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апреля 3, 2011 21:00 , by Unknown - | 1 person following this article.
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Elite Bananeira da Casagrande cumpre missão à risca

мая 17, 2016 11:55, by Bertoni

O golpe está dado e os serviçais correm para deixar tudo de acordo com os desejos do patrão

Que o golpe de estado foi consumado na madrugada de 11 para 12 de maio não é novidade para as pessoas que pensam autonomamente.

A imprensa nacional festejou e cobrou ação rápida dos golpistas. "Sem tempo a perder", dizem eles.

Em resposta, diversos movimentos foram às ruas protestar contra o golpe de estado e defender direitos ameaçados ou já cortados pelo governo golpista.

A imprensa internacional condenou o golpe no Brasil para delírio da galera antigolpista.

Mas um olhar mais cuidadoso sobre o noticiário internacional nos mostra que os jornalistas estrangeiros se esmeram em demonstrar o ocorrido no Brasil como coisa típica de uma elite retrógrada e mal formada intelectual e culturalmente, o que não deixa de ter seu fundo de razão. Porém, ao focar na especificidade da política brasileira dominada por uma elite bananeira, os coleguinhas estrangeiros parecem esquecer que Temer e sua gangue simplesmente seguem á risca as ordens dada pelo tal "mercado", esse deus que só atende a 1% da população mundial.

Todas as medidas tomadas até agora pelos golpistas visam apenas criar melhores condições para que o Capital explore os Trabalhadores e Trabalhadoras sem nenhum tipo de limite legal.

O que parece que não se percebe é que Temer e sua gangue não são, nem nunca foram, os patrões do golpe. Tão pouco a Globo, Abril, Folha e Estadão o são. Estes são porta-vozes do atraso e da colonização do Brasil. Todos são serviçais do capital transnacional que impõe ao Brasil e aos Trabalhadores e Trabalhadoras brasileiros a agenda neoliberal.

Resumindo: o capitalismo é um sistema justo, tão justo que nele só cabe 1% da população mundial.

E os golpistas só executam o que o patrão mandou para deixar o capitalismo ainda mais justinho, justinho!

Neoliberalismo 0

Leia também: Rússia investe metade de sua arrecadação em títulos do tesouro norteamericano



Rússia investe metade de sua arrecadação em títulos do tesouro norteamericano

мая 17, 2016 10:13, by Bertoni - 0no comments yet

Em maio de 2015, o Banco Central Russo retomou a política de compra de títulos do tesouro estadounidense depois de desistir da política de compras de moedas estrangeiras no mercado interno.

Uma das maiores aquisições de papéis da dívida dos EUA aconteceu em agosto de 2015, quando o BC russo comprou US$ 7,8 bilhões em títulos do tesouro gringo. Com esta operação a Rússia saltou de 22º para 15º maior credor dos EUA, detendo US$ 89,9 bilhões da dívida norteamericana, segundo dados oficiais do tesouro norteamericano.

Os investimentos russos em papéis americanos atingiram 575 bilhões de rublos em setembro de 2015, o que corresponde a mais da metade da arrecadação do tesouro russo naquele mês que totalizou 1,173 trilhões de rublos.

Os gastos do governo russo com papéis da dívida estadounidense superam em em 3,2 vezes os investimentos feitos para apoiar a economia nacional russa (que totalizaram 163 bilhões de rublos), em 1,6 vezes os gastos em programas sociais (316 bilhões), em 7,1 vezes os gastos em saúde (24,2 bilhões de rublos), em 12 vezes os gastos com educação (19,4 bilhões de rublos), em 79 vezes os gastos em moradia (6,56 bilhões de rublos) e em 865 vezes os gastos na proteção ao meio ambiente (6,56 bilhões de rublos).

Até o final do verão de 2015, o BC russo havia gasto US$ 23,4 bilhões com papéis do tesouro americano, consumindo toda a reserva de moeda estrangeira proveniente da exportação de gás e petróleo (US$ 21,4 bilhões).

O BC russo continua comprando papéis do tesouro norteamericano enquanto os 5 maiores credores dos EUA os vendem. Em novembro de 2015 a China vendeu US$ 12,5 bilhões em títulos da dívida estadounidenses, o Japão vendeu US$ 19,9, Países Exportadores de Petróleo US$ 1,9, Brasil US$ 3,7 bi, Grã-Bretanha US$ 8,9 bi, Índia US$ 2,1 bi.

Talvez estes dados nos deem dicas sobre a cautela dos países do BRICS em relação ao Golpe de Estado no Brasil...

Os 10 maiores credores dos Estados Unidos

Credor Pos. US$ Bi em
01/01/2015
Pos. U$ Bi em
01/01/2016
China 01 1270,5 01 1246,1
Japão 02 1197,0 02 1122,5
Bancos Centrais do Caribe (7 países) 03 329,0 03 351,6
Países exportadores de Petróleo (15 países) 04 293,2 04 292,5
Brasil 05 255,3 06 254,8
Grã-Bretanha 06 222,8 08 218,3
Suiça 07 222,7 07 231,9
Irlanda 08 216,4 05 264,2
Hong Kong 09 193,2 10 200,2
Luxemburgo 10 184,8 09 200,5

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Monteiro Lobato - Furacão na Botocúndia

мая 13, 2016 12:59, by Bertoni - 0no comments yet



Alexandre Garcia está certo!

мая 13, 2016 11:55, by Bertoni - 0no comments yet

Alexandre garcia sincero

Garcia está correto!

Não me xinguem.

Leiam nas entrelinhas e raciocinem comigo.

Escolhe-se ministros e juízes capazes de implantar um determinado projeto econômico, social e político ou, se preferirem, um determinado projeto de Nação.

Temer colocou a quadrilha capaz de roubar o Brasil em pouquíssimo tempo. É isso que, nas entrelinhas,  nos diz a capa da Gazeta do Povo (sic) deste 13 de maio de 2016.

Capa gazeta do povo 130516  

Errados estão os que não indicam ministros e juízes comprometidos com seu projeto político, econômico e social.

Afinal nem todo Trabalhador, nem toda Trabalhadora, nem todo Negro, nem toda Negra, nem todo Homem, nem toda Mulher, nem todo Pobre, nem todo Sindicalista, é de esquerda ou está comprometido com um projeto democrático-popular, quanto mais socialista...

Logo, Garcia está correto. A escolha de um ministro não se dá SOMENTE por gênero, classe, cor, etnia, religião, etc.

Tem que haver o componente de compromisso e consciência de classe.

Temer sabe disso e assim o fez.

Em tempo: procurei o significado de ausênsia, mas não o encontrei em nenhum dicionário ou na internet. Acho que ainda não deu tempo do Temer publicar uma MP estabelecendo a Nova Ortografia do Novo Brasil...



Zé Brasil: a questão agrária e a questão literária

мая 13, 2016 11:31, by Bertoni - 0no comments yet
zebrasil“A pobreza, a lentidão do desenvolvimento do Brasil sempre me preocupou vivamente.”

(Monteiro Lobato. O Escândalo do Petróleo e Ferro – Editora Brasiliense)

Historicamente, o desenvolvimento econômico brasileiro centrou-se no latifúndio, marginalizando os pequenos agricultores, trabalhadores rurais. Entretanto, o trabalhador rural engendra meios de resistência à ordem e à estrutura postas. O êxodo rural, a luta para se manter na terra, os movimentos grevistas e de tomada de terra e as frentes de trabalho são as formas de resistência geralmente empregadas.

Para analisar um documento como Zé Brasil, é preciso considerar não só o seu conteúdo, mas também a sua recepção, a forma pela qual se fez a sua circulação, bem como as circunstâncias que o conformaram e as concepções de seu autor. A partir disso, este artigo pretende compreender esse documento, que nos parece muito significativo, tanto pela sua ambivalência simbólica quanto pelos motivos que serão apresentados. Além disso, Zé Brasil suscita interessantes e pertinentes questões acerca de sua inserção no conjunto da obra de Monteiro Lobato e, no momento histórico no qual foi produzido.

Em 1911, Lobato foi transformado em grande proprietário rural, em decorrência da morte de seu avô, que lhe deixou como herança uma fazenda. Seus esforços e projetos para tornar rendosa a fazenda foram mal sucedidos, devido à política econômica do período, que não favorecia a lavoura. Além de problemas financeiros, Lobato se indispôs com seu administrador, por causa dos métodos empregados na agricultura. O escritor considerava o antigo hábito da queimada como economicamente fatal e retrógrado e, assim, combateu-o violentamente, em artigos publicados em jornais. Desse embate surgiu o Jeca Tatu, inserido no processo de idealização das minorias, em desenvolvimento nesse período ainda impregnado pelas concepções românticas, utilizando-as para a legitimação de um projeto político.

A partir dessa sua primeira experiência concreta com os problemas da terra e dos trabalhadores rurais, Lobato iniciou sua crítica, posteriormente retomada em Zé Brasil, último texto escrito por ele, um ano antes de sua morte, em 1948.
Há quem critique a composição descuidada e sem pretensões literárias desse seu último texto. Realmente, a linguagem utilizada é simples e direta, compondo uma pequena narrativa, na qual descreve o drama do homem do campo, do trabalhador rural que, por não possuir nada, sujeitava-se às condições impostas pelos donos da terra, representados pelo Coronel Tatuíra, e assinava contratos parciais, dando parte da produção ao arrendatário. Lobato focalizou as injustiças derivadas da exploração do trabalho do homem do campo, na propriedade alheia, injustiças estas principalmente caracterizadas pelo despejo sumário e pela espoliação pura e simples dos resultados do árduo trabalho. Essa situação é exposta, com toda sua crueza, pela voz de Zé Brasil, criada por Lobato:

Eu era ‘agregado’ lá (na fazenda) e ia labutando na grota. Certo ano tudo ocorreu bem e as plantações ficaram a maior das belezas. O coronel passou por lá, viu aquilo – e eu não gostei da cara dele. No dia seguinte me ‘tocou’ de suas terras como quem toca um cachorro; colheu as roças para êle (…) (p. 12)

Zé Brasil, tal como Jeca Tatu, é um homem subnutrido, descalço, comido pela verminose, é a figura do caipira que ressurge na obra de Lobato, já descrita nas obras Velha Praga, Urupês e Jeca Tatuzinho. No próprio texto, o autor faz alusão a esta proximidade entre as duas personagens por ele inventadas:

– Coitado deste Jéca! dizia Zé Brasil olhando para aquelas figuras. Tal qual eu. Tudo que êle tinha eu também tenho. A mesma opilação, a mesma maleita, a mesma miséria e até o mesmo cachorrinho. Pois não é que meu cachorro também se chama Jolí?… (p. 1)

Zé Brasil pode, ainda, como nos chama a atenção Marisa Lajolo, ser entendido como uma crítica ao jovem Lobato, que em 1914, à frente da administração de uma grande propriedade rural, não soubera compreender a dimensão econômica do projeto agrário brasileiro e que, nos anos 20, avança a questão, mas não chega a perceber que problemas como os das condições de saúde apenas mascaravam outros, mais concretos, da própria infra-estrutura brasileira. Zé Brasil, nessa última versão do Jeca, é o camponês sem terra, expropriado, cuja única salvação, na visão de Lobato, reside no Cavaleiro da Esperança, Luís Carlos Prestes, representado, ao final do texto, com o punho fechado, o olhar direto, o rosto erguido, como um autêntico herói. Lobato defende veementemente, no decorrer do texto, a posição de Prestes como salvador do homem do campo.

(…) _Luiz Carlos Prestes…
– Já ouvi falar. Diz que é um tal comunista que quer desgraçar o mundo, acabar com tudo…
– Quer acabar com a injustiça do mundo. Quer que em vez de um Tatuira, dono de milhares de alqueires de terra e vivendo à custa dos que trabalham, homem prepotente que fez o que fez a você…
– Que toca a gente…
– Que toca, que manda prender e meter o chanfalho em quem resmunga, haja centenas de donos de sítios dentro de cada fazenda, vivendo sem medo de nada , na maior abundância a segurança. (p.7)

A ênfase dispensada a essa idéia pode ser claramente percebida no modo como Lobato conclui o texto:

Prestes! Prestes!… Por isso é que há tanta gente que morre por êle. Estou compreendendo agora. É o único homem que quer o nosso bem. O resto, eh, eh, eh! é tudo mais ou menos coronel Tatuira… (p. 26)

Aparece também, fortemente, a noção de que o homem simples do meio rural não tem consciência, não compreende sua situação e, portanto, precisa que alguém lhe forneça o conhecimento necessário para compor a base impulsionadora da mudança.

Se sendo tão poucos os Tatuiras dominam e exploram a vocês que são milhões, isso vem duma coisa só: É que vocês não sabem! E o remédio é um só: procurar saber. No dia em que todos souberem como as coisas são, ah, nesse dia tudo começa a mudar (…) (p.23)

O aspecto e a intenção didática do texto reflete-se tanto na sua composição em forma de diálogo quanto no objetivo e na insistência em convencer Zé Brasil e os homens do campo a tomar uma posição e a crer que Prestes é realmente bom.

Jornal eu não leio, mas o Chico Vira lê e outro dia me disse que os jornais andam falando horrores do comunismo.
– Os Jornais deles, está claro que dizem horrores. Mas os jornais comunistas, ou do Prestes, êsses dizem as coisas de modo diferente. Em que vocês devem acreditar? No que dizem os Tatuiras e os jornais dos Tatuiras, ou no que dizem os homens que querem o bem de vocês, a felicidade de vocês, a segurança de vocês? Os homens que padecem por vocês, como êsse Prestes que já passou nove anos no cárcere, incomunicável, só porque em vez de se decidir pela felicidade dos Tatuiras, se decidiu pela felicidade de Zé Brasil? (p. 24)

O texto foi considerado, na época, como uma tomada de posição explícita do autor. Atacando diretamente o monopólio da terra, após apresentar soluções indiretas e paliativas para o problema agrário, como a do sistema de divisão da produção e a da condição de agregados dos trabalhadores rurais, declarava guerra aos Tatuíras.
Se a intenção do autor foi, realmente, a de colocar o problema agrário “em fraldas de camisa e ao alcance de todas as burrices”, como ele mesmo afirmou, Zé Brasil realmente acendeu a luta política. A reação se prenunciou. Logo após seu lançamento, o livreto foi apreendido, em rumorosas diligências policiais. Segundo nos atesta Cavalheiro, Monteiro Lobato exultou com esse fato, pois assim respondeu ao primeiro repórter que o procurou:

Para um escritor nada melhor que as iras da Polícia, do que o veto da Igreja, do que a condenação dos pseudomoralistas. Possuo uma experiência significativa.

Tinha razão, pois o folheto passou a ser muito procurado, mas procurado por quem? Pela população urbana, curiosa sobre a exótica população rural, ou pela própria população rural, tocada pela noção da necessidade de compreender seus problemas? Muito provavelmente pela urbana, pois, se considerarmos a taxa de analfabetismo no campo, nesse período, e o ainda incipiente sistema de distribuição de livros, constataremos que essa é a hipótese mais viável; no entanto, precisa ser melhor investigada.

Livreto, folheto ou simplesmente texto? A classificação de Zé Brasil também é uma questão delicada, diretamente relacionada ao seu conteúdo e à intenção de seu autor.

Em Zé Brasil, Monteiro Lobato afirma que “Falta uma boa distribuição das terras, de modo que se acabe com isto de uns terem tudo e a grande maioria não ter nada.” (p. 19)

A ação de Lobato é o “resultado da tensão entre os objetivos perseguidos por ele e as condições de conjuntura e de estrutura do País – conjunturas e estruturas foram possibilidades e limitações à ação”. E sua ação se realizava, primordialmente em seus livros, em suas obras. Ele via os livros como pontos inspiradores para novas interrogações, nunca como instrumentos de imposição de juízos definitivos.

Em suma, ainda que tenha exposto o problema do homem do campo e a questão da reforma agrária, ele mantinha e reafirmava a visão do homem rural – o camponês como um sujeito à margem da História – não inserido socialmente. Nesse sentido, em vez de regenerar a figura do camponês, ele reforça a idéia de que este necessita de uma vanguarda, de um líder, de um herói (nesse caso, representado por Prestes) que leve a consciência até esse homem, generalizado na figura do Zé Brasil, ou, antes, na do Jeca Tatu. Assim, além de esvaziar a possibilidade de consciência política na área rural, reafirma a idéia do campo como o local do ócio, da miserabilidade, da incapacidade do homem do campo refletir e solucionar seus próprios problemas.

No ano seguinte, o texto foi republicado pelo Calvino Filho Editor, RJ, com ilustrações de Cândido Portinari. Segundo Cavalheiro, essa edição, ao contrário da primeira, é “um primor gráfico”.

Zé Brasil é um texto que certamente merece um estudo mais aprofundado. Procuramos, aqui, neste pequeno artigo, apenas compreender as condições de sua produção e seu conteúdo, por meio da análise das questões agrária e literária e a inter-relação entre elas.

Não há como negar, após a leitura do texto, que Lobato estava atento ao problema da reforma agrária no País. Entretanto, ainda que estivesse imbuído de “boas intenções”, em vez de reabilitar a figura do homem do campo, ele apenas reforçou o pensamento de sua época, destacando a idéia de fragilidade e de incapacidade desse homem, ou seja, não avançou nem teoricamente, na compreensão do problema, nem forneceu possíveis soluções decorrentes de uma análise crítica baseada na consciência da realidade. O próprio Lobato não se resolve, contrariando com ações as suas posições, e vice-versa.

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RACHEL DUARTE ABDALA possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1999) , graduação em Licenciatura em História pela Universidade de São Paulo (1999) e mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (2003). É doutorando em História pela USP e professora na Universidade de Taubaté.



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