Itu é grande demais
14 de Abril de 2014, 10:36 - 3 comentáriosComentário para o programa radiofônico do Observatório, 14/4/2014
Os jornais de segunda-feira (14/4) destacam a relativa surpresa do futebol no final de semana: o Ituano Futebol Clube venceu o Campeonato Paulista, derrotando o Santos Futebol Clube na disputa de pênaltis. Até o carioca O Globo, cujo interesse futebolístico não costuma passar de Volta Redonda, registrou o feito na primeira página e em reportagem destacada no caderno de Esportes.
A imprensa resistiu à comparação banal com a batalha entre Davi e Golias, com apenas uma referência a esse clichê, no Globo, mas tanto o Globo como a Folha de S.Paulo se referiram a certa mania dos moradores da cidade interiorana, onde tudo é acima das proporções normais: “Itu é grande”, dizem os títulos dos dois jornais.
Nos comentários de especialistas, o ponto central é a vitória do orçamento modesto contra as folhas de salários multimilionárias dos grandes clubes. Mas a vitória do Ituano marca também uma mudança na linguagem do jornalismo esportivo, que nos últimos anos se rendeu aos critérios de grandes investimentos provocados pelas repatriações de atletas que fizeram fortunas no exterior. Esse modelo ainda determina a lógica do futebol brasileiro, mas o resultado da estratégia realista do clube de Itu mostra que há alternativas para conter a elitização do esporte popular.
Um dos exemplos mais escandalosos da inviabilidade do modelo baseado em salários de centenas de milhares de reais é o do atacante Márcio Passos de Albuquerque, conhecido como Emerson Sheik, que está trocando o Corinthians pelo Botafogo. O jogador ficou, com se diz no jargão futebolístico, “sem ambiente” no clube paulista, após o jogo contra o Flamengo, no fim do Campeonato Brasileiro de 2013, quando tomou atitudes de quem jogava pelo adversário.
Também pesou contra ele a acusação de haver contribuído para prejudicar o clima interno da equipe e afastar do elenco o atacante Alexandre Rodrigues da Silva, conhecido como Alexandre Pato, trazido do Milan da Itália por mais de R$ 40 milhões. Pato foi emprestado ao São Paulo Futebol Clube e Emerson está se transferindo provisoriamente para o Botafogo do Rio de Janeiro; e, em ambos os casos, o Corinthians se compromete a pagar metade dos salários, o que implica um custo superior a R$ 6 milhões por ano.
Jornalismo de resultados
Ituano e Corinthians são os extremos dessa desigualdade que pode afastar os torcedores dos estádios, porque o crescimento descontrolado dos custos nos grandes clubes inflaciona os preços de ingressos, mantém a estrutura do futebol dependente de grandes contratos com a emissora de televisão hegemônica, limita a receita publicitária a meia dúzia de grandes anunciantes e contribui para concentrar a renda do futebol.
Até mesmo a violência provocada por delinquentes abrigados nas chamadas torcidas organizadas decorre em parte desse modelo, porque esses grupos organizados são parte do esquema de apoio comprado por dirigentes dos grandes clubes com a oferta de ingressos, transporte e outros incentivos.
A imprensa costuma citar isoladamente alguns aspectos desse modelo, condenando pontualmente a violência e alertando para o problema da desigualdade nos salários, mas de modo geral se deixa contaminar pelo clima de show business que se criou em torno do futebol no Brasil.
A movimentação de jogadores entre o mercado brasileiro e o exterior, principalmente nos negócios com clubes europeus, também rende boas oportunidades profissionais para jornalistas, de modo que se produz um círculo no qual alguns levam vantagem, enquanto a estrutura baseada na paixão futebolística vai cedendo lugar aos interesses financeiros. Não são poucas as suspeitas de enriquecimento de dirigentes de clubes, alguns dos quais são veladamente acusados de ficar com parte dos grandes salários que oferecem às estrelas de suas equipes.
A vitória do Ituano Futebol Clube cria a possibilidade de uma discussão na imprensa sobre os rumos do esporte, no ano em que o Brasil se apresenta como anfitrião da Copa do Mundo. Mas certamente a conversa termina aqui mesmo. Denúncias de superfaturamento em obras dos estádios construídos ou reformados para a Copa ficam apenas na superfície do noticiário.
No futebol, como em outros temas, o jornalismo vive de resultados.
Reflitamos!
14 de Abril de 2014, 5:23 - sem comentários aindaSe nossas análises de conjuntura são corretas;
Se nossas críticas ao sistema Capitalista fundamentadas;
Se a defesa dos oprimidos mais que justificada e necessária;
Então, por que o número de oprimidos, pobres e Trabalhadores filiados aos nossos partidos revolucionários é ínfimo?
Será que é o povo que é burro?
Ou será que avançamos tanto e nos descolamos da realidade popular???
Histórias e Contos ou como o povo cai nas balelas da elite
14 de Abril de 2014, 5:09 - sem comentários aindaPor Luiz Rodrigues
Passei o final de semana em São Bernardo doCampo em conversas com amigos e amigas daquela região.
Como tenho militância política é comum quando as pessoas me encontram, já me provocarem para o tema. Neste final de semana ouvi mais do que falei e confesso, fiquei preocupado.
Só me lembro de uma situação que lembra (pois não é igual) os tempos atuais, quando tivemos o congelamento dos preços no Plano Cruzado do Sarney, onde vivíamos uma inflação de fato muito alta e com o congelamento de preços a maioria da população virou fiscal do Sarney, que na verdade foi um golpe, pois o tal do congelamento só durou até as eleições, depois que Sarney conseguiu a maioria no congresso o congelamento acabou.
Mas enquanto durou o congelamento, a gente tentava explicar para a população o golpe do congelamento e quase era agredido fisicamente. Impressionante era a quantidade de fiscais do Sarney.
Teve trabalhador que afirmou não precisar mais dos sindicatos, porque o Sarney tinha resolvido o problema da classe.
Outro momento desses, foi nas eleições de 89, quando espalharam que se o Lula fosse eleito iria meter a mão na poupança do povo. Tinha amigo meu que nem poupança tinha e fazia terrorismo com medo de perder o que não tinha. Conclusão, a maioria elegeu o Collor que meteu a mão na poupança, de quem tinha, logo após eleito. Quem não viveu estes períodos, por favor, pesquisem sobre.
Destes tempos pra cá, evoluímos, a grande mídia, embora atinja a maioria da população, já não é hegemônica. Conseguimos fazer um certo contraponto na rede.
Mas estou preocupado, nem sempre a maioria tem razão e me parece que a dobradinha, mídia e PSDB está pegando. O PSDB e as forças reacionárias acusam o governo, a mídia repercute e sai CPI e um monte de denúncias que se esvairão, após as eleições.
Vi muita gente irada com o governo, repetindo o discurso da mídia e do PSDB. Sem fundamentos razoáveis. É impressionante o tamanho e a quantidade de desgraças comentada na grande mídia golpista.
Parece que o Brasil não tem uma política de recuperação do salário mínimo, que descobriu o Pré-Sal, que tem o menor índice de desemprego da história deste país, que mais de 40 milhões chegaram à classe média, quem era da classe média vem se mantendo (de forma diferente do que ocorre noss países ricos, onde a classe média está empobrecendo), que estamos ampliando o acesso a educação e que o mundo está em crise, enquanto o Brasil apesar disso consegue crescer. E este é o caminho de ir resolvendo os problemas deste país que estavam nas mãos da elite há 502 anos.
Outro exemplo: já tem gente acreditando na crise da Petrobrás e que o PSDB e a mídia conservadora vão acertar a situação da empresa.
Quem não se lembra que a Petrobrás era chamada de elefante branco, pelos tucanos, pela mídia e seus aliados?
Quem não se lembra que os tucanos tentaram mudar o nome da Petrobrás para PETROBRAX para vender o elefante branco, como fizeram com a Vale a preço de bananas?
E a plataforma P36 que afundou no mar por incompetência e má gestão dos tucanos?
Tem muita gente acreditando que farão mais e melhor, ora se são neoliberais é só dar uma olhada nos países que adotaram suas políticas para saber como está a situação do povo, que era a nossa no período deles.
Espero que nosso povo não caia no conto, como caíram no congelamento, no sequestro da poupança e nesta cantinela da carcomida mídia e da direita reacionária.
Conto é um conto, história é história. Todavia, os poderosos nos contam contos como se história fossem. A nós cabe pesquisar e discernir, para não ficar com cara de "UÉ?", como nos episódios que citei acima.
Ainda quero lembrar aos incautos, que depois de terem acreditado no congelamento e no sequestro da poupança, ao invés de se indignar com os quem os tinha enganado, vinham nos cobrar, porque não estávamos fazendo nada. Ora bolas, depois de colocar seus algozes no poder, mesmo que quiséssemos não tínhamos muito o que fazer, então ríamos para não chorar.
Abraço fraterno
Luizinho
Dois Pesos e Duas Medidas da Justiça à Brasileira!
14 de Abril de 2014, 4:56 - sem comentários aindaPara quem não é de Taubaté, Ortiz Junior é tucano, atual prefeito da cidade, já foi cassado em primeira instância e o julgamento não anda
Luizinho
SE ORTIZ JUNIOR FOSSE PETISTA, AH!
Este texto, inspirado em breve comentário de um internauta, nosso amigo, nas redes sociais, na manhã deste domingo (13/04), me pôs a refletir sobre a justiça à brasileira, isto mesmo, à brasileira, servida como um saboroso prato do mais requintado restaurante aos ricos e poderosos deste país.
Todas as transgressões são permitidas à “justiça” brasileira, desde que seja para incriminar petistas e salvaguardar tucanos.
A teoria do domínio do fato,do alemão Claus Roxin, serviu para condenar, sem a mínima prova, o petista José Dirceu, que se encontra encarcerado até hoje na Papuda, em regime fechado, quando poderia estar trabalhando fora do presídio. É um direito que a lei lhe garante, mas que a “justiça” lhe nega.
A mesma teoria sequer é aventada no caso do trensalão tucano, que envolve o atual e o ex-governador, respectivamente, Geraldo Alckmin e José Serra, sem contar o falecido Mário Covas.
O desvio apontado, para pagamento de propina, passa da casa de R$ 1 bilhão, vou repetir, R$ 1 bilhão. Ah! Se o governador de São Paulo fosse petista, imagine o estardalhaço que a imprensa, acertadamente chamada de PIG, estaria fazendo?
Imagine se Pimenta da Veiga, pré-candidato a governador de Minas Gerais, e o ex-deputado Eduardo Azeredo, fossem petistas? Basta ver o tratamento que o PIG dispensa ao deputado André Vargas e à Petrobrás.
Se Pimenta e Azeredo fossem petistas estariam mofando na cadeia. Ambos são figuras importantes no “mensalão tucano”, de 1998, que ainda não foi julgado nem em primeira instância, ao contrário dos acusados pelo mensalão petista, que foram direto para a terceira instância, mesmo os que não tinham foro privilegiado.
O STF deixou provado que Justiça, com “jota” maiúsculo, no Brasil, existe somente para pretos, pobre, putas e petistas.
Tomemos o caso do prefeito de Pindamonhangaba, Vito Ardito Lerario (PSDB), absolvido esta semana pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) após ter infringido a legislação eleitoral ao usar próprio público em 2004 para apoiar sua candidata na eleição municipal daquele ano.
A infringência ao artigo 1º, I, “j” da Lei da Ficha Limpa“ segundo a qual “não podem eleger-se aqueles que tiverem sido condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição” foi desconsiderada pelo ministro João Otávio de Noronha, que absolveu Vito Ardito da infração, mantendo-o no cargo.Seu voto foi acompanhado pelos demais ministros.
Vito Ardito, durante entrevista a uma emissora de rádio de Pindamonhangaba, teria desdenhado do resultado que lhe foi favorável: “Sou protegido pelo Ibama (alusão ao fato de ser tucano)”, brincou.
Agora veremos a situação de Taubaté...
O mesmo ministro João Otávio de Noronha foi o relator do agravo de instrumento5117 impetrado pelo tucano Ortiz Junior, que visa barrar o julgamento da AIJE 952-92.2012.6.26.0141, ajuizada pelo MPE em 10/12/12, sobre possível lavagem de dinheiro na campanha eleitoral daquele ano.
A decisão do ministro deve ser publicada pelo DJE de terça-feira (15/04). As primeiras informações dão conta que o agravo não foi aceito.
Assim que o TRE for comunicado da decisão do TSE, a JE de Taubaté receberá sinal verde para dar prosseguimento ao julgamento da ação pela qual Ortiz Junior é acusado de lavagem de dinheiro.
Os advogados de Ortiz Junior tem uma extensa folha de serviços prestada ao PSDB. Basta associar qualquer um dos nomes com uma pesquisa no Google para ver, com os próprios olhos, para quem tais advogados já trabalharam.
O tucano tem dois recursos a serem julgados pelo TRE. O menos importante é sobre a rejeição parcial da sua prestação de contas.
O processo 944-18.2012.6.26.0141 não é uma ação judicial eleitoral.
Ortiz Junior perdeu o prazo de recurso e tenta, tardiamente, reverter a situação. Caso o TRE mantenha a decisão da JE de Taubaté, o tucano estará inelegível nos próximos oito anos.
Em se tratando de Brasil e de político tucano em particular, Ortiz Junior sabe que novos recursos poderão adiar indefinidamente sua possível inelegibilidade.
O que interessa aos taubateanos é o julgamento do recurso eleitoral ao processo 587-38.2012.6.26.0141, pelo qual Ortiz Junior foi cassado em primeira instância.
Desde 07 de março deste ano os autos repousam na mesa do juiz Roberto Maia Filho, conclusos para irem a julgamento.
O mês de abril está entrando na segunda quinzena e até agora, nada. O desânimo e a desconfiança começam a tomar conta de quem aguarda com ansiedade o desfecho do julgamento do recurso.
Alguém duvida que a situação seria outra se, em lugar de tucano, o prefeito de Taubaté fosse petista?
Fonte: Irani Lima