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O Caveirão e os coxinhas - As rapidinhas do Sr Comunica
1 de Julho de 2013, 13:00 - sem comentários aindaParticularmente, penso ser medonho e de extremo mau gosto um veículo da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro ter o nome de Caveirão. A viatura, utilizada para realizar operações de segurança e garantir o bem-estar social dos cidadãos cariocas, jamais deveria se chamar Caveirão, símbolo da morte. Principalmente da morte de quem mora nas favelas, pois é lá que ele passa a maior parte do tempo. Exemplo recente é a operação realizada na favela da Maré, que acabou com 10 mortos (um do BOPE, 3 inocentes e o restante com passagens anteriores pela polícia).
Mais insano ainda são famílias inteiras, indo para a grande final do futebol, posarem para fotos em frente ao veículo. Qual lembrança imagética estas pessoas desejam levar para casa? "Sorria, minha filha, pois este é o veículo que arrasa favelas e vez em quando trucida inocentes", diria o pai? A cidadã da foto acima já foi eleita pelo público como Miss Coxinha 2013 e teve seu rosto desfocado para preservar sua identidade, ao menos aqui no Comunica Tudo. De qualquer modo: lamentável.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Ativista que abriu a bandeira gay durante a final da Copa das Confederações em entrevista
1 de Julho de 2013, 12:47 - sem comentários aindaAtivista abriu faixa na final da Copa com a seguitne frase: “Ser gay é... Mara... Aberração é o preconceito” |
Por Camila Marins
“Figurantes exibem faixa de protesto durante cerimônia de encerramento”, esta foi a manchete de diferentes veículos de comunicação na noite deste domingo, dia 30 de junho. Isso porque homens e mulheres, que participavam da final da Copa das Confederações, exibiram faixas de protesto. Uma delas dizia: “Pela imediata anulação da privatização do Maracanã” e a outra “Ser gay é... Mara... Aberração é o preconceito”. Conversei com o ativista desta última manifestação, o ator, diretor e autor de peças teatrais, Alex Tietre, 35 anos. Ele trabalhou por quase 18 anos na Cia de Tatro Arte & Manha de Guarapuava, uma das mais reconhecidas do Paraná, e, hoje, trabalha há dois anos em uma agência de atores em Niterói.
Confira a entrevista
- Você participou de outras manifestações artísticas para a Copa das Confederações? Como foi sua seleção?
Participei com meu nariz de palhaço em manifestações no Rio e em Niterói, não necessariamente para a Copa, meus protestos eram como os da maioria. A seleção para a Copa das Confederações foi na Escola Naval. Me inscrevi, porque minha companhia de teatro sempre trabalhou com grandes eventos e seria uma boa experiência, mas não foi como esperava. Comecei a questionar o porquê de ser voluntário num evento que rolam milhões em dinheiro, enquanto eu estava ali ganhando um lanchinho e um cartão de transporte, que não pagava nem metade do que eu gastava.
- De onde veio a coragem para fazer essa manifestação?
A coragem para me manifestar é a mesma dos brasileiros, que saem às ruas para se manifestar. É a mesma coragem, que todos os trabalhadores têm quando saem para trabalhar, para ganhar um salário ridículo, com um transporte precário e ainda para correr riscos nas ruas.
- O que aconteceu com você depois de abrir a bandeira? Foi expulso do campo?
Eu tive mais sorte, abri a bandeira no palco principal, no meio de cinco cantores famosos. Não poderiam me agredir. Depois, deixei a bandeira no palco e entrei no meio dos outros participantes sem que conseguissem me identificar. Então, não fui retirado.
- Tem recebido mensagens de apoio ou ameaças?
Felizmente, estou tendo mais apoio, mas tem muita gente contra, e tive ameaças, sim. Lá mesmo, já discutiram comigo, disseram que eu estraguei tudo e que, se pelo menos, eu tivesse feito um protesto pela fome eu seria apoiado... Entendo isso, mas se eu tivesse que protestar sobre tudo que o Brasil precisa, a bandeira teria que ser do tamanho do Maracanã.
- Como você vê as manifestações homofóbicas de setores fundamentalistas da sociedade?
Fico indignado com qualquer manifestação homofóbica. Precisamos viver de forma que os valores sejam revistos. Ser gay não prejudica ninguém. Ninguém tem o direito de querer "mudar ou curar" alguém. Devemos começar a avaliar o que realmente precisa ser mudado. Precisamos fazer essa mudança agora, mudar o Brasil, os políticos e também mudarmos pra melhor, cuidar do nosso planeta e cuidar do próximo com todo respeito, sem ver cor, credo ou sexualidade.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Por que a Noruega está tão na frente do Brasil em desenvolvimento social
1 de Julho de 2013, 9:37 - sem comentários aindaLá não é socialmente aceito, por exemplo, que grandes empresas — como a Globo faz no Brasil — deixem de pagar o imposto devido mediante artifícios legais mas imorais
Acaba de sair uma nova lista que traz o índice de desenvolvimento humano no planeta, o IDH.
Não foi surpresa, na lista, a estupenda posição dos países escandinavos. E este é meu ponto: por que eles ainda hoje não são referência de progresso social para o Brasil? Por que, sendo tão inspiradores na combinação de liberdade de mercado com proteção do Estado à sociedade, são ignorados nos debates?
Vou sempre que posso à Escandinávia. Já no aeroporto você sente que está num lugar especial.
Na lista em questão, a Noruega ficou em primeiro. Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia estavam entre os primeiros 20 colocados.
Se você der um Google em busca dos diversos levantamentos que aferem o grau de satisfação das pessoas de um país, a Escandinávia sempre aparece no topo. Minha primeira temporada escandinava se deu na Dinamarca, onde fui em 2009 para escrever uma reportagem sobre as razões de ela costumeiramente ser a campeã na satisfação.
Foi lá que conheci a Janteloven, as leis de Jante, uma cidade imaginária criada por um romancista escandinavo que simboliza o espírito local. Basicamente, ninguém tem o direito de se sentir melhor que ninguém. Lembro de um lixeiro de Copenhague que, nas horas vagas, era técnico do time de handebol da escola pública – e boa – de suas filhas adolescentes. Numa escala de 0 a 10, ele definiu como 8 o seu grau de satisfação.
Pense na sua e veja quanta coisa temos a aprender com a Escandinávia.
Outro dia o Diário publicou um artigo sobre o que significa ser mãe na Noruega. Por exemplo, licença maternidade de 11 meses com salário completo e volta garantida ao trabalho, ou 13 meses com 80% do salário. Fora isso, um subsídio do governo é oferecido à mãe que queira ficar mais tempo em casa com as crianças.
Um sinal do foco nas crianças é o desfile no Dia Nacional da Noruega, 17 de maio. Em quase todos os países, você vê paradas militares. Na Noruega, quem sai às ruas são as crianças.
Desfile de 17 de maio |
Lá, é socialmente inaceitável não pagar os impostos justos. A sociedade estabeleceu um consenso segundo o qual os impostos são o preço a pagar para você viver num ambiente quase utópico. Escola gratuita, saúde gratuita, nada de contrastes chocantes entre riqueza extrema (de poucos) e pobreza miserável (muitos).
Você não consegue imaginar, no ambiente norueguês, uma empresa bilionária como a Globo fugindo tão abertamente, tão descaradamente dos impostos, com a conhecida prática da PJ. Você também não consegue imaginar um âncora de tevê como Boris Casoy dizendo que lixeiro não pode ser feliz. Você também não consegue imaginar uma jornalista da estatura de Mônica Waldwogel zombando, histericamente, de ciclistas diante das câmaras.
Se eu for fazer a lista das coisas brasileiras que você não consegue imaginar na Escandinávia, ficaremos aqui alguns anos.
O Diário se orgulha de ter, desde seu nascimento, fixado na formidável Escandinávia um modelo a ser perseguido. E, de pé, manda aplausos entusiasmados para a campeã de IDH Noruega e seus maravilhosos vizinhos.
Clap, clap, clap.
Mais uma vez: clap, clap, clap.
(Publicado no DCM)
Leia mais: O que é ser mãe na Escandinávia
Leia mais: Por que o embate entre Carlos Dornelles e a Globo é de grande interesse público.
Leia mais: O que é ser mãe na Escandinávia
Leia mais: Por que o embate entre Carlos Dornelles e a Globo é de grande interesse público.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..