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Blog do Bertoni

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 1 person following this article.
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A Festa Operária: 29/11/2014

17 de Novembro de 2014, 13:18, por Bertoni

Camaradas,

Finalmente o nosso dia!

Temos o carinho de convidar e a certeza de contar com a presença de cada militante que contribuiu nesses anos com a INVESTIGAÇÃO OPERÁRIA. Dia 29 de novembro vamos lançar o nosso livro.

Será um grande encontro das famílias de trabalhadores, de lutadores, daqueles que irmanados construíram a resistência à ditadura e continuaram lutando contra a opressão capitalista.

A luta não para!

Que a experiência dos que enfrentaram os patrões, a pelegada, a repressão e os militares no poder possa ajudar no diálogo com os jovens lutadores de hoje, que agora testam, ensaiam novas formas de luta.

Vamos garantir que os jovens estejam presentes nessa festa operária.

NOSSO ENCONTRO, NOSSA FESTA!

Dia 29 de novembro (sábado). Horário: 13h30

Local: Memorial (onde foi o DOPS)

Largo General Osório 66 - Estação e Metro LUZ



Democratizar as mídias? Para quê?

17 de Novembro de 2014, 7:06, por Bertoni - 0sem comentários ainda

A campanha eleitoral de 2014 escancarou para o Mundo tudo aquilo que movimentos sociais, sindicatos, comunicadores livres e cidadãos que defendem a Democracia há muito já sabiam: Não há Democracia com monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação, que, em mãos de empresas privadas, não comunicam, mas defendem seus interesses de classe e, se preciso for, mentem para manter o status-quo.

Mas a pergunta é: O que se entende por Democratização das Mídias?

Se for apenas trocar o "papel" pela "internet" e o "analógico" pelo "digital", estamos mal.

Se for apenas querer que os Frias, Marinhos, Mesquitas, Saads e Macedos se tornem "democráticos" ou nos deixem publicar uma coluninha semanal em seus veículos, analógicos ou digitais, estamos pior.

Se apostamos na força dos meios digitais, mas nos negamos, consciente ou inconscientemente, a assumir o controle das forças produtivas e nos mantivermos como meros usuários de redes digitais estrangeiras, estamos mudando tudo para não ficar com nada.

De nada adianta trocar o oligopólio das velhas mídias controladas por sete ou oito famílias brasileiras pelo monopólio/duopólio digital internacional controlado por uma ou duas empresas gringas.

Mas antes de me xingar, me questionar ou me detonar publicamente, peço que leia e estude com atenção os artigos listados abaixo.

Procure entender que no mundo da informação digital, do capitalismo informacional, não haverá Liberdade de Expressão sem Soberania Tecnológica.

Quem controlar os códigos e os conhecimentos, controlará a sua liberdade de se expressar.

Quem não for dono dos processos de produção e disseminação de conhecimentos, estará fadado a ser um mero usuário, no máximo um distribuidor de conhecimento alheio.

Leia, estude, reflita:

Software Livre é soberania nacional e inclusão digital

Colaboração e Liberdade: estratégias de desenvolvimento tecnológico nacional

Olá, presidenta Rousseff… eu avisei!

Tecnologias livres e as plataformas de colaboração como estratégia nacional

Cut 30 anos: do mimeógrafo e carro de som às redes digitais

ReperCUT Paraná: Soberania Tecnológica

Patentes para que e para quem?

Você sabe o que é DMCA - Digital Millennium Copyright Act???

Veja o que as companhias de telecomunicação farão se acabar a Neutralidade na Rede na Internet!!!

Como entender essas denúncias de vigilantismo global

Software livre é a alternativa contra espionagem eletrônica

América Latina já tem alternativa LIVRE às redes digitais privadas e proprietárias

Não acreditem em mim: The Terrible Truth About Facebook

Quem manda no Shopping Center é o dono

Redes Sociais e o Software Livre

Você sabe quem invade seu computador???

Computadores com Windows 8 dificultam a instalação de sistemas livres. Saiba como resolver isso!

Só faremos a Democratização das Comunicações quando deixarmos de ser objetos e passarmos a ser sujeitos dos processos de Produção, Distribuição e Compartilhamento de Conhecimentos, quando formos donos dos meios de produção dos processos comunicacionais.

Mas não precisa concordar comigo. Leia e reflita. Pesquise.



Faleceu o filósofo Leandro Konder, um dos principais divulgadores do Marxismo no Brasil

12 de Novembro de 2014, 19:13, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Faleceu hoje, 12/11/2014, na cidade do Rio de Janeiro, aos 78 anos, o filósofo Leandro Konder, um dos maiores divulgadores do Marxismo no Brasil, tendo especial papel na introdução da obra de Lukács.

Leandro atuou como advogado criminalista e, depois, trabalhista, até ser demitido dos sindicatos em que trabalhava, em função do golpe militar de 1964.

Em 1972, forçado a sair do Brasil, foi para a Alemanha, onde trabalhou na Universidade de Bonn, e para a França. Retornou ao país em 1978.

Desde de 1985 lecionou no Departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).  Foi também professor da Universidade Federal Fluminense.

Atuante pensador, foi autor de inúmeras obras em diversas áreas do conhecimento, como Filosofia, Sociologia, História e Educação.

Deixa 21 livros publicados, e os que mais se destacam são A derrota da dialética, Flora Tristan – Uma vida de mulher, uma paixão socialista, Walter Benjamin – O marxismo da melancolia, Fourier – O socialismo do prazer – Vida e obra, O que é dialética, O futuro da filosofia da práxis. Publicou também os romances A morte de Rimbaud e Bartolomeu.

 



Bons Filmes!

10 de Novembro de 2014, 18:02, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por Clemente Ganz Lúcio1

Um bom filme, espetáculo de teatro ou livro são capazes de garantir não apenas diversão, mas também grandes aprendizados. Cada situação, enredo e argumento pode propiciar oportunidades para refletir e desenvolver o conhecimento sobre a complexidade do mundo e das relações sociais.

Entre filmes que valem a pena ser vistos e revistos, há muitos, entre os quais os listados abaixo. São obras que nos recolocam diante de contextos e desafios muito atuais, com bons enredos, ótimas interpretações e pesquisas cuidadosas.

Grande Demais para Quebrar (Too Big to Fail, de Curtis Hanson, 2011, EUA) - retrata os bastidores que desencadearam a grande crise econômica de 2008.

Um Sonho Intenso (de José Mariani, 2013, Brasil) - documentário que trata da trajetória do desenvolvimento econômico e social brasileiro.

O Capital (Le Capital, de Costa-Gravas, 2012, França) - como o capital cria os escravos do sistema.

O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, de Martin Scorsese, 2013, EUA) – trata de rentismo, hipotecas e sistema financeiro.

O Exercício do Poder (L'Exercice de L'Etat, de Pierre Schoeller, 2011, França/Bélgica) - a vida de um político e a luta pelo poder.

Dossiê Jango (de Paulo Henrique Fontenelle, 2012, Brasil) - documentário que resgata fatos da política no Brasil nos anos 1950 e 1960.

Jango (de Silvio Tendler, 1984, Brasil) - documentário sobre Jango Goulart e o golpe de 64.

Getúlio (de João Jardim, 2013, Brasil) - os últimos 20 dias de Getúlio na presidência e as causas do suicídio.

No (de Pablo Larraín, 2012, Chile) - a luta política e a mídia no plebiscito no Chile pelo fim da ditadura de Pinochet.

Trabalho Interno (Inside Job, de Charles H. Ferguson, 2010, EUA) - documentário sobre a crise de 2008.

Tudo pelo Poder (The Ides of March, de George Clooney, 2011, EUA) - uma campanha presidencial nos Estados Unidos.

O Dia que Durou 21 anos (de Camilo Tavares, 2012, Brasil) - documentário que mostra a influência dos Estados Unidos no golpe civil-militar de 1964 no Brasil.

O Palácio Francês (Quai d’Orsay, de Bertrand Tavernier, 2012, França) - a burocracia e os jogos de poder.

A Questão Humana (La question humaine, de Nicolas Klotz, 2007, França) - o psicólogo do departamento de recursos humanos de uma grande empresa é chamado para uma tarefa adicional: monitorar um diretor, cujo comportamento parece suspeito.

Margin Call - O dia antes do fim (Margin Call, de J.C. Chandor, 2011, EUA) - o começo do efeito dominó da crise de 2008.

O Corte (Le Couperet, de Costa- Gravas, 2005, Bélgica/França/Espanha) - o drama de um executivo desempregado.

Boa Noite, Boa Sorte (Good Night, and Good Luck, de George Clooney, 2005, EUA) - um âncora de TV que tenta mostrar dos dois lados da história, em plena era do macarthismo, compra briga com o senador Joseph McCarthy e pela liberdade de expressão.

A Corporação (The Corporation, de Jennifer Abbott e Mark Achbar, 2003, Canadá) - documentário sobre as grandes corporações multinacionais.

Também há muito boas animações, como O Menino e o Mundo (de Alê Abreu, 2008, Brasil), sobre um garoto que, em busca do pai, se depara com a pobreza, exploração e falta de perspectivas.

Bom filme!

1 Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.



Mulher, Mercado de Trabalho e Desigualdade

10 de Novembro de 2014, 18:00, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por Clemente Ganz Lúcio1

As lutas que as mulheres enfrentam cotidianamente para superar as desigualdades de gênero envolvem, em diferentes momentos da história e contextos sociais, dramas, tragédias e resistências na família, na escola, no trabalho, na comunidade, no partido, no sindicato. Em meio a tantas adversidades, no entanto, houve avanços em diversas questões, apesar de ainda estarmos muito, muito distantes da situação ideal. A luta pela equidade de gênero precisa ocupar os diferentes espaços e dimensões da vida. É tarefa de todos e essencial na busca por uma sociedade em que haja liberdade, igualdade e justiça na sociedade. Diversas pesquisas mostram como o caminho a ser percorrido é longo.

De acordo com recente trabalho do IBGE, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, usando dados do Censo de 2010, comparados aos de 2000, a participação das mulheres com idade ativa (16 anos ou mais) no mercado de trabalho cresceu de 50% (2000) para 55% (2010), enquanto a participação dos homens caiu de 80% para 76%. Essa diferença de participação entre homens (76%) e mulheres (55%) indica que há um contingente potencial de mulheres que pode ingressar no mercado de trabalho e continuar responsável pelo vigor futuro da formação da força de trabalho do país. O crescimento da participação é maior para aquelas com mais de 30 anos, assim como a participação das que vivem nas cidades (56%) é superior à das que vivem no meio rural (46%). O ingresso da mulher no mercado de trabalho é uma transformação estrutural na composição da força de trabalho e é responsável por criar ambiente favorável para outras mudanças na situação de desigualdade de oportunidades.

A formalidade cresceu no mercado de trabalho brasileiro. Para as mulheres o nível de formalização passou de 51% para 58% e a dos homens de 50% para 59%. É provável que o emprego doméstico explique parte desse movimento menos intenso de formalização entre as mulheres, pois as trabalhadoras domésticas correspondiam a 15% das mulheres que trabalhavam (em 2000 eram 19%). O registro em carteira de trabalho cresceu de 37% para 47% da força de trabalho masculina e para a feminina, foi 33% a 40%.

As mulheres estudam mais e têm maior nível de instrução, mas possuem formação em áreas que pagam menores salários e ocupam postos de trabalho com menor remuneração. É recorrente ainda observar salários menores para mulheres que ocupam funções idênticas às dos homens. Em 2010, o rendimento médio era de R$ 1.587 para eles e de R$ 1.074 para elas, o que corresponde a 68% da remuneração masculina. As diferenças diminuem nas maiores cidades e na maioria das capitais brasileiras. A remuneração média do Nordeste é 43% menor que a do Sudeste (R$ 881 contra R$ 1575). O rendimento médio das negras ou pardas (R$ 727) representa 35% do rendimento médio do homem branco (R$ R$ 2.086). O rendimento médio das mulheres rurais é de R$ 480, inferior ao salário mínimo da época, de R$ 510.

No período analisado, dobrou o número de domicílios que tinham as mulheres como responsáveis. Em 2000, eram 11 milhões (24,9%), em 2010, eram 22 milhões, o que corresponde a 38,7% dos domicílios comandados por mulheres. Nas famílias de casal com um filho, as mulheres são chefes em 24% dos casos (e 23% nos casos de famílias sem filhos). Elas são ainda responsáveis por 87% das famílias formadas por responsável sem cônjuge e com filho.

O emprego e a renda são dois componentes que criam condições para que as mulheres se libertem das incontáveis situações de opressão e humilhação que vivem na relação com os homens, o que lhes têm acarretado o ônus do cuidado dos filhos e, na maior parte das vezes, dos idosos. O rendimento das mulheres tem crescente participação na renda familiar.

Por essa situação relacionada ao cuidado dos filhos e para promover a igualdade de condições de inserção da mulher no mercado de trabalho, é fundamental que as políticas públicas universalizem o direito de acesso às creches, à educação infantil, básica e média, todas em tempo integral.

1 Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.



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