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Pesquisa mostra que 42 policiais federais se suicidaram entre 1999 e 2015
18 de Março de 2017, 11:55Um levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento de Polícia Federal do Estado de São Paulo (Sindpolf-SP) revela que entre 1999 e 2015 houve 42 casos de suicídio entre policiais federais. Os dados foram entregues à Polícia Federal e discutidos hoje (17) no 1º Encontro de Prevenção ao Suicídio, na sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Mais da metade dos casos ocorreu em apenas em cinco anos: entre 2010 e 2015, foram 24 suicídios e sete tentativas. Entre 1999 e 2004 foram oito casos e entre 2005 e 2009, dez. Entre 2002 e 2004 não foram registados casos, mas o destaque fica para o período de 2010 a 1014 no qual houve 22 suicídios, sendo que só em 2012 oito policiais tiraram a própria vida.
“O suicídio é algo muito sensível na área da segurança pública e a Polícia Federal é o serviço em que há mais casos. Falar na razão que leva a pessoa ao suicídio é complexo porque é um conjunto de fatores, mas, sem dúvida, no caso da Polícia Federal, tivemos perseguição e briga interna por cargos, e nós não temos plano de reestruturação dea carreira. Isso faz com que o profissional se desmotive e há também o assédio moral”, disse o presidente dos Sindipolf-SP, Alexandre Santana Sally.
Além disso, Sally destacou o risco inerente à profissão e a percepção da sociedade sobre o trabalho do policial. “Na época da repressão, [a PF] era um braço do governo e com a Constituição de 1988 começou a ocorrer uma renovação do quadro ao longo do anos. Houve uma evolução, e a polícia hoje não é somente repressora, e sim cidadã. [Tem papel] de proteção e prevenção, só que o cidadão ainda se atém à repressão e à tortura. Para nós, que estamos na rua, tem um reflexo emocional muito grande.”
Profissões de risco
Segundo o psiquiatra Roberto Tonanni de Campos Mello, que atua na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, médicos e policiais têm maior incidência de suicídio do que profissionais das demais categorias porque ambos têm os meios para fazer isso. “O médico sabe usar o remédio para acabar com a própria vida e os policiais têm a arma como um recurso fácil. Aqui na Polícia Federal houve uma série de ocorrências que mobilizou a direção para fazer alguma coisa.”
Tonanni explicou que, desde 2014, foi estabelecida a regra que determinava o recolhimento da arma de qualquer policial que fosse afastado do trabalho por doença mental, como forma de prevenção. “Muitos questionaram essa medida, porque consideraram que há outros meios para se suicidar, porém é aquele minuto que faz a diferença. Se ele não tem a arma, não usa, e pode ser que depois consiga conversar com alguém ou que alguém perceba que não está bem. Isso faz a diferença entre a pessoa se matar ou não.”
O presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV), Robert Gellert Paris Júnior, ressaltou que 90% dos casos de suicídio são evitáveis. Atualmente, são registrados 1 milhão de suicídios por ano em todo o mundo, número que Gellert considera subestimado. “O suicídio é um estigma, e as famílias não gostam de dizer que um parente se suicidou. Uma morte a cada 40 segundos é um problema de saúde pública porque pode ser evitado se tivermos os cuidados relativos a essa emergência.”
Gellert disse que a presença de alguém que se importe com a pessoa que está passando por problemas que podem levar ao suicídio é primordial, porque uma conversa pode mudar esse processo. “A saúde mental e emocional tem a ver com escolhas e saber que tem saída. Quando se está desesperado, não se enxerga mais nada. Por isso, é necessário falar sobre suicídio, já que esse milhão de pessoas morre por ano, e ninguém fala sobre isso.”
O presidente do CVV disse ainda que, no mínimo, 17% da população pensou ou vai pensar em se matar pelo menos uma vez na vida. “Não é uma anormalidade, é uma coisa que acontece na nossa vida. Às vezes, pensamos em desistir. É normal. E, se não tem com quem falar e não procura ajuda, a pessoa acaba se matando. O incentivo é para falar, e procurar ajuda porque o suicídio é evitável.
(Via Agência Brasil)
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Sem Dentes - Banguela Records e a Turma de 94 - Documentário
18 de Março de 2017, 0:11
Documentário que resgata a história do selo que ajudou a tornar 1994 um dos anos mais importantes do rock nacional. Criado pelos Titãs ao lado do produtor Carlos Eduardo Miranda, o selo Banguela Records, bancado pela Warner Music, apostou no rock independente nacional e trouxe para o mainstream nomes como Raimundos, Mundo Livre S/A e Maskavo Roots, naquele ano que ficaria famoso também pelas estreias de Chico Science & Nação Zumbi e pelas gravações dos primeiros discos de Pato Fu e Planet Hemp.
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Pronta e com verba, Casa da Mulher Brasileira de SP permanece fechada
17 de Março de 2017, 23:45"O movimento de mulheres reivindica, as vítimas reivindicam, as delegadas reivindicam, juízes e defensorias também. Por que não funciona?", questiona a ex-ministra Eleonora Menicucci.
São Paulo – Pronto desde novembro de 2016, o prédio onde funcionaria a Casa da Mulher Brasileira de São Paulo – um equipamento financiado pelo governo federal para concentrar todos os serviços de atendimento à mulher vítima de violência em um só espaço – segue fechado pela gestão de João Doria (PSDB). "O movimento de mulheres reivindica, as vítimas de violência reivindicam, as delegadas reivindicam, os juízes especializados e as defensorias também. Por que não está funcionando?", questiona a ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres Eleonora Menicucci, mentora do projeto.
O equipamento, instalado no Cambuci, região central de São Paulo, foi construído com verba liberada em 2013 pelo governo da então presidenta Dilma Rousseff. O projeto previa ainda repasse de dinheiro para custear a manutenção, a compra de mobiliário, a vigilância e a administração da casa por dois anos. A partir daí, a prefeitura e o governo do estado assumiriam os gastos.
O contrato de empenho para custeio da casa pelo governo federal, no valor de R$ 13.569.430,11, foi assinado em 5 de janeiro, pela ex-secretária de Políticas para Mulheres de São Paulo Denise Motta Dau, a pedido da gestão Doria, devido a todo processo ter saído sem nome e não haver tempo hábil para a mudança.
"Recebi uma ligação afirmando que se não assinássemos naquele dia a prefeitura perderia o direito à verba. Liguei para Fernando Haddad (ex-prefeito) e concordamos em assinar, porque o importante é garantir o serviço para as mulheres. Foram mais de R$ 13 milhões e a casa segue fechada", diz Denise. "Há boatos de que o equipamento poderia ser desviado para outros serviços, mas todo projeto, espaço e conveniamento foi pensado para mulheres em situação de violência.A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, à qual a pasta para as mulheres foi incorporada na gestão Doria, afirmou que a verba que deveria ser enviada pelo presidente Michel Temer ainda não chegou a São Paulo e por isso não pode precisar quando a casa começará a funcionar. A reportagem da RBA visitou o local e encontrou o prédio pronto e cercado por grades, trancadas com correntes e cadeados. Havia apenas um vigilante no terreno, que já apresentava o mato bastante alto. Os vizinhos temem que o local comece e ser utilizado por usuários de drogas.
"Posso garantir como ex-ministra que na minha gestão o dinheiro foi repassado", diz Eleonora. "É uma questão gravíssima com o dinheiro público. São Paulo é enorme e as mulheres precisam desse serviço. O que será feito dessa casa? Haverá desvio de função? Ela terá outra finalidade? Eu não sei... É o caso do movimento de mulheres se organizar para fazer um 'abraçaço' na casa e cobrar seu funcionamento", disse. A Secretaria de Direitos Humanos afirmou que o equipamento será destinado exclusivamente ao atendimento de mulheres vítimas de violência.
O projeto
A casa foi construída em um terreno onde funciona o clube de moradores de um conjunto habitacional do bairro, chamado Iapi (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários) Cambuci, que foi construído na década de 1950. No local havia um campo de bocha, um campo de malha e um parque para crianças, além de espaço para organização de festas juninas e de Natal, tradicionais entre os moradores.
Para que a área pudesse ser utilizada, a prefeitura, na época sob a gestão de Haddad, agilizou o processo de emissão das escrituras dos apartamentos, que ainda não haviam sido regularizados. "Antes tínhamos apenas a carta de concessão", conta o ex-morador Wagner Gravati, que é professor de Educação Física aposentado.
"Ficamos sem o clube e a casa não está funcionando. Meu marido era o dono do bar que funcionava dentro do clube. Ele ficou sem emprego e a área não está sendo usada", critica a moradora e dona de casa, Neide Oliveira, cuja família vive no local desde 1952.
O projeto
A Casa da Mulher Brasileira faz parte de um programa desenvolvido pelo governo de Dilma Rousseff, chamado Mulher, Viver Sem Violência, que previa a construção, em cada estado, de um local que reunisse no mesmo espaço todos os serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência.
Nas casas funcionam uma delegacia da mulher, um juizado de vara especializada em violência contra mulher, uma promotoria de Justiça, além de locais apropriados para atendimento psicossocial, um alojamento para as mulheres que chegam na casa e locais de capacitação para emprego e geração de renda, em parceria com o Sistema S, para que a mulher possa romper o ciclo de violência.
"O Pacto de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher não estava dando conta porque cada equipamento desses ficava em um lugar. A casa acaba com a via crucis da mulher em busca do atendimento", diz Eleonora. "A presidenta Dilma destinou na época R$ 360 milhões para construir uma casa. Cabia às prefeituras das capitais e aos governadores aderirem e fazerem parceiras com o sistema de justiça, operadoras do direito e profissionais de atendimento psicossocial, com todos os serviços e com o movimento de mulheres."
A casa foi construída em um terreno onde funciona o clube de moradores de um conjunto habitacional do bairro, chamado Iapi (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários) Cambuci, que foi construído na década de 1950. No local havia um campo de bocha, um campo de malha e um parque para crianças, além de espaço para organização de festas juninas e de Natal, tradicionais entre os moradores.
Para que a área pudesse ser utilizada, a prefeitura, na época sob a gestão de Haddad, agilizou o processo de emissão das escrituras dos apartamentos, que ainda não haviam sido regularizados. "Antes tínhamos apenas a carta de concessão", conta o ex-morador Wagner Gravati, que é professor de Educação Física aposentado.
"Ficamos sem o clube e a casa não está funcionando. Meu marido era o dono do bar que funcionava dentro do clube. Ele ficou sem emprego e a área não está sendo usada", critica a moradora e dona de casa, Neide Oliveira, cuja família vive no local desde 1952.
O projeto
A Casa da Mulher Brasileira faz parte de um programa desenvolvido pelo governo de Dilma Rousseff, chamado Mulher, Viver Sem Violência, que previa a construção, em cada estado, de um local que reunisse no mesmo espaço todos os serviços de atendimento às mulheres vítimas de violência.
Nas casas funcionam uma delegacia da mulher, um juizado de vara especializada em violência contra mulher, uma promotoria de Justiça, além de locais apropriados para atendimento psicossocial, um alojamento para as mulheres que chegam na casa e locais de capacitação para emprego e geração de renda, em parceria com o Sistema S, para que a mulher possa romper o ciclo de violência.
"O Pacto de Enfrentamento da Violência Contra a Mulher não estava dando conta porque cada equipamento desses ficava em um lugar. A casa acaba com a via crucis da mulher em busca do atendimento", diz Eleonora. "A presidenta Dilma destinou na época R$ 360 milhões para construir uma casa. Cabia às prefeituras das capitais e aos governadores aderirem e fazerem parceiras com o sistema de justiça, operadoras do direito e profissionais de atendimento psicossocial, com todos os serviços e com o movimento de mulheres."
Foram inauguradas casas em Campo Grande, Curitiba e Brasília – esta última também está parada por um problema no terreno. Aguardam inauguração as de São Paulo, São Luís, Boa Vista e Fortaleza. Em Salvador e Vitória, as casas estão em processo de construção. O Banco do Brasil era o responsável pela licitação para as obras.
"Em 2013 percorri o Brasil todo fazendo essas adesões, inclusive aqui em São Paulo, com Haddad e Geraldo Alckmin (governador do estado)", lembra Eleonora. "Esse projeto é a menina dos meus olhos e da presidenta Dilma. Tenho muito orgulho disso e te digo que é lamentável o que ocorre. O movimento de mulheres tem que se organizar para cobrar o funcionamento, mas tem que ser logo, porque é dinheiro público e as mulheres precisam desse serviço."
(Via Sarah Fernandes, da RBA, foto por Danilo Ramos)
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Desejo este objeto azul no plural para vocês. [Flickr]
17 de Março de 2017, 21:05marcelodamico posted a photo: