Molon explica o que é Marco Civil da Internet com Neutralidade da Rede e Liberdade de Expressão
21 de Novembro de 2013, 15:55 - sem comentários aindaPaís do futuro
21 de Novembro de 2013, 11:00 - sem comentários aindaToda vez que escuto ou leio a expressão o "Brasil é o país do futuro" me lembro de Stephan Zweig e de um causo infantil...
Não posso dizer que a expressão nunca me entusiasmou e que nunca nela acreditei. Seria uma mentira deslavada.
Zweig
Com entusiasmo li "Brasil, país do futuro", a famosa obra do austríaco exilado no Brasil, que parecia entender tão bem nosso país e suas potencialidades, criatividades e a forma simples de encarar a vida.
Já em sua primeira viagem ao Brasil, Zweig escreveu aos cunhados Manfred e Hannah Altmann:
"Você não pode imaginar o que significa ver este país que ainda não foi estragado por turistas e tão interessante - hoje estive nas cabanas dos pobres que vivem aqui com praticamente nada (as bananas e mandiocas estão crescendo em volta) e as crianças se desenvolvem como se estivessem no Paraíso -, a casa inteira, desde o chão, lhes custou seis dólares e, por isso, são proprietários para sempre. É uma boa lição ver como se pode viver simplesmente e, comparativamente, feliz - uma lição para todos nós que perdemos tudo e não somos felizes o bastante agora, ao pensar como viver então"
Mas, com o avançar dos anos, parte significativa dos brasileiros foi perdendo a simplicidade e a felicidade de viver. Se tornou mais parecida com aqueles que perderam tudo e não são felizes o bastante agora, embora tenha conquistado ascensão material significativa.
"Enricamos" diriam alguns em tom jocoso. Empobrecemos do ponto de vista humanístico e humanitário, diria eu...
Causo Infantil
A criança pergunta aos país:
- O que é o futuro?
- Futuro, futuro... Bem. Hoje é o presente, é o agora que vivemos. Ontem é o passado. Já foi. O futuro é o amanhã, o que está por vir, respondem os pais que em seguida ordenam:
- Agora vi dormir que já é tarde.
Contemplada com a resposta, a criança vai dormir alegre na esperança de que quando acordar, no próximo dia, estará no futuro e descobrirá o tal porvir.
Ao despertar no outro dia corre feliz perguntar ao pais se o futuro chegou.
Os velhos respondem:
- O futuro é amanhã. Hoje é hoje. O presente...
E a criança confusa, tenta argumentar sobre o que os pais haviam dito na noite anterior. Coerentes, os adultos seguem na mesma linha de argumentação e a criança, desolada, conclui que o futuro nunca chegará, pois o amanhã sempre se transforma em hoje depois das 24 badaladas do sino...
País do Futuro
No caso do Brasil, o tal país do futuro parece que nunca chegará porque insistimos em ter medo dele, insistimos em nossa condição colonial. Preferimos gerir negócios alheios a cuidar de nossos próprios, ou melhor, nos acomodamos no "conforto" do carguinho em uma multinacional ou macaquear o império ao desafio de determinar nosso próprio rumo.
Tememos a responsabilidade da ousadia de ser uma nação. Uma nação livre e soberana...
Por isso, toda vez que parece que estamos chegando lá, forçamos a barra para ouvir as 24 badaladas do sino e acordar nas manhãs de hoje tal qual erámos no dia anterior...
Curitiba racista, só que não!
20 de Novembro de 2013, 7:16 - sem comentários aindaA Câmara Municipal de Curitiba ao aprovar lei estabelecendo o dia 20 de novembro como feriado municipal da Consciência Negra escancarou a hipocrisia da CasaGrande curitibana.
Atendendo a uma solicitação da ACP e do Sinduscon, o Tribunal de Justiça do Paraná rápidamente suspendeu o feriado da Consciência Negra em Curitiba.
Através de um discurso que privilegia somente os ganhos materiais, a CasaGrande curitibana busca esconder todo o preconceito racial de quem se orgulha de "não ter negros na cidade onde o carnaval não existe".
Os patrões curitibanos alegam prejuízos com o feriado, mas escondem que o Brasil é um dos países com a maior jornada de trabalho do mundo. Mas isto pouco importa, pois na real os caras colocam apenas seus interesses financeiros acima de qualquer outro interesse ou necessidade humana. Usam o discurso do prejuízo material para esconder seu rascismo nojento e continuar lucrando no lombo dos trabalhadores.
Porém, a capital dos paranaenses acordou relativamente tranquila, como se feriado fosse. Várias entidades decretaram ponto facultativo. Várias escolas, inclusive particulares, cancelaram as aulas no dia de hoje, tal qual o fez o Celin - Centro de Línguas e Interculturalidade de UFPR. Muitas pessoas decidiram não trabalhar neste 20/11. Nas primeiras horas do dia o trânsito estava calmo tal qual num feriado e via-se poucas pessoas circulando pelas ruas.
Ainda é cedo para comemorar, mas parece que os racistas de Curitiba estão em minoria e são facilmente identificáveis no andar de cima da sociedade curitibana.
Os descendentes de escravocratas e protoburgueses, capitalistas que ainda não chegaram ao ano de 1789, apelaram para os juízes classistas, sempre a serviço dos interesses materiais da CasaGrande.
O povo parece dar a resposta nas ruas, não ocupando-as, mas deixando-as vazias neste 20 de novembro.
COPEL desconsidera riscos ambientais e socio-economicos de método de extração de gás condenado pelo Mundo
19 de Novembro de 2013, 8:32 - 2 comentáriosPor Zuleica Nycz* e Ivo Pugnaloni**
Fernando Pino Solanas, senador argentino e autor do filme “La Guerra del Fracking” ao lado do Papa
Na Argentina, na província de Neuquén, as famosas maçãs daquela região, estão proibidas de entrar na União Europeia.
Também estão proibidos de entrar na Europa os produtos de origem animal contaminados pelos produtos químicos tóxicos que inundaram os lençóis freáticos daquela região, como pode ser visto neste filme de Fernando Pino Solanas que todos os que atuam em atividades agroindustriais de qualquer porte deveriam assistir, antes de festejarem que “tem petróleo no meu quintal e não preciso mais trabalhar”, como pensaram alguns “red necks” americanos que agora se arrependem até o fundo da alma, vendo o valor de suas terras caindo em até 90% depois da contaminação de seus rios e poços pelo uso do “fracking”, que é uma forma de extrair depósitos residuais, de pouco volume e de pequena vida útil de óleo e gás.
Prepare-se o leitor para um artigo relativamente longo, para os padrões da internet. E fique alerta, pois depois de lê-lo, sua postura sobre a questão ambiental pode não mais ser mais a mesma.
É muita coisa que precisa ser clareada, pois está escondida, principalmente dos agricultores familiares e de todos os que atuam na cadeia agroindustrial, que podem ser muito prejudicados com essa verdadeira “conversa para boi dormir” que vem sendo armada há anos dentro da Agencia Nacional do Petróleo: o “fracking”, produção de energia elétrica a partir de depósitos residuais de óleo e gás em poços de curta vida útil, extraídos por um método devastador para o solo, ar, as aguas superficiais, subterrâneas, e que afetará a segurança dos grupos indígenas e das unidades de conservação, ameaçando igualmente e de forma devastadora toda a nossa economia baseada nas atividades agroindustriais no Estado do Paraná.
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