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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

O risco do "efeito borboleta" no noticiário sem contexto

27 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
O risco do "efeito borboleta" no noticiário sem contexto


A crise mundial deflagrada pelo vídeo sobre o profeta Maomé mostrou com cores dramáticas a relevância adquirida pelo contexto na transmissão de notícias, especialmente quando elas circulam de forma quase instantânea pela internet.

A contextualização deixou de ser um requinte jornalístico para converter-se em elemento capaz de deflagrar as mais diversas e estapafúrdias reações a partir de um mesmo fato, dado ou evento. Trata-se de um processo em cadeia que, uma vez iniciado, se autorreproduz e é quase impossível de controlar.

O vídeo sobre o profeta, cujo objetivo ainda é um mistério, mexeu com ressentimentos entre seguidores do islamismo provocando protestos carregados de ódio, que não levaram em conta a indigência mental do diretor e o fato de que o filme seguramente não sairia da obscuridade, caso não gerasse uma crise de proporções globais.

Mas a coisa não parou aí. Os protestos em países árabes geraram novas notícias que alimentaram outros preconceitos porque também circularam pelo mundo afora sem estarem inseridas no contexto adequado. Formou-se, assim, uma sequência potencialmente catastrófica em que uma noticia descontextualizada alimenta outras igualmente ambíguas, tornando a reversão extremadamente difícil.

A velocidade com que as notícias circulam hoje no mundo — e o fato de poderem ser captadas por indivíduos vivendo em situações de grande tensão social, política, cultural e econômica — cria uma situação parecida com a de uma roleta russa: pode não dar em nada mas há o risco de uma tragédia de proporções imprevisíveis, como a que estamos assistindo agora.

A diatribe anti-islâmica do polêmico vídeo provocou protestos e repressão, daí para debates sobre censura, liberdade de expressão e para a Assembléia Geral das Nações Unidas. A falta de contexto transformou o debate mundial sobre censura e liberdade de expressão num diálogo de surdos, porque as partes envolvidas veem apenas o seu lado. Um americano e um árabe dificilmente chegarão a um acordo sobre liberdade de expressão porque ambos vivem histórias, culturas e realidades econômicas muito diferentes. É inviavel julgar o outro pelos proprios padrões.

Contextualizar não significa apenas acrescentar antecedentes e consequências aos fatos e dados noticiados. Implica tentar entender o outro lado para evitar que percepções diferentes sejam tratadas como manifestações de insanidade ou passionalismo. A ausência dessa preocupação é histórica no exercício do jornalismo, apesar da regra básica da profissão ser a de sempre ouvir o outro lado. O problema é que a regra virou um procedimento burocrático.

A consciência de que a contextualização não é uma fórmula automática aumenta a responsabilidade dos jornalistas na hora de produzir uma notícia. O fato objetivo passa a ser menos importante, como é o caso do vídeo sobre o profeta Maomé. O vídeo em si nunca chegaria às manchetes dos principais jornais. Mas os protestos que gerou e que estão ligados diretamente ao contexto de quem recebe a informação, fez toda a diferença.

O que torna a questão do contexto ainda mais complexa é o fato de que o público passou a ter responsabilidades quase idênticasàs dos jornalistas na hora de repassar notícias. A nossa cultura nos induz a sermos irresponsáveis quando entramos no processo boca a boca de transmissão de um fato, dado ou evento novo. A falta de compromisso com o contexto é uma herança dos tempos em que a informação era escassa e concentrada nas mãos da imprensa. Se a notícia estava errada ou descontextualizada, a culpa era dos jornalistas e todos lavavam as mãos em relação às consequências.

Hoje, os profissionais perderam o controle no fluxo das notícias e a responsabilidade com a contextualização passou a ser compartilhada por todos os que participam da corrente informativa. Uma informação, aparentemente sem importância, pode deflagrar uma sucessão de eventos imprevisíveis, como no "efeito borboleta". Segundo a teoria do caos, o mundo está tão interligado que a agitação das asas de uma borboleta na China poderia provocar um furacão no Paraguai.




Conheça o projeto da Faculdade Popular de Comunicação e Cultura da Maré

25 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Quando a organização social Observatório de Favelas iniciou o processo de pensar a Escola Popular de Comunicação Crítica (Espocc), a entidade partiu da formulação de três perguntas básicas para consolidar o projeto: se a favela poderia construir suas próprias representações; se ela poderia identificar e resolver seus problemas de comunicação e se a comunicação aí produzida poderia ser sustentável. Bem, a escola tornou-se uma referência, trouxe o debate sobre a publicidade crítica para diferentes realidades e acaba de fundar a sua agência-escola, onde os alunos experimentam planejamento, ferramentas e ações na área de comunicação integrada e publicidade afirmativa com clientes de verdade. Toda essa experiência acumulada será útil no próximo e ambicioso passo da ONG: a Faculdade Popular de Comunicação e Cultura da Maré (Fapocc).

Publicado em Nós da Comunicação

A Fapocc Maré será uma instituição com extensão, graduação e pós-graduação em comunicação social, produção cultural e artes visuais instalada no meio do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, para produzir conhecimentos de excelência em um território que está comumente marcado por sentidos negativos.

"Partimos do ponto que as favelas já têm uma rica produção cultural que merece ser afirmada. É uma faculdade popular, mas com a ambição de repercurtir na cidade e em todo o Brasil a mobilização em volta da cultura, da arte e da comunicação social", diz o professor do departamento e Geografia da Universidade Federal Fluminense Jorge Barbosa, coordenador de desenvolvimento institucional. "Não vai ser uma faculdade nos moldes tradicionais e terá uma ampla vocação para a geração de produtos e serviços nas áreas da cultura, publicidade e comunicação que permita a sustentabilidade do empreendimento."

A faculdade estará alinhada aos pilares do Observatório de Favelas, como explica o fundador da ONG, Jaílson de Souza: "Formar novos 'intelectuais' na cidade - especialmente de origem popular, mas também de outros espaços sociais urbanos; produzir conceitos, metodologias, tecnologias sociais e práticas voltadas para 'desnaturalizar' a realidade social hegemônica; difundir essas produções e, por fim, mobilizar diferentes atores e redes de modo a construir uma nova hegemonia na cidade, na direção de uma utopia social realizada por sujeitos concretos e reais", lista o geógrafo, sociólogo e educador.

A instituição está sendo organizada para ser sem fins lucrativos, se aproximando de um modelo de faculdade comunitária, propondo o ensino, a pesquisa e a extensão de forma intrínseca como a universidade pública, mas sendo em parte mantida pelos recursos internos gerados pela produção de vídeo, fotografia e arte. "Queremos que a Fappoc Maré tenha em seu quadro um maior número de estudantes bolsistas (cerca de 2/3) que não paguem financeiramente a mensalidade, mas que possam investir tempo de trabalho, por exemplo, na institucionalização da extensão, promovendo propostas de atividades para outros jovens", calcula Jaílson.

Desse modo, a sustentação e a organização financeiras não teriam como principal fundo o pagamento da mensalidade por parte dos estudantes, exigindo um processo de captação de recursos mais ousado. "Interessa-nos, por exemplo, ter patrocínio de recursos públicos, que contribua para manutenção da estrutura como bibliotecas e um centro de informática", diz Jaílson. "Assim como a participação da iniciativa privada, fundações, nacionais e internacionais, além de empresas específicas diretamente ligadas às formações dos cursos de comunicação, artes visuais, produção cultural." Outro modelo previsto para contribuir com o financiamento seria um similar ao do Canal Futura, com cotistas responsáveis pelas despesas de manutenção durante um período de tempo mais prolongado.

Além de dar significado a um espaço não aproveitado, o projeto tem em vista ampliar o capital cultural, simbólico e técnico de jovens moradores de subúrbios e favelas do Rio de Janeiro, para que possam atuar de modo criativo e crítico em seus territórios e no cotidiano da cidade. "O jovem ingressará na faculdade como sujeito-autor, por meio da apresentação de seu projeto que a passagem pela Fapocc ajudará a viabilizar", explica Jaílson. "Queremos que se consolide um processo capaz de agir no sentido da democratização da comunicação, viabilizando os meios de acesso e permanência, de produção de informação e conhecimento."

A expectativa é que os primeiros alunos comecem a estudar em 2014. "O plano de desenvolvimento será apresentado ao MEC no final do ano, para iniciar as atividades daqui a dois anos", prevê Jorge Barbosa. "Já temos um prédio para isso, teremos um projeto arquitetônico - salas de aula, laboratórios, estúdios - e ao longo de 2013 vamos fazer toda essa infraestrutura para abrigar essa nova faculdade pioneira no Brasil, um campus universitário dentro da favela."

Jaílson de Souza resume: "Estamos propondo que a dimensão cultural da Maré esteja cada vez mais em evidência, no reconhecimento, na permanente transformação desse território como local de invenção, de criação, de produção de saberes múltiplos. Significa dizer que somos alimentados pelas experiências, formas de viver e se inserir no mundo em que os diferentes sujeitos estão na Maré, tanto os oriundos dela como os muitos outros que nela chegam e criam a cada dia."




Mensalão: manifesto exige ‘legalidade’ e repudia ‘linchamento’: julgamento ou espetáculo?

25 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Depois do fracasso do golpe contra Chavez, em 2002, a tática dos conservadores mudou. Em Honduras, o golpe teve aparência de legalidade. No Paraguai, o caminho foi o mesmo. E no Brasil? Não chega a ser golpe o que vemos no Supremo Tribunal Federal. Mas é um ensaio. Ministros do STF emparedados pela mídia. Magistrados que invertem a lógica e afrontam a Constituição, exigindo que réus comprovem sua inocência. Entramos na era da “presunção da culpa”. E, pra completar, um julgamento marcado – e fatiado – para coincidir com as eleições. Coincidências?

Publicado no Escrevinhador

Não se trata de negar os atos ilícitos praticados por gente do PT e “partidos aliados”. Erraram, que sejam punidos. Mas e o Mensalão tucano, muito anterior: por que não foi a julgamento até hoje? E o escândalo do Cachoeira: por que o Procurador Geral sentou em cima da investigação que atingia líder e governador da oposição, além de jornalistas da revista mais suja do Brasil?

O País precisa ficar atento. Os golpes do século XXI não são mais liderados por generais. Mas tramados em redações e TVs, com apoio de políticos de oposição. Se o golpe do delegado não deu certo em 2006, e o golpe da bolinha de papel fracassou em 2010, avança-se para uma técnica mais sutil.

Diante desse ensaio de “golpe institucional”, a sociedade reage. Confira abaixo oa Carta ao povo brasileiro, que pede o óbvio: o STF precisa agir como Poder Judiciário, e não como um órgão a serviço da oposição midiática.

Para assinar a carta, envie um e-mail para cartaabertaadesoes@gmail.com

======================

CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

Desde o dia 02 de agosto o Supremo Tribunal Federal julga a ação penal 470, também conhecida como processo do mensalão. Parte da cobertura na mídia e até mesmo reações públicas que atribuem aos ministros o papel de heróis nos causam preocupação.

Somos contra a transformação do julgamento em espetáculo, sob o risco de se exigir – e alcançar – condenações por uma falsa e forçada exemplaridade. Repudiamos o linchamento público e defendemos a presunção da inocência.

A defesa da legalidade é primordial. Nós, abaixo assinados, confiamos que os Senhores Ministros, membros do Supremo Tribunal Federal, saberão conduzir esse julgamento até o fim sob o crivo do contraditório e à luz suprema da Constituição.

Fernando Morais, jornalista e escritor

Hildegard Angel, jornalista

Luiz Carlos Barreto, produtor cinematográfico

Olgária Matos, filósofa, professora universitária Unifesp

Abelardo Blanco, cientista politico, publicitário

Adilson Monteiro Alves, sociólogo

Adriano Pilatti, professor de direito PUC/RJ

Afonso Celso Lana Leite, professor universitário UFU

Alceu Valença, músico

Alcides Nogueira, escritor

Aldimar Assis, advogado

Altamiro Borges, jornalista

Amélia Cohn, socióloga, professora Faculdade de Medicina USP

Ana Carolina Lopes, fotógrafa

Ana Corbisier, pesquisadora

Ana Fonseca, economista, professora universitária

Ana Helena Tavares, jornalista

Ana Maria dos Santos, advogada

Ana Maria Freire, escritora

André Borges, escritor e poeta

André Klotzel, cineasta

André Medalha e Almada, designer

André Tokarski, presidente da UJS – União da Juventude Socialista

Antonio Abujamra, ator

Antonio Carlos Fon, jornalista

Antonio Celso Ferreira, historiador, professor Unesp/Assis

Antonio Gilson Brigagão, jornalista e diretor teatral

Antonio Grassi, ator

Antonio Ibañez Ruiz, educador, professor universitário UNB

Antonio Pitanga, ator

Armando Freitas Filho, poeta

Arnaldo Carrilho, servidor público aposentado

Artur Henrique, sindicalista, secretário relações internacionais da CUT para as Américas

Artur Scavone, jornalista

Aton Fon Filho, advogado

Beatriz Cintra Labaki, socióloga

Beilton Freire da Rocha, médico

Benedito Prezia , antropólogo e escritor

Bernadette Figueiredo, professora

Betinho Duarte, administrador de empresa

Bruno Barreto, cineasta

Carlos Azevedo, jornalista

Carlos Duarte, advogado

Carlos Eduardo Niemeyer – Fotógrafo

Carlos Enrique Ruiz Ferreira, professor, coordenador assuntos institucionais e internacionais da UEPB

Carlos Roberto Pittoli, advogado

Carlos Walter Porto-Gonçalves, geografo, professor universitario UFF

Carlota Boto, pedagoga e professora da FEUSP

Carolina Abreu

Ceci Juruá, economista

Cecilia Boal, psicanalista

Célio Turino, historiador, gestor cultural

Celso Frateschi, ator

Celso Horta, jornalista

Cenise Monte Vicente, psicóloga, ex-diretora do UNICEF/SP

Christina Iuppen, professora

Clara Charf, militante feminista

Claudio Adão, jogador de futebol

Claudio Kahns, cineasta

Cloves dos Santos Araújo, advogado, professor universitário UNEB

Consuelo de Castro, dramaturga

Cristiane Souza de Oliveira

Daniel Tendler, cineasta

David Farias, artista plástico, escultor e pintor

Dayse Souza, psicóloga

Débora Duboc, atriz

Derlei Catarina de Lucca, professora

Domingos Fernandes, jornalista

Drauzio Gonzaga, professor universitário UFRJ

Dulce Maia de Souza, ambientalista

Dulce Pandolfi, historiadora, pesquisadora CPDOC/FGV

Edmilson José Valentim dos Santos, engenheiro

Eduardo Ebendinger, ator

Edvaldo Antonio de Almeida, jornalista

Eide Barbosa, gestora de pessoas

Eleonora Rosset, psicanalista

Emiliano José, jornalista e escritor

Emir Sader, sociólogo, professor universitário UERJ

Eneida Cintra Labaki, historiadora

Ercílio Tranjan, publicitário

Eric Nepomuceno, jornalista e escritor

Ernesto Tzirulnik, advogado

Erotildes Medeiros, jornalista

Eugenio Staub, empresário

Fabio Dutra, estudante de direito USP

Fabio Roberto Gaspar, advogado

Felipe Lindoso, produtor cultural

Fernando Nogueira da Costa, economista, professor universitário Unicamp

Fernando Sá, cientista político

Fernando Soares Campos, servidor público

Fidel Samora B.P. Diniz, músico

Flora Gil, produtora cultural

Francis Bogossian, engenheiro, Academia Nacional de Educação e Academia Nacional de Engenharia

Gabriel Cohn, sociólogo, professor USP

Gabriel Landi Fazzio, estudante de direito USP

Gabriel Pereira Mendes Azevedo Borges, estudante de direito USP

Gabriel Priolli, jornalista

Gabriela Shizue S. de Araujo, advogada

Galeano Bertoncini, cirugião dentista

Gaudêncio Frigoto, educador, professor universitário UERJ

Gegê, vice-presidente nacional da CMP – Central de Movimentos Populares

Giane Alvares Ambrósio Alvares, advogada

Gilson Caroni, sociólogo, professor universitário Faculdades Integradas Hélio Alonso/RJ

Gisela Gorovitz, empresária e advogada

Glaucia Camargos, produtora de cinema

Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista, professor da FSP/USP

Guilherme Silva Rossi, estudante de direito USP

Heloísa Fernandes, socióloga, professora USP e ENFF

Hugo Carvana, ator e cineasta

Humberto de Carvalho Motta, estudante universitário

Ícaro C. Martins, cineasta

Idacil Amarilho, administrador

Iná Camargo, professora universitária USP

Iolanda Toshie Ide, professora universitária aposentada Unesp/Marília

Isa Grispun Ferraz, cineasta

Ivan Seixas, presidente do Condepe – Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

Ivo Rosset, empresário

Ivone Macedo Arantes, arquiteta

Ivy Farias, jornalista

Izabel de Sena, professora universitária, Sarah Lawrence College, NY

Izaias Almada, escritor

Jacy Afonso de Melo, secretário de organização da CUT Nacional

Jane Argollo, coordenadora de Ponto de Cultura

Jessie Jane Vieira, historiadora, professora da UFRJ

Jesus Chediak, jornalista

João Antonio de Moraes, sindicalista, coordenador geral da FUP – Federação Única dos Petroleiros

João Antonio Felício, sindicalista, secretário de relações internacinais da CUT

João Carlos Martins, pianista e maestro

João Feres, cientista político

João Jorge Rodrigues dos Santos, advogado e presidente do Grupo Olodum

João Lopes de Melo

João Paulo Possa Terra, estudante de direito USP

João Pedro Stédile, presidente nacional do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

João Quartim de Morais, cientista político, professor universitário Unicamp

Jorge Ferreira, empresário

Jorge Mautner, cantor e escritor

José Antonio Fernando Ferrari, antiquário

José Arrabal, professor, jornalista e escritor

José Carlos Asbeg, cineasta

José Carlos Henrique, arquiteto

José Carlos Tórtima, advogado

José Fernando Pinto da Costa, presidente do grupo educacional Uniesp

José Ibrahim, líder sindical

José Luiz Del Roio, escritor

José Marcelo, pastor batista

Josefhina Bacariça, educadora popular em Direitos Humanos

Julia Barreto, produtora cinematográfica

Julio Cesar Senra Barros, interlocutor social

Jun Nakabayashi, cientista político

Juvandia Moreira, sindicalista, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Ladislau Dowbor, economista, professor universitário PUC/SP

Laio Correia Morais, estudante de direito USP

Laurindo Leal Filho, jornalista e sociólogo, professor universitário USP

Lauro Cesar Muniz, dramaturgo

Levi Bucalem Ferrari, escritor e professor de ciências políticas

Lia Ribeiro, jornalista

Lincoln Secco, historiador, professor universitário USP

Lorena Moroni Girão Barroso, servidora pública federal

Lucas Yanagizawa Paes de Almeida Nogueira Pinto, estudante de psicologia

Lucy Barreto, produtora cinematográfica

Luiz Carlos Bresser Pereira, economista, professor FGV

Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior, memorialista

Luiz Fenelon P. Barbosa, economista

Luiz Fernando Lobo, artista

Luiz Gonzaga Belluzzo, economista, professor universitário Unicamp

Luiz Pinguelli Rosa, professor da UFRJ

Maia Aguilera Franklin de Matos, estudante de direito USP

Maira Machado Frota Pinheiro, estudante de direito/USP

Malu Alves Ferreira, jornalista

Manoel Cyrillo de Oliveira Netto, publicitário

Marcelo Carvalho Ferraz, arquiteto

Marcelo Santiago, cineasta

Marcílio de Freitas, professor da UFAM

Márcio Souza, escritor

Marcionila Fernandes, professora, pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da UEPB

Marco Albertim, jornalista

Marco Antonio Marques da Silva, desembargador

Marco Aurélio Belém Purini, estudante de direito USP

Marco Aurélio de Carvalho, advogado

Marco Piva, jornalista e empresário da área de comunicações

Marcos José de Oliveira Lima Filho, doutorando em Direito da UFPB

Marcus Robson Nascimento Costa

Maria Carmelita A. C. de Gusmão, professora

Maria das Dores Nascimento, advogada

Maria do Socorro Diogenes, professora

Maria Guadalupe Garcia, socióloga

Maria Izabel Calil Stamato, psicóloga, Universidade Católica de Santos

Maria José Silveira, escritora

Maria Luiza de Carvalho, aposentada

Maria Luiza Quaresma Tonelli, professora e advogada

Maria Victoria Benevides, socióloga, professora universitária USP

Mariano de Siqueira Neto, desembargador aposentado

Marilene Correa da Silva Freitas, professora da UFAM

Marília Cintra Labaki, secretária

Marília Guimarães, escritora, Comitê Internacional de intelectuais e artistas em defesa da humanidade

Mário Cordeiro de Carvalho Junior, professor da FAF/UERJ

Marlene Alves, professora, reitora da UEPB

Marly Zavar, coreógrafa

Marta Nehring, cineasta

Marta Rubia de Rezende, economista

Martha Alencar, cineasta

Maryse Farhi, economista, professora universitária

Matheus Toledo Ribas, estudante de direito USP

Michel Chebel Labaki Jr.

Michel Haradom, empresário, presidente da FERSOL

Mirian Duailibe, empresária e educadora

Ney de Mello Almada, desembargador aposentado

Nilson Rodrigues, produtor cultural

Noeli Tejera Lisbôa, jornalista

Oscar Niemeyer, arquiteto

Otavio Augusto Oliveira de Moraes, estudante de economia PUC/SP

Otávio Facuri Sanches de Paiva, estudante de direito USP

Pablo Gentili, educador, professor universitário UERJ, FLACSO

Paula Barreto, produtora cinematográfica

Paulo Baccarin, procurador da Câmara Municipal de São Paulo

Paulo Betti, ator

Paulo Roberto Feldmann, professor universitário, USP, presidente da Sabra Consultores

Paulo Thiago, cineasta

Pedro Gabriel Lopes, estudante de direito USP

Pedro Igor Mantoan, estudante de direito USP

Pedro Rogério Moreira, jornalista

Pedro Viana Martinez, estudante de direito USP

Raul de Carvalho, pesquisador

Regina Novaes, socióloga/RJ

Regina Orsi, historiadora

Renato Afonso Gonçalves, advogado

Renato Tapajós, cineasta

René Louis de Carvalho, professor universitário UFRJ

Ricardo Gebrim, advogado

Ricardo Kotscho, jornalista

Ricardo Miranda, cineasta

Ricardo Musse, filósofo, professor USP

Ricardo Vilas, músico

Ricardo Zarattini Filho, engenheiro

Risomar Fassanaro, poetisa e jornalista

Roberto Gervitz, cineasta

Rodrigo Frateschi, advogado

Ronaldo Cramer, professor de direito PUC/RJ

Rose Nogueira, jornalista

Rubens Leão Rego, professor Unicamp

Sandra Magalhães, produtora cultural

Sebastião Velasco e Cruz, cientista político, professor universitário Unicamp

Sérgio Ferreira, médico

Sergio Amadeu da Silveira, sociólogo e professor da UFABC

Sergio Caldieri, jornalista

Sérgio Mamberti, ator

Sergio Mileto, empresário, presidente da Alampyme – Associação Latino Americana de Pequenos Empresários

Sérgio Muniz, cineasta

Sérgio Nobre, sindicalista, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Sérgio Ricardo, cantor

Sérgio Vampre, advogado

Silvio Da Rin, cineasta

Tatiana Tiemi Akashi, estudante de direito USP

Teresinha Reis Pinto, biomédica e pedagoga Consultora UNESCO

Tereza Trautman, cineasta

Theotônio dos Santos, economista

Tizuka Yamasaki, cineasta

Tullo Vigevani, professor Unesp/Marília

Urariano Mota, escritor e jornalista

Vagner Freitas de Moraes, sindicalista, presidente nacional da CUT – Central Única dos Trabalhadores

Valter Uzzo, advogado

Venicio Artur de Lima, jornalista e sociólogo

Vera Lúca Niemeyer

Vera Maria Chalmers, professora universitária Unicamp

Verônica Toste, professora universitária IESP/UERJ

Vitor Fernando Campos Leite, estudante de direito USP

Vitor Quarenta, estudante de direito Unesp/Franca

Vladimir Sacchetta, jornalista e produtor cultural

Wadih Damous, advogado/RJ

Walnice Nogueira Galvão, professora de literatura comparada USP

Walquikia Leão Rego, professora Unicamp

Zé de Abreu, ator




Ditadura matou 1.196 camponeses, mas Estado só reconhece 29

25 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Financiada pelo latifúndio, a ditadura “terceirizou” mortes e desaparecimentos forçados de camponeses. O resultado disso é uma enorme dificuldade de se comprovar a responsabilidade do Estado pelos crimes. Estudo inédito da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência revela que 97,6% dos 1.196 camponeses vítimas do regime foram alijados do direito à memória, à verdade e à reparação. Os dados serão apresentados à Comissão Nacional da Verdade para embasar investigações que possam alterar este quadro de exclusão.

Por Najla Passos

Brasília - Financiada pelo latifúndio, a ditadura “terceirizou” prisões, torturas, mortes e desaparecimentos forçados de camponeses que se insurgiram contra o regime e contra as péssimas condições de trabalho no campo brasileiro. O resultado disso é uma enorme dificuldade de se comprovar a responsabilidade do Estado pelos crimes: 97,6% dos camponeses mortos e desparecidos na ditadura militar foram alijados da justiça de transição. “É uma exclusão brutal”, afirma o coordenador do Projeto Memória e Verdade da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência, Gilney Viana, autor de estudo inédito sobre o tema.

O estudo revela que pelo menos 1.196 camponeses e apoiadores foram mortos ou desaparecidos do período pré-ditadura ao final da transição democrática (1961-1988). Entretanto, os familiares de apenas 51 dessas vítimas requereram reparações à Comissão de Anistia. E, destes, somente os de 29 tiveram seus direitos reconhecidos. Justamente os dos 29 que, além de camponeses, exerceram uma militância político-partidária forte, o que foi determinante para que fossem reconhecidos como anistiados. “Os camponeses também têm direito à memória, à verdade e à reparação”, defende Viana.

Segundo ele, dentre as 1.196 mortos e desaparecidos no campo, o estudo conseguiu reunir informações sobre 602 novos casos excluídos da justiça de transição, suficientes para caracterizá-los como “graves atentados aos direitos humanos”. Esta caracterização é condição primordial para que sejam investigados pela Comissão Nacional da Verdade (CNV). Segundo Gilney, o objetivo é alterar o quadro atual e permitir que essas vítimas usufruam dos mesmos direitos dos militantes urbanos, estabelecidos pela Lei 9.140, de 4/12/1995, que reconheceu como mortos 136 desaparecidos e criou a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), com mandato para reconhecer outros casos e promover reparações aos familiares que assim o requererem.

As novas vítimas que poderão entrar para a lista oficial de mortos e desaparecidos políticos do país são 75 sindicalistas, 14 advogados, sete religiosos, 463 lideranças de lutas coletivas e 43 trabalhadores que tombaram em conflitos individuais. “Os dados revelam a ponta de um iceberg de um conjunto bem amplo de perseguidos políticos pela ditadura militar até agora pouco estudado”, acrescenta Viana.

Terceirização dos crimes
Destes 602 casos, em apenas 25% é possível comprovar a efetivação de inquérito policial e, somente em 5%, desfecho judicial. Ainda assim, o estudo conseguiu comprovar a ação direta de agentes de estado em 131 casos, o que facilita o reconhecimento deles como vítimas da ditadura. O problema é que em 471, ou 85% dos casos, as evidências apontam para o fato de que os crimes foram cometidos por agentes privados, ainda que sob a anuência dos representantes da ditadura.

“O Estado se omitiu, encobertou e terceirizou a repressão política e social no campo, executada por jagunços, pistoleiros, capangas e capatazes, a serviço de alguns fazendeiros, madeireiros, empresas rurais, grileiros e senhores de engenhos, castanhais e seringais. Esta hipótese explicativa principal é compatível com o papel importante que a classe dos latifundiários, fazendeiros, senhores de engenho, castanhais e seringais tiveram no golpe, na sustentação da ditadura e na coligação de forças políticas que fizeram a transição”, diz o estudo.

Apesar da dificuldade, Viana avalia que a CNV tem poderes para incluí-los no escopo de investigados. Segundo ele, o Art. 1º da Resolução nº 2, de 20/8, define que caberá ao órgão “examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas (...) por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado”. “Isso incluiu os crimes realizados pelos agentes do latifúndio em concurso com os da ditadura”, observa.

Comissão Camponesa
Embora o estudo da SDH tenha sido concluído, as mortes e desaparecimentos dos demais camponeses já identificados pelo órgão continuarão sendo apuradas, agora pela Comissão Camponesa pela Anistia, Memória, Verdade e Justiça, criada durante o Encontro Unitário, que reuniu, em agosto deste ano, em Brasília, 37 entidades de camponeses, trabalhadores e militantes dos direitos humanos.

No documento final do encontro, as entidades assumiram o compromisso de “lutar pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado sobre a morte e desaparecimento forçado de camponeses, bem como os direitos de reparação aos seus familiares, com a criação de uma comissão camponesa pela anistia, memória, verdade e justiça para incidir nos trabalhos da Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, visando a inclusão de todos afetados pela repressão”.

A Comissão, que conta com o apoio da SDH, já se reuniu duas vezes para definir os eixos de luta, buscando, inclusive, conhecer a experiência na reparação de camponeses pelas comissões da verdade de outros países. “Nos encontramos, por exemplo, com o ativista Eduardo Gonzalez, que foi membro da Comissão da Verdade do Peru, onde muitos camponeses foram reconhecidos como vítimas da ditadura”, conta Viana.

A Comissão Camponesa já se reuniu também com membros da CNV, em especial a psicanalista Maria Rita Kehl, responsável pelo grupo de investigação dos crimes cometidos pela ditadura contra os camponeses.

Fotos: Concentração camponesa dirigida pelas Ligas Camponesas no Nordeste.




Dilma e a repetição da história

24 de Setembro de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Por Luis Nassif, em seu blog

São significativas as semelhanças entre os tempos atuais e o período pré-64, que levou à queda de Jango e ao início do regime militar e mesmo o período 1954, que levou ao suicídio de Getúlio Vargas.

Os tempos são outros, é verdade, e há pelo menos duas diferenças fundamentais descartando a possibilidade de um mesmo desfecho: uma economia sob controle e uma presidência exercida na sua plenitude, sem vácuo de poder.

*****

Tirando essas diferenças, a dança é a mesma.

A falta de perspectivas da oposição em assumir o poder, ou em desenvolver um discurso propositivo, leva-a a explorar caminhos não-eleitorais.

Parte-se, então, para duas estratégias de desestabilização – ambas em pacto com a chamada grande mídia.

Uma, a demonização dos personagens políticos. Antes do seu suicídio, Vargas foi submetido a uma campanha implacável, inclusive com ataques à sua honra pessoal – que, depois, revelaram-se falsos.

No quadro atual, sem espaço para criticar a presidente Dilma Rousseff, a mídia – especialmente a revista Veja – move uma campanha implacável contra Lula. Chegou ao cúmulo de ameaçar com uma entrevista supostamente gravada (e não divulgada) de Marcos Valério, como se Valério tivesse qualquer credibilidade.

Surpreendente foi a participação de FHC, em artigo no Estadão, sustentando que o julgamento do “mensalão” marca uma nova era na política. Até agora, o único caso documentado de compra de votos foi no episódio da votação da emenda da reeleição – que beneficiou o próprio FHC.

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A segunda estratégia tem sido a de levantar o fantasma da guerra fria. Mesmo sabendo que Jango jamais foi comunista (aliás, o personagem que mais admirava era o presidente norte-americano John Kennedy) durante meses e meses levantou-se o “perigo vermelho” como ameaça.

Grande intelectual, oposicionista, membro da banda de música da UDN, em 1963 Afonso Arino escreveu um artigo descrevendo o momento. Nele, mencionava o anacronismo de (em 1963!) se falar de guerra fria, logo depois de Kennedy e Kruschev terem apertado as mãos. E dizia que, mesmo sendo anacronismo, esse tipo de campanha acabaria levando à queda do governo pelo meio militar, devido à falta de pulso de Jango, na condução do governo.

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O modelo de atuação da velha mídia é o mesmo de 1964, com a diferença de que hoje em dia não há vácuo de poder, como com Jango.

Primeiro, buscam-se personalidades, pessoas que detenham algum ativo público (como jornalistas, intelectuais, artistas etc.). Depois, abre-se a demanda por comentaristas ferozes. Para se habilitar à visibilidade ofertada, os candidatos precisam se superar na ferocidade dos ataques.

Poetas esquecidos, críticos de música, acadêmicos atrás de visibilidade, jornalistas, empenham-se em uma batalha similar às arenas romanas, onde a vitória não será do mais analítico, ponderado, sábio, mas do que souber melhor agredir o inimigo. É a grande noite do cachorro louco, uma selvageria sem paralelo nas últimas duas décadas.

Com sua postura de não se restringir ao julgamento do “mensalão” em si, mas permitir provocações à presidente da República e a partidos, o STF não cumpre seu papel.

Aliás, o STF do pós-golpe foi muito mais democrático do que o atual Supremo.