O direito à Liberdade de Expressão, à Opinião, são valores que se consolidaram a partir da Revolução Burguesa na França em 1789.
Porém, isso não significa que, em nome delas, qualquer um possa distorcer a realidade somente para que esta se encaixe em seus esquemas ideológicos e os justifiquem como se verdade fosse.
O artigo O mal-estar contemporâneo de André Lara Resende publicado no caderno "Eu&Fim de Semana" do jornal Valor Econômico é uma clara demonstração da distorção histórica oportunista, de uma elite brasileira pré-1789 que não respeita nem os valores liberais que ela diz defender.
Ao tentar fazer uma análise das manifestações de junho de 2013, o autor distorce fatos e realidades para apontar sua metralhadora giratória somente para um lado, culpando-o por todas as mazelas dos 513 anos de Brasil. E para isso não poupa nem seus antigos aliados e protetores.
O senhor Lara Resende mostra no supra-citado artigo uma "consciência" crítica e analítica que lhe parece ter faltado em momentos anteriores da história nacional, principalmente naqueles em que ele galopava no cavalo do poder político.
André Lara Resende, não foi "consciente" o suficiente para criticar o PMDB quando Sarney "inventou" o Plano Cruzado, do qual o Sr. Lara Resende foi um dos mentores.
Como nos lembra o artigo da wikipedia "Além de Dilson Funaro, outros economistas participaram da elaboração do Plano, como o Ministro do Planejamento João Sayad, Edmar Bacha, André Lara Resende e Persio Arida. No dia 16 de janeiro, João Sayad, Persio Arida, André Lara Resende, Oswaldo de Assis e Jorge Murad (genro do presidente Sarney) votaram a favor do Plano, ao passo que Dilson Funaro, João Manuel Cardoso de Mello, Luiz Gonzaga Belluzzo, Andrea Calabi e Edmar Bacha acharam-no muito arriscado. Com a recusa da maioria, João Sayad, Ministro do Planejamento, afirmou que iria pedir demissão. Em um momento político delicado, de insegura consolidação da Nova República, Jorge Murad convenceu Sarney a adotar o Plano Cruzado, apoiando Sayad, Persio Arida, Andre Lara Resende e Jorge Murad, a favor do Plano."
Lara Resende não reclamou do uso eleitoral do Plano Cruzado feito pelo PMDB em 1986.
Lara Resende não criticou o PMDB, nem o Centrão, quando estes estavam alinhados oficialmente à sua politica e "pensamentos" econômicos.
Lara Resende, não questionou o loteamento do estado durante os governos Sarney, Collor, Itamar e FHC, o que aliás, não é invenção destes senhores, mas prática comum na República e até mesmo na Monarquia brasileira...
Lara Resende não se incomodou com os partidos que nunca desmontaram os esquemas de loteamento do poder no Brasil.
O artigo do economista politiqueiro é no mínimo intelectualmente desonesto com a sua própria história.
E é essa desonestidade intelectual da elite brasileira serviçal dos interesses do Grande Capital transnacional é que realmente nos dá asco!
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