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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

“Rio vive momento macabro” diz diretor do documentário DISTOPIA::021

20 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários aindaPopout
Assista ao filme independente que mostra como os preparativos para os megaeventos têm mudado a vida dos cariocas e como a população reage

Publicado por Agência Pública
De um encontro entre dois coletivos “artivistas”– o carioca Rio40Caos e o colombiano Antena Mutante – surgiu o documentário Distopia::21, sobre a transformação do Rio de Janeiro – na definição dos autores – em uma “cidade que vive uma tensão cotidiana, um projeto de apagamento da memória coletiva e o afastamento sistemático dos pobres do mar”. O filme também mostra o processo de resistência das pessoas a essa realidade.


Distopia:: foi apresentado nesta segunda-feira (20), na abertura do Festival Globale Rio 2012, uma mostra não competitiva organizada pelo coletivo Globale Rio, que promete exibir 21 filmes, entre ficções e documentários, sobre globalização e direito à cidadania. A mostra segue até o dia 1 de setembro e a programação completa pode ser vista aqui.

Em entrevista ao Copa Pública, o diretor Victor Ribeiro, falou sobre a produção do filme, totalmente independente, e sobre o momento que o Rio está vivendo: “macabro e singular”.

Abaixo, você pode assistir ao filme na íntegra.

Durante o processo de pesquisa e filmagem, o que mais te chamou a atenção?
A aproximação com comunidades transformadas pelo interesse do capital, com pessoas indignadas pelo pouco caso dos governantes com suas vidas, acompanhar despejos, demolições, manifestações dos movimentos sociais…É um processo bem intenso que nos choca em vários aspectos. Mas o que mais chamou a atenção foi realmente a capacidade de resistência das pessoas. De se reinventar, de ressignificar o espaço onde vivem e de articular com criatividade e força a luta pela garantia dos seus direitos.

Vocês tiveram algum tipo de apoio ou patrocínio? Como bancaram o filme?
O filme foi bancado com recursos próprios dos realizadores envolvidos, que não foram muitos aliás.  Por conta da proposta do trabalho, foi fundamental essa independência. Trabalhamos na lógica do cinema de guerrilha: equipamentos próprios ou emprestados, amigos colaboradores nas traduções, divulgação, etc… Um processo colaborativo interessante que deu um resultado bem satisfatório. Ficamos satisfeitos com o que fizemos e como fizemos.

Fale um pouco sobre o trabalho do Rio40Caos e da parceria com o Antena Mutante…
Rio40Caos é um projeto de “artivismo” que utiliza as ferramentas de comunicação na materialização das bandeiras de lutas sociais. Nosso principal papel é estar a serviço dos movimentos sociais e organizações de direitos humanos na construção de estratégias de comunicação e de enfrentamento à injustiça social, e pela luta da democratização da comunicação. Antena Mutante é um coletivo que faz o mesmo trabalho na Colômbia, interconectando coletivos e atores culturais com as lutas políticas… Nossa parceria surgiu em um encontro em setembro de 2011 no Lab de Cartografias Insurgentes aqui no Rio e se desdobrou para outros projetos aos quais daremos continuidade com a ida do Rio40Caos para Medellin e Bogotá neste ano para um evento sobre o Brasil no Instituto Tecnologico de Medellin.

Onde e para quem vocês pretendem apresentar o filme?
O filme tem sido exibido livremente pelas pessoas, nas ocupações do Rio, nas reuniões dos movimentos sociais, nas universidades, já exibimos em festivais universitários da Espanha, okupas anarquistas em Portugal, estamos com agendas para setembro na Colômbia…Mas a ideia é que ele esteja sempre disponivel na internet para visualização e download. Queremos que ele provoque o debate, a reflexão sobre a cidade e o que está sendo feito dela. Não temos um planejamento a longo prazo, tampouco um público alvo…Nos interessa o debate e sempre que possível tentamos estar presentes nos debates.

Como os preparativos para os megaeventos estão interferindo na vida das pessoas?
Os megaeventos integram uma agenda de cidade que não é para as pessoas. É para as commodities, para a especulação imobiliária, para o tal do capital estrangeiro, para o turismo de bolha predatório. Eu ouvi das pessoas com quem conversei que elas foram para a rua comemorar a eleição do Rio como cidade olímpica, se emocionaram com o choro dos governantes na TV e depois receberam a visita da prefeitura e ganharam um SMH (marca da Secretaria Municipal de Habitação nas casas que serão derrubadas) e um número na porta de suas casas, aí passaram a lutar contra a remoção. Esses eventos não são para essas pessoas e a ficha já caiu na cidade…Vivemos uma total Distopia, como o proprio filme discute. Está tudo muito claro: a quem interessa, quem se beneficia.

Vocês pretendem continuar a desenvolver este tema?
Com certeza. Estamos implicados com isso, não por acaso. Não estamos falando dos outros como cineastas carniceiros atrás de assuntos quentes, estamos falando de nós, de nossa luta pela sobrivência, pelo direito à cidade, pelo direito a vida, pelo direito à gestão participativa da cidade, pela construção e garantia de bens comuns, pela distribuição cultural livre, pelo acesso, pela mobilidade. Isso que nos motiva. Estamos agora envolvidos em um projeto sobre crianças e adolescentes em situação de rua e o recolhimento compulsório do choque de ordem, pesquisando sobre os abrigos para onde são levados e tudo que sofrem nesse processo. E infelizmente o tema não se esgota.o Rio de Janeiro vive um momento macabro e singular.




Criança Esperança e a dívida da Globo

19 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

Imposto é um dos temas mais quentes do mundo moderno. O Diário tem coberto o assunto intensamente.

Nos Estados Unidos, por exemplo. Barack Obama tem usado isso como uma arma para atacar seu adversário republicano Mitt Romney. Romney é um homem rico, mas tem pagado bem menos imposto, proporcionalmente, do que um assalariado comum.


Obama o desafiou a publicar o quanto ele pagou nos últimos cinco anos. Se ele fizer isso, Obama jurou que não toca mais no assunto.

No mundo, agora. Um levantamento de um instituto independente chamado TJN mostrou, há poucas semanas, que mais de 30 trilhões de dólares estão escondidos em paraísos fiscais, longe de tributação. Se aquela cifra descomunal fosse declarada, ela geraria impostos de mais de 3 trilhões, considerada uma taxa (modesta) de 10%.

Lembremos. Imposto é chato e ninguém gosta, nem você e nem eu. Mas é com ele que governos constroem escolas, estradas, hospitais etc. Logo, eles são do mais absoluto interesse público.

Agora, o Brasil.

Uma notícia espetacular, a despeito do número esquálido de linhas, foi publicada na seção Radar, de Lauro Jardim, da Veja: a Globo está sendo cobrada em 2,1 bilhões de reais pela Receita Federal por impostos que alegadamente deveria recolher e não recolheu.

Segundo o Radar, outras 69 empresas foram objeto do mesmo questionamento fiscal. Todas acabaram se livrando dos problemas na justiça, exceto a Globo. Chega a ser engraçado imaginar a Globo no papel de vítima solitária, mas enfim.

Em nome do interesse público, a Receita Federal tem que esclarecer este caso. É mais do que hora de dar um choque de transparência na Receita – algo que infelizmente o governo Lula não fez, e nem o de Dilma, pelo menos até aqui.

Se o mundo fosse perfeito, a mídia brasileira cobriria a falta de transparência fiscal para o público. Mas não é. Durante anos, a mídia se ocupou em falar do mercado paralelo.

Pessoalmente, editei dezenas de reportagens sobre empresas sonegadoras. A sonegação mina um dos pilares sagrados do capitalismo: a igualdade entre os competidores do mercado. Há uma vantagem competitiva indefensável para empresas que não pagam impostos. Elas podem investir mais, cobrar menos pelos seus produtos etc.

Nos últimos anos, o assunto foi saindo da pauta. Ao mesmo tempo, as grandes corporações foram se aperfeiçoando no chamado “planejamento fiscal”. No Brasil e no mundo. O NY Times, há pouco tempo, numa reportagem, afirmou que o departamento contábil da Apple é tão engenhoso quanto a área de criação de produtos. A Apple tem uma sede de fachada em Nevada, onde o imposto corporativo é zero. Com isso, ela deixa de recolher uma quantia calculada entre 3 e 5 bilhões de dólares por ano.

Grandes empresas de mídia, no Brasil e fora, foram encontrando jeitos discutíveis de recolher menos. Na Inglaterra, soube-se que a BBC registrou alguns de seus jornalistas mais caros, como Jeremy Paxton, como o equivalente ao que no Brasil se chama de “PJ”. No Brasil, muitos jornalistas que escrevem catilinárias incessantes contra a corrupção são “PJs” e, aparentemente, não vêem nenhum problema moral nisso. Não espere encontrar nenhuma reportagem sobre os “PJs”.

O dinheiro cobrado da Globo – a empresa ainda pode e vai recorrer, afirma o Radar – é grande demais para que o assunto fique longe do público. A Globo costuma arrecadar 10 milhões de reais com seu programa “Criança Esperança”. Isso é cerca de 5% do que lhe está sendo cobrado. Que o caso saia das sombras para a luz, em nome do interesse público – quer a cobrança seja devida ou indevida.

De resto, a melhor filantropia que corporações e milionários podem fazer é pagar o imposto devido. O resto, para usar a grande frase shakesperiana, é silêncio.




Assange acusa EUA de caça às bruxas contra Wikileaks

19 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Em sua primeira aparição pública em dois meses, falando da sacada da embaixada do Equador em Londres, Julian Assange acusou os Estados Unidos de levar adiante uma “caça às bruxas contra Wikileaks” e a liberdade de imprensa. Assange também pediu a libertação do soldado Bradley Manning, suspeito de ser a fonte dos documentos secretos estadunidenses que Wikileaks difundiu em 2010, alguns meses antes de ser iniciada uma investigação contra Assange na Suécia por supostos delitos sexuais contra duas mulheres. O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres.

Londres - Em sua primeira aparição pública em dois meses, falando desde a sacada da embaixada do Equador em Londres, Julian Assange acusou os Estados Unidos de levar adiante uma “caça às bruxas contra Wikileaks” e a liberdade de imprensa. Assange agradeceu ao Equador e a cada um dos governos da América Latina pelo apoio recebido, ao mesmo tempo em que pediu a libertação do soldado Bradley Manning, suspeito de ser a fonte dos documentos secretos estadunidenses que Wikileaks difundiu em 2010, alguns meses antes de ser iniciada uma investigação contra Assange na Suécia por supostos delitos sexuais contra duas mulheres.


Assange não colocou o pé para fora da embaixada como havia insinuado a organização Wikileaks, pelo twitter, depois que o Equador concedeu-lhe o asilo diplomático: isso teria sido brincar com fogo. O Reino Unido está esperando um passo em falso para poder prendê-lo sem ter que violar a imunidade diplomática. A estratégia para poder falar a seus seguidores e apresentar um rosto desafiador à opinião pública mundial foi usar a sacada da embaixada. Alguns operários foram vistos trabalhando pela manhã em uma janela que se comunicava com uma sacada da embaixada, na qual Assange apareceu de gravata, formal e tenso, em um pouco usual domingo caloroso em Londres.

Lendo um papel, Assange disse que o Reino Unido estava pronto quarta-feira à noite para invadir a embaixada equatoriana e que a presença de seus seguidores evitou isso. “Na quarta-feira à noite, depois da ameaça enviada a esta embaixada e de a polícia ter cercado o edifício, vocês saíram no meio da noite e trouxeram com vocês os olhos do mundo. Dentro da embaixada, à noite, eu podia escutar as equipes da polícia subindo as escadas da saída de emergência. Se o Reino Unido decidiu não violar a Convenção de Viena foi porque o mundo estava olhando”, disse Assange.

A Convenção de Viena de 1961 especifica o conceito de imunidade diplomática, pelo qual a embaixada de um país é considerada parte inviolável de seu território. Na já famosa nota que a embaixada britânica passou para a chancelaria equatoriana na quarta, o Reino Unido lembrava o governo de Rafael Correa que uma lei de 1987 – o Diplomatic and Consular Premises Act – permitia-lhe revogar o status diplomático de uma missão estrangeira se esta “não fosse usada para seu propósito específico”. 

Na quinta, o chanceler britânico William Hague esclareceu que não estavam ameaçando invadir a embaixada do Equador, mas sim simplesmente informando esse país sobre a legislação britânica. Não foi isso que entendeu o Equador nem o resto da América Latina. O governo de Rafael Correa pediu uma reunião da Organização de Estados Americanos para debater o tema da imunidade diplomática e neste fim de semana obteve o apoio da Unasul e da Alba.

Em sua mensagem neste domingo, Assange agradeceu especificamente ao presidente equatoriano e ao seu povo. “Agradeço ao presidente Correa pela coragem que mostrou ao conceder-me o asilo político. Agradeço também ao governo e ao chanceler Ricardo Patiño que respeitou a Constituição e sua noção de direitos universais”, disse Assange. O fundador de Wikileaks pediu ao presidente Barack Obama que renunciasse à caça às bruxas” empreendida contra sua organização, que terminasse com a investigação levado a cabo pelo FBI e se comprometesse a não perseguir judicialmente os trabalhadores e simpatizantes do Wikileaks.

O pedido de asilo político ao Equador se fundamenta em que, por detrás da investigação policial sueco e o pedido da justiça desse país para interroga-lo, está a possibilidade de que Assange seja extraditado para os Estados Unidos, onde poderia ser condenado a morte. O Equador informou que solicitou garantias aos Estados Unidos, Suécia e Reino Unido de que isso não ocorreria, mas não recebeu tais garantias de nenhum destes países. 

Se é verdade que os EUA não pediram ao Reino Unido a extradição de Assange, nem o acusaram formalmente, seu desejo ficou claro tanto em nível do Executivo – o vice-presidente Joe Biden chamou Assange de “terrorista high-tech” – como do Congresso – foi acusado por congressistas de ambos partidos – e da Justiça – em abril de 2011 se constituiu um grande júri na Virgínia para decidir sobre o início de ações legais.

O advogado de Assange, Baltasar Garzón, assinalou ontem que o fundador do Wikileaks autorizou-o a iniciar todas as ações legais correspondentes para reclamar “seus direitos e os de Wikileaks que estão sendo violentados tantos nos aspectos legais como nos financeiros”. Garzón solicitou ao Reino Unido que lhe outorguem um salvo conduto para abandonar o país e assinalou que Assange está disposto a “responder ante a Justiça, mas com garantias mínimas que têm qualquer cidadão”. 

Quanto ao salvo conduto, o Reino Unido foi explícito que não vai concedê-lo
porque tem que cumprir com suas obrigações legais e internacionais: a justiça britânica decidiu em todas as suas instâncias, incluindo a corte suprema, a favor da sua extradição para a Suécia.

A outra possibilidade cogitada pelos advogados de Assange é que a Suécia o interrogue pessoalmente na embaixada do Equador ou por vídeo, via internet. A Suécia se negou expressamente no passado a ceder sobre esse ponto. O governo considerou ofensivo que o Equador duvide sobre a transparência e equanimidade de sua justiça. No momento, tudo leva a pensar que Julian Assange passará bastante tempo no pequeno escritório que ocupa na embaixada equatoriana.

O caso judicial
Em agosto de 2010, Assange era uma das pessoas mais odiadas pelos Estados Unidos por causa da publicação dos “diários afegãos” e de outros materiais secretos. No centro da atenção global, Assange viajou a Suécia para participar de várias conferências, convidados por seus seguidores. Em Estocolmo, teve relações sexuais com duas mulheres suecas, Anna Ardin e Sofía Wilen. Isso não é negado nem por Assange nem pelas duas mulheres, mas é o único consenso. As duas mulheres foram a uma delegacia para informar-se sobre o perigo de contrair uma enfermidade sexual por terem praticado sexo sem preservativo. Com base nisso, a promotoria iniciou uma investigação pelos delitos de assédio sexual e coação física no caso de Ardin e de violação no de Wilen.

Um problema linguístico: na Suécia a tradução literal da acusação é “sexo com surpresa”. Em um caso a mulher disse que Assange começou e continuou a relação apesar de o preservativo ter se rompido; no outro, ele teria se negado a usar preservativo. Segundo Wilen, a relação, no seu caso, havia começado quando ela estava adormecida, sem preservativo, apesar dela ter dito anteriormente que não aceitaria uma relação assim, mas depois ela concordou em ter a relação. No segundo caso, “ele estava em cima dela e ela sentiu que ele queria inserir seu pênis em sua vagina sem preservativo e ela tentou fechar as pernas e quis várias vezes agarrar um preservativo, mas Assange impediu segurando seus braços”.

Em uma primeira instância da investigação, a justiça sueca desconsiderou o caso que foi retomado por uma nova promotora que conseguiu que as autoridades suecas solicitassem em novembro de 2010 o pedido de extradição ao Reino Unido. A tormenta não parou e tem uma curiosidade. Assange não foi acusado de nada. No momento, a polícia só quer interrogá-lo.

Tradução: Katarina Peixoto

Fotos: The Guardian 




Para O Globo, Equador deflagrou guerra diplomática ao 'desafiar Reino Unido' e conceder asilo a Assange

16 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

É inacreditável a capacidade das Organizações Globo e da mídia corporativa em geral de manipular, distorcer, torturar a informação até que ela confesse o que eles desejam.

Hoje, a primeira página de O Globo faz chamada para reportagem sobre o caso Assange (veja reprodução acima) desta forma:

Londres ameaça prender Assange

O Equador desafiou o Reino Unido e deu asilo a Julian Assange, deflagrando uma crise diplomática. Londres reagiu e disse que não haverá salvo-conduto, chegando a ameaçar prender o criador do WikiLeaks na embaixada. (...)

O que aconteceu foi exatamente o oposto:

Reino Unido desafiou o Equador, chegando a ameaçar prender o criador do WikiLeaks na embaixada, deflagrando uma crise diplomática. O Equador reagiu e deu asilo a Julian Assange.

É impressionante o comportamento bajulatório de nossa mídia colonizada, que ainda estende tapete vermelho para antigos senhores do mundo, ignorando até a Convenção de Viena, respeitada por todos os povos: 

É preciso deixar claro que a Convenção de Viena, de 1962, proíbe claramente essa invasão dos locais diplomáticos, conforme seu artigo 22:

“1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão.

“2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas, para proteger os locais da Missão contra qualquer intrusão ou dano, e evitar perturbações à tranquilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade.

“3. Os locais da Missão, em mobiliário e demais bens neles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução”.

Nenhuma lei interna de país aderente a  convenção internacional dessa magnitude, pode sobrepor-se ao Tratado. Nos 50 anos de sua vigência, isso nunca ocorreu.  [Fonte]

Assange pediu asilo ao Equador porque o Reino Unido resolveu enviá-lo à Suécia, de onde quase certamente seria despachado aos Estados Unidos, onde pode ser condenado à morte, porque mostrou ao mundo, entre outras coisas, estas imagens de um helicóptero americano Apache assassinando civis (inclusive crianças) no Iraque, em 2007:

Popout


A tudo isso o Globo dá uma banana, e como jornal bananeiro se curva ao ex-grande império, que hoje se comporta como cãozinho amestrado dos EUA.




Greves: FHC e mídia apoiam Dilma

14 de Agosto de 2012, 21:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Altamiro Borges 

A intransigência e a inabilidade do governo Dilma no trato das greves no setor público têm produzido cenas inusitadas. Cinco centrais sindicais que apoiaram a sua eleição divulgaram nesta semana nota criticando o “autoritarismo” do Palácio do Planalto e exigindo seriedade nas negociações com os grevistas. No outro extremo, todos os jornalões publicaram editoriais elogiando o comportamento “duro” do governo. Para piorar, o ex-presidente FHC, conhecido por sua postura antissindical, resolveu elogiar a presidenta Dilma. 

Ontem, diante de uma plateia de empresários num seminário da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), em São Paulo, o grão-tucano saiu em defesa do governo. “A presidente Dilma está num momento de dificuldade financeira e fiscal e muita pressão dos funcionários que se habituaram no governo Lula, que tinha mais folga, a receber aumentos. Ela não tem a mesma condição, então ela enrijeceu. Não vejo como ela pudesse não enrijecer”. Para FHC, Dilma está no rumo certo, “mesmo contrária a posições antigas do PT”. 

O veneno do jornal O Globo

No mesmo rumo, os jornalões e as emissoras de televisão retomam o “namorico” com a presidenta. Em editorial intitulado “Dilma faz a opção certa diante dos grevistas”, o jornal O Globo fez ontem rasgados elogios à ação do governo. “Não há dúvida que a presidente Dilma tem assumido a melhor postura diante de um movimento em que se misturam o mais autista do corporativismo da burocracia pública, oportunismo sindical e o interesse de frações mais à esquerda, de dentro e fora do PT, em criar dificuldades para o governo”. 

O jornal da famiglia Marinho também aproveita para, mais uma vez, colocar uma cunha entre Dilma e Lula, atiçando a cizânia. “Como é mais do que sabido, os servidores públicos em geral e, em particular, os do Executivo federal, foram uma categoria privilegiada nos oito anos de gestão Lula com generosos reajustes. Lula não apenas contratou muitos funcionários, como os brindou com aumentos bem acima da realidade dos assalariados da iniciativa privada”. Daí o efusivo apoio a Dilma, que não deve ceder aos “privilegiados”! 

"Dilma rompe tradição da esquerda"

Os jornais Estadão e Folha, atuando numa só voz, também publicaram artigos com a mesma fúria antissindical e de entusiástico apoio ao “enrijecimento” do atual governo. Já o editorial do Valor, mais dedicado à nata empresarial, preferiu teorizar sobre os efeitos desta mudança de postura. “Dilma rompe tradição da esquerda ao enfrentar greve”, opinou na segunda-feira (13). O jornal até lembra que, durante o governo Lula, também houve estremecimento na relação com o sindicalismo quando da aprovação da reforma da Previdência. 

Mas, malicioso, o Valor afirma que a crise do chamado “mensalão petista” obrigou o ex-presidente a retomar a sua origem, dobrando-se à pressão sindical. O fato novo, segundo o editorial, é que agora a presidenta Dilma decidiu romper com esta tradição. O jornal elogia o decreto 7.777, baixado há duas semanas, que autoriza o governo a assinar convênios com Estados e municípios para substituir os servidores em greve. “Trata-se de uma medida dura, ousada, de quem está disposto a ir ao limite no enfrentamento das greves”. 

Corrosão da base de apoio

Os elogios do escorpião FHC e o “namorico” da mídia deveriam servir para indicar que o atual governo está indo na direção errada no trato das greves dos servidores públicos. A falta de diálogo e a inabilidade crônica dos tecnocratas do Palácio do Planalto têm apenas ampliado e radicalizado às greves – que já duram três meses nas universidades e dois meses em mais de 30 categorias do setor público. Aos poucos, a sociedade já começa a sentir os efeitos das paralisações em áreas nevrálgicas, o que prova a importância dos servidores. 

Ao invés de seguir os péssimos conselhos dos neoliberais, que pregam mais austeridade fiscal e enrijecimento diante do sindicalismo, a presidenta Dilma deveria se lembrar dos seus compromissos de campanha e das suas alianças prioritárias. Do contrário, ela sofrerá desgastes e causará a corrosão da sua base de apoio – para a alegria dos mesmos oportunistas que agora a elogiam.