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Como driblar a espionagem digital dos EUA
12 de Setembro de 2013, 7:41 - sem comentários ainda
Criador do Pirate Bay ensina a driblar a espionagem digital dos EUA. Peter Sunde revela que desenvolve sistema de emails criptografado, com interface atraente para o usuário, e aponta riscos políticos e culturais da espionagem em massa
A conversa torta que vai e volta na internet na cobertura do caso Snowden tem focado mais no drama de espionagem vivido pelo cara do que nas implicações do que ele revelou. Por causa disso, tem sido difícil achar mais informações sobre como evitar que a NSA meta a cabecinha intrometida pela janela de sua sala de estar virtual.
Uma maneira de se proteger de programas como o PRISM é por meio da criptografia. Muita gente pode argumentar que não existe um cadeado no planeta que não possa ser quebrado, mas a criptografia acrescenta (no mínimo) outra barreira de segurança que deixará conversas mais difíceis de monitorar. Como boa parte do mundo ficou emputecida com a realidade da vigilância online, não é surpresa que muitas empresas que trafegam em serviços de comunicação criptografados tenham visto uma disparada de uso. O mecanismo de busca criptografado DuckDuckGo tem atingido números recordes de usuários depois do vazamento da história da NSA. Há ainda o Seecrypt, um aplicativo de mensagens e chamadas de voz criptografadas para iOS e Android. O próprio presidente da empresa disse que o uso do aplicativo “simplesmente explodiu” depois que o mundo descobriu o que a NSA estava aprontando. O criador do PGP (Pretty Good Privacy) até lançou seu próprio serviço de mensagens criptografadas chamado Silent Circle.
E temos também Peter Sunde, um dos fundadores do Pirate Bay. Juntamente com um designer de software e um programador, Peter está desenvolvendo o Heml.is (hemlis significa “segredo” em sueco), um serviço de mensagens “bonito e seguro” que busca colocar o poder da criptografia num pacote mais acessível aos usuários comuns. Depois da divulgação de informações de que a Microsoft estava cooperando com o NSA, o Heml.is levantou mais de $137.000 (cerca de R$304 mil) — 150% do objetivo.
Mandei um e-mail para o Peter com o intuito de discutir o projeto Heml.is, o porquê da necessidade da criptografia no mundo de hoje e qual o futuro da segurança das comunicações.
VICE: Quando você decidiu entrar de cabeça no Heml.is?
Peter Sunde: Depois dos vazamentos de informação sobre a NSA por Edward Snowden. Já falávamos sobre fazer algo novo e tínhamos ideias diferentes — uma delas era criar um tipo de sistema de mensagem. Quando a coisa toda da NSA vazou, sentimos que era exatamente disso que todo mundo precisava — até a gente!
Como as revelações de Edward Snowden mudaram seu entendimento da vigilância governamental em 2013?
Sunde: Não mudaram — esse é o problema. Isso só cimentou a estimativa que todos já tínhamos, que era muito pior do que as pessoas mais positivas esperavam.
Você acredita que há algum benefício no fato de o governo ser capaz de grampear as comunicações digitais?
Sunde: Não. Nossos governos estão fazendo tudo errado. Eles precisam garantir que as pessoas não queiram cometer crimes, não grampear todo mundo para saber quem os comete. Se eles colocassem o mesmo esforço em coisas mais lógicas, como melhorar a educação, a saúde, o bem-estar social geral, isso sairia mais barato e produziria efeitos muito melhores contra o crime. O terrorismo se tornou uma desculpa para o governo fazer qualquer coisa, mas isso não afeta realmente os extremistas. Eles já evitam os grampos usando ferramentas simples. As únicas pessoas pegas na rede com esses grampos são as pessoas normais.
Como alguém que já passou por todos os rigores do sistema judiciário, há quanto tempo a vigilância é uma preocupação para você?
Sunde: Sempre foi! Quando alguém assiste ao que você faz, é possível mudar seu comportamento porque tem consciência disso. Na escola, eu odiava quando os professores assistiam ao que eu estava fazendo por cima do meu ombro, e acho que isso é parte da mesma coisa. Exijo minha privacidade.
Você vê a criptografia se tornar uma parte maior do uso on-line cotidiano num futuro próximo?
Sunde: A criptografia precisa estar lá, mas ela em si não é a solução para nada. A solução seria nos certificarmos de que não precisamos de criptografia. Vejo a criptografia como um tipo de movimento defensivo contra um comportamento agressivo que não devíamos tolerar. No entanto, nesse meio tempo, isso é como usar uma camisinha — não encontramos a cura para certas doenças ainda, então, devemos nos proteger da melhor forma possível.
Que serviços de criptografia online você acha que já são um sucesso?
Sunde: A VPN está se saindo muito bem em proteger seus usuários. A PGP tem tido muito sucesso em termos tecnológicos, mas não em termos de número de usuários. Já fui entrevistado milhares de vezes e só encontrei um jornalista que tinha a chave da PGN. É uma vergonha.
Quais os maiores obstáculos para fazer um usuário médio da rede se interessar pela criptografia?
Sunde: Conseguir uma boa base de usuários, devido tanto à competência no mercado quanto a ter uma boa experiência e interface para o usuário.
É por isso que o Heml.is está sendo comercializado como “bonito”?
Sunde: Sim. Essa é a questão principal das soluções tecnológicas! Se o usuário cotidiano que não entende (ou não se importa, ou não quer se importar) com criptografia não começar a usar o serviço, as pessoas que têm interesse não poderão falar com eles e isso vai acabar não dando certo. Para conseguir que as pessoas usem uma tecnologia importante, você simplesmente tem que tornar isso mais atraente do que qualquer outra coisa, para fazer com que elas mudem. Poucas pessoas comprariam um carro realmente feio — mesmo que fosse super-rápido. Elas preferem comprar um carro que parece rápido, mas que na verdade é lento pacas.
Por que a pessoa comum, que não tem nada a esconder, deveria querer usar o Heml.is?
Sunde: Não é uma questão de ter algo a esconder ou não, é sobre ter o direito à privacidade. Os grampos de hoje significam que o governo sabe tudo sobre você. Em quem você vota, sua crença religiosa, com quem você flerta, quais suas preferências sexuais, etc. E isso não é da conta deles. Olhando para a história, os governos futuros poderão estar mais interessados nesses dados do que os atuais. Veja a Europa, por exemplo, onde cada vez mais partidos de extrema-direita estão subindo ao poder. Na Noruega, o partido anti-imigração é, agora, o segundo maior do país, e é bem provável que faça parte do governo na próxima eleição. Tenho certeza que eles estão interessados em saber quem está ajudando imigrantes ilegais. Temos que pensar em longo prazo. Esses dados já foram armazenados uma vez e podem ser guardados para sempre.
Depois das revelações de que a Microsoft estava cooperando com a NSA, você acha que a opinião pública sobre o software mais popular do mundo vai mudar?
Sunde: Você está dizendo que a Microsoft faz um software popular? Para mim, é mais como um software forçado para todo mundo. Mas sim, essa é uma grande oportunidade para que as pessoas usem soluções melhores que existem por aí. Microsoft, Apple e outros fabricantes de software têm poder demais sobre nossas vidas e nossas liberdades, então, é importante quebrar o oligopólio deles. Se isso puder ser feito, também será muito mais difícil monitorar as pessoas, já que as melhores soluções agora são todos softwares abertos e gratuitos.
Estamos vendo um pico no desenvolvimento de softwares agora? Parece haver uma corrida para colocar produtos abertos e baseados em criptografia no mercado.
Sunde: Temo que isso vá perder o fôlego logo. As pessoas já estão desistindo… Elas acham que não podem lutar contra o governo. Nos Estados Unidos, você tem um sistema bipartidário em que os dois partidos são muito próximos na verdade — especialmente quando se trata de questões digitais. O desenvolvimento de software que acontece fora das grandes corporações quase sempre usa criptografia e soluções mais conscientes de privacidade do que as versões corporativas. Então, muitas das soluções tecnológicas já estão aqui, mas temos um problema para colocá-las para o usuário comum de desktop.
O que falta para serviços como o Heml.is se tornarem meios de comunicação comuns?
Sunde: Não tenho certeza se queremos que isso seja “o meio comum” de comunicação. Precisamos ter muitas soluções e não só alguns exemplos em que confiamos totalmente. Veja o Pirate Bay. A pior coisa que o Pirate Bay fez foi se tornar tão poderoso e dominante quanto é hoje. Por causa disso, ninguém cria um competidor à altura. Assim, perdemos a chance de ter uma tecnologia melhor e colocamos todos os ovos na mesma cesta.
Quais mudanças online são necessárias para que a internet seja um meio mais aberto e livre?
Sunde: Muita coisa! Acho que essa é uma grande questão dentro e fora da internet. Do jeito que a internet está crescendo agora — com serviços de nuvem e pouquíssimas operadoras de internet globais — certamente, estamos indo para o lado errado em termos de serviços livres e abertos.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Mea-culpa do Globo: relato faccioso
11 de Setembro de 2013, 10:03 - sem comentários ainda
O golpe de 1964 não foi uma reação a desmandos do presidente da República, João Goulart, como sugere o documento com que o jornal O Globo procurou, na edição de 1/9, esconjurar simbolicamente uma imagem de reacionarismo que teima em acompanhá-lo.
No quinto parágrafo do texto (ver aqui), lê-se que a divisão ideológica do mundo entre Leste e Oeste era aguçada e aprofundada no Brasil “pela radicalização de João Goulart, iniciada tão logo conseguiu, em janeiro de 1963, por meio de plebiscito, revogar o parlamentarismo, a saída negociada para que ele, vice, pudesse assumir na renúncia do presidente Jânio Quadros”.
Facciosa apresentação dos fatos. Parece que haviam feito um grande favor a Goulart permitindo-lhe assumir o cargo para o qual fora eleito (em votação separada, como se fazia, erroneamente, naquela época) e que ele, o ingrato, “radicalizou” depois de vitorioso num plebiscito que lhe restituiu plenos poderes presidenciais.
O “não” ao parlamentarismo obteve 9,4 milhões de votos, ante 2 milhões para o “sim”; houve ainda 1,2 milhão de votos nulos e em branco. Para efeito de comparação, anote-se que Jânio teve 5,6 milhões de votos para presidente e o próprio Goulart, 4,5 milhões para vice-presidente (mais do que o candidato a presidente de sua chapa, general Henrique Lott, que teve 3,8 milhões de votos).
Janismo
Recue-se um pouquinho para entender por que houve plebiscito. Jânio Quadros, candidato apoiado entusiasticamente pelo O Globo, como se vê na capa abaixo, do dia da eleição presidencial (3/10/1960), tentou dar um golpe de Estado mediante o que seria uma falsa renúncia. O atentado à democracia falhou porque o Congresso Nacional, para surpresa de Quadros e conselheiros, imediatamente acatou o pedido de renúncia. Como o vice, Jango, estava na China em viagem oficial, assumiu o segundo na linha sucessória, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli (PSD-SP).
Qualquer compêndio de História do Brasil dotado de um mínimo de qualidade anotará que partiu dos reacionaríssimos ministros militares de Jânio (Odylio Denys, da Guerra; Gabriel Grün Moss, da Aeronáutica; e Silvio Heck, da Marinha), derrotados em 1954 pelo gesto extremo de Getúlio Vargas, o “veto” à posse de Jango.
Consultemos, entretanto, um livro de alta qualidade. Recentemente, foi publicado o quarto volume daHistória do Brasil Nação: 1808-2010, coleção dirigida por Lilia Moritz Schwarcz. A historiadora encarregada de organizar esse volume, Olhando para dentro, 1930-1964, Angela de Castro Gomes, convocou para escrever sobre a Vida Política o craque Boris Fausto. Ele diz:
“Os ministros militares, filiados à corrente ultraconservadora das Forças Armadas, vetaram a volta de Goulart ao Brasil, alegando razões de segurança nacional. (...) A essa altura, é preciso considerar a conjuntura em que o novo presidente assumiu o poder, caracterizada por avanços na organização e na mobilização dos trabalhadores urbanos, de camponeses e de trabalhadores rurais. Esse quadro já permeara o governo JK, mas ganhou maior significado no governo Goulart, quando se tornou aguda a confrontação social entre os movimentos populares e setores conservadores e da extrema direita”.
A divisão ideológica foi um ingrediente, mas o pano de fundo era a luta social, que infelizmente não avançou nos últimos 50 anos como se esperava naquele tempo de grande otimismo.
Voltemos ao documentado trabalho de Carlos Chagas de que nos valemos no tópico “Jornal não ‘concordou’ com o golpe, provocou-o“, o livro O Brasil sem retoque, 1808-1964, publicado em dois volumes. Chagas acompanha o saudoso René Dreifuss (1964 – A conquista do Estado) na descrição da atividade conspiratória realizada pelo Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), pelo embrião do SNI, montado pelo general da reserva Golbery do Couto e Silva, e pelo Ibad (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), três instituições parceiras do Globo (e de outros jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão) na articulação do golpe.
Chagas era editor de Política do Globo na época do golpe. Escreve (o livro foi publicado em 2001) sem ranço de má vontade ou ânimo difamatório. Eis alguns trechos esclarecedores da posição dos grandes jornais favoráveis ao golpe e do Globo especificamente.
Verbas secretas
>> “O general Golbery começou a torna-se conhecido do empresariado e, mais importante, aprendeu a conhecer os empresários, a saber em quais confiar e a distingui-los dos exibicionistas, dos malandros e dos picaretas. Haroldo Polland e Jorge Behring de Mattos cuidavam especialmente das relações com os grandes donos de jornal, logo integrados no espírito da coisa”.
>> “Importantes seções do Ipes eram o GAP (Grupo de Assessoria Parlamentar), que orientava deputados e senadores, e o GOP (Grupo de Opinião Pública), cuja função era manipular a mídia. Glycon de Paiva [um dos fundadores do Ipes] chegou a dizer que ‘opinião pública era dinheiro’, e aos jornais, revistas, rádios e televisões jamais faltaram vultosas verbas de publicidade oculta, sem necessidade de publicar ou divulgar anúncios, mas apenas de seguir a linha ditada pela entidade”.
Identidade de interesses
>> “Mobilizadas, as elites tinham medo e se preparavam para resistir [ao que o autor chama de bagunça generalizada do governo Goulart]. De início, jamais para investir. Perceberam, com o tempo, que seria fácil mobilizar outros setores, a começar pela imprensa, já que os interesses dos proprietários de jornais, revistas, rádios e televisões eram os mesmos deles”.
A caravana
Chagas lista segmentos que se incorporaram à preparação do golpe: empresários urbanos e rurais. Ressentidos, idealistas, faltos de espaço. Os assustados “com o que imaginavam ser a comunização do país, preocupados com a fantasiosa ascensão das massas, se não aos privilégios, ao menos às decisões”. Os que hesitaram em se desligar do apoio à hierarquia. E acrescenta:
>> “Junto com os referidos, tinha de tudo. Aventureiros, gente bem-intencionada, religiosos, dondocas dosociety, intelectuais e políticos em profusão, daqueles que sentem o vento mudar antes mesmo de cessar a tempestade. E jornalistas. Foi mesmo um golpe, jamais uma revolução, como disseram depois seus artífices e, em especial, aqueles que com pouco ou nada contribuíram para sua eclosão”.
Editoriais pautavam reportagens
>> “Os jornais haviam perdido a isenção, os editoriais pautavam as reportagens. O Jornal do Brasil ainda procurava constitui-se na exceção. Carlos Castello Branco, em sua coluna política [todas as colunas de Castellinho estão disponíveis aqui], explicava ter o presidente se colocado à frente da onda para não ser tragado por ela, ou seja, radicalizara, no dia 13 [de março, quando se realizou na Central do Brasil, no Rio, o Comício das Reformas] para não ser ultrapassado pelo cunhado [Leonel Brizola] e as forças mais extremadas”.
>> “O presidente está preocupado com a mídia e, através de Jorge Serpa, pede a Nascimento Brito [dono do JB] que não seja violento nos editoriais da edição de domingo. Não é atendido, porque o editorial se intitula ‘Na ilegalidade’, e conclui: ‘O presidente não vai dar o golpe. Já deu...’ Não há como negar, a sublevação [de marinheiros, liderados pelo agente da CIA Cabo Anselmo] no Sindicato dos Metalúrgicos assustou meio mundo, na classe média, a ponto de o líder do PSD na Câmara, deputado Martins Rodrigues, conhecido por suas posições progressistas, favorável às reformas, me haver declarado na segunda-feira [30/3/1964] que ‘estavam criando um soviete na Marinha de Guerra, algo inadmissível e preocupante’. Por ordens diretas de Roberto Marinho, aquela foi a manchete da edição de O Globo de terça-feira, em oito colunas”.
Mergulhados na conspiração
>> “Os donos de jornal já se encontravam mergulhados até o pescoço na conspiração, colocando a notícia a serviço da precipitação da queda do governo. Em O Globo, poucos jornalistas sabiam da estratégia dos patrões, mas no Estado de S. Paulo a participação dos profissionais era ostensiva. Flávio Galvão tinha sido até dispensado de suas funções redacionais para dedicar-se em tempo integral à conspiração, entrosadíssimo com oficiais do Exército e da Aeronáutica. Os três filhos de Júlio de Mesquita Filho, Júlio Neto, Ruy e Carlão, participavam das démarches do pai, que sempre acompanhavam (....)”.
>> “Nesse domingo, 29, continua a peregrinação dos emissários de Magalhães Pinto [governador de Minas Gerais] no Rio. José Luís de Magalhães Lins, Oswaldo Pieruccetti e José Monteiro de Castro vão rodar 240 quilômetros, de carro, visitando, entre outros, [os generais] Castello Branco, Cordeiro de Farias, Eurico Dutra e os diretores de jornal Roberto Marinho, Nascimento Brito e Niomar Muniz Sodré”.
No dia 31 de março, “cada um dos grandes jornais, todos já posicionados e integrados no golpe, pinçariam as frases que bem entenderam para suas manchetes, acirrando ainda mais a opinião pública”.
Conjura dos poderosos
Uma palavra de Jango, dada ao Diário de Notícias no Uruguai, depois da queda, citada por Carlos Chagas, serve como fecho de mais este tópico suscitado pela manobra falsificadora da História do Globo:
>> “Caí abatido pela conjura dos poderosos que estabeleceram o controle total dos meios de difusão. Foi fácil o envenenamento da opinião pública e dos escalões intermediários das Forças Armadas”.
(Publicado no Observatório da Imprensa)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
CAE aprova concessão de 20 anos para lotéricas
11 de Setembro de 2013, 9:38 - sem comentários aindaA Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (10), projeto de lei que dá prazo de 20 anos, renováveis por mais 20, para exploração das casas lotéricas. Atualmente, cabe à Caixa Econômica Federal determinar esse prazo por meio de portarias para cerca de 12 mil casas lotéricas. O texto aprovado no colegiado não mexe nas atuais concessões. A proposta ainda precisa ser analisada em plenário antes de ir à sanção presidencial.
De acordo com o Projeto de Lei da Câmara 40/2013, caberá à Caixa fazer licitações para a exploração das casas lotéricas. De acordo com a relatora da proposta, senador Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a medida garante ao setor de venda de loterias “os critérios de justiça e competição que deve nortear o acesso dos particulares às atividades reguladas pelo Estado”.
A senadora avalia que as casas lotéricas são muito mais do que meras vendedoras de bilhetes de loteria. “Hoje as lotéricas cumprem com escala e escopo sempre em expansão o papel de correspondentes bancários, contribuindo para aumentar a capilaridade das instituições financeiras e a própria bancarização da população mais carente.”
A proposta ainda libera as casas lotéricas para exploração de outros serviços, desde que sejam expressamente autorizados pelo Estado; e define a renda líquida das loterias, respeitado o equilíbrio econômico, como base de cálculo para remuneração dos permissionários. Por fim, ainda corrige anualmente o preço das apostos por índice oficial a ser definido pelo Ministério da Fazenda.
(Por Congresso em Foco)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
"Infoglobo faz acordo com Cade mas divulga nota ambígua"
11 de Setembro de 2013, 9:23 - sem comentários ainda O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)esclareceu nesta segunda-feira (9/9) que vai monitorar a Infoglobo pelos próximos cinco anos para evitar que a empresa pratique atos contra a ordem econômica que vinham prejudicando a concorrência. Em nota divulgada no O Globo no dia 1 de setembro, a Infoglobo afirmava, de forma ambígua, que suspenderia os descontos aos anunciantes em seus jornais pelos próximos cinco anos.Na nota, que gera interpretação errada por quem desconhece os termos legais do acordo, a empresa afirma que "abster-se-á, pelos próximos cinco anos" de oferecer descontos aos anunciantes em seus três jornais (Globo, Extra e Expresso), o que vinha prejudicando a concorrência. Em esclarecimento da assessoria do próprio Cade, esses cinco anos, no entanto, serão a duração do monitoramento por parte do órgão federal à Infoglobo, que deve demonstrar durante esse período que a prática está completamente cessada, uma vez que é ilegal. Após a passagem desses cinco anos, caso seja observada a permanência da ilegalidade, será aberto um novo processo contra a Infoglobo.
Ainda no comunicado divulgado no jornal O Globo, a companhia reconhece o exercício da infração e informa que "vem, tendo em vista a celebração do Termo de Compromisso de Cessação de Prática (TCC) com o Cade, comunicar que revisará sua política de descontos na venda de espaços publicitários nos jornais impressos, com o objetivo de preservar e proteger as condições concorrenciais do mercado."
Para fugir de condenação e de multa, a Infoglobo concordou em pagar R$ 1,94 milhão ao Cade e exercer uma política honesta de concessão de espaço publicitário. O TCC foi formalizado no dia 28 de agosto. A prática já tramitava no Cade desde 2005, quando os veículos Jornal do Brasil e O Dia fizeram uma denúncia ao Cade, informando a postura anticoncorrencial da Infoglobo. Além dos descontos oferecidos aos que compravam espaços publicitários em mais de um jornal editado pela companhia, os dois veículos também acusavam a empresa de conceder vantagens na divulgação de publicidade na Rede Globo e comercializar o jornal Extra com preço abaixo do custo de produção.
(Escrito por: Jornal do Brasil)
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124 pessoas mais ricas do Brasil correspondem a 12,3% do PIB
10 de Setembro de 2013, 9:59 - sem comentários aindaRio de Janeiro - As 124 pessoas mais ricas do Brasil acumulam um patrimônio equivalente a R$ 544 bilhões, cerca de 12,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, o que ajuda a entender porque é considerado um dos mais desiguais do mundo.
Estas 124 pessoas integram a última lista de multimilionários divulgada nesta segunda-feira pela revista 'Forbes', que inclui todos os brasileiros cuja fortuna supera R$ 1 bilhão.
O investidor chefe do fundo 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, que acaba de adquirir a fabricante de ketchup Heinz e é um grande acionista da cervejaria AB InBev e do Burger King, ficou com o primeiro lugar.
A fortuna de Lemann, de 74 anos, chega a R$ 38,24 bilhões, enquanto o segundo da lista, Joseph Safra, empresário de origem libanesa e dono do banco Safra, tem ativos de R$ 33,9 bilhões.
A maioria das fortunas corresponde a membros de famílias que dominam as grandes empresas de setores como bancos, construção e alimentação.
Entre os 124 multimilionários brasileiros apenas o cofundador de Facebook, Eduardo Saverin, constituiu seu patrimônio por meio da internet.
O empresário Eike Batista, que chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo e perdeu parte de sua fortuna pela vertiginosa queda do valor das ações de sua companhia petrolífera OGX e do resto das empresas de seu conglomerado EBX, ficou em 52º lugar na lista.
A grande fortuna concentrada por estes milionários comprova a veracidade dos indicadores oficiais que classificam o Brasil como um dos países com maiores disparidades entre ricos e pobres.
O índice de Gini do país foi de 0,501 pontos em 2011, em uma escala de zero a um, na qual os valores mais altos mostram uma disparidade mais profunda entre ricos e pobres.
Cerca de 41,5% das rendas trabalhistas se concentram nas mãos de 10% dos mais ricos, segundo dados do censo de 2010, enquanto metade da população vivia, nesse ano, com uma renda per capita mensal de menos de R$ 375.
(Publicado na Revista Exame)
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