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As prostitutas de BH perguntam: e a gente, como fica?
17 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários aindaPresidente da Associação de Prostitutas de Minas Gerais teme expulsão das profissionais durante a Copa do Mundo |
Maria Aparecida Menezes Vieira, a Cida, de 46 anos, há mais de 20 anos faz ponto na rua Afonso Pena, no centro de Belo Horizonte, perto do Batalhão do Corpo de Bombeiros onde o irmão militar trabalha. Em 2009 participou da fundação da Associação de Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig), que dá cursos, promove ações de saúde preventiva e de conscientização contra o preconceito, além de pressionar os órgãos públicos pela aprovação do projeto de lei 98/2003, do ex-deputado federal Fernando Gabeira, que legaliza a a prostituição como profissão. Hoje o projeto está arquivado.
As ruas Afonso Pena e Guaicuruz, próximas umas das outras, têm o maior movimento de profissionais do sexo da cidade. Cerca de 4500 mulheres fazem programas todas as noites nos pequenos hotéis da região – que também servem de casa para algumas delas – e na rua.
Com o início dos preparativos para a Copa na cidade, as mulheres temem pelo ponto, pela repressão e pela perda do ganha-pão. O centro começa a dar sinais do que os movimentos sociais chamam de “higienização”, grandes projetos imobiliários seguidos da remoção das comunidades pobres, ambulantes e profissionais do sexo. “Todos nós temos interessa na revitalização. Trabalhar em lugar melhor, mais seguro, é bom. O problema é que ninguém sabe de nada”.
O projeto de um novo hotel cinco estrelas, o Golden Tulip, do empresário Roberto Justus, já está aumentando o valor dos imóveis e ameaçando pequenos comércios, hotéis e, claro, as prostitutas, que, por não terem a profissão regulamentada, não contam com garantia nenhuma. Para quem nega que haverá especulação imobiliária, o site do futuro hotel explica: “Para os investidores das unidades do Golden Tulip Belo Horizonte, a perspectiva é de forte valorização imobiliária, excelente rentabilidade mensal e remuneração que iniciarão em breve, uma vez que o hotel entrará em operação no primeiro trimestre de 2013” .
“Temos medo do que pode acontecer. Estamos por nossa conta” diz Cida. “Já fomos à prefeitura perguntar o que será de fato este hotel e o que será feito de nós, mas ninguém responde”. Ela vê a Copa como algo ruim para os negócios, contrariando o discurso do aumento da prostituição durante os megaeventos: “Vão querer nos varrer, né? Nos esconder dos gringos. É assim que sempre fazem”. Ainda assim, pretende brigar para que as associadas da Aprosmig aproveitem as oportunidades. Está promovendo cursos de idiomas estrangeiros e de fotografia para mostrar a Copa sob a visão delas. “Que fique muito claro: exploração sexual de adolescente e criança é crime. Nós não só somos contra, como denunciamos” afirma. “Lutamos por respeito e condições dignas para as profissionais do sexo”.
Em entrevista ao Copa Pública, ela fala sobre a associação, sobre Copa do Mundo e sobre a luta pela legalização da profissão.
Conte um pouco da sua história. Onde nasceu e como se tornou profissional do sexo?
Nasci em um município pequeno e vim morar em Belo Horizonte muito nova, com minha mãe e meus irmãos, na casa dos meus tios. Estudei aqui, em escolas públicas e particulares. Meu pai é bancário. Estagiei no Banco Central, em uma drogaria, em um hospital e resolvi abandonar tudo e fazer curso de medicina chinesa. Vi que não era minha área, eu sempre gostei de coisa diferenciada. Aí resolvi ser profissional do sexo mesmo, trabalhando com fantasias. Eu tinha 24 anos. Sempre assumi o que eu faço para os meus amigos e minha família. É uma profissão como outra qualquer. Polêmica, mas eu me considero uma pessoa polêmica.
Você que escolheu a profissão, então.
Eu que decidi. Não quis trabalhar com burocracia. É uma coisa que eu gosto, trabalho com fetiche.
E sempre fez ponto na Rua Afonso Pena?
Sim, porque meu irmão é militar e trabalha no Corpo de Bombeiros, que fica ali na esquina. Então eu sempre fiquei por ali. Por segurança e também para acabar com o preconceito.
Essa postura de querer combater o preconceito é algo que aconteceu ao longo dos anos? Ou você sempre pensou assim?
Eu sempre fui assim. Sempre gostei de mostrar o que eu sou. Eu sou assim e quero ser respeitada. Eu não sou meu trabalho 24 horas. Eu estudo, trabalho, tenho família.
Como surgiu a Associação de Prostitutas de Minas Gerais?
A Aprosmig surgiu em 2009. O GAPA (Grupo de Apoio e Prevenção a AIDS) fazia um trabalho de prevenção com as prostitutas da Afonso Pena, eu estava lá e eles me abordaram. Eu já tinha vontade de montar uma instituição para defender o direito das mulheres, principalmente sobre a questão da violência e nós fomos articulando.
O que é o GAPA?
É um grupo de prevenção à AIDS com 25 anos de existência. É ligado à RBP (Rede Brasileira de Prostitutas). Além de abordar as mulheres na rua, fazem seminários, palestras etc.
E o que faz a Associação?
Nós temos um grupo de 4500 mulheres associadas. A gente trabalha a questão do HIV, da prevenção de DSTs, da violência, fazemos seminários sobre saúde, cidadania e sobre o próprio preconceito. A gente ganhou uma sede, paga pela Associação dos Amigos da Rua Guaicurus, uma instituição que é de donos de hotéis. Eles pagam o aluguel. Também tentamos estabelecer um diálogo junto aos órgãos públicos, mas ainda há muito preconceito. Nossa principal luta é pela legalização da profissão. O projeto de lei do Gabeira [PL 98/2003, hoje arquivado na mesa da Câmara] já sinalizou uma vitória. Mas a gente está tentando tirar as prostitutas da marginalidade. Os comerciantes da Afonso Pena e os hotéis, assim como o movimento LGBT e algumas ONGs, são nossos parceiros.
Como o anúncio da Copa do Mundo afetou o trabalho de vocês?
Temos medo de que com esse falso moralismo e com essa higienização do centro da cidade, eles fechem os hotéis, tirem as mulheres, queiram nos esconder. A gente briga para que as mulheres possam participar dessa revitalização. Que não mexam com essas trabalhadoras como tem acontecido nas outras cidades que vão receber a Copa. Desde que começaram as obras do hotel [Golden Tulip] tivemos uma reunião na prefeitura de Belo Horizonte, mas ainda nada aconteceu. Se tirarem essa mulheres, que estão lá há tanto tempo, para onde elas vão? É sempre assim, os mais pobres são os que sofrem. A gente luta pelo direito de estar, permanecer e sermos respeitadas.
Vocês tiveram uma audiência com o Ministério Público?
Nós fizemos uma proposta de audiência pública no Ministério Público Federal, junto a outros movimentos de excluídos da Copa. Mas estamos aguardando.
E sobre o Hotel Golden Tulip? Quando vocês tiveram conhecimento disso?
As coisas acontecem do dia para a lua. Nós sabemos que estão sendo feitas reuniões no município com vários comércios, lojistas, é um projeto que não sabemos muito bem quem está por trás. Tivemos uma conversa com o secretário da prefeitura para saber mais a respeito mas ele não nos informou.
O que você acha que vai acontecer com essa revitalização?
Estamos com medo. Não sabemos para onde vamos. A prefeitura dizer que vai dar um espaço para a gente trabalhar não vai acontecer, a gente sabe que isso é ilegal. Estamos só por nossa conta mesmo.
Esse parceiros que vocês têm, os comerciantes, os hotéis, eles têm interesse na revitalização?
Todos nós temos interesse na revitalização. Trabalhar em lugar melhor, mais seguro, é bom. O problema é que ninguém sabe de nada. Os comerciantes também têm medo de perder o ponto quando valorizar. E não podemos fazer nada porque não temos uma lei do nosso lado. Mas os parceiros têm ajudado a gente, inclusive pagando os eventos que a gente promove. Eles nos ajudam e se ajudam também, né?
Com a chegada da Copa, a preocupação com o aumento do tráfico de pessoas e da prostituição infantil aumenta. E muitas vezes isso é usado também contra as prostitutas. Como vocês lidam com isso?
É claro que temos sofrido mais pressão por causa da Copa, temos sido marginalizadas. Mas vamos começar com a questão da exploração: exploração sexual de criança e adolescente é crime. Nós denunciamos. Aí vem o conselho tutelar, pega as meninas, chama a mãe, mas no dia seguinte elas estão lá de novo. Porque precisam trabalhar, porque vivem na miséria e não têm para onde ir. A questão do tráfico de pessoas… Será que se legalizasse a profissão, isso não acabaria? Porque seria um campo de trabalho. Mesmo o estupro [das profissionais do sexo] diminuiria. As pessoas precisam entender que nenhuma mulher está lá obrigada. Se estiver, é violência contra a mulher. Aí é crime. Hoje nós temos mulheres formadas, muitas têm duas profissões, inclusive. Eu mesma sou massoterapeuta e acupunturista durante o dia. Mas não estamos falando de mulheres em situação de prostituição, aquelas que se prostituem para pagar drogas, porque o dinheiro é mais rápido, por exemplo. Esses casos são diferentes e a gente nem considera como profissionais do sexo.
Vocês têm acompanhado ou até mesmo participado de algumas iniciativas da Secretaria de Mulheres para evitar a questão da exploração e dos abusos sexuais na Copa? Vocês têm acompanhado alguma iniciativa deste tipo?
A gente tem participado quando somos chamadas. As políticas públicas não existem para nós porque a profissão não é legalizada. As discussões são muito básicas, eu acredito que ainda não tenha um amadurecimento dessas questões.
A despeito de todo esse medo que vocês estão vivendo, qual é a importância desse mundial para a Associação de Prostitutas? Vocês estão se preparando para receber uma demanda maior?
Nós temos um relatório da África do Sul que mostra que, eu não sei se devido à questão da AIDS por lá, os resultados não foram tão bons. Não teve clientela. Não sei se vai se repetir com o Brasil. Porque no exterior o Brasil é praia, mulher bonita, bunda e a zona né? Não podemos negar que estamos esperando oportunidades melhores.
E vocês estão dando cursos para as mulheres atenderem melhor o público durante o Mundial?
Nós estamos trazendo, junto ao EJA (Educação de Jovens e Adultos), cursos para quem não tem o fundamental completo. Elas vão terminar o fundamental. O segundo grau ainda está em discussão, porque aí é com o estado e não com o município. E idiomas. Estamos programando cursos junto ao Sindicato dos Professores e vendo a possibilidade de cursos de idiomas. Embora a Dilma já tenha lançado uma iniciativa parecida, com cursos gratuitos. Várias mulheres já estão cadastradas para fazer esses cursos. Também estamos com um projeto de um curso de fotografia, para as mulheres mostrarem o lado delas na Copa. São ideias que vêm delas mesmas e a gente vai atrás de parcerias para realizar.
Como a organização se mantém?
Não temos financiamento nenhum do governo. Essa sala é paga pela AARG (Associação dos Amigos da Rua Guaicurus). O telefone a gente pede para que as meninas doem mensalmente um valor de três reais. Não são todas que pagam, só as que podem. E elas levam recibo depois para contabilidade, a gente faz prestação de contas. E a gente faz um trabalho de saúde preventiva, exames, em parceria com o SUS. Temos um plano de saúde para que, caso as meninas não consigam de um lado [com o SUS], elas tenham convênio particular.
Você falou do preconceito dos orgãos públicos…
O preconceito é uma coisa cultural, nós sabemos. O estado é preconceituoso, existe o falso moralismo, a igreja também interfere nessa questão. Se você vai a uma delegacia, se as mulheres têm problemas no local de trabalho, se são violentadas, os policiais não fazem a ocorrência, não consideram estupro. Estamos até denunciando junto à corregedoria essa questão. Queremos criar uma briga feia. Porque não tem diálogo, não temos visibilidade.
E nas delegacias, como as mulheres são tratadas?
Se você chega na delegacia dizendo que foi agredida, sofreu tortura psicológica, o delegado diz: “aconteceu porque você quis”. Não existe estupro de prostitutas para a sociedade. Não tem política, não tem diálogo.
O blog Copa Pública é uma experiência de jornalismo cidadão que mostra como a população brasileira tem sido afetada pelos preparativos para a Copa de 2014 – e como está se organizando para não ficar de fora.
Nosso governo não enfrenta a grande imprensa
16 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda Carta ao velho e querido companheiro de luta Militão, também conhecido por Geraldo Guedes, advogado de Brumado-Bahia:Por Jadson Oliveira
De Caracas (Venezuela) – Companheiro, está postado aí abaixo o esclarecedor artigo que você me enviou tão diligentemente, como sempre faz, aliás. De Miguel do Rosário, do blog O Cafezinho, mostrando a dinheirama canalizada pelo governo para a TV Globo,Grupo Abril, que edita a Veja, Folha de S.Paulo & Cia, os poucos de sempre (o diabo – que não serve como consolo – é que já foi até pior: a partir de Lula o governo botou na fita milhares de pequenos meios de comunicação desse interiorzão brasileiro, claro, uma merreca em relação a Globo & Cia).
É uma realidade difícil de engolir: nosso governo Lula/Dilma/PT não tem valentia para enfrentar a chamada grande imprensa, os monopólios da velha mídia privada, o partido forte da direita no Brasil (PIG – Partido da Imprensa Golpista, como se diz na nossa blogosfera), braço midiático do império estadunidense (presumo que o governo não se ache com força para tal, e parece mesmo não ter força para tal, já que não ousa começar um trabalho de mobilização do povo para defender os interesses do povo. Faz até o contrário: desmobiliza o povo. Mobilização popular para a maioria dos nossos líderes petistas significa, apenasmente, votar de dois em dois anos. Nisso, nosso governo está na contramão do que fazem governos aliados na América Latina, como os da Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua).
Nesse aspecto, vejo nosso governo rendido diante das pressões/chantagens dos donos da grande/velha mídia, uma pilastra fortíssima do verdadeiro poder no Brasil (outros setores que participam do complicado jogo do poder, muitas vezes subterrâneo, seriam os banqueiros e corporações empresariais aliadas, incluindo aí o latifúndio/agronegócio, as Forças Armadas continuam nesse seleto “clube”, o Judiciário, a Presidência da República e o Congresso Nacional, esqueci alguma pilastra? Me socorra, por favor, professor Fábio Konder Comparato. Uma vez assisti a uma palestra dele em São Paulo sobre isso, achei bem didático: dizia que o presidente da República não é “o poder”, é um intermediário, que pode influir mais, ou menos, que pode ajudar a ascender uma classe, ou baixar, no jogo do poder, falava de Lula, de Getúlio Vargas… muito interessante. Ah, não esquecer: atrás, na frente, nos lados, está o poder das empresas transnacionais e do Pentágono, o império dos Estados Unidos, hoje um pouquinho baqueado com a crise do capitalismo, mas ainda poderosíssimo).
Um governo rendido, acho que é a expressão perfeita. Paga para apanhar: toda noite no Jornal Nacional, toda semana na revista Veja, todo dia na Folha, Estadão e O Globo, toda hora nos sítios/sites desses veículos. Paga 68 milhões de reais à Globo para ser surrado pela Globodurante um ano e meio. Chama ditadura midiática de democracia/liberdade de imprensa. Uma sugestão ao nosso governo, de graça: mande uma comissão estudar e entender como Cristina Kirchner enfrenta o monopólio do grupo Clarín na Argentina ou como nosso destemido (e caluniado) Hugo Chávez enfrenta a artilharia pesadíssima das TVs, rádios e jornais privados na Venezuela. Repito: são governos aliados.
No Brasil já vi direitista bater no peito e dizer: independente é a Veja que não recebe dinheiro de publicidade do governo. Mentira, dê uma olhada aí na pesquisa de O Cafezinho, sem contar os rios de dinheiro que o Ministério da Educação e estados como São Paulo pagam à editora Abril. Há uns seis meses, em “Salvador de Bahia”, como dizem por aqui, numa clínica médica, peguei uma Veja e estava lá nas páginas um bocado de anúncios do governo federal: ministérios, Banco do Brasil, Petrobrás, etc.
No Brasil já vi ter peito para enfrentar a imprensa o governador de então Roberto Requião, nacionalista bom de briga, metido nessa mixórdia chamada PMDB. Passei uma temporada de seis meses em Curitiba em 2009. O governo dele não anunciava na considerada grande imprensa local, eram rompidos, adversários. Requião se virava no sítio da web/internet do governo estadual e utilizava muito a TV Educativa do estado, onde, inclusive, dava um espaço considerável aos movimentos de esquerda, incluindo os da esquerda radical. Beto Almeida, da TV Cidade Livre de Brasília e daTV Telesur (emissora multi-estatal da América Latina com sede na Venezuela), apresentava na época um programa de debates na Educativa bem progressista (deve ter parado depois que os tucanos entraram no governo). O noticiário da Telesur era reproduzido na TV estadual.
Comparando: a TV Brasil, estatal, recebida a pau e pedra pelos barões da mídia, é, politicamente, de uma timidez inacreditável. Nem os telejornais da Telesur ela reproduz. Pelo pouco que acompanho, creio que as agências de notícias com as quais trabalha são as mesmas da imprensona da direita. Se ela usasse, por exemplo, uma agência como a Prensa Latina, além daTelesur, poderia furar um pouco o avassalador pensamento único da Globo & Cia (aliás, para tentar ser justo, a TV Record volta e meia vem rompendo um pouco esse samba de uma nota só na TV brasileira; os comentários de Bob Fernandes na TV Gazeta também; a TV Cultura, de São Paulo, fazia um trabalho razoável, mas foi destroçada pelos tucanos que vieram depois de Mário Covas). Para registrar algo bom da TV Brasil: reportagens especiais, documentários e filmes, além de cortar aqueles boletins policiais ensangüentados e excrescências tipo Datene & Cia.
Tivemos ainda no Brasil o caso muito especial do bravo nacionalista Leonel Brizola, cuja exitosa vida política (foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, duas vezes) desenrolou-se em aberto desafio à Rede Globo, que fez o diabo para obstaculizar sua carreira (talvez por isso nosso Brizolão não tenha chegado à Presidência da República, para prejuízo do Brasil e dos brasileiros).
Companheiro, falando de Brizola me lembrei: o fato de Lula, no apagar dos dias de presidente, ter concedido entrevista coletiva aos blogueiros chamados progressistas (ou “sujos”, como os apelidou o tucano decadente José Serra), foi considerada uma atitude de coragem, já que a poderosa velha mídia odeia tais blogueiros (repare bem como nossos políticos vivem sob a eterna chantagem da mídia!). O deputado Brizola Neto, agora ministro do Trabalho, que parece seguir os bons exemplos do avô, chegou a comentar com os mesmos blogueiros, que especulavam sobre a possibilidade de Dilma dar também entrevista a eles: Lula deu entrevista aos blogueiros, mas Dilma fez mais do que isto: chamou um dos blogueiros para ser seu ministro (sem aspas, porque estou citando de memória). Brizola Neto, antes de se tornar ministro, mantinha o Tijolaço, um blog de muito sucesso.
Bem que poderíamos instituir um troféu chamado “Quem não tem medo da Globo?” O patrono honorário seria Brizolão, mas iria ser muito difícil encontrar um político disposto a recebê-lo. Como demonstração, lembremos o espetáculo vexatório da não convocação de representantes da Veja para depor na CPMI do Cachoeira, apesar do empenho de alguns parlamentares petistas e do senador Collor de Mello (que maluquice! dono da TV repetidora da Globo em Alagoas). O cupincha-mor da mídia na CPMI foi o deputado Miro Teixeira (que trágico! do PDT, partido criado por Brizola).
E por falar em governo rendido, li neste sábado, dia 15, no portal Vermelho, que nossa presidenta Dilma Rousseff cancelou um almoço com Roberto Civita, dono daAbril, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se levantou e abandonou uma mesa de encontro patrocinado pela revista Exame (também da Abril), onde estava o mesmo Civita, sem explicar o gesto. Logo as duas atitudes foram atribuídas a uma reação contra a capa da Veja desta semana desancando mais uma vez seus vilões prediletos: Lula e PT. Pensei incontinenti: será tesão de mijo? (desculpe o linguajar chulo, como diria o velho companheiro de redação na Bahia, Adilson Borges).
Globo antecipa próxima etapa do golpe contra Lula
16 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda No seu artigo deste domingo, Merval Pereira toma como verdade a "entrevista" de Veja com Marcos Valério, já negada pelo publicitário, e avisa: "Nada impede que uma nova denúncia seja feita mais adiante". Ou seja: com alguns companheiros condenados e outros presos, Lula terá uma espada no pescoço
Publicado no Brasil 247
Está desenhado o roteiro para que Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente mais popular da história do País, não possa mais concorrer à presidência. Nem em 2014, nem em 2018. Dentro de algumas semanas, vários réus da Ação Penal 470 estarão condenados. Alguns deles serão presos em regime fechado. E Lula terá uma espada no pescoço. Uma espada anunciada por Merval Pereira, colunista do Gobo, em sua coluna deste domingo. Intitulado "Valério acusa Lula", o texto toma como verdade a "entrevista" do empresário Marcos Valério a Veja, já desmentida pelo publicitário. Diz que ela não servirá para incluir Lula neste momento como réu da Ação Penal 470, mas Merval avisa: "Nada impede que uma nova denúncia seja feita mais adiante".Leia, abaixo, a coluna de Merval:
Valério acusa Lula
Às vésperas da primeira parte em que políticos petistas e outros, de partidos aliados, serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal pela acusação de compra de votos em troca de apoio político, a revista "Veja" traz este fim de semana um relato, atribuído ao lobista Marcos Valério, incriminando o ex-presidente Lula no mensalão.
Já condenado a muitos anos de prisão, e sendo provável que até o fim do julgamento deva ser condenado a outros tantos por novos crimes, Valério já tem a certeza de que ficará na cadeia por longo tempo e estaria revoltado com o abandono a que seus amigos do PT o relegaram.
Segundo o relato, Valério acusa Lula de ser o verdadeiro chefe da trama criminosa e dá detalhes de quem viveu por dentro a intimidade dos palácios presidenciais.
De concreto, em termos do julgamento, nem essas revelações nem as acusações anteriores de advogados dos réus têm o condão de incluir o ex-presidente no rol dos acusados nesta Ação Penal 470. Mas os estragos políticos são devastadores, e nada impede que uma denúncia seja feita contra Lula mais adiante.
No próprio julgamento, o advogado Luiz Francisco Barbosa, que defende Roberto Jefferson, acusou o ex-presidente Lula de ser o verdadeiro mandante dos crimes. Ele se baseou na tese do "domínio do fato", que levou o procurador-geral a acusar o ex-ministro José Dirceu como o "chefe da quadrilha".
"Não só sabia como ordenou o desencadeamento de tudo isso. Aqueles ministros eram apenas executivos dele", garantiu o advogado, referindo-se a José Dirceu, Luiz Gushiken e Anderson Adauto.
Pelo menos um deles, José Dirceu, disse certa vez que não fazia nada sem o conhecimento de Lula. Para provar sua tese, Barbosa fez um relato muito semelhante ao do procurador-geral. E acusou Roberto Gurgel de prevaricação por ter "sentado em cima" de um pedido formal para incluir Lula entre os réus do mensalão.
Anteriormente, em setembro de 2011, o advogado Marcelo Leonardo afirmou, nas alegações finais apresentadas ao STF na defesa de Valério, que faltava alguém no banco dos réus.
Usando o mesmo raciocínio que a "Veja" atribui a Marcos Valério, segundo quem "apenas os mequetrefes" estão sendo condenados, escreveu o advogado na ocasião: "É um raríssimo caso de versão acusatória de crime em que o operador do intermediário aparece como a pessoa mais importante da narrativa, ficando mandantes e beneficiários em segundo plano. (...) Alguns, inclusive, de fora da imputação, embora mencionados na narrativa, como o próprio presidente Lula".
Relatos anteriores davam conta que Marcos Valério, deprimido, enviara mensagens para seus interlocutores no PT, principalmente a Paulo Okamoto, ex-tesoureiro do PT e amigo íntimo de Lula, ameaçando revelar detalhes do envolvimento do ex-presidente no mensalão.
Okamoto admitiu recentemente ter conversado com Valério, mas ao contrário de acalmar o publicitário mineiro, as conversas tinham um motivo mais trivial do que chantagens, embora inverossímil: "Ele queria me encontrar porque às vezes queria saber como está a política, preocupado com essas coisas".
Lembrando que o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acusou o esquema de ter sido tramado de dentro do Palácio do Planalto, o advogado de Jefferson disse que seria uma ofensa a Lula afirmar que ele não sabia de nada.
"Claro que sua excelência (Gurgel) não pode afirmar que o presidente da República fosse um pateta, um deficiente, que sob suas barbas estivessem acontecendo tenebrosas transações e ele não soubesse nada", concluiu Luiz Francisco Barbosa.
Nas vezes anteriores em que deixou vazar ameaças contra seus parceiros petistas, Valério recuou. Diante da situação concreta de se ver na cadeia, é possível que tenha perdido a esperança de ser salvo, apesar das promessas que diz ter recebido. Os petistas garantiram a ele que adiariam o julgamento o quanto pudessem e que as penas seriam brandas. A realidade tem sido bastante diferente.
Ministros do Supremo deixaram escapar que, pela tese do "domínio do fato", se a cadeia de comando não terminasse no ex-ministro José Dirceu, teria que subir um patamar e atingir Lula.
Campanha: Postais das Periferias
12 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda Essa é a mais nova campanha que está rolando no facebook, idealizada pelo Grupo de Jovens Comunicadores Mídia Periférica. Como já diz o slogan do Mídia Periférica “Dando Voz à Periferia”, os postais tem o intuito de cada pessoa do facebook, que more em comunidade, mostre sua comunidade, para que todos a conheçam.
Vai funcionar da seguinte forma: a pessoa vai lá à Fanpage do Mídia Periférica, manda uma foto bacana de um ponto que marque sua comunidade (fim de linha, beco, quebrada, vista panorâmica, rua direta, baixada), e um texto de no mínimo 3 linhas sobre a visão que você tem sobre sua comunidade; então sua foto será editada com nome da comunidade que pertence, e em tamanho de capa para facebook. estas imagens editadas serão postadas na Fanpage do Mídia Periférica e no Blog. O intuito final é montar um acervo fotográfico, com imagens das quebradas e periferias, chamado de Postais das Periferias.
Os postais que são produzidos pelos correios, somente possuem imagens de praias e lugares pouco frequentados ou nunca, pelos moradores de periferia, que são valorizados por serem pontos de turismo, mas a periferia deve ser valorizada, as pessoas que residem por lá, devem ter algo para elevar a autoestima geográfica, pois em muitas comunidades a violência não é predominante, e já que o turismo é a maior fonte de renda na cidade, porque não trazer a atenção dos que vem de fora para nossa comunidade, o governo tem que realizar um trabalho de turismo de base local, para que sejam formados guias de turismo dentro das comunidades, para que os turistas possam, ter interesse em conhecer nossas comunidades.
Quem tiver dificuldades em mandar fotos por mensagem, pode mandar por email: midiaperiferica@gmail.com;
o link da Fanpage é: facebook.com/mídia.periférica
Os postais que são produzidos pelos correios, somente possuem imagens de praias e lugares pouco frequentados ou nunca, pelos moradores de periferia, que são valorizados por serem pontos de turismo, mas a periferia deve ser valorizada, as pessoas que residem por lá, devem ter algo para elevar a autoestima geográfica, pois em muitas comunidades a violência não é predominante, e já que o turismo é a maior fonte de renda na cidade, porque não trazer a atenção dos que vem de fora para nossa comunidade, o governo tem que realizar um trabalho de turismo de base local, para que sejam formados guias de turismo dentro das comunidades, para que os turistas possam, ter interesse em conhecer nossas comunidades.
Quem tiver dificuldades em mandar fotos por mensagem, pode mandar por email: midiaperiferica@gmail.com;
o link da Fanpage é: facebook.com/mídia.periférica
Vamos mostrar a nossa periferia, como ela deve ser vista, com nosso olhar, com a beleza que vemos nela, e não deixar que os meios midiáticos sensacionalistas, marginalizem as nossas quebradas.
Jornal com denúncia sobre candidato em Itaboraí some das bancas
11 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda Durante os dias 4 e 5 de setembro, moradores da cidade de Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro, ficaram sem acesso ao jornal O Dia: com matérias de denúncia contra um dos candidatos a prefeito da cidade, Altineu Côrtes, os exemplares desapareceram das bancas, noticiou o site Brasil 247.Segundo o próprio jornal O Dia, os jornaleiros da cidade contaram que todos os exemplares daquelas edições foram comprados por pessoas que se disseram correligionários do candidato Côrtes. Ainda de acordo com O Dia, as edições dos dias 4 e 5 de setembro tinham reportagens sobre documentos apreendidos em um comitê do candidato, denúncia que pode impedi-lo de concorrer às eleições.
Num vídeo publicado pelo Brasil 247, uma jornaleira afirma que "o pessoal do Altino está comprando tudo" em relação aos exemplares do jornal. Em nota oficial, a assessoria de imprensa do candidato negou qualquer envolvimento com a situação, noticiou O Dia.
Escrito por Isabela Fraga