Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

Tela cheia
 Feed RSS

Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Entrevista com autora do livro “Vozes do Bolsa Família”

28 de Agosto de 2013, 9:09, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Durante cinco anos, entre 2006 e 2011, a dupla realizou entrevistas com os beneficiários do Bolsa Família e percorreu lugares como o Vale do Jequitinhonha (MG), o sertão alagoano, o interior do Maranhão, Piauí e Recife. Queriam investigar o “poder liberatório do dinheiro” provocado pelo programa.

Aproveitando férias e folgas, eles pagaram do próprio bolso os custos das viagens. Sem se preocupar com estatística, a pesquisa foi qualitativa e baseada em entrevistas abertas.

Como explicar o pânico recente no Bolsa Família? Qual o impacto do programa nas regiões onde a sra. pesquisou?
Walquiria Leão Rego - Enorme. Basta ver que um boato fez correr um milhão de pessoas. Isso se espalha pelos radialistas de interior. Elas [as pessoas] são muito frágeis. Certamente entraram em absoluto desespero. Poderia ter gerado coisas até mais violentas. Foi de uma crueldade desmesurada. Foi espalhado o pânico entre pessoas que não têm defesa. Uma coisa foi a medida administrativa da CEF (Caixa Econômica Federal). Outra coisa é o que a policia tem que descobrir: onde começou o boato. Fiquei estupefata. Quem fez isso não tem nem compaixão. Nossa elite é muito cruel. Não estou dizendo que foi a elite, porque seria uma leviandade.

Como assim?
Tem uma crueldade no modo como as pessoas falam dos pobres. Daí aparecem os adolescentes que esfaqueiam mendigos e queimam índios. Há uma crueldade social, uma sociedade com desigualdades tão profundas e tão antigas. Não se olha o outro como um concidadão, mas como se fosse uma espécie de sub-humanidade. Certamente essa crueldade vem da escravidão. Nenhum país tem mais de três séculos de escravidão impunemente.

Qual o impacto do Bolsa Família nas relações familiares?
Ocorreram transformações nelas mesmas. De repente se ganha uma certa dignidade na vida, algo que nunca se teve, que é a regularidade de uma renda. Se ganha uma segurança maior e respeitabilidade. Houve também um impacto econômico e comercial muito grande. Elas são boas pagadoras e aprenderam a gerir o dinheiro após dez anos de experiência. Não acho que resolveu o problema. Mas é o início de uma democratização real, da democratização da democracia brasileira. É inaceitável uma pessoa se considerar um democrata e achar que não tenha nada a ver com um concidadão que esteja ali caído na rua. Essa é uma questão pública da maior importância.

O Bolsa Família deveria entrar na Constituição?
A constitucionalização do Bolsa Família precisava ser feita urgentemente. E a renda tem que ser maior. Esse é um programa barato, 0,5% do PIB. Acho, também, que as pessoas têm direito à renda básica. Tem que ser uma política de Estado, que nenhum governo possa dizer que não tem mais recurso. Mas qualquer política distributiva mexe com interesses poderosos.

A sra. poderia explicar melhor?
Isso é histórico. A elite brasileira acha que o Estado é para ela, que não pode ter esse negócio de dar dinheiro para pobre. Além de o Bolsa Família entrar na Constituição, é preciso ter outras políticas complementares, políticas culturais específicas. É preciso ter uma escola pensada para aquela população. É preciso ter outra televisão, pois essa é a pior possível, não ajuda a desfazer preconceitos. É preciso organizar um conjunto de políticas articuladas para formar cidadãos.

A sra. quer dizer que a ascensão é só de consumidores?
As pessoas quando saem desse nível de pobreza não se transformam só em consumidores. A gente se engana. Uma pesquisadora sobre o programa Luz para Todos, no Vale do Jequitinhonha, perguntou para um senhor o que mais o tinha impactado com a chegada da luz. A pesquisadora, com seu preconceito de classe média, já estava pronta para escrever: fui comprar uma televisão. Mas o senhor disse: ‘A coisa que mais me impactou foi ver pela primeira vez o rosto dos meus filhos dormindo; eu nunca tinha visto’. Essa delicadeza… a gente se surpreende muito.

O que a surpreendeu na sua pesquisa?
Quando vi a alegria que sentiam de poder partilhar uma comida que era deles, que não tinha sido pedida. Não tinham passado pela humilhação de pedi-la; foram lá e compraram. Crianças que comeram macarrão com salsicha pela primeira vez. É muito preconceituoso dizer que só querem consumir. A distância entre nós é tão grande que a gente não pode imaginar. A carência lá é tão absurda. Aprendi que pode ser uma grande experiência tomar água gelada.

Li que a sra. teria apurado que o Bolsa Família, ao tornar as mulheres mais independentes, estava provocando separações, uma revolução feminina. Mas não encontrei isso no livro. O que é fato?
É só conhecer um pouco o país para saber que não poderia haver entre essas mulheres uma revolução feminista. É difícil para elas mudar as relações conjugais. Elas são mais autônomas com a Bolsa? São. Elas nunca tiveram dinheiro e passaram a ter, são titulares do cartão, têm a senha. Elas têm uma moralidade muito forte: compram primeiro a comida para as crianças. Depois, se sobrar, compram colchão, televisão. É ainda muito difícil falar da vida pessoal. Uma ou outra me disse que tinha vontade de se separar. Há o problema de alcoolismo. Esses processos no Brasil são muito longos. Em São Paulo é comum a separação; no sertão é incomum. A família em muitos lugares é ampliada, com sogra, mãe, cunhado vivendo muito próximos. Essa realidade não se desfaz.

Mas há indícios de mudança?
Indícios, sim. Certamente elas estão falando mais nesse assunto. Em 2006, não queriam falar de sentimentos privados. Em 2011, num povoado no sertão de Alagoas, me disseram que tinha havido cinco casos de separação. Perguntei as razões. Uma me disse: ‘Aquela se apaixonou pelo marido da vizinha’. Perguntei para outra. Ela disse: ‘Pensando bem, acho que a bolsa nos dá mais coragem’. Disso daí deduzir que há um movimento feminista, meu deus do céu, é quase cruel. Não sei se dá para fazer essa relação tão automática do Bolsa com a transformação delas em mulheres mais independentes. Certamente são mais independentes, como qualquer pessoa que não tinha nada e passa a ter uma renda. Um homem também. Mas há censuras internas, tem a religião. As coisas são muito mais espessas do que a gente imagina.

O machismo é muito forte?
Sim. E também dentro delas. Se o machismo é muito percebido em São Paulo, imagina quando no chamado Brasil profundo. Lá, os padrões familiares são muito rígidos. É comum se ouvir que a mulher saiu da escola porque o pai disse que ela não precisava aprender. Elas se casam muito cedo. Agora, como prevê a sociologia do dinheiro, elas estão muito contentes pela regularidade, pela estabilidade, pelo fato de poderem planejar minimamente a vida. Mas eu não avançaria numa hipótese de revolução sexual.

O Bolsa Família mexeu com o coronelismo?
Sim, enfraqueceu o coronelismo. O dinheiro vem no nome dela, com uma senha dela e é ela que vai ao banco; não tem que pedir para ninguém. É muito diferente se o governo entregasse o dinheiro ao prefeito. Num programa que envolve 54 milhões de pessoas, alguma coisa de vez em quando [acontece]. Mas a fraude é quase zero. O cadastro único é muito bem feito. Foi uma ação de Estado que enfraqueceu o coronelismo. Elas aprenderam a usar o 0800 e vão para o telefone público ligar para reclamar. Essa ideia de que é uma massa passiva de imbecis que não reagem é preconceito puro.

E a questão eleitoral?
O coronel perdeu peso porque ela adquiriu uma liberdade que não tinha. Não precisa ir ao prefeito. Pode pedir uma rua melhor, mas não comida, que era por ai que o coronelismo funcionava. Há resíduos culturais. Ela pode votar no prefeito da família tal, mas para presidente da República, não.

Esses votos são do Lula?
São. Até 2011, quando terminei a pesquisa, eram. Quando me perguntam por que Lula tem essa força, respondo: nunca paramos para estudar o peso da fala testemunhal. Todos sabem que ele passou fome, que é um homem do povo e que sabe o que é pobreza. A figura dele é muito forte. O lado ruim é que seja muito personalizado. Mas, também, existe uma identidade partidária, uma capilaridade do PT.

Há um argumento que diz que o Bolsa Família é como uma droga que torna o lulismo imbatível nas urnas. O que a sra. acha?
Isso é preconceito. A elite brasileira ignora o seu país e vai ficando dura, insensível. Sente aquele povo como sendo uma sub-humanidade. Imaginam que essas pessoas são idiotas. Por R$ 5 por mês eles compram uma parabólica usada. Cheguei uma vez numa casa e eles estavam vendo TV Senado. Perguntei o motivo. A resposta: ‘A gente gosta porque tem alguma coisa para aprender’.

No livro a sra. cita muitos casos de mulheres que fizeram laqueadura. Como é isso?
O SUS (Sistema Único de Saúde) está fazendo a pedido delas. É o sonho maior. Aliás, outro preconceito é dizer que elas vão se encher de filhos para aumentar o Bolsa Família. É supor que sejam imbecis. O grande sonho é tomar a pílula ou fazer laqueadura.

A sra. afirma que é preconceito dizer que as pessoas vão para o Bolsa Família para não trabalhar. Por quê?
Nessas regiões não há emprego. Eles são chamados ocasionalmente para, por exemplo, colher feijão. É um trabalho sem nenhum direito e ganham menos que no Bolsa Família. Não há fábricas; só se vê terra cercada, com muitos eucaliptos. Os homens do Vale do Jequitinhonha vêm trabalhar aqui por salários aviltantes. Um fazendeiro disse para o meu marido que não conseguia mais homens para trabalhar por causa do Bolsa Família. Mas ele pagava R$ 20 por semana! O cara quer escravo. Paga uma miséria por um trabalho duro de 12, 16 horas, não assina carteira, é autoritário, e acha que as pessoas têm que se submeter a isso. E dizem que receber dinheiro do Estado é uma vergonha.

Há vontade de deixar o Bolsa Família?
Elas gostariam de ter emprego, salário, carteira assinada, férias, direitos. Há também uma pressão social. Ouvem dizer que estão acomodadas. Uma pesquisa feita em Itaboraí, no Rio de Janeiro, diz que lá elas têm vergonha de ter o cartão. São vistas como pobres coitadas que dependem do governo para viver, que são incapazes, vagabundas. Como em “Ralé”, de Máximo Gorki, os pobres repetem a ideologia da elite. A miséria é muito dura.

A sra. escreve que o Bolsa Família é o inicio da superação da cultura de resignação? Será?
A cultura da resignação foi muito estudada e é tema da literatura: Graciliano Ramos, João Cabral de Melo Neto, José Lins do Rego. Ela tem componente religioso: ‘Deus quis assim’. E mescla elementos culturais: a espera da chuva, as promessas. Essa cultura da resignação foi rompida pelo Bolsa Família: a vida pode ser diferente, não é uma repetição. É a hipótese que eu levanto. Aparece uma coisa nova: é possível e é bom ter uma renda regular. É possível ter outra vida, não preciso ver meus filhos morrerem de fome, como minha mãe e minha vó viam. Esse sentimento de que o Brasil está vivendo uma coisa nova é muito real. Hoje se encontram negras médicas, dentistas, por causa do ProUni (Universidade para Todos). Depois de dez anos, o Bolsa Família tem mostrado que é possível melhorar de vida, aprender coisas novas. Não tem mais o ‘Fabiano’ [personagem de "Vidas Secas"], a vida não é tão seca mais.

(Publicado por Anonymous)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



O #Gigante precisa descobrir Gandhi

23 de Agosto de 2013, 8:41, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


As manifestações e protestos populares que ocorrem em todo o Brasil neste marcante ano de 2013, já entraram para nossa história. Nossos filhos e netos se debruçarão sobre isto para aprender e estudar cidadania e política.

Muitos analistas, de esquerda e direita, não gostaram dos protestos. Outros apoiam. Mas o que desejo trazer para este debate é que o tal "Gigante Adormecido" ainda precisa descobrir Gandhi e sua resistência da não-violência.


Gandhi desenvolveu e aplicou a teoria chamada Satyagraha durante o processo de independência da Índia. Sobre esta teoria, declarou:

"Eu descobri o satyagraha pela primeira vez no inicio da minha busca pela verdade que não admitia o uso da violência contra um adversário, pois o mesmo deve ser desarmado dos seus erros com paciência e compaixão." - Gandhi


Embora o termo Satyagraha tenha sido usado no Brasil como nome de uma operação da Polícia Federal, o importante é o que o mestre indiano nos deixou. Quando os brasileiros perceberem que numa sociedade nós não somos apenas vítimas reagentes de um sistema fadado ao fracasso, mas sim agentes da mudança e da sociedade que desejamos, deveremos utilizar o Satyagraha em nossas mobilizações.

Como? Algo essencial nesta filosofia desenvolvida por Gandhi é a não-violência e a não desistência da conquista da justiça e liberdade. Assim, procura-se meios inteligentes de atingir seus objetivos sem o uso de agressões.

Um clássico exemplo empreendido por Gandhi foi a Marcha do Sal. Diante da proibição, imposta aos indianos, da extração do sal pela Inglaterra, o Mahatma iniciou uma caminhada de 400 quilômetros, durante 25 dias, para extrair um punhado de sal com suas próprias mãos. Sem incitar nenhum tipo de violência, o mestre foi seguido por milhares de indianos.

"No dia 6 de abril, depois do banho, ritual sagrado para os hindus, Gandhi apanhou um punhado de sal à beira-mar, e seu gesto foi repetido simbolicamente pelos milhares de indianos ali presentes. Em resposta a esses atos, os britânicos prenderam mais de 50 mil indianos, entre eles o próprio Gandhi.
Mesmo com a prisão de Gandhi, a marcha continuou, em direção às salinas ao norte de Bombaim. Aproximaram-se em silêncio dos depósitos de sal, guardados por 400 policiais, que investiram contra eles com cassetetes. Os protestantes foram tombando, sem esboçar gestos de defesa. Cada coluna que avançava era igualmente abatida." - Wikipedia.

Neste momento você pode se perguntar, mas o que isso tem a ver com a independência da Índia? Leia o trecho abaixo publicado no dw.de :

A Marcha do Sal contagiou não só a Índia, mas comoveu a opinião pública de todo o mundo. O homem magro, de pequenos óculos redondos, pregador da resistência pacífica, conseguiu mobilizar uma grande ação de desobediência civil que levou, 17 anos mais tarde, à independência da Índia do colonialismo britânico, que havia se iniciado no século 18.
Sendo assim, podemos trazer a filosofia do Satyagraha para nossos dias e nossa realidade tupiniquim. Como? Por exemplo, se a prefeitura de nossa cidade sobe o IPTU para valores indevidos, podemos promover o não-pagamento deste imposto, em massa, até que o poder municipal (eleito numa democracia para atender aos interesses do público) reveja os valores e os atualize para algo que toda a sociedade concorde. Será um processo de amadurecimento político e democrático para toda a população.

O mesmo podemos pensar em termos de telefonia celular, por exemplo, visto que pagamos as mais altas taxas do mundo por um serviço questionável, planos de saúde, de TV paga e assim por diante. Nós, brasileiros, precisamos retomar em nossas mãos a verdadeira interação democrática e construir uma sociedade mais justa e igualitária, sem ferir ninguém, sem agressões e usando a política pacífica da não-resistência criada pelo grande mestre Gandhi. Pensemos e façamos juntos. Não há soluções prontas e definidas para o Brasil. Teremos que descobrir juntos.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Senador tucano diz que não alugará mais carro de luxo pelo Senado

23 de Agosto de 2013, 7:26, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Senador tucano diz que não alugará mais carro de luxo pelo Senado

Após reportagem do Congresso em Foco, senador afirma em rede social que o diretório estadual do PSDB, presidido por ele, é quem arcará com o aluguel de R$ 6,6 mil de um carro de luxo, revelado pelo site

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) anunciou que não vai mais pedir ressarcimento ao Senado para cobrir o aluguel de R$ 6,6 mil de um carro de luxo que usa para se deslocar por Santa Catarina. O anúncio, feito na página do Facebook “Diário de Estudante”, da garota Isadora Faber, de 13 anos, ocorre dez dias após o Congresso em Foco revelar que o Senado já havia desembolsado R$ 139.755, desde dezembro de 2011, com o aluguel de um veículo top da Kia para o tucano, sem exigência de nota fiscal. Bauer enviou um vídeo à estudante em que diz que mandará a despesa agora para o diretório estadual de seu partido, dirigido por ele desde o mês passado.


“Como fui eleito em meados de julho e a agenda começou no começo de agosto, fica difícil explicar se estou usando o carro alugado pelo Senado para atividades do Senado ou atividades do partido. Decidi que, desde início de agosto, o custo do veículo que uso não será mais ressarcido pelo Senado”, informou o senador.

Veja o vídeo:

Paulo Bauer diz que Senado não pagará seu carro de luxo

Bauer diz que considera necessário alugar um carro grande para fazer deslocamentos pelo estado com sua equipe. “O fato de ter um veículo um pouco maior, com mais autonomia, se faz necessário porque muitas vezes as viagens são a altas horas da noite, em distâncias muito grandes. Evidentemente, eu não viajo sozinho, viajo com motorista, com assessores legislativos, jornalistas, todos que integram a minha equipe se deslocam em um carro só. Às vezes, temos dois eventos num mesmo dia. O trabalho é intenso”, declarou.

Recibo

De acordo com a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o valor de compra da versão mais barata do Kia Mohave, modelo utilizado pelo senador, é de R$ 157,6 mil. O tucano afirma que aluga o veículo de uma empresa constituída legalmente para essa finalidade e que não apresenta nota fiscal porque não há exigência de apresentação de recibo. “Ela não emite nota fiscal porque a lei em Santa Catarina não exige a emissão de nota fiscal para aluguel de veículos ou de uma casa. Basta um recibo, isso é aceito tanto em Santa Catarina quanto no Distrito Federal, onde o recibo é apresentado para ressarcimento”, disse Bauer.

Responsável pela página Diário de Classe, Isadora Faber, para quem Paulo Bauer gravou o vídeo, ganhou projeção nacional após criar um espaço no Facebook com o objetivo de denunciar os problemas de sua escola em Florianópolis. Atualmente, o Diário de Classe acumula mais de 626 mil seguidores.

Nas últimas duas semanas, o Congresso em Foco mostrou como parlamentares têm alugado carros de luxo e enviado a conta para a Câmara e o Senado. Desde 2012, somente a Câmara gastou mais de R$ 31 milhões em aluguel de veículos para deputados. O recordista nesse tipo de despesa é o deputado Arnon Bezerra (PTB-CE), que gasta todo mês R$ 21,3 mil para locar cinco carros, sendo três de luxo. Já o deputado Manoel Salviano (PSD-CE) loca quatro carros, dois deles de luxo, para percorrer o Ceará. Funcionários chegaram a informar que empresa proprietária dos automóveis pertence ao próprio parlamentar. Mas depois recuaram após a identificação da reportagem. Manoel ainda pediu ressarcimento à Câmara para despesas feitas em hotel do qual é acionista.

(Publicado no Congresso em Foco)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Como a internet está arrebentando a audiência da Globo

20 de Agosto de 2013, 10:14, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Não é apenas o Jornal Nacional que perdeu um terço do público na última década.

Dias atrás circulou na internet um levantamento. Nos últimos dez anos, o Jornal Nacional perdeu um terço da audiência.

Quem ganhou? Não foi a concorrência na tevê.

Foi a internet.

Todos já notaram que a internet está matando a mídia impressa – jornais e revistas.

Mas são poucos os que estão enxergando um pouco adiante: a tevê, tal como a conhecemos, já está também no corredor da morte, sob a ação da internet.

Uma pesquisa da prestigiosa Forrest traz um dado que conta tudo: hoje, os brasileiros gastam três vezes mais tempo na internet do que na tevê.

E, dado o crescimento avassalador da internet, logo serão quatro vezes mais, e cinco, e seis – até o traço.

Não é apenas o Jornal Nacional que emagreceu consideravelmente nestes dez anos em que a internet se consolidou entre os brasileiros.

O Domingão do Faustão, em São Paulo, o mercado que é referência para o mercado publicitário, desabou ao longo dos últimos anos para 10% do Ibope.

Pouco tempo atrás, executivos da Abril entrevistaram estagiários. Foi perguntado a eles: “Quem vê o Faustão?”

Ninguém. Também foi perguntado quem lia a Veja e a Exame, e uma mão misericordiosa se ergueu.

O Fantástico é, hoje, uma ruína dominical. Nos anos 1980, seu apogeu, a audiência passava de 40%. Hoje, está na casa dos 13%, 14%. Outra ruína dominical é a Fórmula 1: perdeu metade do público de 2003 para cá.

O último reduto da Globo, as novelas, seguem o mesmo percurso.

Na década de 1980, Roque Santeiro teve, em seu pior dia, 58% de audiência. No melhor, 95%.

Dez anos atrás, Senhora do Destino teve média de 50%. No ano passado, Salve Jorge ficou em 30%.

Hoje, a Globo é notícia muito menos por sua programação do que por coisas como o esdrúxulo horário do futebol por força da novela e a supersonegação na compra dos direitos da Copa de 2002.

Resta o paradoxo da publicidade.

Mesmo com audiência em dissolução, a Globo continua a faturar absurdamente em publicidade. Mesmo o governo — sistematicamente atacado pelos medalhões da Globo em todas as mídias — colocou cerca de 6 bilhões de reais em propaganda na empresa nos últimos dez anos.

O milagre-truque se chama Bonificação por Volume, ou BV, uma criação de Roberto Marinho. É uma comissão, ou propina, paga às agências. Quanto mais elas anunciam na Globo, mais ganham. Hoje, muitas agências dependem do BV da Globo.

Mas até quando elas vão anunciar num Faustão, ou num Fantástico? Quando a audiência recuar para um dígito, que anunciante tolerará o emprego de seu dinheiro conveniente apenas para a Globo e para a agência?

Na verdade, surpreende que os anunciantes não tenham se insurgido, ainda, contra o macabro expediente do BV.

Os anunciantes encontram seus consumidores onde? No Fantástico ou na internet?

Ora, já hoje os brasileiros gastam três vezes mais tempo na internet que na tevê.

Ponhamos dez anos na frente, e com a velocidade arrasadora que a internet tomou.

Que será a Globo em 2023?

Estará viva? É possível. Mas não será sombra do que foi um dia e nem do que é hoje.

(Publicado no DCM)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



PSDB: revelações, ocultações e distorções

17 de Agosto de 2013, 9:55, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Há pelo menos cinco anos existe um novelo de indícios irregulares envolvendo o metrô paulista. A mídia corporativa jamais fez qualquer esforço para elucidá-los, apesar da repercussão internacional e da natureza pública dos contratos. Os personagens citados não receberam os menores questionamentos a respeito, sequer durante as campanhas eleitorais que disputaram (e venceram).


Agora os veículos afirmam terem “revelado” a falcatrua, arrotando pruridos éticos para evitar acusações infundadas. Primeiro, não revelaram coisa alguma. Apenas se anteciparam à divulgação inevitável de fatos que já conheciam ou deviam ter averiguado. E essa nova prudência é hipócrita, pois contraria todas as coberturas de episódios que atingiram petistas de maneira bem menos direta.

As tentativas da imprensa de encenar seu arremedo investigativo só não são mais constrangedoras do que o vocabulário empregado para aliviar a imagem dos governos tucanos. “Cartel”, por exemplo, concentra a atenção nas empresas do conluio, assim como a tática de reduzir as apurações à Siemens. Também a cuidadosa omissão do PSDB e de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin. E a divertida insistência na palavra “suspeita” pretende mergulhar um crime confesso na esfera das hipóteses.

Os próximos capítulos dessa comédia oscilarão entre o silêncio perante o óbvio inadmissível e o teatro da descoberta do óbvio indisfarçável. Em ambas as atitudes, o noticiário continuará colaborando o mínimo possível com as apurações oficiais, e menos ainda com o juízo público a seu respeito. Mas essa súbita incompetência dos veículos não deixará de ser reveladora por si só.

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..