Windows Phone fracassa e comprova: não há gigantes eternos
Agosto 19, 2016 11:44Artigo publicado pelo UOL em 18 de agosto de 2016 mostra que não existem gigantes eternos e que a Microsoft também fracassa, mas fica quietinha quando isso acontece.
Não era para menos, a gigante do Vale do Silício também tentou monopolizar o mercado de celulares e impor seu "padrão" fechado e proprietário. Só que desta vez os consumidores já conheciam outros produtos que lhes ofereciam melhores experiências de uso ou que, ao menos, lhes dão esta sensação.
A Nokia que já foi sinônimo de celular em todo o mundo, errou a mão ao demorar a lançar smartphones com tela sensível ao toque e liberar o código fonte de seu sistema operacional para que milhares de desenvolvedores em todo mundo pudessem aprimorá-lo. Quando o fez, já tinha concorrentes de peso e perdeu o bonde da história. Agora tenta voltar ao mercado licenciando sua marca e terceirizando a produção física dos dispostivos.
A filandesa Nokia poderia apostar numa parceria com seu compatriota Linus Torvalds e lançar um sistema operacional realmente livre para seus smartphones, mas prefere adotar tardiamente o Android usado também por outras marcas que produzem celulares, desde os mais baratos até o mais sofisticados.
As perguntas que ficam são:
1) Por que alguém compraria um Nokia fabricado pela chinesa Foxconn que roda um sistema operacional igual ao de outras marcas consolidadas no mercado?
2) Se era para adotar o Android, por que a Nokia não o fez nos primórdios deste sistema operacional, quando tinha bala na agulha suficiente para contribuir com o desenvolvimento do mesmo?
3) Por que, mais uma vez, a Nokia perde a oportunidade de ousar no mercado e não adota um sistema operacional realmente livre?
A boa notícia é que, pelo menos em um mercado, os comsumidores se virão livres dos produtos da Microsoft.
Nokia pode voltar ao mercado de celulares rodando Android
Projeto de cooperação cientifica com o Instituto de Sistemas Biotécnicas (BRICS Programme)
Luglio 21, 2016 17:23 - no comments yetO Escritório Comercial da Rússia no Rio de Janeiro anunciou que o Instituto de Sistemas Biotécnicas da Rússia está desenvolvendo projetos inovadores na área de saúde e busca novos parceiros entre as Universidades brasileiras para realizar o projeto de Monitor glicosímetro não invasivo fundamentalmente novo, permitindo o monitoramento contínuo do nível de açúcar no sangue, detecção de situações perigosas, a influência de drogas e o controle da bomba diabética.
Este projeto pode ser feito nos termos de uma chamada piloto do BRICS STI Framework Programme, no qual a Rússia é representada pelo Ministério da Ciência e Educação. Essa chamada piloto irá encerrar dia 25 de agosto de 2016 e candidaturas após essa data não serão aceitas.
Caso haja interesse dos pesquisadores brasileiros ou dos pesquisadores estrangeiros com visto permanente no país, o Escritório Comercial da Rússia no Rio de Janeiro pede a gentileza de ser informado sobre a sua possibilidade de participar neste concurso em parceria com o Instituto de Sistemas Biotécnicas.
A duração do BRICS STI Framework Program é de 3 anos, a contar de janeiro de 2017. Para saber mais detalhes sobre o BRICS STI Framework Programme - Coordinated call for BRICS multilateral projects – Pilot call 2016, segue em anexo a brochura com maiores informações sobre as áreas temáticas abarcadas e os critérios de submissão de candidaturas.
Contato do Escritório Comercial da Rússia no Brasil - Rio de Janeiro:
Endereço: Av. Visconde de Albuquerque, 466 – Leblon, CEP: 22450-030
Tel: (55-21) 2274-0099 Fax: (55-21) 2274-0845 E-mail: otprusrio@infolink.com.br
Atenciosamente,
Giselle Torrens
Analista de Relações Internacionais/ International Relations Analist
Países Francófonos / Pays Francophones
Universidade Federal do Rio de Janeiro / Federal University of Rio de Janeiro
Diretoria de Relações Internacionais / International Relations Office
Av. Pedro Calmon, 550 – 2.º andar – Prédio da Reitoria -- UFRJ
Cidade Universitária – Ilha do Fundão – Rio de Janeiro – RJ – 21941-901
Phone: +55 21 2598-1610
A desigualdade no Brasil
Giugno 30, 2016 18:53Por Clemente Ganz Lúcio 1
Tempos difíceis no mundo e no Brasil. Crise econômica profunda, desemprego, arrocho salarial, precarização dos direitos, violência crescente, migrantes em fuga, xenofobia, descontentamento com as instituições e insatisfação com a política compõem uma lista e tanto, mas são apenas parte dos problemas. Em busca de solução, há o desafio de entender o que está acontecendo, identificar causas e consequências. E há um desafio maior ainda que é transformar, pelo conhecimento, os problemas em questões que mobilizem a sociedade para atuar e intervir.
A desigualdade é uma das questões mais complicadas e a causa estrutural da maioria dos problemas que vivemos. Nasce na sociedade com e devido ao modo pelo qual se produz e distribui riqueza e renda. É isso que diz Thomaz Piketty no livro O capital no século XXI. Como afirma o autor, não há determinismo econômico na distribuição da renda e da riqueza, pois esta é uma construção histórica, feita em sociedade e, por isso, política. O debate sobre o que é justo e sobre as escolhas coletivas fazem parte do jogo social.
Recentemente (maio), a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou, pela primeira vez, breve estudo com base nos dados do Imposto de Renda da Pessoa Física 2014-2015 (Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira). Disponível do site do Ministério, o trabalho permite uma comparação com os dados produzidos por Piketty.
O estudo analisa os dados do imposto de renda de 26,5 milhões de pessoas, de um universo de 101 milhões que trabalharam nesse período, ou seja, um quarto desse contingente. Examina o rendimento e a riqueza (bens e direitos) por faixa de salários mínimos e por decil e centil de renda (como se dividíssemos o grupo de 26,7 milhões em 10, 100 ou 1.000 grupos de igual tamanho).
As 26,7 mil pessoas que estão no topo da pirâmide detêm 6% de toda a renda e riqueza daqueles que declararam o imposto de renda. Este grupo ganha 6.100% a mais do que a renda média dos que declararam imposto de renda e têm um volume de riqueza (bens e direitos) 6.450% superior à média dos declarantes. Os dados para os 1% ou 5% mais ricos também são revoltantes.
Considere que esses dados comparam a renda e a riqueza entre aqueles que declaram imposto de renda. Há, porém, 75 milhões de pessoas que estão no mundo do trabalho e não fazem declaração de IR, a grande maioria, justamente porque possui renda muito baixa. Incluindo-os na comparação, a desigualdade aumentará muito.
Considere ainda que esse dado trata de cada CPF, ou seja, de cada pessoa e que os ricos distribuem riqueza e renda entre os CPFs da família. Agregando CPFs de uma família, são obtidos números ainda mais assustadores de concentração de renda e riqueza num mesmo núcleo. E se for considerado ainda que se trata da renda e da riqueza de pessoas físicas e que os ricos detêm muito mais patrimônio e renda (lucro) como pessoas jurídicas, os números aumentam mais e mais. Levando em consideração ainda que muitos ricos, como revelam as operações denunciadas em paraísos fiscais, deixam parte relevante da riqueza escondida do fisco naqueles países, a riqueza dessas pessoas chega à estratosfera. Para expressar qualquer opinião sintética sobre essa situação toda, é necessário um longo e sonoro palavrão.
A desigualdade revelada nesse importante relatório é de obrigatório conhecimento, pois é essencial para fundamentar uma atuação incisiva para a tributação sobre a renda, a riqueza e os dividendos. Há outros importantíssimos estudos sobre o tema, que valem comentários em outras oportunidades.
Com o trabalho é produzida muita renda e riqueza, que poderiam gerar bem-estar e qualidade de vida para todos. Mas o que acontece, o que se cria, é essa absurda desigualdade, que produz muitos dos problemas que abrem esse artigo. É fundamental atuar, intervir e transformar esse quadro perverso.
1 Sociólogo, diretor técnico do DIEESE.