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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Cristãos, conservadores, fascistas e fundamentalistas: é preciso distinguir

22 de Abril de 2021, 19:30, por COMUNICA TUDO


“Partidos políticos, religiosos, em diversos países, interferem no funcionamento do Estado (que deve ser laico) e buscam benefícios que nada tem a ver com a esfera espiritual”, Jaime Pinsky, Historiador da USP.

Quem de nós não se lembra, nos dias da semana, à noite, aos sábados e domingos, nas ruas de qualquer cidade do Brasil, do crente ou evangélico lotando as igrejas com cantos e louvores que adentram até as madrugadas em cultos especiais? Era e é assim até hoje.

O Brasil é considerado a maior nação católica do mundo, mas que nas últimas quatro décadas vem dividindo espaço com as chamadas Igrejas evangélicas, conhecidas também como pentecostais ou neopentecostais. O aumento desse movimento cristão não passaria despercebido, se não fosse a intromissão desses grupos nas decisões de governamentais. A preocupação que fica no ar é: o que eles farão dentro do governo?

Em 2013 a onda conservadora começava a surgir nas manifestações de junho. Ao lado de pautas que afligem toda a sociedade e os vulneráveis. Junto a isso, outras pautas que envolvem os direitos civis estavam sendo questionadas. A partir desse ano, setores ultraconservadores começavam a ser organizar, aliando-se a políticos também ultraconservadores do tipo do atual presidente da República, JMB.

O presidente conseguiu nesse setor religioso “cristão” a base perfeita para a campanha de 2018, para a corrida presidencial. Em verdade que esses “cristãos” foram os mesmos que elegeram os últimos presidentes dos partidos dos trabalhadores. Devido à demonização das esquerdas, patrocinada pela mídia conservadora e “ cristã” tele-evangelista, esses cristãos ficaram desiludidos com os desalinhos da esquerda e a opção foi aderir ao discurso do ódio. Nas eleições de 2018, a bancada da bíblia formou o escrutínio fiel ao atual governo. Fora da câmara federal, há o lobby de pastores para pressionar o congresso a votar medidas conservadoras que poderão estar nos levando ao neo-período medieval europeu.

A relação entre a religião e o Estado é delicada. Onde há trocas de favores, se rompe essa separação, e um fica refém do outro. A religião, no texto representado pelas Igrejas neopentecostais (não todas) e outros grupos conservadores da Igreja católica, passa a promover praticas mútuas, onde um cobra do outro e quando há o rompimento desses interesses ... Há países onde a religião tem mais poder do que o Estado de direito, o Irã e a Arábia Saudita que o digam.

A fundação da República brasileira, em 1889, terminou de vez com essa parceria promíscua. O rompimento não impediu, até os dias atuais, que esses grupos neo-evangelistas interfiram nos resultados eleitorais. Nas últimas três eleições presidenciais, o voto cristão foi o fiel da balança eleitoral.

O sociólogo da religião, Ronaldo Almeida, em seu brilhante artigo "Onda quebrada - evangélicos e conservadorismo", faz algumas considerações importantes sobre o conservadorismo e a pauta conservadora dos evangélicos. Destaca que o conservadorismo não é contrário às normas democráticas, portanto é necessário fazer a distinção entre conservadores, fascistas e fundamentalistas. São termos e categorias comumente usados para atacar e acusar carregando muitas vezes imprecisões generalizantes.

O saudoso Antônio Flávio Pierrucci, já na década de 1990, havia observado o crescimento dos evangélicos na política, bem como as pautas conservadoras que orbitavam os debates políticos naquela época. Fato é que não havia naquele momento uma bancada evangélica tão militante como temos agora no Congresso Nacional, e com isso podemos conjeturar que o propalado conservadorismo não é exclusividade dos evangélicos.

Embora o conservadorismo tenha um verniz religioso, levantando a bandeira da defesa da moral e dos bons costumes, bem como da família tradicional, basta uma olhada não muito aprofundada para constatarmos o fato de que o tal conservadorismo visa a atender interesses de classe bem específicos, portanto nada tem a ver com ensinamentos cristãos. Basta vermos a defesa irrefletida que alguns elementos que se intitulam pastores, como Silas Malafaia, fazem a aquele que ocupa o cargo presidencial: diga-se de passagem que o referido pastor é um burguês ávido por exercer poder não só religioso, mas também econômico e político, haja visto possuir 116 empresas e um patrimônio bem volumoso e no campo da política ser bem próximo ao presidente (foi padrinho de casamento deste). Devemos nos lembrar que o mesmo que vocifera impropérios contra a esquerda e o PT, anteriormente fora apoiador de governos petistas.

Falando em PT é um acinte afirmar que esse partido persegue igrejas ou a religião cristã. O próprio Lula, quando presidente, sancionou a lei que garantiu personalidade jurídica às organizações religiosas, a chamada lei de liberdade religiosa. Sem se falar que foi no governo de Dilma Roussef que a música gospel foi considerada patrimônio cultural, podendo usufruir da Lei Rouanet. Como esses governos perseguiram os cristãos? Muito pelo contrário, a aproximação com a liderança fundamentalista evangélica não foi garantia da fidelidade desses, cujos ventos do oportunismo os guiam como folhas secas caída ao chão. Nem a presença de Dilma na inauguração do Templo de Salomão, do charlatão Edir Macedo, foi a prova que esses terrivelmente evangélicos queriam para constatar que o PT comunista não perseguiu igreja alguma.

Na disputa religiosa entre a Igreja Católica e a protestante, essa última assumiu a vanguarda política. A sociedade mudou, portanto a religião segue o fluxo de tais mudanças. Todavia, não podemos perder de vista que a instituição religiosa (me refiro aos cristãos católicos e protestantes) carrega contradições internas. Basta ver as igrejas da periferia onde a realidade diverge das igrejas dos centros urbanos. A vida é organizada de maneira bem diferente nas favelas e/ou comunidades. A esquerda não pode perder isso de vista antes de fazer qualquer crítica.

Por exemplo, ao lembrar da Reforma protestante, muitos citam o nome de Martinho Lutero e João Calvino, mas se esquecem completamente de Thomaz Muntzer. Thomaz era milenarista e acreditava que as benesses do reino de Deus era para o tempo presente, foi um ardoroso militante nas lutas camponesas por terra, ao contrário de Lutero que a princípio se omitia, mas depois passou a esconjurar e amaldiçoar os camponeses. Lembremos também que o referido reformador (Lutero) fora uma das pessoas que Hitler mais admirava ao lado de Richard Vagner. Já Muntzer foi alvo da admiração de alguns importantes nomes do comunismo como Friederick Engels, que dedicou um capítulo inteiro de seu livro As revoluções camponesas do século XVI, e Ernest Bloch lhe dedicou um livro chamado Thomaz Muntzer o teólogo da revolução. É muito incoerente achar que todo cristão é fascista e apoia esse estado de coisas. Não podemos esquecer que Dietrich Bonhoefer era pastor luterano e que aqui no Brasil temos nomes que compõe a esquerda cristã como o Pastor Ariovaldo Ramos e Henrique Vieira.

Há aqueles que são terrivelmente evangélicos como o Doutor Jairinho, que apesar de sua aparência dócil, escondia uma natureza violenta. Mas a fantasia de ovelha no lobo não durou por muito tempo. Um dia o mascarado deixou a máscara em casa. Nesse caso pitoresco, onde uma criança de apenas quatro anos fora vitimada pela violência desse que fora um arauto da moralidade, há alguns fatos que gostaria de destacar.

Primeiro, o nome do indivíduo. Jairinho, diminutivo de Jairo, personagem bíblico que foi até Jesus para que este lhe curasse a filha enferma. Fosse o Jairo da Bíblia, com certeza a sorte do menino assassinado teria sido outra. Se o terrivelmente evangélico parasse para refletir na história de Jesus, ele veria que sempre que as pessoas levavam crianças para que ele as abençoasse, ele não as despedia de sua presença sem receberem um toque carinhoso e abençoador. Ele mesmo repreendeu seus discípulos quando tentaram impedir as crianças de se aproximarem. Jesus, que curou a filha de Jairo, gostava de crianças, que triste ironia.

Em segundo lugar, vemos o nível de alienação ou interesses financeiros de alguns religiosos neste caso em que a cantora Elaine Martins gravou um vídeo pedindo votos para o então candidato. Elaine Martins é ex-integrante da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, do pastor Marcos Pereira, o mesmo que ficou um tempo preso acusado de ter abusado sexualmente de algumas fiéis de sua igreja. Essa cantora, ao pedir votos ao candidato Jairinho, evocou a defesa da família contra a ideologia de gênero ensinada nas escolas. Como garantia, afirmou que ele era seu amigo.

Por último, e acredito que mais chocante, foi o fato da mãe do menino Henry não ter tomado as devidas providências para proteger o filho, haja visto ela ter tido ciência de agressões anteriores. O amor ao dinheiro falou mais alto que o amor de mãe.

À guisa de conclusão, penso que não há nada de errado um cristão se enveredar pela política, mas desde que o mesmo consiga compreender que o estado é laico. Isso não se trata de abrir mão da sua fé, mas de respeitar a fé dos outros.

(Escrito por Fabio Idalino Alves Nogueira, professor de história, e Marcio Roberto Carvalho, historiador)

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..


Quando um livro infantil se torna uma contação de história em animação

21 de Março de 2021, 19:41, por COMUNICA TUDO

O livro "A Conselheira do Rei" foi publicado originalmente no formato impresso, pela Livraria Litteris, em 2017, e logo virou uma bela Contação de Histórias.

A história trata de temas como a honestidade, priorizando uma narrativa inclusiva e uma protagonista feminina forte e independente. Um Reino, um Príncipe inseguro, uma pena de escrever e algumas rosas azuis. Esta é a história de como Gisela, criada de um importante nobre, que mais parece um barril de bigodes, chegou à corte real apenas por sua sincera honestidade.  


Em 2020 o trabalho ganhou o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc, para se transformar em uma contação de história animada em vídeo. Assista:


Canal oficial no Youtube - A Conselheira do Rei
 
Ficha técnica do projeto:
- Idealização: Isabele Bonzoumet
- Direção Geral: Isabele Bonzoumet
- Direção Artística: Pedro Ivo Maia
- Texto: Isabele Bonzoumet
- Adaptação de Texto: Pedro Ivo Maia
- Produção Executiva: Simone Mendes
- Gestão Cultural - Gisele Mota Lopes
- Animação e Ilustração: Leandro Ferra
- Edição: Leandro Ferra - Pedro Ivo Maia
- Coordenação Audiovisual: Juliana Osmondes
- Operação de Câmera e Logger: Guinevere Gaspari
- Trilha Sonora: Pedro Ivo Maia
- Voz: Ana Moura
- Contação de história: Pedro Ivo Maia

Apoio
Quadro-chave Produções Livres: www.quadrochave.com
Colégio Santa Mônica - Rio de Janeiro

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..


Lula - depois da euforia, uma análise para 2022: é o caminho?

15 de Março de 2021, 10:18, por COMUNICA TUDO

Estava na segunda-feira, numa fossa típica daquelas de início da semana, pós o boa noite do programa Fantástico, no Domingo. Pensava que seria mais uma segunda daquelas arrastadas. À tarde, um amigo do Mato Grosso d Sul, Gabriel Luiz, repassou uma mensagem, via ZAP, sobre a decisão do Ministro do STF, Edson Fachin, de anular as acusações contra o ex-presidente Lula. O ex-presidente é elegível para concorrer a qualquer cargo político em 2022, inclusive para a presidência da república.

Lógico, não vou atrever-me a analisar o processo jurídico que não a minha aérea de atuação.

A alegria foi geral. Fui para as redes sociais para apoquentar meus amigos bolsonaristas (isso mesmo, tenho amigos bolsominions, poucos). Alegria foi geral. Passado o momento alucinógeno, vieram depois indagações que são boas para analisarmos e cairmos na real.

Particularmente não vejo com bons olhos a volta do ex-presidente Lula à presidência. Confio na sua competência, não resta dúvida, ele já foi por duas vezes presidente. Há necessidade para um terceiro mandato? A direita tradicional está arranjando com o governador de São Paulo João Dória ou seja: a 'renovação'.

Por que a esquerda não faz o mesmo? Há nomes competentes nos quadros da esquerda que merecem bons olhares e lapidá-los para enfrentar o perdido e incompetente atual presidente, o JMB. Isto era para ser feito antes mesmo que Lula fosse preso, não precisava chegar 2018 e colocar o ex-ministro Fernando Haddad na última hora de abalo.

Publicamente o ex-presidente não confirmou se será ou não mais um presidenciável a ocupar pela terceira vez a cadeira do Palácio do Planalto. Por ora, a legitimação abalou os meios financeiros e políticos. Lula ainda agita o país, engana-se quem pensa que ele estava acabado para a política.

Lula está acima do Partido dos Trabalhadores. Lula tem o dom da agregação. As últimas eleições municipais mostraram que o PT não foi perdoado pelos últimos erros de gestão, há brechas que ainda faltam fechar. O melhor que Lula tem a fazer é agir igual aos pastores de ovelhas que nunca se conformam de perder UMA ovelha, mesmo que tenham milhares delas para cuidar. Ou também da história bíblica do filho pródigo. Esse filho gasta toda a fortuna que seu pai deixou e se perde pelo mundo, quase desiste de si mesmo, engole o seu orgulho, volta arrependido aos braços do pai que lhe perdoou por sua rebeldia. O pai realiza uma grande festa e todos voltam a ser felizes.

O ex-presidente tem essa missão para que essas ovelhas e filhos voltem para uma nova construção. Que lavem suas roupas sujas marcadas por traições e as tornem limpas e cristalinas. Vamos torcer por esse “milagre”.

O certo da reviravolta é que Lula abriu a campanha eleitoral a 1 ano e 7 meses. Até lá, muitas serão as reviravoltas que acontecerão. JMB ainda conta com eleitorado raiz, que nunca o abandonará em hipótese nenhuma. São aqueles que acreditam em teorias conspiratórias e JMB é o enviado divino para a salvação do Brasil, nem que custe a tentativa de golpe de Estado.

Outra preocupação que não devemos desviar a atenção são os chamados outsider (fora do grupo). Há dois que se aproximam dessa tendência: Luciano Hunck e Sérgio Moro. Este último que um dia foi considerado herói vem perdendo fôlego nos últimos meses devido as falcatruas da Operação Lava-Jato, que um dia foi considerada o marco para o fim da corrupção.

O jogo está começando. Até 2022 há muitos planejamentos e novos atores políticos. Ainda nos resta a possibilidade que JMB possa sofrer o impeachment - pouco provável.

Bem-vindo ao ano de 2022 que nem começou e já está pegando fogo!!

(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário)

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..


Livros: o longo caminho da criação, impressão, publicação até um Audiobook

2 de Março de 2021, 8:31, por COMUNICA TUDO

 

Viver de literatura no Brasil não é fácil, mas não é impossível. Desde a criação de um livro, passando pela publicação digital ou impressa, até chegar em uma plataforma que vem ganhando espaço, o AudioBook, é um longo caminho.Aliás, um livro em áudio é acessível para deficientes visuais e para quem gosta de aproveitar o tempo no trânsito, por exemplo.

Para dar um exemplo de percurso, compartilho uma de minhas experiências. Escrevo este texto em 2021, mas a história começou em 2006, quando morava no Rio de Janeiro. Lembro-me até hoje: estava aguardando a esposa voltar na praia de Botafogo e com um caderno em mãos, comecei a manuscrever o que se tornaria o livro "Aos Pés do Redentor". 

Marcelo D'Amico: autor de "Aos Pés do Redentor"

 Semanas se passaram até eu criar a história de Jorge, o personagem que marcou um encontro com o pai desaparecido aos pés do Cristo Redentor. Com o livro escrito, chegava a hora de digitar o conteúdo. E soava aquela pergunta: o que fazer com isso? Primeiro publiquei em formato digital, um eBook gratuito. Houve pequena repercussão, mas eu queria mais: desejava tocar e cheirar meu livro impresso. Leio livros digitais, mas amo os impressos.

Busquei inúmeras editoras e, naquela época, não fiquei animado. O livro impresso ficaria guardado por alguns anos, quando as editoras on-demand ficaram mais populares e acessíveis. Então fiz testes de impressão e, sinceramente, algumas me decepcionaram. Mas encontrei uma que se adequava e tinha bastante qualidade. O problema era a venda: só se fazia através do site da editora e isso pode afastar um pouco o público.

Continuei buscando opções até que recebo a notícia de que a editora onde meu livro estava sendo vendido fechou esquema de Market Place com 5 dos maiores sites de vendas do país: Amazon, ShopTime, Americanas, Submarino e Magazine Luiza. Estava feliz porque meu pequeno livro havia alcançado maior espaço e possibilidades. Mas ainda faltava algo.

Versão impressa do livro à venda

 No final de 2020, durante a pandemia mundial da Covid-19, meu amigo e diretor de teatro, Gerê Canova, faz contato comigo. Após longo tempo de conversa eis que surge a ideia de transformar "Aos Pés do Redentor" em um AudioBook, afinal ele tem uma produtora que já lançou mais de 50 títulos, a Imagina Som. Amei a ideia e pensei: que imenso trabalho isso deve dar, mas fiquei muito animado.

Tempos depois recebo a primeira prova do livro todo narrado e ambientado em formato de áudio. Que experiência incrível ouvir na voz de outra pessoa aquela história escrita cerca de 15 anos atrás. E agora, minha felicidade e motivação para escrever este texto, é meu livro atingir um público ainda maior, desta vez, em áudio.

Felizmente ou infelizmente, a carreira de músico/compositor e outros afazeres profissionais têm me tomado muito tempo, o que me impede por hora de escrever novos livros. Mas o que mais desejo realmente dizer a você, autor, escritor ou artista em geral é: nunca desista de seus sonhos. Os primeiros passos costumam ser difíceis e talvez os próximos também, mas uma caminhada se faz assim mesmo, um passo após o outro. Siga adiante e transforme seus sonhos em realidade e compartilhe comigo suas conquistas. Ficarei muito feliz!

O livro disponível em AudioBook pela Ubook

 Aos Pés do Redentor - https://www.ubook.com/audiobook/1101117

Ubook - plataforma com mais de seis milhões de usuários onde você encontra livros em todos os formatos: para ler ou ouvir. São milhares de audiolivros, e-books, podcasts, revistas e jornais em áudio. O serviço é pago através de assinatura mensal.

Marcelo D'Amico é músico, compositor, multi-instrumentista, produtor musical e jornalista. Lança suas músicas em 45 plataformas de streaming em mais de 200 países. Para ouvir, acesse: mad.marcelodamico.com

Imagina Som - produtora de AudioBook, histórias narradas e mais. Produção e direção de Gerê Canova. E-mail: imaginasomm@gmail.com WhatsApp: (19) 992351210

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..


AI-5 para leigos: saudosistas incendiários do terror alheio

23 de Fevereiro de 2021, 9:19, por COMUNICA TUDO


Eu ficarei debruçado e quieto sobre as bravatas oriundas da "boca de chorume" do Deputado Federal, Daniel Silveira. Este texto irá apenas destacar a referência ao Ato institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968, mais conhecido também pela sigla AI-5.

Militares radicais sagazes pelo poder e o senso de uma falsa segurança nacional. O AI-5 foi o balde de água fria para quem restava alguma esperança da volta da democracia após cinco anos do golpe de 1964. A lei que vigorou no país por uma década, deliberava e centralizava todo o poder nas mãos de uma pessoa: o presidente da república. O presidente tinha o poder absoluto da situação e nada escapava dele, "O Grande Irmão", o Estado patrulhado entrava mais uma vez em ação.

Estudiosos historiadores do tema não divergem sobre a lei. Há outro debate que se pode ou não afirmar que o AI-5 foi ou não o golpe do golpe. Não vejo essa interpretação por aí. O regime militar endureceu as leis que davam legitimidade ao golpe de 64. Citar um exemplo: o pós golpe, havia quem saía as ruas para se manifestar, mesmo apanhando depois da polícia. Com a lei em vigor em final do ano de 68, os direitos às manifestações foram proibidos. Isto era um exemplo.

A norma resultou no fechamento do congresso nacional e das assembleias estaduais e municipais. Estados e municípios perderam suas autonomias. Os governadores e prefeitos da época eram chamados de "biônicos", escolhidos e moldados pelo governo central. Havia o que ficou conhecido como censura prévia. Artigos de jornais, composições, peças teatrais, filmes, entretenimento em geral, tinham que passar pelo crivo da censura. O Brasil posicionou-se de vez ao Estado de terror.

Meios de comunicações, o entretenimento, os livros ou qualquer outra manifestação cultural seria liberada após o visto da censura prévia ou liberada com inúmeras restrições que mutilavam as obras. Vivíamos o terror.

Qualquer motivo era 'justificável' para ser preso e não havia mandado de prisão, o arbítrio tinha perdido sentindo. O Habeas Corpus....... nem pensar. Com o AI5, o cidadão comum, se dependesse do regime, se tornaria terrorista.

Observo o romantismo que há sobre o tema de pessoas inocentes, sendo manipuladas por formadores de opinião, afirmar que o país vivia numa perfeita harmonia. Quem de fato conhece o que foi o AI5 e bate palma, no mínimo é sadomasoquista.

Gostaria de saber desses sadomasoquistas se gostariam de sentir introduzido na área anal ratos ou bichos peçonhentos? Ou levar choques elétricos na parte escrotal próximo ao pênis? Uma mulher violentada seria normal?

Foi durante o governo de Artur Costa e Silva (1967-69) que o Ato Institucional nº 5 foi emitido

O AI5 desnudava todo e qualquer sentimento humano que ainda podia existir dentro dele.

O atual mandatário do país já provou que não é simpático à democracia. Várias vezes, em falas registradas para quem quiser ouvir, vários de seus simpatizantes que não são pessoas de má formação intelectual, seguem o mesmo desejo do senhor presidente.

O filósofo e professor aposentado, Paulo Ghiraldelli, afirma em seu canal no Youtube que não há risco de o presidente dar o golpe. Pode ser que sim ou não. Estranho que suas leis reduzem a quase zero a cobrança de impostos sobre armas e tiram da responsabilidade do exército o controle e registro de armas. Tem o desejo de retirar o poder dos Estados sob policias civil e militar. Tudo estranho para quem sabe que a constituição federal dá o direito autônomo aos Estados e municípios para comandar seus seguranças.

Em tempos de saudosismo, os que defenderam o golpe e depois o AI5 tornaram-se algozes do regime e depois vieram iguais "Madalenas arrependidas" chorar suas lágrimas em defesa da democracia. As searas que clamam a volta da AI5 poderão ter o mesmo destinos e podem terminar igual ao deputado marombeiro pedindo justiça e direitos humanos .

Referências :

1964 - História do regime militar brasileiro PAG.173
NAPOLITANO,Marcos
ed. Contexto

1968_ o ANO que não terminou.
VENTURA,Zuenir

(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário.)

Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..