Tintas para Tatuagem: O Que Diz a Regulamentação e Quais Cuidados
29 de Agosto de 2025, 19:20As tintas para tatuagem são fundamentais para o resultado artístico e, principalmente, para a segurança dos clientes. Por serem depositadas na pele de forma permanente, seu uso exige atenção redobrada quanto à composição, procedência e regulamentação.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelece normas rigorosas para garantir que as tintas comercializadas e utilizadas sejam seguras. A principal regulamentação está na Resolução RDC nº 55/2008, que trata da pigmentação artificial permanente da pele.
Segundo a ANVISA, somente podem ser utilizadas tintas para tatuagem que possuam registro válido na agência. Isso significa que o fabricante deve comprovar a segurança e qualidade do produto. Tintas não registradas são consideradas ilegais e podem trazer riscos à saúde, como alergias, dermatites, infecções e até intoxicações por metais pesados.
Atualmente, as marcas autorizadas pela ANVISA para comercialização no Brasil são:
- Starbrite Colors (importada)
- Electric Ink (nacional)
- Iron Works (nacional)
Marcas muito usadas, mas sem registro válido, foram proibidas, o que inclui produtos sem informações claras sobre composição e procedência. A ANVISA orienta os consumidores a sempre solicitarem informações sobre o fabricante e a validade do registro nas embalagens das tintas.
Além do controle da tinta, os estúdios de tatuagem também devem cumprir normas sanitárias rigorosas, como o uso de agulhas descartáveis, esterilização de equipamentos e fracionamento das tintas para cada cliente em recipientes próprios, evitando contaminação cruzada.
A fiscalização sobre estúdios e produtos é feita por autoridades sanitárias locais em conjunto com a ANVISA, visando proteger a saúde pública e garantir a qualidade do serviço prestado.
Por isso, é fundamental que quem deseja fazer tatuagem ou quem atua na área de tatuagem busque marcas autorizadas, exija transparência sobre os produtos utilizados e escolha estúdios que sigam as normas sanitárias vigentes.
Para verificar se uma tinta está registrada na ANVISA, é possível consultar o portal oficial da agência https://consultas.anvisa.gov.br , pesquisando pelo nome do produto, número de registro ou fabricante.
A segurança, saúde e resultado artístico dependem do respeito a essas normas que buscam proteger clientes e profissionais.
Vazamento? PF investiga suspeita em operação contra o PCC
29 de Agosto de 2025, 17:11A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar um possível vazamento de informações que pode ter comprometido a megaoperação realizada na última quinta-feira (28) contra o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A suspeita surgiu porque mais da metade dos alvos com mandado de prisão não foi localizada no momento da ação. Dos 14 mandados expedidos pela Justiça Federal, oito investigados seguem foragidos, entre eles nomes considerados peças-chave no esquema criminoso de combustíveis: Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”.
O que chamou a atenção da PF
De acordo com informações apuradas, vários investigados deixaram suas residências dias antes do início da operação — algo que gerou estranhamento dentro da corporação. Normalmente, em operações desse porte, há um monitoramento prévio dos suspeitos justamente para evitar fugas e garantir a eficácia das prisões.
Agora, delegados e agentes da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (DICOR) tentam entender se houve falhas de planejamento, facilitação de agentes públicos ou vazamento de informações durante a investigação.
A dimensão da operação
A megaoperação mobilizou cerca de 1.400 agentes em ao menos oito estados, com o objetivo de desarticular um esquema bilionário de adulteração de combustíveis, fraudes fiscais e lavagem de dinheiro. Estima-se que a rede criminosa tenha movimentado quase R$ 140 bilhões, utilizando inclusive instituições financeiras e fintechs para ocultar o patrimônio ilícito.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos e materiais que podem revelar a participação de outros grupos criminosos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as ações recentes mostram que “o crime organizado terá que buscar novos meios para esconder suas fortunas”.
Com o inquérito em andamento, a expectativa é que a investigação aponte como os principais alvos conseguiram escapar e se houve envolvimento de servidores públicos na facilitação das fugas.
O caso segue em apuração e deve trazer novos desdobramentos nos próximos dias.
Desconhecendo a África: Muito Além de um 'País'
29 de Agosto de 2025, 13:27A África é um continente imenso, rico em diversidade cultural, geográfica, histórica e social. No entanto, uma das maiores falhas do conhecimento popular, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, é enxergá-la erroneamente como se fosse um único país. Essa visão simplista reduz toda uma vasta região — que é formada por 54 países distintos, com línguas, tradições, culinárias e experiências históricas próprias — a uma única entidade homogênea.
Esse desconhecimento leva a muitos outros enganos frequentes:
- Generalizações e estereótipos: Pessoas frequentemente associam África somente a pobreza, conflitos e doenças, ignorando as cidades modernas, economias em ascensão, universidades de referência, inovações tecnológicas e uma multiplicidade de culturas vibrantes e resilientes.
- Ignorância sobre a variedade linguística: Ao contrário da ideia comum, o continente é lar de milhares de línguas e dialetos, indo muito além das línguas coloniais ocidentais.
- Desconhecimento dos grandes patrimônios históricos e culturais: Civilizações antigas, como a Núbia, Cartago, Egito, entre outras, legaram uma herança que é fundamento da história da humanidade.
- Confusão geográfica e política: Desconhece-se muitas vezes a localização e características dos diferentes países africanos, suas fronteiras, e os desafios estruturais e sociais que enfrentam.
Conexões Gramado Film Market discute turismo audiovisual e oportunidades para produtores
19 de Agosto de 2025, 11:06
O Conexões Gramado Film Market (CGFM), braço mercadológico do Festival de Cinema de Gramado, é um importante espaço que reúne profissionais, gestores e players do audiovisual de todo o Brasil para fortalecer o ecossistema do setor. Promovido pela Secretaria da Cultura, por meio do Instituto Estadual de Cinema e com apoio da Agência Nacional de Cinema (Ancine), o evento oferece uma série de painéis, debates e oficinas voltados para o desenvolvimento do mercado audiovisual brasileiro.
A abertura contou com a diretora do Instituto Estadual de Cinema, que destacou a importância do CGFM como uma janela pujante para realizadores gaúchos e de todo o Brasil, ressaltando a parceria com instituições como Gramadotur, Ancine e outras para a realização gratuita do evento.
Durante o encontro, foi anunciado um edital significativo para distribuição de longas-metragens em diferentes formatos, com recursos expressivos para apoiar filmes em fase de finalização. Essa iniciativa visa atender a uma demanda antiga do setor: aumentar a circulação das produções brasileiras, ampliando o alcance nacional dos títulos e fortalecendo a comercialização do audiovisual.
Entre os temas discutidos, o potencial do audiovisual para promover o turismo e o chamado soft power brasileiro ganhou destaque. O soft power é o impacto cultural que encanta e cria uma imagem positiva do país no exterior, como exemplificado pelo samba e o Carnaval, que inspiram até personagens da cultura pop internacional. A importância de uma Film Commission Nacional, alinhada com políticas federais, foi ressaltada como ferramenta estratégica para fortalecer a presença do Brasil no cenário audiovisual mundial.
Outro ponto central do evento foram as Film Commissions regionais e internacionais, que promovem territórios a partir das produções audiovisuais, destacando o turismo como um meio de potencializar cultural e economicamente ativos locais. A ampliação do conceito para o “Turismo de Tela” evidencia como conteúdos audiovisuais provocam emoções e incentivam o público a conhecer os locais retratados, tornando o cinema e outros eventos audiovisuais importantes ativos para promoção turística.
O CGFM também incentiva o intercâmbio de experiências entre realizadores locais, apoiado por diversas instituições, incluindo a ApexBrasil, ONU Mulheres e o Instituto + Mulheres, promovendo a capacitação e a internacionalização dos projetos audiovisuais brasileiros.
Programação
No CGFM, serão promovidos onze painéis até esta terça-feira (19/8). Na segunda-feira (18/8), o destaque foi a grande reunião para trocas de experiências dos realizadores gaúchos dos nove coletivos de produtores do estado: o II Encontro dos Ecossistemas Audiovisuais do Rio Grande do Sul. O Conexões Gramado Film Market conta com apoio de Cinema do Brasil – Siaesp, ApexBrasil, ONU Mulheres e Instituto + Mulheres. Clique aqui para acessar a programação completa do Conexões.
Declaração da OpenAI fere soberania cultural e desrespeita criadores brasileiros
19 de Agosto de 2025, 10:18A Abramus, entidade que representa mais de 124 mil criadores musicais, repudia veementemente as declarações de representante da OpenAI, proferidas na Rio Innovation Week. Ao afirmar que no contexto da tramitação do marco legal da IA brasileiro “fala em números muito pequenos de detentores de direitos, não em artistas”, a empresa demonstra desconhecimento grosseiro da legislação nacional e desprezo pelos milhares de autores, compositores, bem como artistas intérpretes e executantes que sustentam a cultura brasileira.
A distinção entre “artistas” e “detentores de direitos” é uma falácia perigosa. No Brasil, onde a música é orgulho da identidade nacional, esses termos são faces da mesma moeda: milhares de associados da Abramus são criadores ativos, cuja subsistência depende diretamente da proteção autoral.
A OpenAI, que se beneficia de conteúdos artísticos sem autorização para treinar seus modelos, ignora que a lei 9.610/98 garante remuneração justa pelo uso de obras.
Nunca se tratou de barrar “avanços tecnológicos”, mas sim de garantir a valorização do trabalho criativo.
A estratégia da empresa reflete um padrão global de exploração.
Nos EUA, a OpenAI enfrenta ações judiciais de veículos como The New York Times por uso não autorizado de criações intelectuais. No Brasil, se esquiva de acordos com detentores locais e, ainda, tenta impor o “fair use” (conceito alienígena à nossa lei) para justificar seu lobby contra a inclusão da proteção aos direitos autorais no marco da IA.
A alegação de que remunerar criadores criaria um “pedágio caríssimo” é descabida e leviana. Enquanto a empresa se agiganta, artistas do mundo inteiro veem suas obras desvalorizadas por sistemas que replicam seus estilos sem contrapartida alguma, precarizando o seu trabalho.
Exigimos ação imediata:
- Aprovação imediata do PL 2338/2023, em tramitação no Congresso, para garantir que a regulação de IA proteja direitos autorais sem concessões predatórias;
- Retratação pública da OpenAI pelas declarações que ofendem a soberania cultural brasileira;
- Diálogo transparente entre desenvolvedores de IA e entidades gestoras de direitos, com base nos princípios constitucionais de que Cultura não é mercadoria, mas expressão do povo (Art. 215, CF/88) e de que direito autoral não é pedágio, mas direito fundamental que garante a dignidade da pessoa do criador (Art. VII e XXVIII).
A tecnologia deve amplificar vozes criativas, não as silenciar. A Abramus seguirá na linha de frente pela defesa intransigente de quem faz da arte seu sustento porque sem Cultura, não há nação.
(Com ABRAMUS – Associação Brasileira de Música e Artes)