Estava na segunda-feira, numa fossa típica daquelas de início da semana, pós o boa noite do programa Fantástico, no Domingo. Pensava que seria mais uma segunda daquelas arrastadas. À tarde, um amigo do Mato Grosso d Sul, Gabriel Luiz, repassou uma mensagem, via ZAP, sobre a decisão do Ministro do STF, Edson Fachin, de anular as acusações contra o ex-presidente Lula. O ex-presidente é elegível para concorrer a qualquer cargo político em 2022, inclusive para a presidência da república.
Lógico, não vou atrever-me a analisar o processo jurídico que não a minha aérea de atuação.
A alegria foi geral. Fui para as redes sociais para apoquentar meus amigos bolsonaristas (isso mesmo, tenho amigos bolsominions, poucos). Alegria foi geral. Passado o momento alucinógeno, vieram depois indagações que são boas para analisarmos e cairmos na real.
Particularmente não vejo com bons olhos a volta do ex-presidente Lula à presidência. Confio na sua competência, não resta dúvida, ele já foi por duas vezes presidente. Há necessidade para um terceiro mandato? A direita tradicional está arranjando com o governador de São Paulo João Dória ou seja: a 'renovação'.
Por que a esquerda não faz o mesmo? Há nomes competentes nos quadros da esquerda que merecem bons olhares e lapidá-los para enfrentar o perdido e incompetente atual presidente, o JMB. Isto era para ser feito antes mesmo que Lula fosse preso, não precisava chegar 2018 e colocar o ex-ministro Fernando Haddad na última hora de abalo.
Publicamente o ex-presidente não confirmou se será ou não mais um presidenciável a ocupar pela terceira vez a cadeira do Palácio do Planalto. Por ora, a legitimação abalou os meios financeiros e políticos. Lula ainda agita o país, engana-se quem pensa que ele estava acabado para a política.
Lula está acima do Partido dos Trabalhadores. Lula tem o dom da agregação. As últimas eleições municipais mostraram que o PT não foi perdoado pelos últimos erros de gestão, há brechas que ainda faltam fechar. O melhor que Lula tem a fazer é agir igual aos pastores de ovelhas que nunca se conformam de perder UMA ovelha, mesmo que tenham milhares delas para cuidar. Ou também da história bíblica do filho pródigo. Esse filho gasta toda a fortuna que seu pai deixou e se perde pelo mundo, quase desiste de si mesmo, engole o seu orgulho, volta arrependido aos braços do pai que lhe perdoou por sua rebeldia. O pai realiza uma grande festa e todos voltam a ser felizes.
O ex-presidente tem essa missão para que essas ovelhas e filhos voltem para uma nova construção. Que lavem suas roupas sujas marcadas por traições e as tornem limpas e cristalinas. Vamos torcer por esse “milagre”.
O certo da reviravolta é que Lula abriu a campanha eleitoral a 1 ano e 7 meses. Até lá, muitas serão as reviravoltas que acontecerão. JMB ainda conta com eleitorado raiz, que nunca o abandonará em hipótese nenhuma. São aqueles que acreditam em teorias conspiratórias e JMB é o enviado divino para a salvação do Brasil, nem que custe a tentativa de golpe de Estado.
Outra preocupação que não devemos desviar a atenção são os chamados outsider (fora do grupo). Há dois que se aproximam dessa tendência: Luciano Hunck e Sérgio Moro. Este último que um dia foi considerado herói vem perdendo fôlego nos últimos meses devido as falcatruas da Operação Lava-Jato, que um dia foi considerada o marco para o fim da corrupção.
O jogo está começando. Até 2022 há muitos planejamentos e novos atores políticos. Ainda nos resta a possibilidade que JMB possa sofrer o impeachment - pouco provável.
Bem-vindo ao ano de 2022 que nem começou e já está pegando fogo!!
(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..