Artigo sugerido por Luiz Rodrigues
Por Celso José de Brum(*)
Já disse aqui, neste espaço de reflexões heterodoxas, que a direita domina e controla a maioria das instituições do Brasil. A direita brasileira é uma poderosa força argentária, fundamentada na tradição e na crença da superioridade das castas privilegiadas e enriquecidas (por séculos de ação predatória dos recursos naturais, entre outros crimes) sobre a plebe, a ralé, a escória, a gentalha, ou seja, contra o povão deste Brasil-sil-sil. A direita brasileira é, antes de qualquer coisa, firme defensora dos seus privilégios e, para isso, não tem sombra de escrúpulos ou restrições, mantendo, ATÉ HOJE, relações espúrias com grupos estrangeiros, por mais atentatórios que sejam estes contra os legítimos interesses nacionais, desde que sirvam aos interesses da direita. A direita deve ser temida. Ela é perigosa porque não tem ética alguma. Para atingir seus objetivos, não hesita, e nunca hesitou, de usar todos os meios sem exceção. Atualmente, corifeus da direita estão encastelados na “grande imprensa”, aliás, não só atualmente: a “grande imprensa” tem servido fielmente à direita, por décadas. Os grupos que controlam a “grande imprensa” são, quase sempre, partícipes das castas “superiores” e que, costumeiramente, usam o seu poder não para informar, mas, para deformar, propagando mentiras e calúnias, certos de que outras instituições – também controladas pela direita – lhes darão respaldo e proteção. É um vale-tudo contra a plebe e contra os seus representantes.
Eu disse, linhas acima, que a direita é poderosa, perigosa e que deve ser temida. A direita está em pânico e, por isso, mais perigosa, mais sórdida, mais suja, mais capaz de cometer qualquer indignidade, qualquer indecência e qualquer torpeza: não há, nunca houve e nunca haverá limites para a direita, canalha por natureza.
A direita está em pânico porque enxerga a fragilidade dos seus candidatos. A direita e os candidatos afinados com a direita não tem propostas, só querem o poder, que consideram direito divino. A ação da direita é a calúnia contra a esquerda e contra os esquerdistas e a tentativa de produzir o caos econômico, político e social para desgastar o atual governo.
A direita não está preocupada com o país e com o povo brasileiro. Que se lasquem, desde que os candidatos da direita cheguem ao poder. No mínimo, que o candidato da direita, à presidência da República, chegue ao 2º turno, com a colaboração de outros candidatos (antes, afinados com a esquerda e que, hoje, se deixam docemente usar pela direita).
Eu não sei se existe direita que não seja fascista. Sei que a direita brasileira é fascista. Vejo, com preocupação, as imundícies, pseudo-políticas, que a direita propala pela internet e que, pessoas que tenho como sensatas, ajudam a disseminar. É puro fascismo. Confesso, que fico triste vendo pessoas do meu relacionamento, tão incapazes de enxergar o que está tão claro: é só comparar o Brasil antes e depois dos governos de esquerda. A menos que essas pessoas se tenham submetido docemente a uma auto-lavagem cerebral.
No mais, a História demonstra, com absoluta nitidez, como age e onde sempre esteve a direita brasileira. A direita (e seus corifeus da “grande imprensa”) foi contra Getúlio Vargas, contra Juscelino Kubistchek, contra João Goulart, contra Lula e é contra Dilma. Coincidência?! Não, linha ideológica pró-fascista. Os mesmos, exatamente os mesmos, que levaram Getúlio à morte, que conspiraram contra Juscelino, depuseram João Goulart e instalaram a ditadura no Brasil, os mesmos, exatamente os mesmos, estão contra Lula, contra Dilma e contra o PT, sob os MESMOS ARGUMENTOS. É a história que se repete? Não, é a direita que se repete, a direita safada, a direita imoral, a direita golpista.
Há 59 anos, ou seja, em 1954 a direita brasileira colocava uma bala no coração de Getúlio Vargas. Ele deixou duas cartas: uma carta-testamento e uma carta despedida, esta escrita por ele, horas antes de morrer. Lendo essas duas cartas, os meus caros, raros, fieis e inteligentes leitores verão que como a ação da direita é a mesma, ontem e hoje. Cito alguns trechos:
Carta-Testamento
“Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam”.
“Não me acusam, me insultam; não me combatem, caluniam”.
“Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes”.
“Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho”.
“Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante”.
“Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia, não abateram meu ânimo”.
“Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida”.
“Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história”.
Carta-despedida
“Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte”.
“A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram gerados pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos, numa publicidade (aqui, Getúlio queria referir-se à “grande imprensa”) contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país, contra minha pessoa”.
“Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderes do dia e às castas privilegiadas (...) de poderosos interesses que contrariei, ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploram, impiedosamente os mais humildes”.
59 anos depois, a direita continua a mesma, retrógrada e imbecil. A ela, nós nos opomos. Nós somos a esquerda e a esquerda é a vanguarda da civilização e o avanço do povão, por mais justiça social, por liberdade e pela autêntica democracia. Se a esquerda conseguir manter o poder da representação política, por mais duas décadas (o que é muito difícil) teremos a chance de ver os filhos do proletariado ocupando uma parte das instituições brasileiras. É uma tarefa extraordinária e necessária para a verdadeira Democracia.
Que a direita golpista saiba: não haverá mais golpe, sem reação. Vamos enfrentá-la. Brilha no horizonte da esquerda, a frase final da Carta-despedida de Getúlio Vargas:
“A RESPOSTA DO POVO VIRÁ MAIS TARDE...”
(*) Celso José de Brum, ex- professor de Sociologia e Estudo dos Problemas Brasileiros, da Unitau
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