Republico o artigo de Mauro Santanyana sobre a "homenagem" ao Brasil feita pelos organizadores da Olimpíada de Londres, que me foi enviado pelo blogueiro sujo Cido Araújo do BlogProg-SP.
Concordemos ou não com o autor, sem entrar no discurso chovinista e nacionalista, o artigo levanta importantes questões, como:
- A serviço de quais interesses estão determinados movimentos?
- O que podemos realmente fazer em nome de determinadas causas?
Lembro-me que anos atrás discutia com uma ONG europeia a possibilidade de desenvolvimento de projetos de cooperação no Brasil. Os caras foram muito diretos. Só aceitavam projetos que condenassem a produção e o uso do etanol no Brasil como fonte energética alternativa.
Naquele mesmo período a EuroNews repetia diuturnamente que a produção e o uso do etanol no Brasil havia elevado o custo de vida dos brasileiros porque levou ao aumento do preço das tortillas (comida típica mexicana à base de milho), sem dizer que o etanol produzido no Brasil não provém do milho (como nos EUA e no México), nem que os grandes consumidores mundiais de tortillas são os mexicanos e os texanos... Estes sim sentiram no bolso o reflexo do uso do milho para produção de etanol. Mas a EuroNews em momento algum criticou os EUA e o México por sua política equivocada de produção de etanol.
Recusei-me a fazer o jogo dos caras. Acho que não é preciso dizer que desde então nenhum de nossos projetos foram aprovados por aquela organização. Contudo, seguimos livres, independentes e vivos, queiram os europeus ou não.
Aliás, gostaria muito de poder encontrar de novo aqueles caras da ONG e perguntar o que acham do atual envolvimento de transnacionais petrolíferas europeias com a produção e distribuição de etanol no Brasil.
- Será que eles ainda são contra a produção e uso de etanol como matriz energética?
- Ou será que "evoluíram" e jogam o que o mestre mandou?
Estou curioso...
Uma desfeita ao Brasil
(HD) - A senhora Marina Silva é um caso típico de como as virtudes enganam. Ela surgiu na vida pública brasileira como a pobre menina da floresta, que se torna ativa militante da causa ambiental, entra para a política ainda muito jovem, dentro do PT; é eleita senadora pelo Acre; torna-se Ministra, e chega a candidatar-se, sem êxito, à Presidência da República. Trata-se de uma biografia virtuosa. Marina é militante de uma causa vista como nobre, a da defesa da natureza. Mas não se pode dizer, com o mesmo reconhecimento, de que se trata de uma boa brasileira. Marina é hoje, e é preciso dizer, uma patriota do mundo. Nenhum brasileiro, vivo ou morto, foi tão homenageado pelos mais poderosos governos estrangeiros e organizações não governamentais do que esta senhora, ainda relativamente jovem.
Ela, ao militar pela natureza universal, não tem servido realmente ao Brasil e à sua soberania. O Brasil, com o apoio, direto ou indireto, da senhora Silva, tem sido acusado de destruir a natureza. Quando seu companheiro de idéias, Chico Mendes, foi assassinado em Xapuri, o New York Times chegou a dizer que o mundo iria respirar pior, a partir de então. A tese do jornal, já desmentida pela ciência não engajada, era a de que a Amazônia é o pulmão do mundo. Assim, a cada árvore abatida, menos oxigênio estaria disponível para os seres vivos.
Marina Silva transita à vontade pelos salões da aristocracia européia e norte-americana. É homenageada, com freqüência, pelas grandes ongs, como a WWF, que contava, até há pouco, com o caçador de ursos e de elefantes, o Rei Juan Carlos, da Espanha, como uma de suas principais personalidades. Na melhor das hipóteses, a senhora Marina Silva é ingênua, inocente útil, o que é comum nas manobras políticas internacionais. Na outra hipótese, ela sabe que está sendo usada para enfraquecer a posição da nação quanto à defesa de sua prerrogativa de exercer plenamente a soberania sobre o nosso território.
Ainda agora, a ex-candidata a Presidente acaba de ser homenageada pelos organizadores londrinos dos Jogos Olímpicos, como convidada de destaque, ao lado de outras personalidades mundiais, a maioria delas diretamente ligadas às atividades esportivas, o que não é o seu caso. Para quem conhece os códigos da linguagem diplomática, tratou-se de uma desfeita ao Brasil, como país soberano, e, de forma bem clara, à Presidente Dilma Roussef. Dilma, com elegância, declarou-se feliz pela homenagem à sua adversária nas eleições presidenciais de 2010, e que permanece militando na oposição ao atual governo. A Chefe de Estado, que ali representava a nação inteira, e não ongs interessadas em retardar o desenvolvimento autônomo do Brasil, não assinou recibo pela aleivosia de uma Inglaterra decadente, contra um Brasil que cresce no respeito do mundo.
Fonte: Blog do Mauro Santayana
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