Mais um show midiático da operação Lava-Jato, a ação político-midiática-entreguista que visa apenas vender o Brasil.
Seguimos assistindo ao mesmo espetáculo. Enquanto o cassado Cunha, o tucano Aécio (denunciado 8 vezes na Lava-Jato), o golpista Temer (denunciado 4 vezes e inelegível) e corruptos de outros partidos seguem livres, leves, soltos e, o mais importante, esquecidos pela mídia comercial, mais petistas são presos e levados a Curitiba. Desta vez Pallocci e assessores.
Infelizmente, este texto é repetitivo, assim como são as obras vergonhosas de uma operação típica de um estado de exceção, promovida por juízes militantes partidários e uma polícia política.
Não é o meu papel julgar nem defender ninguém, apenas salientar o caráter vingativo e classista da operação Lava-Jato.
Como já dissemos, eles não estão preocupados em combater a corrupção, mas matar o PT, acabar com seus líderes e evitar que durante um bom tempo a Senzala volte a ousar e querer chegar à presidência do Brasil.
É o Brasil escravocrata, intolerante e nada cordial, mostrando seus dentes e gritando: "Quem manda aqui é a Casagrande".
O que mais precisará acontecer para que o Brasil se levante e se defenda das arbitrariedades cometidas por ladrões e golpistas?
Precisaremos virar um Haiti?
Haiti
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui