Destruir o bom e descuidar do podre |
Se a resposta parece óbvia para você, para a administração pública do Rio de Janeiro a conclusão pode ser absurda. Decidiram derrubar o Elevado da Perimetral, em bom estado de conservação, com um custo aproximado de um bilhão de reais só para a demolição do primeiro trecho. Exatamente! Custo estimado de um bilhão de reais para derrubar tão somente o primeiro trecho.
E o elevado completamente podre, no caso, o Elevado do Joá? Recebe um total de setenta milhões de reais em obras de "recuperação", segundo a Prefeitura do Rio de Janeiro. Serão instaladas 128 vigas metálicas em cada tabuleiro da estrutura, através de perfurações, visto que as antigas vigas estão se quebrando feito giz.
Infelizmente, isso não encerra o assunto. O Elevado do Joá está muito prejudicado, certamente porque ao longo dos anos nunca foi feita uma fiscalização para avaliar as condições da estrutura. Caso tenha sido feita, foi sumariamente ignorada. O pior é que ontem um pedaço do Elevado em "recuperação" caiu sobre o vidro frontal de um carro, no qual estavam mãe e filho a transitar pelo local, conforme mostra a foto publicada pelo site G1 (acima).
Na verdade, outros pedaços do Elevado ainda podem atingir os motoristas que trafegam pelo local, já que as obras ditas de "recuperação" limitam-se a colocar novas vigas. Importante lembrar que, dependendo do tamanho da pedra a se soltar e da velocidade do veículo, pode até mesmo causar mortes essa negligência pública.
Antes de concluir, refaço a pergunta: diante de um completamente podre e outro em bom estado de conservação, qual dos dois você derrubaria? Para qual destinaria um bilhão (para derrubar somente o primeiro trecho) e para qual destinaria míseros setenta milhões?
No mais, o que estiver despedaçando, pelo que se pode compreender da comunicação oficial da Secretaria Municipal de Obras, assim continuará. Leia a nota oficial abaixo:
“A Secretaria Municipal de Obras informa que os serviços de recuperação estrutural no Elevado do Joá estão em andamento desde dezembro de 2012.
A SMO ressalta que monitora periodicamente todas as pontes, viadutos, túneis, etc através de sua Coordenadoria Geral de Projetos. O órgão se baseia em estudos técnicos para reafirmar que o local não apresenta risco iminente. As obras em execução no Joá foram iniciadas pelo tabuleiro superior da superestrutura e seguirão para a parte inferior no segundo semestre de 2013.
A intervenção deve durar 12 meses. Técnicos trabalham na instalação de 128 novas vigas metálicas em cada tabuleiro do Elevado, reforçando os pórticos já reformados. O investimento é de R$ 70 milhões.
Como medida preventiva e visando garantir a estabilidade estrutural do Elevado do Joá, a Prefeitura proibiu, no fim do último ano, a circulação de caminhões na via. A velocidade máxima permitida para o tráfego também foi reduzida de 80km/h para 60km/h. Vale ressaltar ainda que a Prefeitura investiu R$ 9,3 milhões em obras e ensaios preventivos no Elevado de 2009 a 2012.”
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