Do Blog do Polaco doido
No último sábado, dia 3 de novembro, meu amigo e blogueiro, Esmael Morais, publicou uma enquete questionando seus leitores sobre qual posicionamento destes a respeito do iminente golpe midiático que pretende jogar na lama o nome do Ex-Presidente Lula e, consequentemente, todos os avanços alcançados pelo Brasil nos últimos anos e, principalmente, para frear o fenômeno eleitoral que o Partido dos Trabalhadores vem consolidando a cada nova eleição.
Uma enquete até despretensiosa que apenas perguntava se o leitor sairia às ruas para defender o presidente, acabou virando um palanque de acusações infundadas contra o ex-presidente, sua família e seu partido. Mais de 230 comentários, na grande maioria, escritos com o fígado e que revelam um ódio patológico que alguns têm contra um estadista que, bem ou mal, mudou os rumos da política não só no Brasil, como também no mundo.
O golpe midiático em questão, tenta imputar a Lula a chefia e todo o planejamento do escândalo que ficou conhecido como “mensalão” e que foi amplamente divulgado pela grande imprensa corporativa durante o último período eleitoral.
Eu aqui, Polaco e Doido, não tenho nenhuma formação acadêmica para me meter criticar o mensalão ou o julgamento do caso pelo STJ e seus ministros. Mas é evidente que admiro o ex-presidente Lula como político e estadista. Claro também que esperava muito mais de seus dois mandatos como presidente, mas é inegável que os dois mandatos de Lula e estes primeiros anos de Dilma à frente do comando na nação são bastante positivos em quase todos os aspectos.
Tentar desconstruir todos estes avanços em virtude de um caso de corrupção é golpe e golpe baixo.
Ora, durante os mais de 500 anos da história brasileira os donos do poder sempre tiraram vantagens pessoais de todo este poder recebido. Verdadeiras oligarquias se formaram, herdeiros dos antigos chefes continuam se revezando em cargos dos executivos e legislativos bem na frente dos nossos narizes em todas as eleições. Por que apenas Lula, sua sucessora e o partido que eles são filiados recebem uma vigilância tão cerrada por parte desta pretensa elite intelectual tupiniquim?
Só para dar uma pequena noção. Eventos muito mais graves na história recente do país não merecem tanto empenho para colocar os responsáveis na cadeia. O caso Banestato x Banco Del Paraná desviou mais de R$ 42 bilhões e nem por isso o chefão da época, Jaime Lerner, é tratado como chefe, mandante e responsável por este rombo. Nem as privatizações criminosas de FHC, nem o caso das ambulâncias com seu rombo de R$ 2 bi no tempo em que Serra era ministro da Saúde de FHC e nem, tão pouco, o bilionário e rápido crescimento do patrimônio da filha do José Serra, coincidentemente na época das privatizações. Ou mesmo a descarada compra de votos de parlamentares para aprovar a eleição de FHC. Nada disso mereceu o mesmo enfoque do mensalão petista.
Existe uma clara seletividade de escândalos por parte da “elite” intelectual e da imprensa corporativa tupiniquim e esta seletividade tem como único objetivo fazer o país voltar a mesma estagnação e subserviência ao império do norte, do mesmo modo como era até o inicio do milênio.
Esta estagnação e subserviência é altamente positiva para a “elite” intelectual e para a grande imprensa corporativa, porém não traz nenhum benefício ao cidadão. Justamente aquele cidadão com um ódio doentio ao Lula que postou comentários depreciativos a respeito do ex-presidente no blog do Esmael.
É preciso deixar claro que com este texto não pretendo, como eles, dar maior peso ou ênfase a este ou aquele caso de corrupção ou desvio de dinheiro público. Por menor que seja o crime, ainda é crime e deve ser tratado como tal. O caso a ser levado em consideração é justamente esta seletividade da notícia. Esta seletividade só terá um limite quando finalmente o Brasil contar com uma legislação que realmente regulamente os meios de comunicação. Uma lei para regulamentar a rede de computadores nacional já está na pauta do congresso aguardando votação. Porém, os outros meios de comunicação ainda estão livres e soltos para publicar e manipular as mentes como melhor lhes convêm.
As grandes redes tem grana, tem suporte internacional, tem um público numeroso e tem lobistas poderosos barrando toda e qualquer tentativa de regulamentação.
E se esta regulamentação dos meios de comunicação não sair até 2014 corremos o sério risco de voltar a estagnação e subserviência do milênio passado logo após as próximas eleições presidenciais.
Tire a TV da tomada e pensa nisso!
Polaco Doido
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