Por questões alheias a minha vontade, não tenho conseguido acompanhar o circo armado no senado nacional.
De tempos e tempos dou uma olhada em algumas redes digitais para ver o que estão comentando.
Não me surpreende a galera de direita festejar a derrocada da Democracia, mesmo este arremedo de democracia burguesa que existe neste Brasil Feudal.
Não me surpreende o circo armado pelos meios de comunicação, nem a passividade da classe média, que se cre informada por ler Veja, assistir Jornal Nacional e consumí-los sem nem mesmo entender o que escrevem e falam.
O que realmente espanta é uma certa esquerda, que se pretende revolucionária e intelectual, estar festejando a derrocada de Dilma como se fosse um avanço revolucionário da Classe Trabalhadora.
O governo Dilma para mim sempre foi fraco e medroso. Quem acompanha este blog pôde ler aqui nossas críticas e cobranças aos estrategistas da governabilidade sem povo.
Contudo, nossa posição crítica em relação aos erros políticos cometidos nestes 13 anos de governos democrático-populares, não nos cegam, nem nos fazem raciocionar com o fígado e, muito menos, festejar um golpe imposto pela direita feudal brasileira, conhecida como Casagrande.
Como podem raciocinar com o fígado pessoas que se pretendem estudadas, intelectuais e sabedoras dos destinos da humanidade e das vontades da Classe Trabalhadora?
Como é possível confundir a luta tática e a estratégica?
Por que não admitir seu ódio e assumir que seu grande problema é constatar que um bando de operários montou um partido, o fez crescer e chegar ao governo, coisa que a dita intelectualidade de esquerda nunca logrou com toda sua sapiência?
Sim, o bando de operários e aliados quando no governo cometeu erros, mas fez muito mais pelo Brasil e seu povo que toda a intelectualidade revolucionária que nutre um profundo desprezo pelo Brasil real. O que vale para eles são apenas esquemas traçados em livros escritos lá no norte do planeta. Fora isso nada presta.
O que mais me impressiona nos supostos revolucionários intelectualóides é que eles não são capazes de entender que houve apenas um grande erro na estratégia da governabilidade sem povo. Este erro se chama desmobilização das bases (que começou muito antes da chegada de Lula ao governo em 2003) fruto da falta de investimento no processo de politização das massas. Os revolucos não criticam isso pelo simples fato de que também não praticam trabalho de base e nem colocam seus calçadinhos de grife na lama dos bairros pobres onde vive o povo.