“Em última análise, penso que o nosso julgamento foi importante porque mostrou a verdadeira face do sistema de Putin”, adiantou Tolokonnikova. "Este sistema proferiu uma sentença contra si mesmo, ao condenar-nos a dois anos de prisão sem que tivéssemos cometido crime algum. Isto certamente me alegra”, frisou.
Nadezhda Tolokonnikova sublinhou ainda que “o sistema repressivo de Putin está a colapsar”, já que o mesmo “não pertence ao século XXI, lembra muito as sociedades primitivas ou os regimes ditatoriais do passado".
Sobre as suas motivações, a intérprete da banda de intervenção feminista Pussy Riot avançou que está a lutar para que a sua filha “cresça num país livre” e que está determinada a combater “os maiores males”, pondo as suas “ideias de liberdade e feminismo em prática”.
Segundo esclarece Nadezhda Tolokonnikova, as Pussy Riot esperam conseguir “uma revolução”. “Nós queremos despertar a parte da sociedade que tem permanecido politicamente apática e que optou por não trabalhar ativamente os direitos civis e ficou confortavelmente em casa. O que vemos agora é uma divisão entre o governo e uma maioria silenciosa dos russos”, asseverou Tolokonnikova.
Para a ativista, “a omnipotência de Putin é uma ilusão”, sendo que “a máquina de propaganda exagera os poderes do presidente”. “Na realidade, o presidente é pequeno e merece pena. Podemos vê-lo nas suas acções tanto pessoais como políticas. Se um líder se sentir confiante, por que razão opta por lidar com três activistas desta forma?" questionou.
Nadezhda Tolokonnikova esclareceu ainda que as Pussy Riot fazem parte de “um movimento global anti-capitalista” e o seu “anti capitalismo não é anti Ocidente ou anti Europeu”. Por outro lado, a ativista recusa a acusação de Putin de que a banda ataca a religião. “As Pussy Riot nunca atuaram contra a religião. A nossa motivação é puramente política”, destacou.
(Publicado por Esquerda.Net)
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