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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Skipe: você pode estar sendo espionado

23 de Maio de 2013, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Se você tem quaisquer expectativas sobre a privacidade de suas comunicações no Skype, você pode querer reavaliá-las. A Microsoft parece estar “espionando” as mensagens do seu serviço por razões de segurança, de acordo com o Ars Technica.

A empresa verifica regularmente o conteúdo das mensagens enviadas por meio do serviço em busca de sinais de fraude, mas o que é feito com as informações dessas verificações – se são armazenadas indefinidamente ou destruídas – é desconhecido.

Achados semelhantes foram publicados pela The H Security na semana passada. “O Skype usa varredura automatizada dentro de mensagens instantâneas para identificar mensagens indesejadas e endereços de sites que tenham sido previamente marcados como spam, fraude ou phishing”, disse o porta-voz da empresa, James Blamey, por e-mail.

No entanto, a H Security afirmou que a Microsoft parece estar deixando as URLs HTTP intocadas durante a verificação de URLs HTTPS. URLs HTTPS são normalmente ligadas a sites seguros, e não a spam.

A descoberta pela Ars Technica e pelo pesquisador de segurança independente, Ashkan Soltani, levanta questões sobre a privacidade das comunicações no Skype.

É também uma potencial bomba para a Microsoft, que tem mantido uma grande campanha de marketing – chamada de “Scroogled” – que ataca a verificação do conteúdo das mensagens do Gmail pelo Google, para direcionar os anúncios a leitores dessas comunicações webmail.

O que isso significa

O que essas descobertas recentes querem dizer é que os usuários do Skype já não podem esperar que os seus chats e chamadas sejam privadas, disse Solvani.

“A expectativa era de que o que eu escrevo para você, será somente para você”, disse ele. “No entanto, esta descoberta mostra que a Microsoft é capaz de monitorar isso.”

Além disso, uma vez que a empresa coleta dados de uma mensagem, não está claro o que ela faz com eles. Também não é conhecido o local onde os dados estão sendo reunidos. “Se eles estão monitorando URLs no bate-papo, o que mais eles podem monitorar? Eles podem gravar todas as suas conversas?”, disse Solvani.

Se for esse o caso, continuou, a Microsoft poderia ser obrigada por um governo a ativar o monitoramento de um usuário, caso suspeite de alguma irregularidade.

“Até agora, não tínhamos dados para mostrar que a Microsoft tem essa capacidade”, disse ele. “Agora temos.”
(Publicado por Anonymous Brasil)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Imposto para fortunas une Psol e FHC

23 de Maio de 2013, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Bancada do partido de esquerda e ex-presidente tucano são autores de propostas para taxar grandes fortunas. Prontos para apreciação em plenário, projetos esbarram na falta de disposição dos parlamentares para votá-los


Donos de discursos com divergências insuperáveis, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o Psol concordam em um ponto: é preciso criar o Imposto sobre Grandes Fortunas, único dos sete tributos federais previstos na Constituição de 1988 que ainda não saiu do papel. FHC e a bancada do Psol na Câmara são autores de projetos de lei complementar que preveem a taxação sobre grandes patrimônios. As duas propostas estão prontas para votação no plenário da Câmara, à espera somente de uma decisão política para entrar na pauta. Além delas, há pelo menos outros 12 propostas tratando do assunto.

Nenhuma, porém, em estado tão avançado de tramitação quanto a de Fernando Henrique. O texto, apresentado em 1989 pelo então senador paulista, foi aprovado no Senado e encaminhado à Câmara naquele mesmo ano. Passou pelas comissões da Casa, mas estacionou no plenário em 2000. Presidente da República por oito anos, entre 1995 e 2002, o tucano não mobilizou seus aliados para retirar a proposta de taxação das grandes fortunas da gaveta.

O projeto do Psol foi apresentado em 2008 pelos três integrantes da bancada à época – os ainda hoje deputados Chico Alencar (RJ) e Ivan Valente (SP) e a ex-deputada Luciana Genro (RS). O texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas, por falta de consenso, acabou não sendo votado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Está pronto para votação em plenário desde setembro do ano passado.

Pela proposta do Psol, serão taxados em 1% aqueles que têm patrimônio entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões. A taxação aumenta para 2% sobre aqueles cujos bens estejam estimados entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Para quem tem entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões, a taxação prevista é de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, a mordida será de 4%. E para os felizardos que têm acima de R$ 50 milhões, a cobrança será de 5%.

Ainda de acordo com o projeto do Psol, estariam isentos da taxação objetos de arte ou coleção, segundo percentuais fixados em lei; instrumentos utilizados para trabalho assalariado ou autônomo até R$ 300 mil; e outros bens considerados por lei como de relevante valor social, econômico ou ecológico.

Um dos autores da proposta, Chico Alencar acredita que a matéria só será votada se houver “bom senso e o mínimo de sentimento de justiça tributária” entre os congressistas brasileiros. “É um projeto ameno, moderado. Não é um projeto da esquerda radical. É um projeto da sensatez radical”, afirmou o parlamentar fluminense.

Imposto de Renda

Contudo, Psol e FHC desafinam em alguns pontos. Além de o projeto de FHC ter alíquotas e faixas de tributação desatualizadas, por conta do longo tempo de espera, os deputados do Psol também discordam do fato de a proposta do tucano permitir que o valor pago a título de Imposto sobre Grandes Fortunas possa ser deduzido do Imposto de Renda.

“Isto é descabido, uma vez que o objetivo é justamente aumentar a tributação sobre as camadas mais ricas da população, e que possuem capacidade contributiva”, justificam os parlamentares. “Antes de assumir o governo, FHC era o príncipe dos sociólogos. Depois, virou o sociólogo dos príncipes”, alfinetou Alencar.

“Despropósito”

Para o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), a ideia de se criar um imposto sobre grandes fortunas só teria sentido se o dinheiro arrecadado com o novo tributo servisse para aliviar a carga tributária que recai sobre a parcela mais pobre da população.

“Temos uma tributação regressiva, em que o pobre paga proporcionalmente mais imposto”, explica. “Só criar mais um imposto seria um despropósito”, analisa o tucano, ressaltando que há dez anos a carga tributária correspondia a 32% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, complementa Thame, ela está em 40%. “O Brasil é um dos países que mais cobram imposto no mundo”, resume.

O parlamentar paulista ainda ressalta que é preciso cuidado para que um eventual novo imposto não taxe “médias fortunas”, o que iria “esfolar” a classe média brasileira. Para ele, fundamental é diminuir a taxação no consumo, nas exportações e bens de capital.

Bandeira histórica do PT, a iniciativa nunca chegou a ser tratada como prioridade nos governos Lula e Dilma. Em 2008, lideranças do partido tentaram incluir o assunto na proposta de reforma tributária, relatada à época pelo deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). A taxação acabou excluída do relatório do parlamentar goiano. A reforma também naufragou.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



O cinco estrelas e a periferia

21 de Maio de 2013, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

"As algemas de ouro são piores que as de ferro" - Gandhi

Tristeza profunda. Três dias num hotel cinco estrelas, convidado pra um evento no centro de convenções do próprio hotel. O desjejum é tão farto e variado que fico sem saber por onde começar. Começo pelo café, como sempre – quase sempre fico no café, mas aqui não dá. Melão e mamão, dois pães com queijo, café antes e depois, pra arrematar. Olho a fartura ostensiva, funcionários preparam coisas na chapa, fazem sucos, garçons passam entre as mesas, tiram as coisas de quem já foi, atendem pedidos. Os invisíveis são chamados quando se derrama alguma coisa no chão, pra tirar rapidamente a sujeira, vestidos de cinza, entram e saem rápido, percebo que não são vistos pelos hóspedes além do mínimo necessário, sua passagem é em silêncio. Se cumprimento algum, o olhar é de estranheza. Afinal, sou um hóspede e entre eles e os hóspedes há uma barreira invisível, mas intransponível. A naturalidade em usufruir dos privilégios sem perceber sua existência me incomoda. Não julgo, nem condeno, apenas me incomoda.

A exploração está explícita em toda parte neste ambiente, em cada centímetro que me cerca, mas ninguém percebe, ou não leva em conta. O fato é que parece natural e é isso o que mais me afeta. Os sentimentos de superioridade e inferioridade são palpáveis, embora artificiais e falsos. Os trabalhadores que tornam possível tanto luxo, privilégio e ostentação são em número muito maior do que os que estão no serviço. Vejo-os nas paredes, nas cadeiras e mesas, nas madeiras, metais e vidros, no enorme lustre de cristal pendurado no teto altíssimo do salão, nos sofás e almofadas caprichosamente distribuídos nos ambientes, na limpeza impecável e permanente, na comida que se come, desde o plantio e a colheita até o seu preparo, nas roupas de marca que se vestem, nos sapatos que se calçam.

Piscina, sauna, hidromassagem, campo de minigolfe, academia de ginástica, quadras de esportes, tudo à disposição – enquanto a população é sabotada nos direitos básicos, roubada e enganada pela estrutura da sociedade. Não usei nada, nos três dias em que fiquei. A maior parte do tempo, fiquei no quarto, no evento e fora do hotel. À noite, quando saía sozinho atrás de uma cerveja pra arejar o coração olhando o mar, fui aconselhado a ir para a direita, mais “seguro” e preparado pra atender os turistas, evitando o lado esquerdo, “perigoso”, próximo a favelas. Não sou turista, não gosto de hipocrisia nem de atendimento "qualificado", interesseiro e caro. Tomo o rumo da esquerda. Perigoso pra eles quer dizer pobre. E eu estava precisando tratar com gente pobre – como eu –, sem a subalternidade forçada dos ambientes de luxo. Os pobres de grana são inegavelmente mais transparentes, mais espontâneos.

Encontro uma birosca a uns quinhentos metros, a cerveja é de menor qualidade, mais barata, mas todos respondem quando chego dando um boa noite geral. Era desse conforto que eu precisava. “Madame, dá uma cerveja bem geladinha?” Ela sorri do “madame”, enquanto traz a garrafa. Levo a cerveja pra uma mesa fora, “vou sentar ali, viu, que vou fumar”. À distância, fico observando aquelas pessoas, umas dez, gesticulando, falando alto, trocando gozações, acho graça das gargalhadas, das piadas picantes. Do outro lado da rua, na parede de uma casa demolida, entre outras coisas, havia a frase “a miséria não acaba porque dá lucro”. Levanto pra pegar a segunda, levo a garrafa vazia, “pode deixar na mesa”, ela diz, respondo “melhor não, posso esbarrar na mesa, acaba caindo tudo, “tá, vou deixar aqui”, e encosta no canto do balcão. Põe outra e pergunta “tá geladinha, meu filho?” “Tá ótima, mãinha”, ela solta uma risada alta e me olha com simpatia. Sou mais velho que ela, mas não parece.

Pouco depois eu estava fumando, quando aparece um caboclo forte, atarracado, sem camisa e me pede um cigarro, com o olhar cenicamente suplicante. Estendo um na sua direção, sinto seus olhos bons, pergunto se toma uma cerveja comigo. Ele abre um sorriso sem dentes, “claro”, eu tiro a garrafa do isopor e vejo dois dedos de cerveja, entrego a ele. Ele vira no ato e toma de um gole. “Pega outra e um copo”, ele segura a garrafa vazia e me olha desconfiado, “eu, pegar outra?” “É, parceiro, eu pago e tu pega, mas se achar abuso, deixa que eu pego”, faço menção de levantar, ele se adianta, “não, podeixar”. No balcão, a dona estranha, “quequié, Jonas, já veio perturbar o freguês...” Eu interfiro à distância, “tranqüilo, madame, ele não tá perturbando não, eu que pedi, com mais um copo prele me ajudar aqui!” Ela entrega a cerveja e o copo, com a advertência, “olha lá, hein, Jonas!”, ele volta reclamando, “a senhora parece que não me conhece...”
“Então tu é o Jonas que morava dentro da baleia?” “Foi, mas lá era muito molhado”. Rimos e começamos uma conversa divertida. Em certa altura ele diz “minha inteligência não dá pra competir com a sua, não”, a fisionomia reflexiva, ele falava de informações, não de inteligência, mas pra ele era a mesma coisa. “Inteligência a gente não põe pra brigar, não, parceiro, melhor somar, que o inimigo de verdade tá do outro lado, é burrice a gente ficar brigando aqui em baixo”. Vejo identificação e afeto nos seus olhos, um entendimento intuitivo, “tem muita gente burra”, ele diz, “tem muita gente burra”, eu repito. E rimos.

Em pouco tempo eu já sabia onde tinha maconha, cocaína, crack, mulher, “o que tu quiser tem, se quiser eu vou buscar agora”, “agora não, só trouxe a grana da cerveja, mas amanhã, se eu vender...” Uma mentira estratégica, mudou o rumo da conversa. “Tu vende o quê?” “Os desenhos que eu faço, olha aqui”, e mostrei a multidão estampada na minha camisa. Ele apertou os olhos, “tu que desenhou?”, “foi, olha meu nome aqui”. Ele se esforça, e-du-ar-do ma-ri-nho, com dificuldade. Um sentimento ruim passa por mim, lembro da sabotagem deliberada do ensino público, mas volto ao assunto, “quer ver a identidade?” Ele faz cara de ofendido, “tá pensando que não acredito em tu?” “Tu não me conhece, não acreditar é direito seu. É bom a gente respeitar o direito dos outros, né não?” “Ah, isso é”, e rimos de novo. Depois ele completou, “mas eu já sei que tu é um homem direito”. Foi como um afago na alma. Intuição, sentimento.

Voltei pro hotel, depois de cinco cervejas. Eu pretendia três, mas apareceu o Jonas... Entrei no ambiente luxuoso, novamente a polidez distante dos funcionários, abismos entre pessoas. Subo ao quarto, questiono a tristeza que me invade nestes ambientes. Vejo as mãos que construíram isso tudo em cada centímetro e que, depois, foram expulsas pra bem longe e proibidas de voltar, mesmo pra apreciar o que fizeram. Os poucos pobres que se permite são o número suficiente pra servir os hóspedes e fazer a manutenção, com regras rígidas, sob um manto de invisibilidade social e ameaça de demissão a qualquer vacilada. Não é o fato de não poderem usufruir o que me incomoda, mas o de serem completamente esquecidas, ignoradas, como se nunca tivessem existido, como se tudo se construísse por si, como os castelos dos contos de fadas. Em geral, essas pessoas não desejam tais luxos e privilégios – até por acharem impossível –, mas apenas o suficiente pra viverem em paz, sem faltar nada do básico. Desejam o desenvolvimento dos filhos e uma vida digna. E isso lhes é negado. O modelo de sociedade imposto pelas influências irresistíveis de mega-empresas, de interesses empresariais, não permite que no centro da estrutura esteja o ser humano. Milhões de pessoas se encontram em condições de exclusão, miséria, ignorância e abandono, outros milhões são explorados impiedosamente em empregos precários, sem direitos ou garantias, apertados em transportes superlotados, sem tempo pra viver de verdade. Bilhões, a nível planetário. A estrutura da nossa sociedade tem nos seus alicerces não só o consumo e a propriedade, mas principalmente os desejos de consumo e posse induzidos nos que não podem consumir nem possuir. Estes são levados a desejar, a sonhar com bens e desfrutes, sonhos entorpecentes que imobilizam, aprisionam e anestesiam a consciência – contando com a ignorância planejada – provocando e estimulando movimentos que colaboram na manutenção desse sistema injusto, covarde, perverso e suicida. O planeta sendo destruído e as pessoas sonhando com novelas.

Tudo isto eu vejo nos requintes, nos luxos, nas pessoas, nos olhares e comportamentos, em tudo neste hotel, uma caricatura da realidade social. Exponho no seu centro de convenções, enquanto espero o momento de palestrar a essa audiência formada por futuros administradores de empresas e futuros empresários que se preparam pra administrar a(s) empresa(s) da família. Não sei bem o que dizer, mas sei mais ou menos. Acho que vai espantar. Pessoas que vêem a realidade da forma que lhes convém não gostam da maneira que eu vejo a sociedade em que vivemos todos. Mas fui chamado e vou jogar minhas sementes. Algumas exceções hão de se fertilizar. Não trago verdades, mas opiniões, não pretendo impor, mas acenar.

(Este texto foi um descarrego. Melhorou o meu estado interno, por sentir alguma utilidade na situação.)
Antes de ir embora escrevi, no quarto, a saída do cinco estrelas. Segue.

O recado na saída 

Hotel Ritz Lagoa da Anta. Último dia, acordo cedo, vou tomar o café da manhã. Mais uma vez, observo e reflito. Fartura, movimentos, conversas, frutas, pães, queijos, presuntos, iogurtes, ovos, funcionários de cinza, garçons de branco, cozinheiras a postos atrás dos balcões, estantes de “selfisérvis”. As mãos dos mais pobres estão por todo lado. Os que usufruem nem se dão conta, não pensam, não lembram disso. Os de cinza às vezes passam, como sombras, sem olhar ninguém, levando esfregões e baldes ou empurrando carrinhos de utensílios. Vejo-os lá fora, preparando as coisas em torno da piscina. Vejo-os todo tempo, limpando vidros, mesas, arrumando coisas, sempre em silêncio. Aqui dentro, agora, os hóspedes tomam a primeira refeição e os de cinza só aparecem quando alguém derrama alguma coisa. Limpam o mais rápido que podem e desaparecem. São necessários mas não devem fazer parte da paisagem, devem ser o mais invisíveis possível.

Novamente a tristeza, sem exagero, sem grandes sofrimentos, apenas uma tristezinha triste, não há surpresa, nada de novo. Hoje eu como mais do que nos outros dias, estou de saída e não sei se vou almoçar, prefiro não. Volto ao quarto, arrumo a mochila e escrevo num bloco de papel pra recados, ao lado do telefone. “Ostentação de luxo e riqueza é pior do que a pobreza de grana. É pobreza de espírito. O próprio sentimento de superioridade demonstra a precariedade da alma.”

Daqui a pouco, quando eu sair, virá a funcionária para arrumar o quarto e conferir as coisas, a mesma com quem falei algumas vezes, perguntei a hora, dispensei a arrumação e a troca de toalhas. Não sei porque escrevi. Senti vontade quando cheguei do café e vi o bloco. Arrumei as coisas e resolvi deixar, como um recado. Espero que tenha algum proveito.

Lembro de uma frase de Gandhi, "as algemas de ouro são piores que as de ferro".
Agora vou.

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Palestinos derrubam parte do muro do apartheid

21 de Maio de 2013, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Um jovem palestino escala o muro israelense do apartheid, durante confronto com o exército de Israel, no Dia da Nakba, 15/5/2013, próximo ao posto de controle de Qalandia, nos arredores de Ramallah, Cisjordânia. (Foto de Uriel Sinai/Getty Images)

Na 6ª-feira, 16/5, à noite, um grupo de vinte palestinos abriram uma passagem no muro do apartheid, no posto de controle de Abu Dis, entre as vilas de al-Ezzariya e Abu Dis, e derrubaram parte do muro, para chegar aos arredores de Ras il-Amood, em Jerusalém.

A reação do exército de Israel foi, previsivelmente, frenética e desproporcionada. Atiraram com munição real contra os palestinos, além de bombas de som e granadas de choque. O buraco no muro foi ampliado para 4m, e, segundo Salah Khawaja, porta-voz da Ministério do Estado da Autoridade Palestina para Questões das Colônias e Muro do Apartheid, pelo menos três pessoas entraram em Jerusalém e chegaram à Mesquita al-Aqsa para as orações da tarde.

Abu Dis e Ras il-Amood sempre foram cidades vizinhas, antes de serem separadas pelo Muro do Apartheid, que separou vizinhos e parentes e multiplicou as distâncias e as dificuldades para ir de uma vila à outra.

A derrubada de parte do muro vem na sequência de várias manifestações contra a ocupação israelense, para marcar os 65 anos da ocupação da Palestina para criar Israel, o Dia da Nakba [a Catástrofe], que se completaram dia 15/5. As manifestações prosseguirão durante o verão, segundo Khawaja, e estarão focadas em protestos contra a judaicização de Jerusalém, que Israel tenta conseguir, mediante expulsão de moradores, demolição de casas e assalto, para ocupação, de todas as terras palestinas dos arredores.

De pouco nos servem as negociações, em que não confiamos. Dependemos só de nós mesmos para pressionar a comunidade internacional a tomar medidas concretas, para que Israel seja obrigada a responder pelo que faz – disse Khawaja a esse Al-Monitor. Em 2004, a Corte Internacional de Justiça definiu o muro do apartheid como construção ilegal, a ser imediatamente demolida. Até agora, não se viu qualquer ação para fazer valer a sentença daquela alta corte. Cabe a nós aplicar a decisão da Corte Internacional.
Yasin Sbeih, residente no campo de refugiados de Shuafat, manifestou seu integral apoio à ação para demolir o muro.

O que aconteceu aqui na 6ª-feira à noite foi excelente. É ação a ser repetida em todos os pontos onde haja muro – disse ele – a tática pode ser efetiva para forçar o exército ocupante a dispersar esforços em várias frentes. Significa também que os palestinos começam a agir para derrubar o muro do apartheid. É ação a ser empreendida em vários pontos, para chamar a atenção para a ilegalidade de todos os muros israelenses, para evidenciar que os muros em nada melhoram a “segurança” de Israel, como alegam. E mostrar que o muro só tem finalidades discriminatórias.
Desde que se divulgaram pela primeira vez os planos para construir uma muralha em torno de Jerusalém, inúmeros analistas têm repetido que a barreira visa exclusivamente a controlar o crescimento demográfico dos palestinos que vivem na cidade – que, em 2012, já eram, pelo menos, 38% da população de Jerusalém, mais de 200 mil pessoas – assegurando espaço exclusivo para colonos israelenses.


Resultado de roubo de terras palestinas pelos judeus

Está previsto que o muro acompanhe todas as fronteiras municipais de Jerusalém – fronteiras que o governo israelense inventou e anexou, 17 dias depois da ocupação de Jerusalém leste em 1967, movimento jamais reconhecido pela lei internacional. O traçado do muro, que não passa de mecanismo para roubo de terras palestinas, inclui os prédios da colônia Gush Etzion, no sul; de Giv’at Ze’ev ao norte; e de Ma’ale Adumim a leste, todas essas colônias exclusivas para judeus, cercando, no total, 164 quilômetros quadrados de terra palestina na Cisjordânia. O muro é construído próximo da região de Jerusalém leste, que fica separada, o que, para os israelenses, garantiria a separação intencional entre os colonos judeus e os habitantes originais palestinos.

Cerca de 60 mil palestinos em várias áreas, com documentos de identidade azuis, de residentes em Jerusalém, estão impedidos de chegar diretamente a Jerusalém, e são obrigados a passar por um posto de controle do exército de Israel, diariamente, para chegarem a escolas e aos respectivos locais de trabalho. É o que acontece com os palestinos que vivem no campo de refugiados Shuafat, em Ras Khamis e nas vilas de Semiramis, Kufr Aqab, al-Ezzariyeh e Abu Dis.

Os enclaves que ficaram na área excluída pelo muro do apartheid não recebem praticamente nenhum serviço público básico. Estão sob jurisdição da prefeitura de Jerusalém controlada por Israel, que os abandonou completamente; e a Autoridade Palestina é proibida, pelo Acordo de Oslo, de entrar nessas áreas. Consequentemente, não é raro ver ali ruas tomadas completamente por lixo, a infraestrutura urbana está destruída, as estradas são praticamente intransitáveis e há alta incidência de crimes de todo o tipo.

Em resumo, nenhuma autoridade local se interessa por garantir serviços municipais básicos à população palestina. Daí resultou a privatização dos serviços públicos por várias empresas e organizações não-governamentais. Mesmo sem receber qualquer tipo de serviço de qualidade satisfatória, os palestinos que ali residem são obrigados a pagar impostos municipais, sob pena de perderem os documentos de cidadania jerusalemita, o que limitaria ainda mais seus direitos de ir e vir e cancelaria o direito, que ainda têm, de estudar e trabalhar em Jerusalém.

A passagem escavada no muro, em Abu Dis, ainda está aberta. Mas o exército israelense já instalou ali seus jipes blindados e soldados armados, até que o governo de Israel reconstrua o muro.

(Por Linah Alsaafin. Al-Monitor Palestine Pulse - “Palestinians Demolish Part of Separation Wall
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



ana e o gato [Flickr]

21 de Maio de 2013, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

marcelodamico posted a photo:

ana e o gato

Ana e o Gato que ela pintou na parede do Hotel da Loucura - Ocupa Nise!!!