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Na próxima sexta feira dia (24) está marcada uma reunião entre o Sindicato dos Jornalistas e representantes da editora
A Editora Abril demitiu 800 funcionários de uma só vez e entrou com medida para não pagar os direitos trabalhistas. Entre os demitidos estão jornalistas, gráficos e trabalhadores do setor administrativo.
A Editora entrou com um pedido de recuperação judicial faltando apenas um dia para o prazo final de pagamentos das verbas rescisórias, de direito dos trabalhadores. Trata-se de um mecanismo judicial que favorece a empresa na sua reorganização econômica, administrativa e financeira com intermédio da justiça, no português claro, que garante que a empresa possa dar um calote nos trabalhadores e credores, que foi prontamente atendida pela justiça.
Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, explica que se a empresa demite os funcionários, “até o décimo dia tem que pagar as verbas rescisórias. Ali, tinha gente com 10, 20, 30 anos de casa. No dia em que as pessoas iriam começar a receber suas verbas rescisórias a empresa entrou em recuperação judicial, que é uma legislação de proteção às empresas, de forma que as suas dívidas passam a ser jogadas para um plano incerto, e as verbas trabalhistas estão entre elas.”
Em assembléia foi montado o Comitê dos Jornalistas Demitidos para acompanhar o caso. Patrícia Zaidan, ex-redatora chefe da revista Claudia, integrante do Comitê, diz que muitos mais que os 800 foram demitidos, uma vez que outros prestadores de serviços também foram desligados da empresa.
“O impacto, no sentido pessoal, foi muito grande porque são 800 funcionários, e muitos outros dependiam de nós. Além dos funcionários, foram afetados prestadores de serviços da Abril como os repórteres, freelancers, colaboradores de texto, então é um número que nem conseguimos calcular de pessoas atingidas”, aponta.
Zocchi denuncia o descaso da Editora com o conjunto dos trabalhadores, jogando-os “em uma situação de amargura e desespero, sem nada.”. Onde “de um dia para o outro se viu sem salário e sem nenhum tostão para poder sobreviver.”
“Imagina um trabalhador ir cotidianamente na empresa, passar muitas vezes madrugadas em fechamento e chegar no momento de uma demissão não ter sequer os direitos que o seu trabalho garantiu por lei. É profundamente desgastante para nós termos que brigar com a editora Abril para receber aquilo que nos é de direito. Diria que é um golpe, um calote.”, diz Patrícia.
“O que nos causa muita indignação é que os donos, como a própria empresa, ao longo das décadas, acumularam uma fortuna de bilhões e apenas uma pequena fração disso hoje poderia pagar as verbas rescisórias e os direitos de todo mundo que ajudou a construir essa empresa e essa fortuna”, complementa Zocchi.
O Sindicato dos Jornalistas e o Ministério Público do Trabalho entraram com uma Ação Civil Pública questionando a demissão em massa. Paulo Zocchi ressalta que um processo de demissão de muitos funcionários deve passar por negociação prévia com as entidades de representação profissional.
Foram fechados 11 títulos de revistas da editora, dentre eles, Cosmopolitan, Elle, Viagem e Turismo, Mundo Estranho e Guia do Estudante.
Na próxima sexta feira dia (24) está marcada uma reunião entre o Sindicato dos Jornalistas e representantes da editora sobre o caso.
Na próxima sexta feira dia (24) está marcada uma reunião entre o Sindicato dos Jornalistas e representantes da editora sobre o caso.
fonte:/horadopovo.org.br