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“Cadeia no Brasil não é para bandido” - ex-cacique acusa governo de “passar por cima” dos indígenas para beneficiar o agronegócio
12 de Dezembro de 2013, 9:44 - sem comentários ainda“Cadeia no Brasil não é para bandido” - ex-cacique acusa governo de “passar por cima” dos indígenas para beneficiar o agronegócio |
O ex-cacique Lindomar Terena está na linha de frente dos conflitos entre indígenas e fazendeiros em Mato Grosso do Sul, estado onde foram assassinados 37 dos 60 índios mortos ano passado no país. Um dos principais líderes do povo terena na luta pela retomada dos 36 mil hectares da reserva Cachoeirinha, no norte do estado, Lindomar foi incluído no Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos após receber várias ameaças.
O processo de demarcação da terra está suspenso e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2010. O imóvel pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian, já falecido. Lindomar conta que, no ano passado, ele, um advogado e outras três lideranças indígenas foram perseguidos por cerca de 20 homens armados, distribuídos em seis caminhonetes, numa reserva indígena na região do Pantanal. As ameaças telefônicas também são constantes.
Em maio de 2010, cerca de 800 terenas foram expulsos pela Polícia Federal durante a desapropriação de uma terra, em meio a armas, bombas de gás lacrimogêneo e cães. Para ele, o fim das ameaças só depende do governo federal. “É só o governo assumir a responsabilidade de demarcar as terras indígenas. Aí acaba a insegurança jurídica para ambas as partes.” Lindomar Terena também defende multa pesada para conter os conflitos no campo. “Tem de mexer no bolso deles. Para a cadeia, sabemos que eles não vão. Cadeia, no Brasil, não é para bandido; é para quem luta pela sobrevivência”, avalia.
O ex-cacique entende que os três poderes agem em conjunto para favorecer apenas os grandes fazendeiros. “Estão fazendo de tudo para atender ao agronegócio. Mas eles não precisam passar por cima dos outros. A luta dos povos indígenas é a luta dos excluídos, a vida para todos”, afirma. Aos 38 anos, filho de pai branco e mãe terena, Lindomar é suplente de vereador em Miranda pelo PT. Cerca de 40% dos 27 mil habitantes do município são indígenas e vivem em aldeias.
Além dele, outras duas lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul estão incluídas no programa de proteção do governo federal. Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país (77 mil). Apesar da tensão permanente, Lindomar não pensa em deixar o estado. “Isso seria me acovardar. A gente enfrenta de cabeça erguida sabendo que corre o risco de tombar amanhã. Não adianta sair, o problema está aqui para ser enfrentado.”
(Por Congresso Em Foco)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Aplicativo une rádios comunitárias e livres no celular
11 de Dezembro de 2013, 15:27 - sem comentários aindaOs centros urbanos estão cada vez mais povoados por pessoas que transitam de lá para cá com seus fones de ouvido, seja nos ônibus, metrôs, trens, barcas ou mesmo a pé. A prática de se ouvir playlists ou transmissões de rádio por meio dos telefones celulares parece se alastrar na esteira da epidemia dos smartphones. Em meio a isso tudo, rádios livres e comunitárias vão construindo o seu caminho para se incorporar às novas tecnologias. Exemplo disso foi a criação do Radcom, aplicativo para Android e IOS que reúne e disponibiliza transmissões dessas emissoras espalhadas por todo o mundo.
Brasil, Argentina, África do Sul, Nicarágua, Alemanha e Suíça são apenas alguns dos países que já possuem emissoras conectadas ao aplicativo. Embora muitos comunicadores populares e ativistas já dominem boa parte das novas tecnologias e transmitam programação por meio da internet, essa não é a regra. Além disso, diante das inúmeras possibilidades de navegação no mundo virtual, a localização dessas iniciativas nem sempre é tão fácil. Por isso, a proposta de disponibilizar os conteúdos para dispositivos móveis representa uma das frentes de batalha que a comunicação não-corporativa tem que enfrentar hoje.
O agrupamento das rádios comunitárias e livres em um mesmo aplicativo que facilita o acesso pode ser uma estratégia importante de fortalecimento e visibilidade dessas iniciativas. A luta por um lugar no espectro eletromagnético se ampliou e vai ganhando novos contornos ao ter que lidar com a convergência digital. Para conhecer e difundir conteúdos independentes, basta fazer o download do aplicativo, que está disponível aqui. Mesmo quem ainda não aderiu ao software livre não precisa ficar de fora. O Radcom funciona também em sistemas operacionais como Windows e Mac, além, claro, do Linux.
(Por Bruno Marinoni: doutor em Sociologia pela UFPE e repórter do Observatório do Direito à Comunicação)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Se leis absurdas fossem descumpridas? Veja esta série fotográfica
10 de Dezembro de 2013, 16:26 - sem comentários aindaNo Texas jovens não podem ter um corte de cabelo fora de comum.
No Havaí é proibido carregar moedas na orelha.
No estado do Alabama é ilegal carregar um sorvete no bolso traseiro das calças em qualquer época do ano.
Em Wisconsin os restaurantes não podem servir torta de maçã sem queijo.
O Arizona não permite que seus cidadãos tenham mais de dois vibradores em casa.
Na Califórnia ninguém pode andar de bicicleta em uma piscina.
(Publicado por Zupi. Mais informações no site da fotógrafa: Olivia Locher)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Aprovação da Lei da Maconha pode ser o começo do fim da guerra às drogas
10 de Dezembro de 2013, 16:13 - sem comentários aindaHoje é um dia que será ser lembrado, no futuro, pelos historiadores. É a data em que o Uruguai de Pepe Mujica poderá se tornar o primeiro país, desde o início da proibição mundial do comércio das plantas psicoativas do gênero cannabis, há oito décadas, a legalizar completamente o ciclo da produção, venda e consumo da maconha para uso recreativo.
Para alguns, esse dia será recordado como uma iniciativa fracassada que irá causar impacto negativo na saúde mental e na criminalidade. Essas pessoas tendem a acreditar que os problemas relacionados ao uso de drogas serão resolvidos exclusivamente com a polícia e as ações de repressão, temerosos do que as drogas são capazes de fazer com a sociedade. Esse medo gera o tabu de que a questão não possa nem ao menos ser discutida e, na eventualidade de que surjam pessoas que proponham alternativas ao atual modelo criminalizante, elas são olhadas com desconfiança, tendo seus pensamentos interpretados como simples apologia.
Entre os que se lançaram à corajosa iniciativa de transformar o modelo pautado na chamada ‘Guerra às Drogas’ estão o presidente uruguaio José Mujica e o sociólogo Julio Calzada, secretário-geral da Junta Nacional de Drogas do Uruguai.
Calzada tem sido o responsável pelo processo de regulamentação do mercado da maconha no Uruguai. Regulamentação? Mas o que vai acontecer no Uruguai não é justamente a “liberação” da maconha? Não.
A proposta uruguaia é de regulamentar por meio da legalização e do controle estatal, um mercado cujos grandes mecanismos organizadores são as decisões de traficantes e a corrupção policial. É mais ou menos o que ocorre com o tabaco e o álcool.
Calzada é uma das pessoas que compartilham do pensamento de que as penalidades contra a posse de uma droga não podem ser mais danosas para o indivíduo e a sociedade – incluindo aí os que não usam drogas – do que o próprio uso da substância. Em uma recente visita a Brasília, ele afirmou que não defende que a maconha seja inofensiva, mas afirma que o processo de legalização do consumo e a regulamentação da comercialização permitirão que se controle um mercado que hoje está nas mãos de criminosos. Os gestores uruguaios esperam regulamentar toda a cadeia produtiva, com controle de qualidade, fornecimento e acesso ao produto.
Espera-se que este processo seja permeado de educação e informação e que a estrutura de atenção aos usuários de drogas do Uruguai seja ampliada e qualificada. No Brasil, conseguiu-se reduzir drasticamente os problemas relacionados ao consumo do tabaco com política semelhante. Todavia, houve investimento maciço em informação e campanhas educativas. Isso remete ao que disse, em uma recente entrevista, o psiquiatra e epidemiologista britânico Robin Murray sobre o controle dos riscos médicos associados à maconha: “A educação é mais importante do que a lei”.
As previsões de cunho apocalíptico – entre elas, a invasão de maconha uruguaia no sul do Brasil, uma epidemia de esquizofrenia e a degradação geral da sociedade uruguaia – são oriundas do oportunismo político e sensacionalista. Esse medo é criado pelo bombardeio de noticiários repetindo que a violência gerada pelo combate às drogas é justificável a todo custo, ainda que agrave o encarceramento em massa de pessoas, a concentração do poder econômico nas mãos dos traficantes, e, o que é mais relevante, sem conseguir diminuir os problemas associados ao uso de drogas.
A saída da maconha — a droga ilegal mais usada no mundo, cujo uso pessoal já foi descriminalizado no Uruguai há muitos anos – do ciclo do tráfico nos convida à esperança de que o 10 de dezembro de 2012 possa ser lembrado na história como o dia em que a Guerra às Drogas começou a terminar.
(Por DCM)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
A Beleza dos Livros – Documentário sobre a História do Livro
10 de Dezembro de 2013, 16:01 - sem comentários aindaArtigo original do Comunica Tudo por M.A.D..