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Estudante da USP contesta censuras do Facebook

3 de Julho de 2014, 18:25 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Em sua Tese de Conclusão de Curso, Wilheim Rodrigues mostrou imagens consideradas pornográficas pela rede social. Para ele, existe uma motivação política nessas censuras

Quando um amigo foi censurado por uma foto contra a homofobia, Wilheim Rodrigues ficou intrigado com o controle de conteúdo do Facebook. O estudante de Jornalismo da USP levou seus questionamentos a sério e decidiu focar seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) nesse tema.
Para Wilheim, a rede social possui extrema relevância, já que tem mais de 1 bilhão de usuários, sendo que 76 milhões destes são brasileiros. Isso significa que 1 a cada 3 pessoas no Brasil estão conectadas ao Facebook.
Através de pesquisa, registro e catalogação de casos de censura, ele concluiu o trabalho “FACEBOOK: Casos de censura no Brasil”. O estudante defendeu que a rede social não segue documentos como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição da República Federativa do Brasil, mesmo atuando com força no país.
Fórum – Algum caso específico te motivou a fazer o TCC?
Wilheim Rodrigues – Sim, um amigo foi censurado por uma foto na qual havia uma mensagem contra a homofobia. Naquele momento, me dei conta de que existia controle de conteúdo no Facebook. Até então, a ideia não havia passado por minha cabeça. E, se meu amigo que não era ativista teve conteúdo censurado, como deveria ser a remoção em perfis de pessoas que lutavam cotidianamente a favor de minorias e publicavam conteúdo anti status quo toda hora? Quem era responsável pelo julgamento do que era adequado ou não e deveria se dar o processo? A partir daí decidi que o tema seria minha tese de TCC.
Fórum – Você percebeu um padrão nas censuras do Facebook?
Wilheim - Infelizmente, falar sobre padrão de censura a partir de minha pesquisa é complicado. Por ser um trabalho de ordem qualitativa (no qual o conteúdo é o centro do estudo) e não quantitativa (em que o número de ocorrências do fenômeno é o ponto mais importante), posso apenas apontar tendências encontradas nos poucos casos analisados. De qualquer forma, entre os casos que encontrei, registrei e cataloguei, há uma predominância de remoção de conteúdo que apresenta conteúdo não conservador.
Fórum – Acha que essa é uma questão política?
Wilheim - Considero que há motivação política nas censuras efetuadas pelo Facebook, mas não no sentido de política partidária. A motivação a que me refiro, aqui, está centrada em uma definição de política enquanto escolha pautada por valores a favor de um grupo social específico. Fundamentando-se nos resultados que alcancei em minha pesquisa, pode-se observar que as retiradas de conteúdo seguem uma lógica de princípios conservadores, patriarcais e contra minorias que contestam padrões sociais estabelecidos. Logo, favorecem a uma determinada parcela da população em detrimento de outra, portanto as considero de ordem política.
Fórum – O Facebook é conservador?
Wilheim - Não tenho fundamentação teórica nem prática para dizer se o Facebook é uma empresa conservadora ou liberal, tampouco teria vontade de fazê-lo. O que posso, sim, é defender que é preciso equilibrar um pouco a visão de ambiente totalmente democrático que vem se formando com relação à rede social em questão. Existem políticas e ações da instituição que podem ser contestadas por apresentarem características não democráticas e devemos estar atentos para essas outras características do Facebook, entre elas suas definições de pornografia e nudez, seus processos de denúncia e sua quase nula interação com os usuários na formulação de diretrizes para a Declaração de direitos e responsabilidades e para os Padrões da comunidade do Facebook.
Fórum – Há pouco mais de um mês, o Facebook anunciou que passa a permitir fotos de mães amamentando. O que acha dessa “conquista”? Foi uma reivindicação feminista?
Wilheim - Concordo com você ao definir, já em sua pergunta, que tal ação foi uma conquista. Conquista de um movimento iniciado, no Facebook, em 2008 com o grupo “Hey, Facebook, amamentação não é obsceno!”, cujos registros permanecem ainda hoje neste link: http://www.tera.ca/photos6.html. Foi sim uma reivindicação feminista no sentido de dar à mulher autonomia de expor o próprio seio durante a amamentação sem ser censurada pela conduta machista do homem que considera tal exposição erótica e, portanto, imoral segundo valores patriarcais. Ou seja, é um direito da mulher sobre o domínio do próprio corpo. E tal cenário se configura mesmo que, inicialmente, as mães do movimento não tivessem em mente tal preceito ao lutar pela mudança nas normas da rede social.
(Por Revista Forum)

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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..

Fonte: http://feedproxy.google.com/~r/blogspot/UkDc/~3/UxmizvU_eBs/estudante-da-usp-contesta-censuras-do.html

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