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A epidemia de crimes “atípicos” - imprensa não repercute chacinas
4 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA cidade de São Paulo vive uma epidemia de violência organizada cujas origens a imprensa não consegue ou não quer esclarecer. Em menos de duas semanas, foram incendiados nove ônibus, postos policiais foram atacados e pelo menos seis policiais que estavam de folga foram assassinados. Além disso, somente neste mês de junho voltaram a ocorrer ondas de chacinas que fizeram 16 vítimas.
Oficialmente, as autoridades do estado afirmam – e os jornais reproduzem sem discussão – que se trata de “crimes atípicos”, mas observam que todos esses crimes ocorreram em bairros da periferia da capital, “onde normalmente o Estado não se faz presente de maneira completa”. Essa frase, dita pelo chefe da Polícia Civil a um repórter da Folha de S. Paulo, significa muita coisa mesmo sem esclarecer coisa alguma.
A primeira revelação é a de que o Estado assume sua negligência com relação à população mais pobre e a imprensa não demonstra interesse em questionar o fato de que a segurança pública só funciona “normalmente” nos bairros “não periféricos”.
“Normalmente”, como?
A segunda constatação que se pode fazer é de que os assassinatos coletivos entraram de tal maneira na rotina policial que não são capazes de provocar sequer inquietação. Para o delegado-geral, trata-se de “crimes atípicos”, a imprensa registra a constatação de que estão ocorrendo “crimes atípicos” e segue o jogo.
Relato frio
Agora, compare o leitor esse noticiário de chacinas e atentados com os recentes assaltos coletivos a restaurantes na parte – digamos – mais “nobre” da cidade. Apanhe o leitor alguns jornais do mesmo período em que foram chacinados 16 jovens na periferia de São Paulo, e compare com o tratamento dado pela imprensa aos chamados “arrastões” que assustaram e lesaram clientes de restaurantes de Higienópolis, dos Jardins, do Itaim.
Percebeu a diferença?
Cidadãos atacados nos restaurantes onde o custo de uma salada poderia alimentar cinco famílias pobres merecem ter sua indignação estampada nos jornais, suas queixas repetidas várias vezes ao dia nos telejornais e nos noticiários do rádio. Mas a mãe de um adolescente assassinado na periferia não tem voz nem nome.
Os clientes de restaurantes que pagam um dos preços mais altos do mundo por comida comum embalada em nomenclatura francesa têm todo direito a gastar como quiserem seu dinheiro, sem para isso correrem o risco de perder o smartphone ou o cartão de crédito. Quando os arrastões acontecem nas regiões mais policiadas da cidade, realmente há motivo para preocupações.
Mas observe outra vez o leitor: na quarta-feira (27/6), o Estado de S.Paulo noticia que mais seis ônibus foram incendiados em 24 horas na capital paulista. Trata-se de um relato frio, com números e apenas os depoimentos do motorista e do cobrador. Abaixo, outra reportagem comenta que o aumento da criminalidade amplia o debate sobre a punibilidade de menores de dezoito anos, com o governador do estado voltando a defender o aumento da punição para adolescentes infratores.
Estado paralelo
A Folha de S. Paulo registra a terceira chacina em quatro dias e também comenta a sequência de ônibus incendiados. Traz os nomes das vítimas mais recentes das execuções coletivas, quatro jovens com idades entre 16 e 20 anos, mas não há informações pessoais sobre eles ou entrevistas com seus familiares.
São números, detalhes de uma onda de “crimes atípicos”. Mas o próprio jornal insinua que há uma relação entre os atentados contra policiais militares em folga, os incêndios de ônibus e as chacinas.
O que a imprensa se nega a dizer é que a onda de violência pode ter origem num desequilíbrio nas relações diplomáticas entre a segurança pública e o crime organizado. Uma das hipóteses investigadas indica que os assassinatos de policiais e incêndios de ônibus começaram quando um dos chefes do grupo criminoso conhecido como Primeiro Comando da Capital foi transferido para um presídio com normas mais rígidas. No mesmo período, uma operação da Polícia Militar resultou nas mortes de seis supostos integrantes da quadrilha que domina amplos territórios da periferia da capital paulista.
Essa seria a causa das ocorrências “atípicas”?
Talvez seja o caso de a imprensa começar a questionar por que o estado de São Paulo não adota o projeto carioca de pacificação dos bairros dominados por criminosos, comprometendo-se com a sociedade a eliminar o Estado paralelo imposto pelo crime organizado aos moradores da periferia.
Luciano Martins Costa / Observatório da Imprensa
Cachoeira, oposição e Globo: juntos em ataques
3 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
A arapuca de Cachoeira em dois momentos diferentes: com Rubens Otoni e Raul Filho, ambos do PT: vazamento seletivo? (Reprodução)
Segundo o Fantástico, o vídeo foi apreendido na casa do cunhado de Cachoeira pela Polícia Federal, durante a Operação Monte Carlo. Porém, a notícia que correu é que foram apreendidas centenas de vídeos. Por que a TV Globo só divulgou este? É possível que a própria gente de Cachoeira tenha vazado só este vídeo, uma vez que devem ter cópias. E é possível que o motivo tenha sido mandar um recado conjunto para intimidar a bancada petista na CPI, já que os tucanos têm se esforçado para tirar o foco do bicheiro e das revistas Veja e Época.
Logo que foi preso, gente de Cachoeira vazou um vídeo semelhante com o deputado Rubens Otoni (PT-GO), também de 2004, quando ele foi candidato a prefeito de Anápolis (lado esquerdo da imagem). Curioso notar que a arapuca montada para filmar o encontro com Raul Filho é exatamente a mesma (lado direito da imagem). Gravado na mesma sala com os mesmo móveis, o mesmo quadro na parede e com a câmera filmando do mesmo ângulo. Daí fica a pergunta: quantos políticos passaram por essa sala em 2004 e quantos e quais foram filmados?
O vídeo contra Otoni só causou constrangimento, mas como ele não foi eleito prefeito, não haveria nem como Cachoeira tirar vantagem dele na prefeitura. Já Raul Filho foi eleito em 2004 e reeleito em 2008. Porém é estranho que não haja referências a ele nas interceptações telefônicas da Operação Monte Carlo, mesmo que a empreiteira Delta tenha contrato para coletar lixo com a prefeitura de Palmas.
O modus operandi do esquema Cachoeira sempre foi soltar os vídeos contra quem se torna seu desafeto e não o incrimine. Foi assim com Valdomiro Diniz. Logo, é de se perguntar se Raul Filho tornou-se aliado ou desafeto de Cachoeira depois de eleito. Afinal se o prefeito de Palmas tivesse sido corrompido por Cachoeira, o bicheiro seria o corruptor, o que torna mais complicado para ele se livrar da cadeia.
Quanto ao prefeito, um advogado diria que o vídeo é inconclusivo, porque a TV Globo disse que conversaram mais de uma hora, e os trechos que foram levados ao ar (provavelmente os mais comprometedores) não chegam a incriminar, apesar de serem claramente constrangedores politicamente. Além disso, obviamente geram suspeitas de favorecimento ao bicheiro em futuras licitações.
Quem ficou pior na fita foi uma terceira pessoa que, em outra reunião, agora sem a presença de Raul Filho, fala em pulverizar o dinheiro provido por Cachoeira em cinco contas sem vínculo com campanha eleitoral, e também fala em, no futuro, "garantir aposentadoria", o que dá a entender como pedido de propina para enriquecimento pessoal.
(Por Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual )
"Tem que f... o Lula! Tem que f... o barbudo!"
3 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaSaiu ontem na coluna Informe JB, do jornalista Marcelo Auler:Cachoeira & AlopradosSerá que Ali Kamel, o chefão da TV Globo, sabia do envolvimento da máfia de Carlinhos Cachoeira nesta arapuca? Será que ele também festejou: "Tem que f... o Lula"? Na ocasião, o Jornal Nacional deu enorme destaque para a grana apreendida com os tais "aloprados do PT". A TV Globo até escondeu a notícia do trágico acidente com o avião da Gol. A edição do JN foi decisiva para dar fôlego ao tucano Geraldo Alckmin!
Em um dos vídeos apreendidos na casa de Adriano Aprígio, ex-cunhado do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, comemora o envolvimento de petistas no chamado Escândalo dos Aloprados.
Em setembro de 2006, às vésperas do início da propaganda eleitoral na televisão, petistas foram presos em um hotel em São Paulo com R$ 1,7 milhão. Com o dinheiro pretendiam comprar um dossiê que supostamente envolvia o tucano José Serra - então candidato à presidência da República - com o desvio de verbas do orçamento destinadas à compra de ambulâncias. O escândalo prejudicou Lula, que concorria à reeleição e esperava ganhar no primeiro turno, o que não aconteceu.
O vídeo apreendido, já periciado pela Polícia Federal, mostra uma conversa entre o jornalista Mino Pedrosa e Dadá, o araponga que atendia à quadrilha do bicheiro. Pedrosa relata que o PSDB armou a história do dossiê e o "PT caiu nela".
O araponga vibra e comemora: "Tem que f..... o Lula! Tem que f..... o barbudo!
Em sua coluna, a jornalista Mônica Bergamo informou recentemente que a revista Veja não era a única que mantinha promíscuas relações com a máfia de Carlinhos Cachoeira. Sem dar o nome aos bois, ela garantiu que "outros dois importantes veículos de comunicação" utilizavam os serviços "editoriais" do criminoso. A nota do jornalista Marcelo Auler reforça as suspeitas contra a poderosa Rede Globo.
(Publicado no Blog do Miro)
Folha de S. Paulo vai contra os 10% do PIB para a educação
3 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO argumento de que os parlamentares só aumentaram o índice sem indicar as fontes é falacioso, pois uma nota técnica do IPEA, que é um órgão governamental, indica os caminhos e aponta para a necessidade de se atingir 10% do PIB. Àqueles que argumentam que a questão não é financeira, mas de gestão, afirmamos que também é de gestão, de desrespeito aos profissionais da educação, da não priorização da política de educação e outras inúmeras questões que precisam ser resolvidas para se ter educação de qualidade, que realmente promova direitos e reduza desigualdades.
Cleomar Manhas, assessora política do Inesc
Organização pede proteção do jornalista chileno suspenso por ironizar homenagem a Pinochet
3 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO recurso legal foi feito com a intenção de “fazer respeitar o direito à liberdade de expressão” do jornalistaVíctor Gómez, para que ele possa continuar seu trabalho como analista esportivo, afirmou o jornal La Nación. Em termos legais, o recurso “busca que a Corte ordene uma liminar e revogue as sanções ao profissional”, acrescentou o jornal La Segunda.
"Vamos esperar um pouco para que o cheiro de enxofre se dissipe aqui no estúdio" foi o comentário feito pelo jornalista que fez com que o canal o condenasse verbalmente e por escrito, além de penalizá-lo,paralizando seu trabalho como comentarista esportivo, algo que Gómez fazia desde 2002, explicou o jornal digital El Mostrador.
As ações empreendidas pela Chilevisión geraram vários protestos de diversas organizações sociais e de direitos humanos em frente ao canal no último dia 22 de junho, rechaçando a censura ao jornalista, informou o Colégio de Jornalistas do Chile. "O direito à liberdade de expressão é de todos os cidadãos, também a nós que exercemos o trabalho jornalístico", disse o presidente nacional da associação, Marcelo Castillo.
Por Liliana Honorato/IF