de 2021, vem com a trilha-sonora original de Marcelo D'Amico, que compôs seis músicas exclusivas para a animação e lançou o álbum em 45 plataformas de streaming em 200 países.
O diretor da produção audiovisual, Leandro Ferra, explora o mesmo universo de produções anteriores, onde personagens verossímeis sofrem dramas reais e comuns a todos nós, em meio a uma sociedade que beira à decadência, fazendo da fuga da realidade uma tentativa de sobreviver ao caos aparente.
A animação em curta-metragem, CHANCE, é uma produção da Quadro-Chave Produções Livres com apoio na trilha-sonora da Music Plans, tendo João Paulo Simão nas baterias e produção musical.
Assista ao CHANCE:
Chance - Curta animado - FullHD from Quadro-Chave Produções on Vimeo.
Ficha técnica da animação
Direção e roteiro : Leandro Ferra
Produção: Henrique Barone
Animação: Leandro Ferra
Concept art: Giovane Ferreira e Leandro Ferra
Trilha sonora original: Marcelo D'Amico
Edição e masterização: João Paulo Simão
Edição de Vídeo : Leandro Ferra
Vozes: Pedro Ivo Maia. João Paulo Simão e Marcelo D'Amico.
Ficha técnica da trilha-sonora
Chance - Original Soundtrack From Short Movie Animation
Lançamento: 30/04/2021
Compositor: Marcelo D'Amico
Produzido por Marcelo D'Amico e João Paulo Simão
Gravado por Marcelo D'Amico no Mad Rotten Studio – Salto/SP
Editado, mixado e masterizado por João Paulo Simão na Music Plans – Salto/SP
Arranjos por Marcelo D'Amico.
Participação especial de João Paulo Simão na bateria em todas as faixas e tímpano na faixa 05.
Capa por Leandro Ferra na Quadro-Chave Produções Livres
Gravadora: Music Plans
Formato: Digital
01. Promeni – 03:27
02. Vidi – 03:02
03. Tiri – 03:20
04. Masko – 02:54
05. Timigi – 03:24
06. Chance – 04:18
Trilha-sonora: https://ditto.fm/chance-original-soundtrack-from-short-movie-animation
Quadro-Chave Produções Livres: https://www.quadrochave.com/
Music Plans: Instagram, Twitter, Facebook e TikTok - @musicplansprod
Marcelo D'Amico, artista: http://mad.marcelodamico.com