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Cavaleiro solitário: o crítico do Zero Hora não gostou! Entenda o porque!

16 de Julho de 2013, 12:37 , por Bertoni - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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O CAVALEIRO SOLITÁRIO (The Lone Ranger), de Gore Verbinski, com Johnny Depp, Armie Hammer, William Fichtner, Tom Wilkinson, Ruth Wilson e Helena Bonham Carter, em seus 149 minutos de duração é pura diversão e crítica social à civilização branca e norteamericana.

Embora ambientado nos tempos do faroeste, da conquista do Velho Oeste pelos brancos "civilizadores", o filme está repleto de citações críticas ao universo atual dos Estados Unidos.

A corrupção dos poderes estabelecidos e o conluio destes com os interesses das grandes empresas, a violência dos yanques, as armações para criar falsos inimigos e justificar a ação truculenta dos "brancos" contra os "selvagens", dos "cristãos" contra os "pagãos", as espertezas empresariais, a destruição do meio ambiente em nome do enriquecimento dos empresários, o enriquecimento ilícito, o uso de mão-de-obra escrava de origem oriental e por aí vai.

Destaco alguns momentos do filme onde a crítica social é latente, o que, certamente, despertou a fúria dos periodistas a serviço dos interesses do império "perfeito".

1) Cavaleiro Solitário, o branco, e Tonto, o índio, estão enterrados até o pescoço, quando ouvem a aproximação da Cavalaria Norteamericana. O Branco, sob o olhar desconfiado do índio, grita efusivamente: "Ó, o exército americano, a civilização e a justiça chegando..."  O exército passa alopradamente sobre eles sem nem mesmo notá-los, assim como sempre faz, em pleno século XXI, nas invasões à países soberanos...

2) Bandidos exploram uma mina de prata. Os trabalhadores são todos chineses. Ao menor sinal de insatisfação e medo são assassinados. O "dono" da mina pergunta ironicamente: "Alguém mais quer negociar?" vomitando todo o desprezo dos empresários norteamericanos às relações trabalhistas civilizadas.

3) Bandidos passam-se por comanches e atacam os acampamentos dos brancos, fazendo com que estes acreditem que os indígenas romperam o acordo estabelecido entre as civilizações. O suposto rompimento do acordo justifica a brutal ação da cavalaria norteamericana que, sem dó, mata os indios comanches. Quando o Cavaleiro Solitário revela a farsa ao capitão da cavalaria, o empresário-bandido e manipulador pergunta ao último se ele tem culhões para assumir que comandou massacres de inocentes. O capitão sem titubear se coloca ao lado do empresário-bandido e desqualifica o Cavaleiro Solitário: "Eles são homens da Ferrovia. E o senhor é quem?".

4) Tonto, depois de levar uma pazada na cabeça, recupera a consciência e se vê rodeado por chineses. Pergunta pelo Cavaleiro Solitário, concluiu que o mesmo já não mais está e comenta: "Stupid White Man" (Estúpido Homen Branco). Todos os chineses balançam a cabeça em concordância silênciosa, mas não sem um toque de ironia nos lábios...

O trailer do filme, realmente não mostra nada mais ácido e tampouco estimula as pessoas a ir ao cinema...

Mas uma vez lá, garanto, a diversão aliada a crítica social está garantida. E é essa crítica aos modus vivendis dos norteamericanos que degrada tanto ao público alienado daquele país como aos alienados de nosso país.

Veja aqui a cŕítica do Zero Hora ao Filme. Fala de fracasso de bilheteria nos EUA, mas em momento algum discorre sobre o conteúdo do filme, atendo-se apenas ao superfluo, ao periférico, à questões sem importância. Claro, jamais, eles falariam das mazelas e das crueldades da "civilização" norteamericana que eles tanto idolatram...

Sinceramente? Não esperava ver num filme da Disney tanta mensagem crítica à civilização que esta empresa representa e divulga mundo afora.

O cavaleiro solitário, um filme divertido e surpreendente!


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