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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Domingo no Méier. [Flickr]

26 de Março de 2017, 11:35, por COMUNICA TUDO

marcelodamico posted a photo:

Domingo no Méier.



Vale a pena compartilhar esta versão de Higher Ground, ainda que seja de novo

23 de Março de 2017, 23:45, por COMUNICA TUDO


Playing For Change é um projeto que ajuda crianças carentes. Como? Através da música, reunindo músicos e cantores do mundo todo. Esta é a clássica “Higher Ground” em uma versão sensacional. Vale a pena ver e compartilhar (ainda que seja de novo). O vídeo tem mais de 4 milhões de visualizações no Youtube e foi lançado originalmente em setembro de 2011.



lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Cada vez mais americanos estão ouvindo podcasts

23 de Março de 2017, 19:45, por COMUNICA TUDO

Um estudo do Pew Research Center, de 2016, mostrou que os downloads estão aumentando, e a porcentagem de adultos que ouvem podcasts tem subido de forma estável desde 2012. Essa explosão vai ser o tema da palestra “O Boom do Podcast: Perspectivas para as organizações de notícias”, que será realizada em 22 de abril no 2017 International Symposium on Online Journalism (ISOJ).
O painel, apresentado pelo diretor do Harvard Nieman Lab, Joshua Benton, vai ter os palestrantes Nicholas Quah, criador do Hot Pod, uma newsletter semanal sobre podcasts; Eric Nuzum, vice-presidente sênior de desenvolvimento de conteúdo original do Audible; Andrea Silenzi, apresentadora e produtora do podcast Why Oh Why; e Lisa Tobin, produtora-executiva de áudio do The New York Times.
Em entrevista ao Centro Knight, Quah disse que o aumento da popularidade dos podcasts não era necessariamente devido a uma mudança no meio em si, mas sim que as pessoas começaram a notar a diversidade de conteúdos oferecidos. Para cada interesse especializado — de tecnologia a relacionamentos — havia um podcast sobre o tema.
“Muita gente estava fazendo podcasts há muito tempo”, disse Quah. “Mas, desde então, houve simplesmente uma profusão de novos programas que celebram o fato de que diferentes pessoas podem publicar com esse novo meio de comunicação.”
Quando Quah fundou Hot Pod em 2014, a cobertura dessa indústria em crescimento não era muito vasta. Agora, a medida que mais ouvintes começaram a ver o valor dos podcasts, Quah disse que a atenção ao redor desse meio ultrapassou o interesse geral e mergulhou no que ele tem para oferecer no atual cenário da mídia.
Nicholas Quah do Hot Pod (Arquivo pessoal)
“A natureza do interesse em podcasts mudou da confusão sobre o que eles eram, para se dar de conta de que é uma categoria de mídia única e interessante”, disse Quah. “É diferente do resto do ambiente de mídia e oferece uma experiência diferente dentro do ecossistema de mídia. Podcasts oferecem uma oportunidade autêntica e íntima em um ambiente de mídia saturado e barulhento.”
Através do formato de série, podcasts também têm uma vantagem em relação a outros meios de comunicação: eles podem atrair ouvintes por uma parte dos episódios ao invés de arriscar perder leitores durante a leitura de algumas milhares de palavras.
“O problema é: você pode escrever uma reportagem investigativa de 1500 palavras que ninguém lê — o impacto é limitado,” afirma Quah. “Mas se você tira algo disso e transforma em uma experiência de mídia, você tem mais chances de ter um impacto.”
Além disso, Quah acredita que os parâmetros de narrativa em áudio são bastante diferentes. Quando os podcasts lançam reportagens investigativas, não é esperado que eles apresentem todas as respostas. Isso dá aos podcasts um ar de intimidade e consideração.
“Quando você faz um podcast, há espaço para estar confuso e para aceitar a dúvida durante a busca pela verdade, isso é algo raro nas mídias digitais contemporâneas,” disse Quah.
 Andrea Silenzi do Why Oh Why (Arquivo pessoal)
Para Andrea Silenzi, apresentadora e produtora do podcast semanal de relacionamentos Why Oh Why, o nível de familiaridade entre os apresentadores de podcast e os seus ouvintes é uma das coisas que mais a atraiu para a indústria.
“Com cada podcaster, há um nível de intimidade”, disse Silenzi. “A medida que você escuta, semana após semana, você se torna amigo do podcaster, você passa a conhecer e confiar nele.”
Apesar de já ter trabalhado com rádio e narrativas de áudio, Silenzi disse que a maioria dos podcasts que ela encontrou tinham um foco muito estreito e não ofereciam muitas perspectivas diferentes. Quando ela lançou o seu podcast em 2013, Silenzi disse que muitos apresentadores homens estavam falando sobre tecnologia, mas ninguém estava falando sobre os seus efeitos nos relacionamentos. Foi a partir dessa descoberta que Why Oh Why nasceu.
Desde então, Silenzi tem visto os podcasts expandirem e incluírem uma vasta gama de vozes e perspectivas diversificadas que não estavam presentes apenas alguns anos atrás. Com essa mudança, ela também viu os podcasts se adaptarem para acompanhar outras plataformas de mídia.
“Os podcasts estão começando a aceitar a loucura do ciclo de notícias,” afirmou Silenzi. “Podcasts eram vistos como algo separado do tempo e espaço e há muitos programas que eu adoro que estão começando a fazer experiências com o noticiário quente."
 Josh Benton do Nieman Lab (Arquivo pessoal)
Uma excursão pelo mundo das notícias de última hora foi desenvolvida pela palestrante Lisa Tobin, durante o seu tempo como produtora sênior de podcast na estação de rádio pública de Boston, WBUR. Em 2015, Finish Line era um podcast que oferecia aos ouvintes atualizações diárias e análises sobre o julgamento do autor do atentado a bomba em Boston, Dzhokhar Tsarnaev.
Em 2016, Tobin foi contratada como a primeira produtora-executiva de áudio do The New York Times. Anteriormente, enquanto estava na WBUR, Tobin colaborou com o Times ao ter a ideia para o seu podcast mais popular, Modern Love, como parte dos esforços cada vez maiores do jornal em narrativas de áudio.
Em um artigo de 2015 do Nieman Lab, o mediador do painel, Joshua Benton, analisou o aumento do foco em podcasts e os paralelos entre essa popularidade recentemente descoberta e a intensa fascinação que uma vez envolveu os blogs.
“O situação dos podcasts em 2015 parece muito com a situação dos blogs em 2004”, Benton escreveu. “A variedade e qualidade do trabalho sendo realizado é muito animadora; a atenção de fora está crescendo; novos formatos estão evoluindo. Nós estamos vendo a mesma liberação criativa em potencial que nós vimos com os blogs, e há bem mais trabalho de qualidade sendo feito do que qualquer um tem tempo de absorver.”
Benton acredita que há muito para se aprender com os blogs e como eles passaram de narrativas amadoras a veículos profissionais como The Huffington Post e Buzzfeed.
 Eric Nuzum do Audible (Arquivo pessoal)
Como parte do Predictions for Journalism 2017 do Nieman Lab, o palestrante Eric Nuzum escreveu que divisão entre podcasts amadores e profissionais vai começar a ficar mais clara.
“2017 vai ser o ano em que os podcasts vão se separar em camadas duras,” escreveu Nuzum. “O ano de distinção entre uma marca grande e uma marca indie. Em 2017, o que divide essas duas camadas vai ser mais relevante do que aquilo que as une.”
A medida que a indústria continua a evoluir, Quah disse que uma coisa para observar será o crescimento do impacto dos podcasts.
“Em 2017, as notícias precisam fazer mais do que apenas capturar a sua atenção, elas precisam justificar o seu tempo”, disse Quah. “Isso é para onde a cultura se moveu."

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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



A terceirização e a precarização do trabalho jornalístico

23 de Março de 2017, 18:15, por COMUNICA TUDO


Ontem, 22 de março, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei da terceirização, que prevê a subcontratação de qualquer serviço, inclusive da atividade-fim.

Com essa regulamentação, o número de jornalistas “frilas” (freelancers), “frilas fixos” e “pejotas” deve aumentar vertiginosamente, bem como tornar mais grave a precarização do trabalho jornalístico e a flexibilização da carreira.

Independentemente da lei, a terceirização e o trabalho precário são práticas gêmeas, generalizadas e crescentes na mídia brasileira, que se propagam há décadas.

A pesquisa “Perfil do jornalista brasileiro” evidencia que 12% atuam como “frilas” (freelancers), prestadores de serviços esporádicos; 8% “frilas fixos”, com jornada de trabalho regular e 7% “pejotas” (uma gambiarra trabalhista), ou seja, pessoas físicas contratadas na condição de pessoas jurídicas.

Partindo da estimativa de 146 mil jornalistas brasileiros, 55% atuam na mídia (80 mil) e, destes, 60% trabalham com carteira assinada. Portanto, restam 12 mil jornalistas que prestam serviços na condição de “frila”, desempregado e outros vínculos.

Para estimar os impactos da terceirização na precarização do trabalho jornalístico, eu realizei uma pesquisa com 71 jornalistas terceirizados, sendo 56% do sexo feminino; a maioria na faixa etária de 31 a 50 anos (61%). O maior número de respondentes, 47%, é do estado de São Paulo.

Destes, 76% atuam como “frila” (freelancer), 44% como “frila fixo” e 49% como “pejotas”.

Mas por que essa parcela de jornalistas atua nesse formato? Para 55%, por uma necessidade do mercado (“não consigo emprego fixo”) e outros 25% por imposição da mídia, de empregado para a condição de “pejotas”.

Outro grupo aponta uma estratégia de trabalho: 27% por oportunidade de trabalho, 34% para ter mais liberdade de atuação e 24% em busca de melhor qualidade de vida.

Ao ser terceirizado, para 45% a renda mensal reduziu, 32% permaneceu igual e em 23% dos casos teve um aumento comparado ao salário bruto.

Atualmente, 36% recebem o correspondente a dois salários mínimos ou menos, 26% de dois a cinco mínimos e 38% têm um rendimento mensal superior a cinco salários.

Se comparado aos empregados, mais que o dobro recebe até dois salários mínimos, o que demonstra uma clara redução de rendimento na terceirização, além de não contar com as garantias e benefícios trabalhistas.

Considerando as respostas múltiplas, a falta de segurança trabalhista (férias, 13º, fundo de garantia, aposentadoria), 70%, e de benefícios (plano de saúde e previdência privada etc.), 69%, representam os fatores que mais precarizam a terceirização na mídia.

Para 59% dos entrevistados, a precarização está na instabilidade financeira, enquanto para 42%, no salário inferior, para 39%, na maior carga horária e para 32%, no trabalho inseguro e insalubre.

A maior parte dos respondentes, 30%, atua de 6 a 10 anos na condição de terceirizado, outros 28% entre 2 a 6 anos, enquanto 23% há mais de 10 anos e 20%, até 3 anos.

Os jornalistas “frilas”, ao opinarem (questões abertas) sobre as suas atuações, compõem um painel do evidente processo de precarização: “não encontro uma vaga CLT com bom salário”; “é um mercado predatório, de verdadeiros leilões reversos (aquele que cobra menos leva o trabalho)”; além da “redução da qualidade das notícias”; “é comum as empresas atrasarem os pagamentos dos frilas”; “te dão uma canseira pra pagar”; enfim, “é um trabalho extremamente precário”.

Outros se referem à falta de representatividade sindical e apontam o fim da profissão: “o nosso sindicato é muito fraco e não oferece nenhum tipo de apoio”; “além disso, somos uma classe fragilizada pela não obrigatoriedade do diploma”; “é o fim do emprego fixo no jornalismo”; “a terceirização é um caminho sem volta”; “é mais uma etapa na desconstrução da profissão”, ou seja, “estão acabando com a profissão, a terceirização é mais uma pá de cal”.

São muitas as opiniões contrárias à contratação de pessoa física como empresa (“pejota”) e “frila fixo”: “sempre houve empresas e até ONGs que obrigam os profissionais a se submeterem a isso”; “é uma forma das empresas ganharem mais sem ter de cumprir os direitos básicos trabalhistas”; “tem que cumprir horário, tem subordinação, vale-refeição”; “mas é uma jogada dos patrões para reduzir os custos trabalhistas”; “também na assessoria de imprensa tem muito PJ” e “acho a pejotização algo totalmente pernicioso”.

Alguns depoimentos indicam vantagens nessa configuração e o jornalista, um profissional indispensável: “o lado bom disso tudo é a independência, que tende a aumentar à medida que nos afastamos das grandes corporações”; “acho ótimo, oportunidades e áreas diversificadas de atuação”; “ideal para projetos específicos”; “o jornalista será sempre imprescindível para a sociedade, não importa como, de que forma nem em que mídia atue”.

Para 87% dos jornalistas que atuam como terceirizados, o processo de terceirização deve aumentar com a aprovação dessa lei, enquanto para 11% deve se estabilizar, isto é, a lei não terá influência direta.

A conclusão mais evidente é de que a terceirização da atividade-fim (reportagem, redação, fotografia etc.) contribuirá para o seu aumento generalizado na mídia, transformando uma profissão em ocupação “neoliberal”, pela desregulamentação da atividade, com autônomos “sem autonomia”, pelo trabalho sem vínculo empregatício, mas submisso às regras do jogo das organizações de mídia.

A lei da terceirização vem legalizar, acelerar e ratificar uma prática disseminada na mídia.

As redações, já enxutas, certamente serão ocupadas por gestores de pautas e por prestadores de serviços.

Provavelmente as atividades-fim dos jornais e revistas não serão os conteúdos jornalísticos, mas a sua impressão e distribuição; das emissoras de rádio e TV, a retransmissão, e, dos portais de notícias, a plataforma e não o conteúdo.

Há, portanto, na percepção dos “frilas”, uma clara marcha para a flexibilização da carreira do jornalista e uma reconfiguração nas relações de trabalho.

E aquela “identidade inacabada” provavelmente terá seus contornos ainda mais imprecisos, sua autonomia mais relativa, o campo jornalístico mais heterônomo e consequentemente uma variedade de “jornalismos” irreconhecíveis.

(Por Aldo Schmitz, Doutorando em Sociologia Política (UFSC), especial para objETHOS)

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Noam Chomsky: um anarquista polêmico

23 de Março de 2017, 17:53, por COMUNICA TUDO


Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um linguista, filósofo, cientista cognitivo, comentarista e activista político norte-americano, que se autoclassifica como anarcosindicalista. Conhecido no meio académico como “o pai da linguística moderna”, também é uma das mais importantes figuras no campo da filosofia analítica.

Chomsky é Professor Emérito em Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e teve seu nome associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, tendo seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky. Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica do behaviorismo, nos quais a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas.

Além da sua investigação e ensino no âmbito da linguística, Chomsky é também conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos. Chomsky descreve-se como um socialista libertário. Identifica-se com aquilo que é modernamente compreendido como “anarcossindicalismo”, havendo também quem o associe ao anarcocomunismo ou ao comunismo de conselhos.

A visão política de Chomsky mudou pouco, desde a sua infância. Sua posição ideológica se desenvolve em torno da ideia de “nutrir o caráter libertário e criativo do ser humano”, e ele descreve suas crenças como “anarquistas bem tradicionais, com origens no Iluminismo e no liberalismo clássico.” Enaltece o socialismo libertário, e descreve a si próprio como um anarco-sindicalista.

Chomsky é um dos intelectuais públicos mais importantes dos Estados Unidos. É membro das organizações Campaign for Peace and Democracy e Industrial Workers of the World. Também é membro do conselho consultivo provisório da International Organization for a Participatory Society. Chomsky é partidário das lutas populares como forma de ampliar a democracia.Ele também tem manifestado sua oposição às elites dominantes e a instituições como o FMI, Banco Mundial e o GATT.

Chomsky considera o terrorismo de Estado como um problema mais relevante do que o terrorismo praticado por grupos políticos dissidentes. Ele distingue claramente entre o ato de matar civis e o ato de atacar pessoal militar e suas instalações. Ele afirma: “assassinato de civis inocentes é terrorismo, não guerra contra o terrorismo”

Chomsky tem criticado o governo do seu país pelo seu envolvimento na Guerra do Vietnã e no mais amplo conflito da Indochina, assim como pela interferência em países da América Central e da América do Sul e pelo apoio militar a Israel, Arábia Saudita e Turquia. Chomsky focaliza sua crítica mais intensa nos regimes amigos do governo dos Estados Unidos enquanto critica seus inimigos oficiais – como a antiga União Soviética e Vietnã do Norte somente de passagem. Ele explica este comportamento com o seguinte princípio: “é mais importante avaliar ações que você tem mais possibilidade de influenciar.” Sua crítica da antiga União Soviética e da República Popular da China tem tido algum efeito nesses países pois ambos os governos censuraram seu trabalho, com o banimento da publicação de seus livros.

Chomsky tem repetidamente enfatizado sua teoria de que a maior parte da política externa dos Estados Unidos é baseada no “perigo do bom exemplo” o qual ele diz que é um outro nome para a teoria do dominó. O “perigo do bom exemplo” é representado por um país que conseguisse se desenvolver com sucesso independentemente do capitalismo e da influência dos Estados Unidos e desta maneira apresentasse um modelo para outros países nos quais este país tem fortes interesses econômicos.

Isto, diz Chomsky, tem feito com que o governo norte-americano repetidamente intervenha para impedir movimentos “socialistas” e outros movimentos “independentes” mesmo em regiões do mundo nas quais ele não tem interesses econômicos e de segurança significantes. Em um de seus mais famosos livros, What Uncle Sam Really Wants, Chomsky utiliza esta teoria particular como uma explicação para as intervenções do governo norte-americano na Guatemala, no Laos, na Nicarágua e em Granada.

Chomsky também acredita que as políticas da Guerra Fria do governo norte-americano não foram inteiramente modelados pela paranoia antissoviética mas, mais que isso, buscava a preservação da ideologia econômica e ideológica norte-americana no mundo. Como escreveu em seu livro Uncle Sam: “O que os Estados Unidos querem é ‘estabilidade’, e isto quer dizer segurança para as classes altas e para as grandes empresas multinacionais”.

Embora quase sempre seja um crítico da política externa do governo norte-americano, Chomsky também sempre tem expressado sua admiração pela liberdade de expressão usufruída pelos cidadãos desse país em grande número de suas entrevistas e livros. Mesmo em relação a outras democracias ocidentais, tais como a França e o Canadá, menos liberais na defesa da liberdade de debater que os Estados Unidos, Chomsky não hesita em criticar esses países por isto, como mostra o affair Faurisson. Esta sutileza parece não ser notada pelos críticos de Chomsky, os quais consideram sua visão da política externa americana como um ataque a todos os valores da sociedade americana.

Chomsky se opõe profundamente ao sistema de “capitalismo de estado voltado para grandes empresas” praticado pelos Estados Unidos e seus aliados. Ele descreve a si mesmo como um Liberal Clássico porém, de acordo com Chomsky, o liberalismo clássico passou por tremendas transformações ao longo da história, sendo que as posições atualmente identificadas com o liberalismo clássico nada teriam a ver com os ideais destas ideologias caso fossem observadas as intenções de seus autores. De acordo com Chomsky, o liberalismo clássico coerente com as propostas de seus idealizadores seria visto hoje em dia como anarcosocialismo – exigindo liberdade econômica além do “controle da produção pelos próprios trabalhadores e não por proprietários e administradores que os governem e tomem todas as decisões”.

Chomsky refere-se a isto como o “socialismo real” e descreve o socialismo no estilo soviético como semelhante, em termos de controle totalitário, ao capitalismo no estilo norte-americano. Ambos os sistemas se baseiam em tipos e níveis de controle mais do que em organização ou eficiência. Na defesa desta tese, Chomsky refere por vezes que a filosofia da administração científica proposta por Frederick Winslow Taylor foi a base organizacional para o maciço movimento de industrialização soviético e, ao mesmo tempo, o modelo empresarial norte-americano.

Chomsky tem buscado iluminar os comentários de Bakunin sobre o estado totalitário como uma previsão para o brutal estado policial que iria se instaurar em seguida à revolução soviética. Reafirma a opinião de Bakunin: “…após um ano [..] a ordem revolucionária irá se tornar muito pior que a do próprio czar” que é construída sobre a ideia de que o estado tirano soviético era simplesmente um crescimento natural da ideologia de controle de estado bolchevique. Ele também chamou o comunismo soviético de “falso socialismo” e disse que, contrariamente ao que muitos nos Estados Unidos diziam, o colapso da União Soviética devia ser considerada uma “pequena vitória para o socialismo” e não para o capitalismo.

Em “For Reasons of State”, Chomsky advoga que ao invés de um sistema capitalista no qual as pessoas sejam “escravos assalariados” ou um estado autoritário no qual as decisões sejam tomadas por um comitê central, uma sociedade devia funcionar sem pagamento do trabalho. Ele argumenta que as pessoas de todas as nações deviam ser livres para realizar os trabalhos que escolhessem. As pessoas deveriam ser livres para fazer o que eles quisessem e o trabalho que eles voluntariamente escolhessem deveria ser ao mesmo tempo “recompensador em si mesmo” e “socialmente útil”. “A sociedade seria dirigida sob um sistema de anarquismo pacífico sem a necessidade das instituições do “estado” ou do “governo”. Os serviços necessários mas que fossem fundamentalmente desagradáveis – se existissem -, seriam também igualmente distribuídos a todos.



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