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O futebol e a política – Parte 7

15 de Janeiro de 2013, 22:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Após abordar o ‘Clássico Político’ entre A.S. Livorno X Lazio e o ‘Amistoso Socialista’ entre Adana Demirspor X A.S. Livorno (http://bit.ly/sjcuxS), Rayo Vallecano e o sentimento anti-franquista em relação ao Real Madrid (http://bit.ly/uY7hWK), a Babel nas arquibancadas e no bairro de St. Pauli (http://bit.ly/xY9D20), sobre a Guerra das Malvinas e sua influência sobre o futebol (http://bit.ly/GTxckC e http://bit.ly/HAEVVM) e a propaganda pinochetista no jogo Chile X URSS válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1974 (http://bit.ly/Ii04pt), prossegue a viagem pelo outro lado da relação entre futebol e política. 

“El hombre del siglo XXI es el que debemos crear, aunque todavia es una aspiración subjetiva y no sistematizada.” Ernesto “Che” Guavara 

Em 2006, na cidade de Jesus María, localizada na província de Córdoba, Argentina, um grupo de guevaristas entusiastas do futebol fundou o Clube Atlético, Social y Desportivo Ernesto Che Guevara. A ideia para o projeto era integrar, através do futebol, jovens e crianças de todas as classes sociais para auxiliar na formação do “homem novo” e reforçar valores como solidariedade, dignidade e coletividade.



O uniforme vermelho, é claro, conta com a imagem icônica do revolucionário na frente da camisa e no distintivo do time. Nas mangas, a assinatura de Che Guevara. E nas costas da camisa o emblemático lema “¡Hasta la victoria siempre!”. “Era inevitável usar sua imagem, tanto no corpo do uniforme, quanto no escudo. Também fizemos questão de colocar a célebre frase 'Hasta la victoria siempre!'. Mas também fizemos isso porque muita gente comprava camisas com a imagem de Che apenas para consumo e nada mais. Nossa ideia é que os pequenos usem a camisa e sigam as convicções de Che, sua luta, de sua entrega por um mundo melhor e com justiça social para todos”, afirma a presidenta e co-fundadora, Mónica Nielsen.



A homenagem a Guevara é inédita no mundo, e segundo o estatuto do C.A.S.D. Ernesto Che Guevara, se trata de uma maneira de "gerar uma nova cultura solidária e participativa nos adolescentes e nas crianças".


O C.A.S.D. Ernesto Che Guevara conta com mais de 100 jogadores em diversas categorias. Mantendo a coerência com a ideologia do guerrilheiro, os jogadores não pertencem ao clube e são livres para jogar em outra equipe quando quiserem. Segundo Mónica Nielsen, alguns jogadores se vão, mas muitos voltam ao clube com outra mentalidade, pois o C.A.S.D. Ernesto Che Guevara não fez deles um negócio.


O clube trilha o mesmo caminho que outros grandes já trilharam. O amadorismo, a falta de campo próprio, sede provisória e trabalho voluntário. Sem cancha própria o C.A.S.D. Ernesto Che Guevara usa as instalações do Alianza, o pagamento da ‘locação’ é com o trabalho. Atividade que envolve dirigentes, jogadores e familiares dos jogadores. Sem negociar seus jogadores, o clube angaria fundos para seu sustento com o Che. Em uma feira de artesanato, são vendidos produtos (camisetas, chaveiros, pins, livros, pôsteres e fotos) com a imagem do revolucionário.

Imprima e jogue futebol de botão

A sede do clube é a casa de Mônica Nielsen, que afirma: "Somos um pouco loucos, mas temos muitíssimos projetos, e muito ambiciosos". E acrescenta: "A ideia é competir, e ganhar se for possível. Mas nosso projeto tem um fim social: resgatar as crianças as crianças através do esporte".

Copa América Alternativa 2012

Em 2012, o C.A.S.D. Ernesto Che Guevara aliou-se com o Autônomos F.C. de São Paulo e o Easton Cowboys/Girls FC e realizaram a 1ª Copa América Alternativa, em Jesus María. O torneio reuniu equipes do Brasil, Chile, Bolívia, Inglaterra e Lituânia. Além, é claro, de equipes argentinas de Rosario, Mar del Plata, Córdoba e Gualeguaychú.



O evento foi realizado fora do circuito comercial, sem pedir permissões a FIFA ou a AFA. O espírito que norteou a competição foi o de fazer um futebol diferente do dirigido por grandes empresas ou conglomerados.

Paralelo ao torneio aconteceu um festival de música e uma mostra cultural, porém, o que permeou a 1ª Copa América Alternativa foram os debates sobre o acesso ao desporto, desemprego, saúde, educação e habitação.

Em Jesus María, a experiência da Copa América Alternativa demonstrou que o futebol é uma forma de organização, de luta e de resistência contra as negociatas que vão contra os interesses da maioria.

Esse é o padrão alternativo ao modelo FIFA de futebol.

Quando o jogo deixa de ser um negócio para poucos e passa a ser para todos.

¡Abajo y a la izquierda!

Anotação na Margem:

- Guevara era torcedor do Club Atlético Rosario Central, além do futebol praticava outros esportes;

- Che foi titular no primeiro time de juniores do El Fortín C.A. Vélez Sarsfield;


- Em 18 de maio de 1963, quando era Ministro da Indústria de Cuba, Che Guevara encontrou-se com o time do Madureira/RJ. Neste dia o time carioca derrotou pela segunda vez uma seleção de Havana, na capital cubana, durante uma excursão pela ilha;


- Texto escrito ao som de “Lágrimas de Rábia” de Boikot.

Diego Pignones
Publicitário e pesquisador em Comunicação Social.
Twitter: @diegopignones
Tumblr: http://lavalanga.tumblr.com/
Blog: http://blogdopignones.wordpress.com/


Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/blogspot/UkDc/~3/H5OUdVNJun4/o-futebol-e-politica-parte-7.html

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