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Mapa da COVID na comunidade escolar do colégio estadual Prof. João Borges de Moraes no complexo da Maré

septiembre 27, 2020 21:06 , por Bertoni - | No one following this article yet.
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Por Sérgio Barboza

Esse estudo busca apresentar a realidade da COVID na comunidade escolar do Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes e para compreender todo esse processo, faz-se necessário um breve histórico dos fatos acontecidos até o início do isolamento social. Portanto, quando se iniciou o ano letivo, o Brasil já observava os efeitos da pandemia mundo afora com a perspectiva de uma contaminação mundial.

Contudo, o Brasil não realizou um trabalho preventivo de controle e nem de conscientização da gravidade do processo de contaminação da doença para tentar minimizar os danos que a pandemia viria causar.

O retrato dessa pandemia não vem sendo registrado adequadamente de maneira oficial pelos governantes gerando lacunas e pontos controversos que nos traz muitas incertezas. Diante disso, o Colégio Estadual João Borges de Moraes buscou realizar uma pesquisa que trouxesse dados mais confiaveis sobre a realidade de toda a sua Comunidade Escolar no Complexo da Maré.

Procurou-se realizar um estudo em tres etapas no que tange a enfermidade. Fez-se uma entrevista, por meio de whatsapp, junto as familias e outra junto aos profissionais da Educação, mapeando a contaminação, os óbitos e grau de grupo de risco, para enfim fazer uma avaliação dos dois mapeamentos que demonstrasse um retrato mais fiel da COVID junto a comunidade escolar.

Os responsáveis da comunidade estudantil questionados sobre a ocorrência de COVID em suas famílias, constatou-se a infecção de 33,0% das famílias entrevistadas com um ou mais membros contaminados e 1,0% dos entrevistados não souberam informar se a familia foi contaminada mas apresentou os sintomas indicados. Esse mesmo questionamento quando feito aos profissionais da educação, apresentou um dado mais alarmante com 73,0% de infectados. Esses dados indicam que toda a Comunidade Escolar tem um indice de infecção por COVID de 42,3%.

Na perspectiva de óbito por conta da COVID, apontou-se 8,0% de letalidade por COVID junto as famílias da comunidade estudantil, já no que tange aos profissionais da educação, esse dado de letalidade foi de 30,7%. Essa relação das duas pesquisas nos mostram um grau elevadíssimo de contaminação e letalidade comparado aos dados oficiais. Neste sentido, o Boletim DE OLHO NO CORONA assinala que a subnotificação e produção de dados nas favelas que:

Os levantamentos oficiais que demonstram a trajetória e localização dos infectados também escondem um número considerável de ocorrências neglicenciadas pelo poder público. 

A letalidade da COVID ainda atingiu diretamente o Colégio Estadual Professor João Borges de Moraes com o falecimento de sua estagiária, colaboradora voluntaria que muito contribuia para ações pedagógicas.

Diante desses alto indice de contaminação e letalidade, esse estudo buscou identificar o quantitativo de familias da comunidade escolar que tem comorbidades que pertence ao grupo de risco e podem facilmente serem contaminados por COVID. Perguntou-se, então, junto aos responsáveis da comunidade estudantil se em suas famílias tinham membros que pertenciam as doenças que se caracterizam como Grupo de Risco, 60,0% dos responsáveis reconhecem a existência de membros pertencentes ao grupo de risco, 2,0% dos entrevistados não souberam responder a essa questão. No que tange aos profissionais da educação, os dados de 90,0% das familiais com comorbidade são imressionantes.

Com isso, ao alinhar as duas pesquisa, chegou-se o grau de familias pertencentes ao grupo de risco pela Comunidade Escolar é de 67,7%.

A partir desse estudo, fez-se necessário acrescer um questionamento sobre a necessidade de firmar um documento elaborado pela Secretaria de Educação a partir de um suporte jurídico a respeito da responsabilização das familias no caso de contágio no retorno para as atividades presenciais e ciente do situação sanitária apresentada.

Assim obteve-se aqui os seguintes dados: Somente 9,0% dos responsaveis dos estudantes se dispuseram a assinar tal documento, e quando se acresce as informações dos profissionais da educação, esse dado se reduz para 8,5%.

Diante deste mapeamento, observa-se que os dados são significativos, representativos e precisam ser refletidos com responsabilidade,considerando a forte pressão midiática promovida interesses financeiros e mercadológicos para que aconteça um iminente retorno para atividades presenciais na escolas.

Compreende-se aqui que o prejuízo no ensino em todas as esferas educacionais pela ausência das atividades presenciais é grave e o caminho encontrado para minimizar esse prejuízo foi o modelo de aula remota que permite preservar a saúde de uma comunidade escolar como todo. A pandemia nos impôs uma condição exepcional que permite uma ampla reflexão e discussão nacional pelo rumo da Educação. 

Contudo, os dados apontados por esse estudo e a discussão sobre o retorno das atividades presenciais abre um questionamento a respeito do protocolo de segurança sanitária que garanta o retorno das atividades presenciais na escola e na sociedade. 

Sem considerar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de diversos países, muitos adotaram protocolos de segurança sanitária diferenciados, uns mais efetivos para minimizar o contágio e outros nem tanto. No caso do Brasil, o que se tem visto é uma ineficiência dos protocolos de segurança sanitária adotados por secretárias de saúde de Governos Estaduais e Municipais, pois os mesmos não demostraram uma testagem e um controle significativo que garanta a prevenção em relação a contaminação. Como exemplo disso, pelas experiencias registradas em escolas divulgadas pela mídia, quanto as de excelência, praticadas pelos profissionais do futebol que demonstraram-se imcapazes de conter a disseminação da doença.

Portanto, sem as garantias de um protocolo sanitário preventivo, diante dos dados aqui demonstrados por esse estudo, onde a perspectiva de contágio é intensa e perigosa, quaisquer proposta de retorno das atividades presenciais levanta a questão da responsabilização o sobre dolo que eventualmente venha ser gerado. E fica uma pergunta no ar: De quem será a responsabilidade nopela contaminação e possível óbito do infectado decorrente do retorno da atividade presencial?

 

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