A desflorestação (desmatamento) na Amazónia brasileira entre agosto e novembro aumentou 129 por cento, comparativamente ao mesmo período de 2011, divulgou esta quarta-feira a organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazónia (Imazon).
Entre agosto e novembro deste ano, meses analisados a partir de dados obtidos com base em imagens de satélite do Governo brasileiro, a desflorestação somou 1.206 quilómetros quadrados, quando no mesmo período de 2011 desapareceram 527 quilómetros quadrados de floresta.
Em novembro deste ano, grande parte da desflorestação, ou 42 por cento dela, ocorreu no estado do Pará, seguido por Rondônia, com 25 por cento, e Amazonas, com 24 por cento.
Da perda de floresta resulta um total de 60 milhões de toneladas de gases que causam o efeito-estufa.
O investigador da ONG responsável pelo trabalho, citado pela agência Efe, afirmou que uma das causas recorrentes do aumento da desflorestação é a atividade agropecuária.
Nalgumas áreas, contudo, a perda da vegetação intensificou-se devido às grandes obras públicas, como as barragens hidrelétricas que estão a ser construídas na Amazónia, segundo a ONG.
Os dados, segundo a Imazon, podem ter sido comprometidos pela cobertura de nuvens que afetava metade da área da Amazónia Legal (área da Bacia Amazónica, que engloba nove estados brasileiros) em novembro de 2012, o que dificultou a obtenção das imagens por satélite.
No início de dezembro, o cacique Raoni, um dos mais conhecidos líderes indígenas do Brasil, lançou um apelo, em Estrasburgo, para a que Europa intervenha contra a polémica Barragem de Belo Monte, que está a ser construída na Amazónia.
“Gostaria de pedir a vocês, europeus, que falem deste problema com o Governo brasileiro, que lhes passem a mensagem para que nos respeitem como povo indígena”, disse Raoni no Parlamento Europeu. As autoridades brasileiras “querem as nossas terras, querem nos destruir e estou muito preocupado com o nosso povo”.
A Barragem de Belo Monte, no rio Xingu, que será o terceiro maior projeto hidroelétrico do mundo, depois das barragens das Três Gargantas (China) e Itaipu (Brasil/Paraguai), tem sido alvo de grande contestação, pelo seu impacto no ambiente e nas populações.
(Publicado em Esquerda.Net)
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