Era um início de tarde e eu estava prestes a fazer uma prova na faculdade de Psicologia. Há detalhes que o tempo apagou da memória, mas lembro-me de ter recebido um telefonema ou mensagem falando sobre sérias mudanças de saúde e eu não poderia fazer a tal prova. Teria de ir ao hospital.
Confesso que eu estava nervoso, preocupado. Não sabia exatamente o quê ou como fazer. Lembro-me de ter falado com ela pelo telefone e ela também estava nervosa, como era de se imaginar, como qualquer um ficaria.
Não tenho certeza, mas acho que a Bárbara foi quem me levou ao hospital naquele dia. Quando cheguei, tudo o que pude fazer foi esperar, esperar e esperar. Fumava um cigarro atrás de outro e esperava.
A ansiedade de saber o que estava acontecendo, se tudo estava bem ou se estava mal, realmente fazia o tempo marcar com ferro cada segundo que passava. Eu não me controlava e isso era nítido. Eu estava muito nervoso.
Até que uma enfermeira me chamou e disse: venha, tem que ser agora. Percorri os mesmos espaços e segui seus passos até receber orientação para aguardar ali. O local era como uma passagem da sala de cirurgia para outras salas. E eu fiquei ali até me deparar com o inimaginável.
Envolto numa toalha azul bem clara, no colo de uma enfermeira, podia-se ver um rosto muito pequeno, enrugado e de olhos bem fechados. Ele mesmo estava tão branquinho que sua cor quase se confundia com a toalha. E ele estava ali, diante de mim, transbordando o milagre da vida.
Embora pareça contraditório, tenho que dizer: aquele momento realmente vibrava como algo eterno. Hoje o sinto assim, como se eu ainda estivesse lá olhando para aquele milagre ao qual tenho por filho. Lindo.
Dezesseis anos se passaram e aquele tão breve momento ainda mantém o frescor de um orvalho de manhã em meu coração. Neste mundo muita coisa pode morrer, menos o amor que sinto por ti. E como sou grato por cada sorriso, por cada palavra, por cada momento que passamos juntos. O aniversário é teu, mas o presenteado sou eu porque tenho a ti. Te amo!
For you, Jimmy!
26 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda | No one following this article yet.
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