Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mostram que a exportação no setor de alimentos e bebidas cresceu apenas 1,37% nos nove primeiros meses de 2016, ante o mesmo período de 2015. O valor passou de US$ 53,709 bilhões para US$ 54,444 bilhões. No mesmo período, as exportações totais brasileiras caíram 3,5%, de US$ 144,496 bil
Apesar da leve alta na exportação do setor de alimentos e bebidas, o levantamento, feito a pedido, mostra que as vendas ao exterior de carnes bovinas (frescas, refrigeradas e congeladas) -uma das apostas da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) no mercado asiático - caíram 1,78% entre janeiro e setembro, contra o mesmo período de 2015, de US$ 3,345 bilhões para US$ 3,285 bilhões.
As vendas de café, na classificação que inclui também o produto torrado e descafeinado, caíram 21,2% - de US$ 4,4,150 bilhões para US$ 3,269 bilhões. As exportações do item chocolate e outras preparações alimentícias contendo cacau cresceram 6,45% no período, de US$ 68,743 milhões para US$ 73,183 milhões.
Com relação aos mercados, as vendas de alimentos e bebidas para a China caíram 1,23% nos nove primeiros meses de 2016, ante igual intervalo de 2015 -de US$ 16,206 bilhões para US$ 16,005 bilhões. Para a Arábia Saudita, na mesma base de comparação, as vendas caíram 0,44%, de US$ 1,629 bilhão para US$ 1,622 bilhão. No caso dos Emirados Árabes, houve alta de 0,65%, de US$ 847,104 milhões para US$ 852,650 milhões.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, avaliou que uma queda das exportações totais, e mesmo um crescimento baixo no setor de alimentos e bebidas, não se justifica diante do potencial produtivo do Brasil. Ele ressaltou que mesmo com a queda do dólar de R$ 4 para cerca de R$ 3,50 no primeiro semestre deste ano não explica o desempenho.
Segundo Castro, embora o mercado asiático esteja em crescimento, o Brasil enfrentará dificuldades para ampliar os negócios com a região. Para ele, a única alternativa no curto prazo para reduzir custos seria um câmbio mais favorável e a elevação de 2% para 5% na alíquota do Reintegra (programa de recuperação de impostos pagos na exportação). "O mercado asiático é gigantesco, mas o custo interno no Brasil é desfavorável. Então, a chance de êxito nesse mercado é menos alta", avalia. Fonte: Valor