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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 1 person following this article.
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O Estado de Direita no Brasil

12 de Março de 2018, 16:26, por Bertoni

Enquanto acreditarmos em papai noel...

Enquanto acreditarmos que a Casagrande cumpre acordos e respeita Constituição...

Enquanto acreditarmos que basta fazer política identitária sem levar em consideração a luta de classes...

Enquanto acreditarmos que no Brazil escravocrata existe justiça e um estado de direito democrático...

Haverá reuniões na calada da noite e charges magníficas que tão bem as retratam...

Com supremo com tudo



Angola Janga: como os quilombolas de Palmares se referiam ao seu território

3 de Março de 2018, 20:50, por Bertoni

Angola janga capa

O Quilombo dos Palmares, um dos principais do período colonial brasileiro, é descortinado poeticamente no livro Angola Janga, lançado em 6 de novembro. Por meio dos quadrinhos, o ilustrador Marcelo D'Salete desenha e narra a história de personagens negros como Zumbi, Antônio Soares, Ganga Zumba e Ganga Zona. Principal liderança do quilombo, Zumbi morreu em 20 de novembro de 1695. A data é comemorada anualmente como o Dia da Consciência Negra.

Após se dedicar à temática racial em Encruzilhada (2016) e Cumbe (2014), D'Salete revela em sua nova obra como os quilombolas de Palmares resistiram ao sistema da casa-grande. Um tema importante para a afirmação da população negra, pobre e quilombola no atual cenário de ataques às minorias. “Essa não garantia de direitos, ainda mais hoje sob o golpe, mostra mais uma faceta de como a nossa história é violenta. E continua sendo. A gente precisa conhecer, aprender e se organizar contra isso.” Confira a seguir a entrevista com o autor:

CartaCapital: Por que o senhor escolheu o título Angola Janga?
Marcelo D´Salete: O livro é sobre o antigo Quilombo dos Palmares, antes conhecido como Mocambo de Palmares. Eram mais de dez mocambos espalhados na Serra da Barriga. Um dos nomes que eles, os palmaristas, utilizavam para falar de Palmares era Angola Janga, que significa "pequena Angola". Vem de uma língua do tronco banto chamada quimbundo. Este é um livro que fala sobre esses grandes mocambos do Brasil do século XVII e conta um pouco o que aconteceu por lá nas últimas décadas do conflito.

CC: Foram 11 anos de pesquisa. Quais foram os desafios de investigação de imagem e de registro histórico para tratar de uma parte da história repleta de incertezas, e até vítima de certo esquecimento?
MS: Foi importante pesquisar historicamente o período para falar de Palmares em Angola Janga, para recuperar essas histórias. Há algumas descrições interessantes em texto e, quanto à imagem, existem alguns artistas, tais como Frans Post e Albert Eckhout, que estiveram na região de Pernambuco no século XVII e fizeram retratos de pessoas e das paisagens.

Foi muito importante também ter pesquisado no Museu Afro Brasil. Eu trabalhei lá durante um tempo. Conhecer um pouco da história desses povos a partir da fotografia ou de obras de arte ajudou muito a pensar em como criar essa história a partir de imagens. No meio dessa pesquisa, iniciada em 2006, acabaram surgindo outros livros, como Noite e Luz e Encruzilhada, e só comecei a me sentir à vontade para começar a fazer os esboços de Angola Janga por volta de 2010, tudo isso para conseguir ter todo esse apanhado de imagens, de referências, para tornar isso interessante na forma de histórias em quadrinhos.

CC: Estima-se que o Quilombo dos Palmares reuniu mais de 20 mil quilombolas na segunda metade do século XVII. Quais foram os fatores desse crescimento?
MS: Por volta do ano 1600, Palmares cresceu muito. Algumas pequenas expedições que foram até lá lutar contra os palmaristas não conseguiram destruir os mocambos, porque eram vários e estavam espalhados em muitas regiões. A distância era de mais de 30 quilômetros separando um mocambo do outro. Era muito difícil atingir todos. Quando ocorreu a ocupação do Recife e de Olinda pelos holandeses em 1630, muitos desses africanos escravizados aproveitaram o conflito entre portugueses e holandeses para fugir para Palmares.

Entre 1630 e 1654, Palmares cresceu ainda mais, chegando a ter mais de 20 mil habitantes. Macaco, que era o principal Mocambo, a capital de Palmares, tinha cerca de 6 mil pessoas. Incrível se compararmos com o Recife, que, por volta de 1650, tinha algo em torno de de 8 mil pessoas. Era realmente outro Estado quase independente na Serra da Barriga. Milhares de negros escravizados fugiam para conseguir ser livres e ter uma autonomia muito maior para decidir sobre suas próprias vidas. Eram pessoas que estavam procurando outra forma de se relacionar com aquele espaço, muito longe do que seria a lógica colonial da escravidão.

CC: Partindo dessa ideia de nação, quantas Áfricas havia dentro de Palmares?
MS: Eram povos que falavam quimbundo, ovimbundo, umbundo, várias outras línguas que influenciam muito o nosso português. Nossa língua tem uma presença muito forte de palavras de origem do quimbundo e do banto, que muitas vezes a gente não tem consciência, tais como marimbondo, quindim, moleque etc. São palavras que vêm dessas origens, dessa história. Tentei trazer isso um pouco para o livro a partir desses termos de origem banto, tentando relacionar também com algumas coisas que aconteciam na região de Angola naquela época.

CC: Poderia dar um exemplo?
MS: No Reino de Matamba, por exemplo, no século XVII, lá em Angola, havia conflitos entre portugueses e a rainha Nzinga. Ela enfrentou os portugueses em várias batalhas. Em algumas ela ganhou, em outras perdeu. Temos notícias de que muitos dos guerreiros dessa rainha vieram para o Brasil e podem ter chegado, inclusive, à região de Palmares. Relacionar um pouco essas histórias dos dois lados do Atlântico foi a intenção do livro. E também trazer elementos dessas culturas, principalmente do Congo e de Angola, como os símbolos sona, que são dos tchokwe. Esses são desenhos feitos na areia acompanhados por histórias e provérbios.

CC: Por que contar a história do Quilombo dos Palmares?
MS: Palmares é uma história em que os protagonistas são protagonistas negros. Homens e mulheres procurando ali mais autonomia sobre suas vidas. Isso é muito importante. Essas histórias, essas narrativas com personagens negros em primeiro plano, falando sobre suas angústias, suas procuras, suas dúvidas, ainda é algo não muito visível para grande parte do público brasileiro.

Penso que isso é uma estratégia de discriminação muito forte – não dar identidade para aquelas pessoas. Mesmo no pós-Abolição, a gente viveu um momento de verdadeira subcidadania para grande parte da população negra e pobre do País. E essa subcidadania ocorre muito a partir dessa ideia de não dar, de fato, humanidade para essas pessoas, não compreendê-las como indivíduos. Não entender essas pessoas, de fato, como seres humanos, com suas vontades, com seus medos e seus problemas. Penso que o livro pode fomentar uma discussão sobre o nosso passado, e sobre a história do negro no Brasil.

CC: Além de Zumbi, que outro personagem de Palmares você destacaria?
MS: Um personagem importante em Angola Janga é Antônio Soares, um dos homens de Zumbi. A história é muito contada a partir da perspectiva dele. Existe apenas um documento da época que fala sobre Soares, no fim da saga de Palmares. Ele foi um dos últimos homens próximos de Zumbi. Essa foi uma história interessante de se imaginar.

CC: Como você aborda os conflitos entre o poder colonial e os palmaristas?
MS: Havia tentativas de negociação entre os quilombolas e o poder colonial. Isso aconteceu com Ganga Zumba, antigo líder de Palmares. Em 1678, ele fez um acordo com o poder colonial, com a Coroa. Ganga Zona, que era irmão de Ganga Zumba, foi um grande negociador naquele momento. Houve, então, uma grande cisão entre quem queria ir para Cucaú, os partidários de Ganga Zumba e Zona, e quem permaneceria em Angola Janga, em Palmares. Tentei mostrar um pouco desse conflito no livro, acho que é um elemento interessante para tratar do conflito.

Tentei trazer ali um pouco do objetivo de cada um desses personagens para agirem daquele modo. Palmares também era um espaço extremamente bélico, militarizado. Até porque, anualmente, havia expedições luso-brasileiras tentando destruir aqueles mocambos. Então eles precisavam ser muito articulados e precisavam ser muito aguerridos para lutar contra essas investidas. Trabalhar com esses elementos e tentar construir esses personagens a partir disso foi algo bem interessante e é um pouco do que o livro traz.

CC: Existe alguma relação entre os quilombos de antigamente e os que resistem até hoje?
MS: Penso que sim. Palmares não foi o único quilombo, o único grande mocambo aqui no Brasil. Na verdade, existiram muitos outros, tanto naquele período quanto nos séculos seguintes também. São quilombos com histórias bem diferentes. Mas tem ali um elemento em comum: essas pessoas procuraram se articular em grupo e constituir um espaço onde eles decidem como será o trabalho e como será a divisão desse trabalho. Isso sem esse modo tão hierárquico, e totalmente baseado na violência, que foi a escravidão.

CC: Como o senhor analisa as atuais decisões dos governantes em relação aos quilombos?
MS: Os quilombos contemporâneos estão ameaçados por grandes fazendeiros e empresas. Não à toa, eles tocam em algo que no Brasil é nevrálgico, a divisão da terra. O pós-Abolição não trouxe garantia de que esse libertos teriam terra e trabalho.  Neste ano houve um aumento grande dos conflitos em quilombos e também em aldeias indígenas. E isso acontece por quê? Por causa de um governo ilegítimo e também devido às investidas desses grandes empresários contra essas populações que estão em uma situação mais frágil. Mas, logicamente, enquanto grupo, a gente pode lutar contra isso.

Essa não garantia de direitos, ainda mais hoje, sob o golpe, mostra mais uma faceta de como a nossa história é violenta. E continua sendo violenta. A gente precisa conhecer, aprender e se organizar contra isso.

Leia também:
Mulheres quilombolas e o direito à terra
Quando Zumbi chega

Fonte: CartaCapital



Uber: Motoristas escravos ou felizes e cegos demais para a realidade de prejuízos certeiros

3 de Março de 2018, 20:05, por Bertoni

Argumentos diversos não faltariam para descrever os problemas que os motoristas estão enfrentando após ingressarem na UBER.

Uber no dos outros é refresco

Por Flávio Sodré

Como já foram escritos artigos sobre o tema, com base de cálculos quanto aos custos fixos e variáveis, de forma direta seguem as respostas:

Há vantagens em dirigir para a UBER? Não.

Há lucro líquido justo? Não, apenas prejuízo. Duvidosas as bases de cálculos dos que afirmam que há lucros, mesmo com veículo quitado.

Há vantagens em financiar para entrar na UBER? Não.

Há vantagens em alugar um veículo para dirigir para a UBER? Não.

Precisamos da UBER para transportes de passageiros? Não.

 Custos fixos – 14 horas (caso não haja muito tempo de espera por passageiros), e 26 dias de trabalho, com corte de alguns itens publicados no primeiro artigo UBER – compensa ser motorista?.

Propostas realistas atualizadas de quem dirige na Uber[1]

Ganhos semanais do motorista Uber X e Black: variação média R$ 1.112,00. Em alguns casos, e de forma esporádica, pode-se chegar a R$ 1.400,00. Com excesso de motoristas, ocorrem muitos minutos ou horas de espera por passageiros.

CUSTOS

DIA

MENSAL

ANUAL

Seguro APP (Passageiros)

 

 

R$ 84,50

Seguro anual do veículo; categoria “Táxi” / Transporte de passageiros por aplicativo

 

 

R$ 2.900,00 a R$ 3.700,00, dependendo da seguradora.

Alimentação

R$ 16,00

R$ 416,00

R$ 4.992,00

Água para passageiros (copo, 48 unidades)

 

R$ 19,50 (x2) = R$ 39,00

R$ 468,00 

Balas

 

R$ 12,00

R$ 144,00

Pacote de dados 3G/4G

 

140,00

R$ 1.680,00

Óleo e filtros

 

R$ 320,00, a cada 45 dias

R$ 2.560,00 – 8 trocas de óleo para 10.000 quilômetros

Lavagem completa e outra, simples

R$ 35,00 (por semana)

R$ 140,00

R$ 1.680,00

Combustível

R$ 85,00

R$ 2.210,00

R$ 26.520,00

IPVA

 

 

 

DPVAT

 

 

 

Mecânico

 

 

 

Futuras batidas

 

 

 

Futuras multas

 

 

 

Saúde do motorista

 

 

 

OBSERVAÇÃO: 

O seguro contra roubo, incêndio, colisão e enchente deve ser semelhante ou categorizado igual à categoria de “Táxi”; do contrário, em caso de acionamento do seguro, não haverá cobertura por parte da seguradora. Então, cuidado ao dirigir o veículo categorizado como “Passeio”.

Partindo-se da tabela anterior, foram divididos todos os custos em 12 vezes. Assim:

CUSTOS

MENSAL

Seguro APP e seguro do veículo

R$ 315,375

Alimentação

R$ 416,00

Água para os passageiros (copo, 48 unidades)

R$ 39,00

Balas

R$ 12,00

Pacote de dados 3G/4G

R$ 140,00

Óleo e filtros

R$ 213,33

Lavagem completa e outra, simples

R$ 140,00

Combustível

R$ 2.210,00

IPVA

 

DPVAT

 

Mecânico

 

Futuras batidas

 

Futuras multas

 

Saúde do motorista

 

TOTAL

R$ 3.485,71

Cabe ressaltar que não constam nesse cálculo IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), DPVAT (Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), futuras batidas ou multas, custo com a saúde do motorista e a manutenção básica do veículo – a saber, pastilhas ou discos de freios, coxins, pivô suspensão, amortecedores, limpeza de radiador, carga de gás do ar-condicionado, higienização, pneus, velas, alinhamento, balanceamento, cambagem, bateria, sistema de partida eletrônica.

Muitos itens são trocados duas vezes ao ano (considerando 100.000 quilômetros), ou quatro (para os veículos compartilhados), tais como pneus, amortecedores, velas, pastilhas de freio, alinhamento, balanceamento, cambagem. Teremos, assim, um valor superior a R$ 5.000,00, ao incluirmos os gastos não calculados.

A UBER Black tem custos fixos elevados, considerando os veículos de luxo. Apesar de o rendimento ser maior que a categoria UBER X, o lucro líquido assemelha-se aos dados propostos.

Muitos motoristas que ingressam na UBER não percebem que seus veículos, em até um ano, desvalorizam drasticamente pela quilometragem rodada. Por dia, em média, são rodados 250 quilômetros, em jornada de 14 horas. Caso o automóvel seja compartilhado, em 24 horas, terá rodado pelo menos 500 quilômetros. Assim, em um ano, teremos um carro com média de 70.000 quilômetros para um único motorista, e até 160.000 com o compartilhamento, circulando com ou sem passageiros.

 O programa MOMENTUM PARTNERS AWARDS foi criado para que haja um vínculo maior ou duradouro com o motorista, permitindo descontos em redes credenciadas para manutenção do veículo no geral, troca de pneus, lavagem e higienização, troca do aparelho celular, descontos em pacotes de dados com operadora de telefonia, dentre outros, porém não tem surtido efeito para equilibrar os gastos fixos e variáveis do  veículo, o que leva muitos motoristas a desistirem de circular pela cidade.

Quando as manutenções tornarem-se frequentes, o valor líquido médio de uma semana de trabalho irá se tornar insuficiente. Vejamos: R$ 1.112,00 x 4 - 3.485,71 =  R$ 962,29 (média bruta recebida, multiplicada por quatro semanas, menos os gastos fixos). Esses valores levam em consideração um veículo totalmente sem dívida; porém, muitos motoristas tiveram de trocar seus carros quando havia regras e modelos específicos para ingressar na UBER, 01 de fevereiro de 2016. (atualmente, não mais). Outros financiaram os veículos 100%, encurralados pela crise e pela oportunidade de trabalho escassa. Assim sendo, temos financiamentos médio de R$ 30.000,00, com juros de 1,90%, mais prestações, para esse exemplo, de R$ 842,27, em 60 meses. Portanto, atinge-se o valor de R$ 962,29 - R$ 842,27 = R$ 120,02 (lucro líquido menos a prestação do veículo financiado). Lembramos ainda que não foi considerado, nesses cálculos, o valor de manutenção de itens básicos, já mencionados.

Portanto, os valores praticados pela UBER são insuficientes para manter a boa qualidade de serviço.

[1] Fonte – Administradores.com.br, Uber – compensa ser motorista?, disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/uber-compensa-ser-motorista/94227/>, acesso em: 01 de ago 2016. Texto adaptado e atualizado com os novos valores de rendimentos dos motoristas/parceiros.

Com esses dados atualizados, comparados à primeira publicação do artigo, em março de 2016, percebe-se que os motoristas não são mentirosos quando afirmam que não há lucros e que é IMPOSSÍVEL ganhar algum valor como RENDA EXTRA. Quem GANHA é a UBER. Aparentemente, no país, autoridades não querem ENXERGAR a verdade para punir tal atitude da empresa, desleal e mentirosa.

Considerando as verdades expostas, a UBER age como se todos fossem mentirosos, exceto ela mesma.

Matéria da “Folha de São Paulo”, dia 24 de julho de 2016, acessada em 27 de julho de 2016, Efeito Uber reduz preços, mas leva motorista a trabalhar por quase 24h, disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2016/07/1794373-efeito-uber-reduz-precos-mas-leva-motorista-a-jornada-de-quase-24h.shtml>.

 “O Uber não é um aplicativo, mas uma empresa de transporte de passageiros, que oferece serviços a clientes, por intermédio de motoristas cadastrados. Os clientes, no caso, são do Uber. A exploração do trabalho no Uber é ainda pior, pois o controle se dá por programação. A empresa controla o tipo de carro, a forma de conduzir, o modo de se portar, o uniforme e a tarifa a ser cobrada. Tem total controle dos trabalhadores por meio do sistema de “cenouras e porrete”. Ou seja, de prêmios e castigos.” Fonte: O Dia – Opinião, dia 24 de maio de 2016, acessada em 27 de julho de 2016,  Rodrigo Carelli: O Uber, os táxis e a exploração dos motoristas, disponível em: <http://odia.ig.com.br/opiniao/2016-05-24/rodrigo-carelli-o-uber-os-taxis-e-a-exploracao-dos-motoristas.html>.

"Mais uma vez, a forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar.”

“Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.”

 (Rio de Janeiro,  23/08/54 - Getúlio Vargas) - Fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/vargas.htm (Trechos da segunda carta de Getúlio Vargas)

Getúlio Vargas já lutava contra os interesses internacionais em sua época, que jamais visavam ao interesse e à liberdade da sociedade. E a sociedade era enganada com manipulação das informações ou com a opinião pública, além dos meios de comunicação que, com grande probabilidade de acerto, recebiam propinas para não publicarem a verdade, coagidos com a cassação de licença e direito de exercer as atividades.

Seremos estrangulados sempre que houver inovações e empresas estrangeiras envolvidas em qualquer segmento em nosso país. Eis a UBER com um aplicativo de transporte, que não se denomina empresa de transporte, nem vende a licença de seu aplicativo exclusivamente para empresas de transporte de passageiros, quer sejam públicas, quer privadas. Dominou o mercado, manipula os governos com mentiras, escondendo dados sobre suas atividades visto que tudo o que gerencia não está em poder dos órgãos públicos, e não há qualquer motivação das autoridades de fazê-lo. A empresa ainda reivindica direitos sobre suas atividades que não podem ser taxadas de desleal e predatórias; pratica a queda de preços, dumping, para exterminar os concorrentes – táxis e empresas de transportes executivos. Para ter privilégios e autonomia de atuação em São Paulo, maior cidade da América Latina, “convidou” ou “contratou” o sobrinho do Prefeito Fernando Haddad para a Gerência Operacional. Coincidência ou não, a imposição por decreto de aprovação na cidade comprova que há muito mais do que apenas inovação ou meio de descongestioná-la. Não se importar com os taxistas e demais setores existentes (empregos) para defender uma empresa multinacional não difere do que Getúlio Vargas referenciou em sua carta. Já existem empresas nacionais que possuem aplicativo com as mesmas funcionalidades da UBER; portanto, não precisamos mais dela operando no país.

Mesmo com esses dados, infelizmente há muitos motoristas contaminados com a proposta da UBER. Assim, não percebem, até caírem no precipício, que é enganosa e continuam a difundir, nas redes sociais, convites para o ingresso de novos parceiros à empresa, como motoristas ou passageiros, “GANHANDO” dinheiro apenas com as indicações, de preferência de motoristas cegos à roda da precipitação de uma proposta que deveria ser de emprego e, não, de escravidão e de autodestruição de si mesmos e de seu bem material, o veículo.

Como últimas palavras... Foram enviados alguns e-mails com questionamentos à UBER, devido à parceria estar causando prejuízos, mesmo com o programa de fidelidade, o MOMENTUM PARTNERS. As respostas permitem a compreensão dos objetivos da empresa no país. Mesmo afirmando que teve prejuízo e que queria “ganhar” dinheiro dirigindo, e não indicando amigos para dirigir ou andar de UBER, a sugestão foi “continue dirigindo”.

Email 1 (com imagens das publicidades da empresa)

Email 2 - completo

Veja também:

Uber – compensa ser motorista? - 16 de março 2016

Uber e a ilusão dos lucros de até 7 mil - 28 de março de 2016

Uber e a prática de dumping – Projeto de Lei 01-00421/2015 - 05 de maio de 2016

NOTA: Este artigo foi elaborado em conjunto a motoristas UBER ativos, com seus veículos na rua, circulando por muitas horas - UBER MOTORISTAS FACEBOOK BRASIL, concluído em 01 de agosto de 2016.

Fonte: administradores.com.br



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