Estou meio sem inspiração para escrever nestes dias de janeiro. Mas um trecho do artigo de Argelina Cheibub Figueiredo, no Valor Econômico deste final de semana (11,12 e 13/01/2013), me chamou a atenção e me trouxe às escritas.
Segundo Figueiredo, que é cientista política, professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) "a oposição brasileira precisa dizer a que veio. Principalmente porque enfrenta um governo com políticas apoiadas pela população".
Mas Figueiredo não se contenta em cobrar propostas claras somente da oposição e dá uma cutucada, bem forte, na grande imprensa, nos chamados "formadores de opinião" e na velha classe média.
"Obviamente, para parte dos formadores de opinião, para a grande imprensa e a classe média, não a nova, mas a tradicional, alçados à condição de "opinião pública", o desconhecimento do "mensalão" apontado nas pesquisas e os resultados eleitorais denotam a indiferença do povo ao problema da corrupção. Nada mais longe da verdade. Não há indiferença à corrupção, como aliás mostram várias pesquisas. A maioria da população presta maior atenção em programas e resultados. A campanha negativa pode surtir algum efeito em momentos eleitorais específicos, mas sua exploração prolongada denota ausência de propostas alternativas e afeta a credibilidade da oposição.(destaque nosso) Como a própria história do Brasil mostra, e as últimas eleições confirmam, partidos políticos não obtêm vitórias eleitorais apenas na base de denúncias de malfeitos de governos."
Também é preciso destacar a lei de Garrincha, lembrada pela autora do artigo "Se de fato a oposição imaginou que o julgamento da Ação Penal 470 teria um efeito significativo, esqueceu de combinar com o eleitorado. Este, como sempre, tem se mantido alheio a brigas entre elites.", indicando claramente que há uma mudança significativa de valores na sociedade brasileira e que os tais "formadores" de opinião já não formam mais nada além de si mesmos ao envenar-se diuturnamente num espetáculo sadomasoquista ao qual o povo ou olha como se fosse um entretenimento banal ou simplesmente não lhes dá a menor atenção, enquanto a velha classe média e a elite burra ficam se mordendo de raiva, salivando e rogando pragas ao Governo, ao Brasil e, principalmente, ao povão.
Em resumo, os chamados meios de comunicação de massas e seus formadores de opinião, já não mais influenciam a sociedade e o povo brasileiro como eles mesmos (e grande parte da esquerda) imaginam que influenciem.
Parece que finalmente a famosa "Fora globo que o povo não é bobo" deixa de ser mera palavra de ordem para ser constatação de uma nova realidade no país.
Ao menos é isso o que as urnas indicam nos últimos 10 anos...
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