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Para refletir e debater (13): Retomar uma pauta esquecida???

21 de Junho de 2013, 7:51 , por Bertoni - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Em 23 de fevereiro de 2013 vários movimentos e organziações publicaram um manifesto conjunto, com uma pauta unificada, de esquerda, progressista, por avanços das conquistas sociais.

Teria sido abandonada?

Pode ser retomada?

Ou deixaremos a direita fazer a festa, enquanto brigamos entre nós?

juventudeMANIFESTO DA JORNADA DE LUTAS DA JUVENTUDE BRASILEIRA

25 de março a 1º de abril de 2013

Unir a Juventude Brasileira: “Se o presente é de luta, o futuro nos pertence”! Che Guevara

As entidades estudantis, as juventudes do movimento social, dos trabalhadores/as, da cidade, do campo, as feministas, as juventudes partidárias, religiosas, LGBT, dos coletivos de cultura e das periferias se unem por um ideal: avançar nas mudanças e conquistar mais direitos para juventude.

É preciso denunciar o extermínio da juventude negra e das periferias a quem o estado só se apresenta através da violência. O mesmo abandono se dá no campo, que alimenta a cidade e segue órfão da Reforma Agrária e dos investimentos necessários à permanência da juventude no campo, de onde é expulsa devido à concentração de terras, à ausência de políticas de convívio com o semiárido. Já na cidade, a juventude encontra a poluição, a precarização no trabalho, a ausência do direito de organização sindical, os mais baixos salários e o desemprego, fatores ainda mais graves no que diz respeito às jovens trabalhadoras.

Essa é a dura realidade da maioria da População Economicamente Ativa no país, e não as mentiras da imprensa oligopolizada, que foi parceira da ideologia do milagre brasileiro e cúmplice da ditadura, ao encobrir torturas e assassinatos e sendo beneficiária da monopolização ainda vigente. É coerente que ela se oponha à verdade e à justiça, que se cale ante as torturas e ao extermínio dos pobres e negros dos dias de hoje, que busque confundir e dopar a juventude, envenenando a política, vendendo-nos inutilidades, reproduzindo os valores da violência, da homofobia, do machismo e da intolerância religiosa. mas eles não falam mais sozinhos: estamos aqui pra fazer barulho.

Queremos cidades mais humanas em vez de racismo, violência e intolerância. Queremos as garantias de um estado laico, democrático, inclusivo, que respeite os direitos humanos fundamentais, inclusive aos nossos corpos, à liberdade de orientação sexual e à identidade de gênero, num ambiente de liberdade religiosa.

Queremos reformas estruturais que garantam um projeto de desenvolvimento social e que abram caminhos ao socialismo. Lutamos por um desenvolvimento sustentável, solidário, que rompa com os valores do patriarcado, que assegure o direito universal à educação, ao trabalho decente, à liberdade de organização sindical, à terra para quem nela trabalha e o direito à verdade e à justiça para nossos heróis mortos e desaparecidos.

Para enfrentar a crise é preciso incorporar a juventude ao desenvolvimento do país. Incluir o bônus demográfico atual exige uma política econômica soberana que valorize o trabalho, a produção, o investimento e as políticas sociais, e não a especulação. Esse é o melhor cenário para tornar realidade os direitos que queremos aprovados no estatuto da juventude.

Iniciamos aqui uma caminhada de unidade e luta por reformas estruturais que enterrem o neoliberalismo e resguardem a nossa democracia dos retrocessos que pretendem impor os monopólios da mídia, ou golpes institucionais como os que ocorreram no Paraguai e em Honduras.

Desde essa histórica Plenária Nacional, unidos e cheios de esperança, convocamos a juventude a tomar em suas mãos o futuro dos avanços no Brasil, na luta pelas seguintes bandeiras consensualmente construídas:

1 - Educação: financiamento público da educação
1. 10% PIB para Educação Pública
2. 100% dos royalties e 50% do fundo social do Pré-sal para Educação Pública
3. 2% do PIB para Ciência, Tecnologia e Inovação
4. Por uma política permanente de valorização das bolsas de pesquisa
5.Democratização do acesso e da permanência na universidade
6. Pela expansão e a qualidade da educação do campo
7. Cotas raciais e sociais nas universidades estaduais
8. Curricularização da extensão universitária
9. Regulação e ampliação da qualidade, em especial, do setor privado

2. - Trabalho – Trabalho Decente

    Redução da jornada de trabalho sem redução de salário! 40 horas já!
    Condições dignas de trabalho decente
    Políticas que visem a conciliação entre trabalho, estudos e trabalho doméstico
    Direito de organização sindical no local de trabalho
    Contra a precarização promovida pela terceirização
    Pela igualdade entre homens e mulheres no trabalho e entre negros/as e não negros/as


3. - Por avanços na democracia brasileira - Reforma Política

    Pela Reforma Política
    Combate às desigualdades sociais e regionais
    Contra a judicialização da politica e a criminalização dos movimentos sociais
    Pela auditoria da Divida Publica
    Contra o avanço do capital estrangeiro na aquisição de terras e na Educação
    Reforma agrária
    Aprovação do Estatuto da Juventude

4. Diretos sociais e humanos: Chega de violência contra a juventude!

    Contra o extermínio da juventude negra
    Contra a redução da maioridade penal
    Garantia do direito à Memória, à Verdade e à Justiça e pela punição dos crimes da Ditadura
    Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, como à autonomia sobre o próprio corpo e o combate à sua mercantilização, em especial das jovens mulheres
    Pelo fim da violência contra as mulheres
    Pela mobilidade urbana e o direito à cidade
    Pelo direito da juventude à moradia
    Desmilitarização da policia
    Respeito à diversidade sexual, aos nomes sociais e criminalização da homofobia
    Apoio à luta indígena e quilombola e das comunidades tradicionais
    Contra a internação compulsória e pelo tratamento da dependência química através de uma política de redução de danos
    Pelo direito ao lazer, à cultura e ao esporte, inclusive com a promoção de esportes radicais

5. - Democratização da comunicação de massas

    Universalização da internet de banda larga no campo e na cidade
    Políticas públicas para grupos e redes de cultura
    Apoio público para os meios de comunicação da imprensa alternativa
    Apoio ao movimento de software livre


                                                                                              São Paulo, 23 de fevereiro de 2013.


Assinam este documento: ABGLT, ANPG; APEOESP; Associação Cultural B; Centro de Estudos Barão de Itararé; CONAM, CONEM, Consulta Popular; ECOSURFI; Enegrecer; FEAB; Federação Paulista de Skate; Fora do Eixo; Juventude da CTB; Juventude da CUT; Juventude do PSB; Juventude do PT; Juventude Pátria Livre; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das Mulheres; MST; Nação Hip Hop Brasil; Pastoral da Juventude, PJMP; REJU; REJUMA; UBES; UBM, UJS; UNE; UPES, Via Campesina.


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