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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 1 person following this article.
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Para refletir e debater (11): Praça Tahrir, Parque Gezi: próxima estação Avenida Paulista?

19 de Junho de 2013, 8:55, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Artigo sugerido por STIAU-CUT


Claro, não estamos numa ditadura, não vivemos num país tão miserável como muitos, a taxa de desemprego é a menor da história, contudo o apelo de um pequeno grupo contra o aumento das tarifas públicas dos transportes urbanos ecoou em milhares e milhares de pessoas no Brasil. Estamos mesmo falando de ônibus?

Após as manifestações iniciadas em Túnis, em 2010, e que se propalaram por todo o Oriente Médio ao longo de 2011, alcançando dois pilares de poder regional – a partir da Praça Tahrir, no Egito, para todo o país e da Praça Thaksin/Parque Gezi, na Turquia, – a noção de “primaveras” enquanto movimento popular, de alto grau de espontaneidade, ausência de uma liderança única e intensa ramificação social tornou-se a nota maior do cenário político contemporâneo. E, claro, o uso massivo dos novos meios eletrônicos, como as redes sociais e as mensagens gratuitas de celulares.

O Brasil vive, hoje, as vésperas de sua primavera?

Quando os primeiros incidentes entre populares e policiais se deram, em dezembro de 2010, em Túnis, aquele país era uma ditadura tradicional, ancorada em forte aliança ocidental – em especial com a França – e um destino “pacífico” e acolhedor para milhares de turistas europeus.

A mídia e os serviços de inteligência ocidentais descartaram, de pronto, a capacidade de mobilização popular e, ainda mais fortemente, qualquer possibilidade de derrubada de uma ditadura que dava os primeiros passos em direção a uma abertura. Quando os mesmos sinais – sintomaticamente marcados pela violência policial gratuita e massiva – chegaram ao Cairo e Alexandria, a maioria dos especialistas afirmou que “O Egito é diferente”. Depois de semanas de resistência, não só na Praça Tahrir, a velha cleptocracia de Hosni Mubarak foi derrubada.

O mesmo vento varreu regimes “sólidos” na Líbia, criou graves incidentes, detidos com mão de ferro, no Bahrein e no Kuwait; gerou uma mudança de poder no Iêmen e lançou a Síria – onde um domínio familiar se reproduzia – numa devastadora guerra civil ainda em curso.

Por fim, chegou a vez da “sólida” Turquia. Trata-se de Um pais de mais de 73 milhões de pessoas, com um crescimento econômico invejável, e um ( mais uma vez!) “sólido” governo republicano e democrático, saído das urnas com cerca de 50% dos votos por três períodos consecutivos ( Recep Erdogan é “premier” desde 2003). No caso turco as análises se emaranharam: trata-se de um país democrático, malgrado seu forte déficit de respeito aos direitos humanos – em especial em relação a minoria curda – e com eleições relativamente legítimas e com uma imprensa atuante.

Neste caso não , deveria haver uma “Primavera Turca”, dirigida contra as ditaduras tradicionais. Mas, por um motivo considerado politicamente menor – a defesa das árvores dos parques da Praça Thaksin e Gezi – milhares e milhares de pessoas revoltaram-se contra seu governo legalmente estabelecido. Em face da brutal violência policial, a revolta alastrou-se pelo país.

Temos que fazer uma pausa e, ao mesmo tempo, um paralelo com o caso das manifestações dos últimos dias no Brasil.

Claro, não estamos numa ditadura, não vivemos num país tão miserável como muitos, a taxa de desemprego é a menor da história, contudo o apelo de um pequeno grupo contra o aumento das tarifas públicas dos transportes urbanos ecoaram em milhares e milhares de pessoas no Brasil.

Estamos mesmo falando de ônibus?

Não há a menor dúvida que o transporte urbano – praticamente todo ele privado no Brasil – é uma vergonha nacional. Os veículos são sujos, quentes, desconfortáveis, não obedecem qualquer sinalização de transito, paradas ou horários. São superabundantes nas linhas nobres – como na Zona Sul do Rio de Janeiro – e raríssimos nas ligações dos centros com as periferias urbanas. Muitas vezes, vezes demais, um trajeto básico de um trabalhador, de um estudante ou um funcionário consome no mínimo duas horas de ida e duas horas de volta para casa, tornando o descansa merecido mais curto e menos restaurador. Defeitos, enguiços, assaltos – e mesmo estupros – são comuns em ônibus e trens urbanos.

E, além de tudo, o transporte é caro.

O número de passageiros transportados em ônibus em São Paulo, entre 2004 e 2012, passou de 1.6 bilhões para 2.9 bilhões de passageiros. Contudo, a frota de ônibus diminuiu, aumentou o desconforto, os atrasos e os defeitos. Pior de tudo, o preço das passagens, nestas mesmas condições, aumentou, passando de R$1.70 para os pretendidos R$ 3.20.

Mais ainda: os transportes urbanos estão nas mãos de um pequeno grupo de empresários profundamente vinculados aos vereadores e prefeitos das cidades, de cujas campanhas são, regularmente, financiadores. As planilhas de custo são secretas e não há quaisquer mecanismos de controle de passagens, passageiros ou faturamento.

A economia do país cresceu, mesmo passando por uma período de marasmo, e nada foi feito nas grandes cidades para melhorar os meios de transporte. Até aqueles que eram razoavelmente bons – barcas e metro no Rio de Janeiro, por exemplo – pioraram imensamente. Os trens no Rio e o metro em São Paulo, com paradas frequentes, tornaram-se verdadeiros vagões de transporte animal, muitas vezes cenas de degradação e humilhação dos passageiros.

Mas, o que mudou? Aparentemente os gestores públicos, em primeiro lugar prefeitos e governadores, seja no Rio, em Sampa, em Porto Alegre ou BH, não acreditaram, nem um pouco, que este seria um problema. Nas últimas eleições, transporte esteve bem abaixo dos temas de saúde e educação na pauta da propaganda política. No âmbito federal, que jogou pesado para trazer para o país os chamados megaeventos, havia uma promessa que a contraparte “social” das Copas e das Olimpíadas seriam os serviços e equipamentos sociais que as cidades herdariam. E aí? Na verdade, depois de atrasos, bate boca entre autoridades e planos mirabolantes para estágios, a Copa das Confederações começou sem que o chamado “em torno” tivesse, realmente, quaisquer melhorias. Rios de dinheiro foram gastos, estão sendo gastos e serão gastos em estádios que são vendidos por alto preço e dos quais o povo se mantém distante. Para estes os telões no Terreiro do Samba ou na Avenida Paulista.

Não houve herança social, não vai haver, houve, sim, um logro.

Quem vai às ruas?

Ora, os protestos que começaram com o apelo do “Movimento Nacional contra o Aumento das Passagens” e rapidamente conseguiu o apoio de partidos menores, como o PSTU, o PSOL e A Causa Operária, antenados e capazes, com eficiência, de detectar os sentimentos dos grupos populares. Não são eles os autores e os líderes das amplas mobilizações de hoje (17/06/2013), mas foram capazes de perceber o amplo potencial de cansaço e de insatisfação da população.

Somos uma democracia? Sim! Temos quase o pleno emprego? Sim! Mas, isso não basta.

O novo, o que caracteriza as amplas e massivas demonstrações de ruas em Porto Alegre4, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e no fantástico espetáculo da “tomada” de Brasília nesta noite ( sem esquecer as pacatas Maringá ou Niterói) foi o sentimento acumulado, represado, e que não dá mais para conter de que os gestores públicos, os políticos, não representam mais a maioria das pessoas comuns, com sentimentos comuns e necessidades comuns.

No Rio de Janeiro foram às ruas os estudantes, universitários e secundaristas. Pobres, pagantes de passagens? Isso não importa neste caso. Eu mesmo fui às ruas, na mesma Cinelândia, protestar contra a Guerra do Vietnã, em 1972, e nunca fui vietnamita! Foi às parcela da classe média, esmagada por impostos, tri-tributada, sem condições de pagar os altos alugueis do Rio ou os planos de saúde em todo o país. Foram as ruas, o que é fácil, posto que já estavam nas ruas – moram nas ruas! – os cerca de cinco mil sem-teto do Rio de Janeiro. Estes desistiram de buscar a grana para pagar as passagens. Moram nas ruas. Cozinham no largo de São Francisco e fazem da Praça XV de Novembro seu próprio banheiro.

Foram jovens, de boina ninja ou camisetas usadas como véus árabes, anarquistas, com sprays de tinta. Picharam paredes com seus grandes “A” ( de anarquia) e, infelizmente, detonaram, no caso do Rio, patrimônio histórico que pertence à história da nação. Contudo, a massa de pessoas que queriam uma manifestação pacífica lá estava e pedia: “Violência, não!”. Foi inútil, é uma pena. Amigos, alunos, desconhecidos ficaram presos em prédios e perderam a possibilidade de voltar para casa – claro, não havia mais ônibus. Muitos, muitos mesmo, dormirão hoje (ontem) em seus escritórios, salas e corredores.

Alguns, com violência, aqui no Rio, aproveitaram para roubar trabalhadores, aqueles que quase nada tem e não podem contar com cartão automático ou pegar taxis. Ainda uma vez, uma lástima.

E o senhor, o que faz?

Vamos esperar. Ver, ouvir e exigir: o exemplo de São Paulo – ao menos até este momento, 23:02 horas de 17/06/2013, foi bonito, altamente político e de forte impacto – melhor que o Rio, mas rico e fértil do que em Porto Alegre, com aquele imensa procissão atravessando a Ponte Estaiada. A invasão do Congresso Nacional – afinal, a casa do povo! – foi emblemática. Sem violência, sem provocação e sem destruição de patrimônio histórico. O que os líderes do Congresso Nacional farão? O que dirá o excelentíssimo deputado Renan Calheiros?

O que o PT fará? Por tanto tempo oposição, por tanto tempo sem oposição à esquerda, o PT tornou-se telhado e as pedras estão em outras mãos. O PT deve reconhecer que não tem ( mais?) o monopólio do campo da esquerda. Que fez alianças demais e com gente que não devia: pode-se fazer alianças com o deputado Roberto Jeferson, com o ex-governador Moreira Franco ou com os bispos da Assembleia de Deus sem consequências?

Pode o PT calar-se, fingir que não via, quando na “calada da noite” ( dos corredores de Brasília) se permitiu a eleição de Bispo Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos? Ok, a governamentalidade, o equilíbrio e continuidade do “projeto” são os objetivos maiores. Posso aceitar até isso... mas, abrindo mão da condução política do “Projeto”, esquecendo do “PROJETO” inicial de ser um partido de novo tipo e esquecendo seu papel de pedagogo político da Nação? O PT se forjou nas ruas, nas universidades e nas fábricas: são as ruas que devem corrigir o curso de um projeto concreto, popular, includente e sem alianças e concessões que maculam a pedagogia política.

Atenção, a próxima estação: Brasília.

Autor: Francisco Carlos Teixeira (professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro)
Fonte: Carta Maior, 18/06/2013



Para refletir e debater (10): Nada muda se não mudar os processos produtivos!

17 de Junho de 2013, 21:00, por Bertoni - 22 comentários

Por Sérgio Bertoni

Os protestos realizados nas duas últimas semanas em várias cidades do país abriram um grande debate na sociedade sobre a validade, necessidade, legitimidade e objetivos do movimento.

Na série que publicamos aqui no blog, com 10 artigos de 10 autores diferentes, tem o objetivo de estimular o debate, coisa que em minha humilde opinião está no cerne de todos os protestos, ou melhor, a falta de debate nos últimos 20-25 anos criou uma angústia, uma ansiedade que agora explodem e vem à tona para espanto de alguns e regozijo de outros.

Sem dúvida há vários interesses tentando tomar conta do movimento e "dar o norte" para o mesmo. Mas nem todos ainda entederam que essa coisa de "dar norte", "dar rumo", "dar direção" é coisa de um passado centralista, vertical e autoritário, presente na direita nacional e, infelzimente, em alguns setores de esquerda também.

Mudanças são processos e não milagres

As manifestações que acontecem por todo o Brasil são importantes para o processo democrático e para a reflexão coletiva.

É verdade também que tem gente cantando vitória antes da hora, esquecendo-se que as mudanças são processos e não milagres.

Esquecem-se que é preciso muito mais que algumas manifestações para que as coisas mudem.

Vejam o exemplo da luta gloriosa do povo egípcio. Derrubou Mubarak, mas não colocou nada melhor no lugar dele. Aqui, como no Egito, corre-se o risco de trocar 6 por meia dúzia ou, o que é pior, 6 por 3 ou por nada!!!

Nenhuma mudança, em nenhum lugar do mundo, se deu efetivamente sem a radical mudança dos processos produtivos. Gostemos ou não, até agora foi assim na história. E esta aí a primavera árabe a confirmar o soneto.

E aqui temos o desafio maior: criar um sistema produtivo onde o ser humano seja o sujeito e o centro de toda ação socio-econômica e cultural, e não apenas uma mera peça na engrenagem do sistema, seja ele qual for.

Construção coletiva

Os protestos que aí estão deixam claro uma coisa:

Não dá mais para fazer as coisas sem debater, sem discutir, sem construir coletivamente.

A moçada, a seu modo, da sua forma, reivindica o direito de ser cidadão, de ter direito à livre expressão de ideias, de participar dos processos de decisão e construção do país.

Um jovem petista, amigo meu, publicou - eufórico - em seu perfil de uma determinada rede social que nunca havia se sentido tão cidadão.

Uma frase apenas, mas que diz muito.

Este jovem não é um babaca de classe média como dizem alguns, nem faz parte da massa cheirosa como dizem outros.

É um jovem trabalhador que rala o dia inteiro trabalhando e ainda tem forças para enfrentar a universidade a noite.

É da classe trabalhadora, da Senzala e não da CasaGrande!

E como eles há centenas e milhares de jovens que inclusive votaram em Dilma e que participam dos protestos.

Entender e participar

Infelizmente, algumas pessoas ligadas ao PT, em lugar de entender o que está acontecendo e se envolver no movimento para que a direita não deite e role, comete o mesmo erro da esquerda verticalista e centralista de 1968 que condenou as manifestações "É proibidio proibir".

Acorda gente, esse jogo ainda não está jogado e pode ser ganho. Basta colocar um centroavante, bom de bola, abrir pelas pontas (de preferência pela esquerda) e sair da retranca. 

O PT não foi criado pelos trabalhadores que tinham medo, mas pelos que tiveram coragem de dizer chega: à ditadura militar, à carestia, à falta de liberdade, à falta de diálogo,e à falta de debates e de alternativas para a classe trabalhadora.

O PT não foi criado para jogar na retranca!

Dilma pode ser a grande beneficiada com esta onda de protestos

Sim, Dilma pode ser a grande beneficiada se souber dar uma resposta de acordo com as tradições do PT e das lutas dos movimentos sociais e sindical.

Não precisa reprimir, nem desqualificar, nem cooptar ninguém.

Basta mexer na parte que lhe toca: desonerar impostos federais que incidem sobre o transporte e EXIGIR a contrapartida dos empresários e governos locais, obrigando-os a repassar a desoneração para as passagens, reduzindo seus valores imediatamente, sob pena de perca do direito de concessão.

Além dissso, Dilma precisa abrir um debate nacional sobre a qualidade do transporte coletivo e estimular a criação de empresas PÚBLICAS para administrar o setor de transporte coletivo.

Se hábil, conseguirá abrir a caixa preta das tarifas de transporte em todo o país, que esconde excusos interesses de determinados grupos empresariais e seus aliados políticos. Assim chamaria para si o discurso anticorrupção e tiraria mais uma bandeira das mãos da direita falsomoralista.

É proibido proibir está de volta!

Em minha opinião, o mais doido de tudo isso é ver parte da juventude de 1968 condenando as manifestações da juventude de 2013.

Principalmente porque ambos movimentos pegaram os verticalistas e centralistas de calças curtas.

Assim como os jovens de 1968 estavam cansados das formas de se fazer política então, os jovens de 2013 também querem novas formas de participar da vida do país.

Querem horizontalidade, querem democracia direta, querem liberdade, sem chefes nem caciques.

Querem sentir-se cidadãos. E isso é maravilhoso.

Mas será que daqui a 40 anos os jovens manifestantes de hoje estarão criticando os manifestantes de então pela sua falta de propostas e objetivos???

Será que aprenderemos algo?

Será que aproveitaremos as lições históricas???

Infiltrados agiram para desacreditar o movimento

Quem participa dos movimentos sociais e populares há anos sabe que os orgãos de segurança sempre conseguem infiltrar seus agentes nestes movimentos. Muitas vezes os agentes são os caras mais bacanas e ativos, gente porretamente revolucionária, pelo menos no discurso.

E vimos nas manifestações recentes que, para alegria do PiG de da Polícia de Choque, meia dúzia de gatos pingados fizeram baderna em Sampa e em Curitib, na calada da noite.

Durante a passeata em Curitiba vários troncudinhos metidos a valentões provocaram os manifestantes que rapidamente reagiam com a palavra de ordem "Sem violência", isolavam os caras e os retiravam da passeata.

Como não conseguiram nada durante a manifestação esperaram o movimento esvaziar para  tentar invadir o Palácio Iguaçu e provocar a Polícia de Choque. E conseguiram seu objetivo. Alguns relatos dão conta de que estes provocadores estavam monidos de bombas, ou seja, prepararam-se anteriormente para a baderna.

Não se trata aqui de criminalizar o movimento, mas sim de diferenciar os manifestantes dos baderneiros infiltrados que querem fazer crer que o Brasil precisa de uma ação violenta para colocar ordem na casa. Trata-se da ação de uma minoria que, desconfiamos, ser a mesma minoria violenta que em 1964 levou o Brasil a 21 anos de obscuridade a a mais de 40 anos de atraso em seu desenvolvimento social, político e econômico.

Horizontalidade e Intolerância

Uma coisa chamou atenção nos protestos, além das reivindicações, houve muita horizontalidade e... intolerância. Sim, intolerância!

Manifestantes hostilizaram aqueles que portavam bandeiras de seus partidos.

Um vitória da horizontalidade, mas também da intolerância.

Uma contradição, não?

Sim, uma contradição, pois a Horizontalidade só existe com a participação de tod@s e com o respeito às distintas posições.

Movimento sem objetivos?

Seria natural se os objetivos das manifestações recentes não fossem exatamente os mesmos de grupos formados em outras épocas e já tradicionais no espectro político, social, cultural e econômico.

Porém, reunião realizada em 15/06 para discutir a organização dos atos do transporte em Curitiba, teve como pauta:

- bandeiras da luta;

- formação de comissões; e

- trajeto da passeata.

Decidiu-se que o ponto de pauta prioritário é a redução e congelamento da tarifa em R$ 2,60 e domingueira R$ 1,00.

Os outros pontos são:
- contra repressão e criminalização dos movimentos sociais,
- abertura da caixa preta da URBS,
- mobilidade urbana e direito à cidade,
- contra o projeto do ônibus rosa,
- contra os crimes da copa,
- pela transparência do subsídio,
- contra a precarização dos trabalhadores do transporte,
- passe livre estudantil,
- pela criação da empresa estatal de transporte coletivo.

Será que estas reivindicações são coisa da direita?

Será que são problemas que afetam apenas os jovenzinhos babacas e despolitizados da massa cheirosa?

Ou será que parte da esquerda está se deixando levar pelo comodismo e esquecimento?

Por isso, nossa proposta aqui não é encontrar nem dar respostas fáceis, mas abrir o debate e a reflexão de forma que juntos possamos evoluir e fazer o Brasil avançar junto com os brasileiros e latinoamericanos.



Para refletir e debater (9): é bom ver a vivacidade da democracia brasileira

17 de Junho de 2013, 21:00, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por  Márcio Cunha Carlomagno

Acabei de chegar em casa, após fazer uma observação participante das manifestações (dizem que 10 mil pessoas participaram).

Da minha janela, ainda ouço os gritos e palavras de ordem, na Santos Andrade.

Independentemente dos motivos, se certos ou errados (e isto é assunto para outra e mais profunda análise), é bom ver esta vivacidade da democracia brasileira.

 



Para refletir e debater (8): a causa de Datena, Arnaldo Jabor, Marcelo Tas, Pondé e esses "artistas" não é a causa pela qual lutamos

17 de Junho de 2013, 21:00, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por Meg Thai

Digo com todas as letras: a causa de Datena, Arnaldo Jabor, Marcelo Tas, Pondé e esses "artistas" não é a causa pela qual lutamos.

Eles apenas mudaram de posição porque viram que a manipulação ideológica tem limite e que as pessoas não ficariam apenas na petição online.

Pense: eles se dizem contra a corrupção dos políticos, mas se calam quanto à corrupção de empresas privadas.

Eles reclamam da má qualidade do serviço público, mas são favoráveis à privatização e contra o aumento dos impostos dos mais ricos.

Eles estão "cansados da violência", mas nada dizem sobre a violência cotidiana a que a população pobre - em especial negros, mulheres e gays - estão expostos.

Eles são contra a "gastança de dinheiro público" apenas quando se trata dos programas sociais, mas não veem problemas quando o BNDES financia empresas privadas a juros baixos.

Eles se dizem contrários ao aumento da passagem, mas acham absurdo falar de “tarifa zero” – mesmo sendo algo juridicamente possível.



Para refletir e debater (7): A direita está infiltrada no movimento

17 de Junho de 2013, 21:00, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por Goretti Bussolo

A direita está misturada aos manifestantes que reivindicam diminuição à tarifa de ônibus...pedem a queda da Dilma!!!!

Não podemos permitir que eles mudem o foco das reivindicações, se aproveitando de um movimento legitimo e promoverem baderna...É a cara deles se infiltrarem para sobrar para nós manifestantes pacíficos!!!



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