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Montadoras lucram mais no Brasil
1 de Setembro de 2012, 21:00 - sem comentários ainda Por Altamiro Borges
O terrorismo das poderosas multinacionais do automóvel deu certo. Elas ameaçaram demitir milhares de metalúrgicos e fechar várias unidades fabris. A estadunidense GM foi a mais agressiva, gerando pânico em São José dos Campos, no interior paulista. Diante da forte pressão, o governo federal recuou. Na quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, recuou no que já havia divulgado e anunciou a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os automóveis até 31 de outubro.
Carro mais caro do mundo
Um levantamento realizado pela consultoria IHS Automotive, publicado no jornal O Globo, comprova que os carros vendidos no Brasil custam bem mais do que em outros países. A diferença pode chegar a 106%. O Honda Fit, por exemplo, é vendido aqui por R$ 57.480, enquanto que na França ele custa R$ 27.898. O estudo, que comparou os preços no Brasil, Argentina, EUA, França e Japão, também revelou que os custos com mão de obra, matérias-primas e logística são parecidos – o que desmente a propaganda da mídia nativa.
Segundo o estudo, os custos de um carro produzido no Brasil equivalem a 58% de seu preço na venda, enquanto que nos EUA eles vão de 88% a 91%. Nos outros países os custos chegam a 79% do preço do veículo. O que torna os carros mais caros no Brasil é a elevada taxa de lucro das empresas. Ela atinge 10% neste paraíso das multinacionais, contra 3% nos EUA e 5% nos outros países. “O lucro das montadoras no Brasil é maior que em qualquer lugar do mundo, pelo menos o dobro", garante o diretor-gerente da IHS Automotive.
O paraíso das multinacionais
O levantamento comprova que as indústrias automobilísticas não tem do que reclamar no Brasil. Elas fizeram chantagem e terrorismo apenas para elevar ainda mais sua taxa de lucro, via redução de custos operacionais através da renúncia fiscal. Se elas quisessem, de fato, elevar a sua produção e vendas, bastaria abrir mão de parte dos seus lucros. Mas elas preferem repassar esta conta para o povo brasileiro, prejudicando ainda mais os cofres públicos. E o governo Dilma, sem força e coragem, cede à pressão das multinacionais!