Grupo 59 estreia musical livremente inspirado em Refazenda, de Gilberto Gil
13 de Outubro de 2025, 15:16Em um momento histórico do Brasil, o Grupo 59 de Teatro entra em cena com nova montagem para o público adulto que reverencia o disco icônico, Refazenda, gravado há 50 anos, por um dos maiores artistas brasileiros.
O Sesc Consolação apresenta Jeca – Um Povo Ainda Há de Vingar, musical original livremente inspirado no disco Refazenda, lançado por Gilberto Gil em 1975, que completa 50 anos. A montagem do Grupo 59 de Teatro - dirigida por Kleber Montanheiro e escrita pelo dramaturgo Lucas Moura da Conceição e pelo poeta Marcelino Freire - estreia no Teatro Anchieta no dia 24 de outubro, sexta, às 20 horas, onde fica em cartaz até 23 de novembro, de quinta a sábado, às 20h, e aos domingos e feriados (15 e 20/11), às 18h, incluindo sessão vespertina no dia 5/11, às 15h.
A montagem de Jeca acompanha a jornada de emancipação de um homem do povo a partir da conexão com suas raízes. É nessa viagem de retorno ao seu lugar de infância - feita por quem saiu para se encontrar e agora, mais velho, regressa para se reconhecer - que o espectador acompanha a trajetória de um Brasil plural e contraditório, em busca de um sentido de vida profundamente vinculado à terra. A dramaturgia é estruturada em uma espiral, em uma metáfora cíclica das estações da vida, da natureza e da música. O enredo é construído a partir de personagens, paisagens e situações retiradas das letras das canções do álbum, que ganham vida no palco.
É assim que, como na música Meditação, Jeca Total volta no tempo em quatro fases emblemáticas de sua vida. A cada retorno às origens ele reencontra Pai e Mãe, a mulher que sempre amou, o velho abacateiro da cidade e os ecos de um Brasil profundo: de feira, forró, rendeiras e baião; de pequi, de umbu, de jangadas e balão. Mas também de pau de arara, de arado, de retirantes; de fazendas, torres eólicas e violências constantes. O texto é menos uma história linear e mais um rito de travessia, em que o protagonista - alegoria coletiva e coral de um povo - se (re)encontra e se revê por meio de sua memória afetiva, da música e da cultura popular brasileira. Para então, consciente de sua história, reencantar (em) um outro tipo de gente; replantar o passado como semente para um novo povo, uma cultura nova, uma refazenda.
A encenação de Jeca – Um Povo Ainda Há de Vingar utiliza recursos cênicos que traduzem essa narrativa espiralar e lírica. No centro do palco, um praticável circular alude ao abacateiro (parceiro solitário de Jeca, inspirado na canção Refazenda, do álbum homônimo); é a ele, seu “velho amigo”, que Jeca recorre como cúmplice em sua trajetória. Em volta do abacateiro, módulos de madeira mimetizam caixas de feira, onde se vendem frutas, discos e também prosas, rezas e fé. A cenografia ambienta e também participa da dramaturgia, construindo um espaço que se transforma com o tempo da cena. Elementos naturais e rústicos remetem às estações da vida e ao ciclo da natureza. A iluminação acompanha o fluxo emocional e temporal da narrativa, criando atmosferas ora oníricas, ora densas. A transição entre passado e presente é marcada por mudanças espaciais, como se o tempo fosse maleável.
Para Kleber Montanheiro, Jeca – Um Povo Ainda Há de Vingar dialoga diretamente com um momento muito especial da cena contemporânea do teatro musical. “Esse gênero atravessou muitas transformações desde o teatro de revista no final do século XIX, depois o Arena nas décadas de 60 e 70 com forte teor social e político, até a explosão dos musicais influenciados pelo modelo da Broadway nos anos 2000, seguidos da ênfase em peças biográficas dos últimos anos. Se houve avanços (e houve muitos, sobretudo ligados à profissionalização dos performers), por outro lado se observa uma certa escassez de dramaturgias musicais autorais brasileiras. E é essa a qualidade e a autenticidade que uma dramaturgia como a de Jeca, ancorada em pesquisa e brasilidade, simboliza e representa.”
Refazenda é composto por Ela · Tenho Sede · Refazenda · Pai e Mãe · Jeca Total · Essa É Pra Tocar No Rádio · Ê, Povo, Ê · Retiros Espirituais · O Rouxinol · Lamento Sertanejo · Meditação. Todas as canções são cantadas e tocadas ao vivo, além de composições autorais em diálogo com as faixas do álbum. Outras músicas como Back in Bahia e Lugar Comum (Gilberto Gil), assim como Dezessete Légua e Meia e A Morte do Vaqueiro (Luiz Gonzaga) e ainda Eu Só Quero Um Xodó (Anastácia e Dominguinhos), compõem a trilha, totalizando 20 canções performadas em cena. Jeca também reverencia um dos discos de maior influência do movimento tropicalista: Sargent Pepper’s (The Beatles – 1967). Sob direção musical de Marco França todo esse cancioneiro serve a uma dramaturgia musical que compreende a musicalidade não apenas como canto e atmosfera sonora, mas ainda como narrativa diretamente implicada na ação dramática e na representação teatral.
Com 10 atores e quatro músicos em cena, Jeca – Um Povo Ainda Há de Vingar vem reafirmar o trabalho de pesquisa e investigação da identidade cultural do Brasil, desenvolvido pelo Grupo 59 de Teatro, há mais de 14 anos, que encanta e surpreende pela linguagem singular, que imprime originalidade e identidade em cada realização. O espetáculo é resultado do projeto Ré: a (re)visão de um país, contemplado pela 42ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa. Esta é a primeira de uma série de três peças que bebem na fonte da Trilogia Re, composta também pelos álbuns Refavela (1977) e Realce (1979), um retrato musicado de um Brasil rural, negro e cintilante.
Sinopse
O musical original Jeca – Um povo ainda há de vingar é livremente inspirado no disco Refazenda, composto por Gilberto Gil em 1975 e que completa 50 anos. No espetáculo, as personagens, paisagens e situações descritas nas letras das canções do álbum ganham vida no palco. Como em uma meditação, Jeca relembra diferentes vezes em que regressou às suas raízes e à sua terra natal, encontrando seu pai e sua mãe, o amor da sua vida e o velho abacateiro da cidade. Com Grupo 59 de Teatro, dramaturgia de Lucas Moura da Conceição com poemas cênicos de Marcelino Freire, direção de Kleber Montanheiro e direção musical de Marco França, Jeca é a jornada de um homem do povo a partir de sua conexão com suas origens. Um Brasil plural em busca de um sentido de vida profundamente vinculado à terra.
Ficha técnica
Com: Grupo 59 De Teatro. Elenco: Carolina Faria, Felipe Gomes Moreira, Fernando Vicente, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes, Mirian Blanco, Nilcéia Vicente, Nathália Ernesto, Thomas Huszar. Direção: Kleber Montanheiro. Dramaturgia: Lucas Moura da Conceição, com poemas cênicos de Marcelino Freire. Música original, arranjos e direção musical: Marco França. Desenho de luz: Gabriele Souza. Desenho de cenário e figurinos: Kleber Montanheiro. Desenho de som e operação de som: Nicholas Rabinovitch. Assistência de direção e direção residente: Ana Elisa Mattos. Assistência de direção musical, pianista ensaiador, supervisão vocal e copista: Daniel Carvalho. Preparação vocal: Rafa Miranda. Canções originais: músicas de Marco França e letras de Lucas Moura da Conceição, Marcelino Freire, Mirian Blanco e Thomas Huszar. Músicos: Bruno Menegatti, Dicinho Areias, Lua Bernardo, Bruna Duarte e Juliano Veríssimo. Microfonista: Camila Cruz. Operação de luz: Zerlô. Desenho de movimento e coreografias: Gabriel Malo. Assistência em figurinos: Acrides. Dramaturgismo: Mirian Blanco e Thomas Huszar. Cenotécnica: Evas Carretero. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Mídias sociais: Tamb Conteúdo Estratégico. Ilustrações: Nathália Ernesto. Fotos de divulgação: Gustavo Mendes. Direção de produção: Gabriel Bodstein. Produção executiva, administrativa e financeira: Núcleo 59 de Produção – Carolina Faria, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes e Mirian Blanco. Assistência de produção: Ana de David. Idealização de projeto, coordenação de pesquisa e produção artística: Mirian Blanco. Idealização e produção: 59 Produções Artísticas e Culturais. Realização: Sesc São Paulo.
Serviço
Espetáculo: Jeca - Um Povo Ainda Há de Vingar
Estreia: 24 de outubro - Sexta, às 20h
Temporada: 24 de outubro a 23 de novembro de 2025
Horários: Quinta à sábado, às 20h, e domingos e feriados, às 18h
Sessão vespertina: dia 05/11, quarta, às 15h.
Sessão com acessibilidade em Libras: dia 13/11, quinta, às 20h.
Ingressos: R$ 70,00 (inteira), R$ 35,00 (meia) e R$ 21,00 (credencial sesc)
Vendas: centralrelacionamento.sescsp.org.br e App Credencial SP (a partir de 14/10, terça, às 17h) e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo (a partir de 15/10, quarta, às 17h)
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos.
Duração: 120 min. Gênero: Teatro musical
Sesc Consolação - Teatro Anchieta
Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque. São Paulo/SP.
Tel.: (11) 3234-3000 - Capacidade: 280 lugares. Acessibilidade: Sim.
Na rede: @sescconsolacao - Site: www.sescsp.org.br/consolacao
Grupo 59 na rede: @Grupo59deTeatro
Filme Retrata Autismo, Romance e Humor Sob um Novo Olhar
9 de Outubro de 2025, 15:38Prepare-se para se apaixonar por uma história única que chega aos cinemas brasileiros no dia 16 de outubro: "Uma Mulher Diferente", uma delicada comédia-romântica dirigida por Lola Doillon e estrelada por Jehnny Beth e Thibaut Evrard.
O filme conta a caminhada íntima de Katia Rousseau, uma pesquisadora brilhante de 35 anos, cuja vida amorosa é um verdadeiro embaralhado de emoções. Em meio a novos desafios profissionais, Katia faz uma descoberta surpreendente sobre si mesma — ela é autista, e o diagnóstico traz um sentimento inesperado de libertação.
Com muito humor e sensibilidade, a diretora Lola Doillon nos leva a uma jornada de autoconhecimento, mostrando como Katia começa a compreender melhor seus sentimentos e a se relacionar com o mundo e o amor de uma forma mais verdadeira e humana.
O longa também destaca o relacionamento entre Katia e Fred (personagem de Thibaut Evrard), duas pessoas tentando entender e conviver com suas diferenças, mostrando que ninguém é perfeito e que todos aprendemos pelo caminho.
Muito elogiado pela crítica francesa, comparado até a clássicos como "Bridget Jones", "Uma Mulher Diferente" promete emocionar e educar, trazendo o assunto do autismo sob uma perspectiva feminina inédita e cheia de humanidade.
Quer conhecer essa história de perto? O filme estreia dia 16 de outubro e será exibido em várias salas espalhadas pelo Brasil. Confira o trailer legendado e prepare-se para viver essa experiência que mistura leveza, descoberta e amor.
Ficha técnica rápida:
Direção e roteiro: Lola Doillon
Elenco: Jehnny Beth, Thibaut Evrard, Mireille Perrier e outros
Duração: 100 minutos
País: França
Sinopse: Katia enfrenta o caos dos relacionamentos e descobre seu autismo na vida adulta, mudando sua forma de ver a si mesma e o amor.
Veja | Trailer Legendado
Conheça Navegar: 17 Anos de Magia Musical da Cia Navega Jangada em um Álbum Inesquecível
9 de Outubro de 2025, 15:19A Cia Navega Jangada acaba de lançar Navegar, um álbum que reúne 17 anos de uma trajetória rica e diversa. São 19 músicas que misturam canções e trilhas sonoras criadas especialmente para seus espetáculos e contações de histórias. O resultado é um universo plural, passeando por músicas para crianças de todas as idades, ritmos de circo, jazz, moda de viola e composições originais que marcaram a história do grupo.
Entre as faixas, estão clássicos que encantaram o público como Temos Vagas, A Vaca Amarela, No Meu Quintal, Balonário e Vende-se um Trombone, presenteando ouvintes com uma viagem sonora pelas inúmeras histórias que a companhia construiu.
O álbum integra o projeto comemorativo “15 Anos Navega Jangada”, apoiado pela Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo. A companhia surgiu em 2008, desenvolvendo um trabalho único que traz referências do teatro popular, teatro de animação, circo e música ao vivo como formas de narrativa.
Desde a estreia com o espetáculo Nas Terras de Kublai Khan, a Navega Jangada já se apresentou em diversos espaços culturais, como unidades do Sesc e ONGs, além de realizar oficinas de arte-educação, levando sua arte para públicos variados.
Ficha Técnica:
Produção musical, gravação, mixagem e masterização: Rodrigo Régis
Direção artística: Talita Cabral
Composições: Rodrigo Régis, Dicinho Areias, Alef Barros e Malu Borges
Cantores, músicos e equipe completa disponíveis no álbum
Arte da capa: Deborah Erê
Distribuição digital: LANDR
Para ouvir o álbum completo, acesse: YouTube
Lançamento do Catálogo Digital "Sensoriais" reúne registros fotográficos das esculturas sonoras
7 de Outubro de 2025, 13:39O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica apresenta, no dia 11 de outubro, o lançamento do Catálogo Digital Sensoriais, da artista Inara Vidal, com curadoria de Daniele Machado. Esta publicação reúne registros fotográficos das esculturas sonoras exibidas na mostra, além de frames de vídeo capturados nas derivas e coletas de materialidades realizadas pela artista na Patagônia e em Curitiba.
O catálogo traz também o texto curatorial assinado por Daniele Machado e conta com audiodescrição da exposição, destacando o percurso poético e investigativo de Inara Vidal. A artista articula a ancestralidade não apenas como tema, mas como uma estrutura em diálogo com corpo, matéria e som.
O evento de lançamento incluirá uma conversa entre Inara Vidal e a curadora Daniele Machado, aprofundando-se nas dimensões materiais e simbólicas presentes na produção artística da artista, seguida por um momento de interação com o público.
A exposição Sensoriais permanece aberta ao público no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica até 25 de outubro.
Informações sobre o evento:
Lançamento do catálogo Sensoriais – Inara Vidal
Curadoria: Daniele Machado
Local: Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rua Luís de Camões, 68 – Praça Tiradentes, Rio de Janeiro
Data e hora: 11 de outubro, sábado, às 15h
Período da exposição: 4 a 25 de outubro de 2025
Horário de visitação: Segunda a sábado, das 10h às 18h
Classificação: Livre
Acessibilidade: Audiodescrição disponível via QR Code no catálogo
Por que viralizar no TikTok não garante sucesso para artistas?
3 de Outubro de 2025, 14:30No cenário musical atual, o TikTok tem sido apontado como uma plataforma poderosa para artistas que buscam divulgação rápida. Mas será que viralizar em redes sociais como TikTok ou Instagram é suficiente para construir uma carreira sólida e uma base fiel de fãs?
Um estudo recente da Media Research Global com mais de 10 mil pessoas desmistifica esse mito. O conteúdo revela que, embora a viralidade traga visibilidade imediata, ela já não consegue garantir a construção de uma base estável de ouvintes que consumam a música de forma consistente e façam o artista crescer de forma sustentável.
Durante os últimos cinco anos, a lógica do funil de sustentabilidade musical parecia clara: viralidade nas redes sociais atrai popularidade, levando o público a conhecer a música, que transformaria os ouvintes em fãs fiéis, tornando a carreira do artista sustentável. Contudo, os dados atuais mostram que essa lógica está quebrada.
O YouTube desponta como principal meio de descoberta musical para 52% dos entrevistados, seguido por aplicativos de streaming como Spotify, Deezer e Apple Music (com 40%). Curiosamente, 58% dos ouvintes impactados por alguma música no TikTok já conheciam essa música antes, demonstrando que o TikTok reflete tendências fora da própria rede, deixando de ser uma plataforma de descoberta.
Além disso, quase metade das pessoas não chegou a ouvir a música completa em serviços de streaming após o contato inicial no TikTok, mostrando que o engajamento é raso.
Outro dado preocupante revela que a faixa etária de 16 a 24 anos está menos propensa a descobrir novos artistas do que a faixa de 25 a 34 anos, destoando da expectativa de que a geração mais jovem seria a principal responsável por essa descoberta.
No campo das ferramentas, apesar dos recursos do TikTok como integração com Spotify, o uso efetivo dessas funções é baixo, especialmente entre os jovens, indicando que a plataforma retém mais valor para si do que para os artistas.
O estudo alerta para a necessidade de um marketing mais estratégico e sustentável. Construir um relacionamento artístico de longo prazo com a audiência, envolvendo planos de conteúdo, retenção de público e uma presença múltipla em plataformas é crucial para o sucesso real.
Se você é artista ou trabalha com música, este vídeo oferece insights fundamentais para repensar estratégias, entendendo que o caminho para o sucesso vai muito além da viralidade momentânea. Assista ao vídeo completo e confira as tendências que estão transformando o marketing musical hoje!