Por ocasião da comemoração, este sábado, do Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, foram citados vários dados que retratam um país desigual, no qual as mulheres são condenadas aos mais baixos salários, são mais fustigadas pelo desemprego e têm menos têm menos poder político e económico do que os homens.
Portugal é o segundo país onde as mulheres têm menos poder político e económico entre os 28 estados membros, segundo o índice sobre a igualdade entre homens e mulheres na União Europeia, da autoria do Instituto Europeu de Igualdade de Género.
No que respeita especificamente à participação da mulher na economia, Portugal desceu quatro posições no ranking Women in Work Index, da consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), ocupando agora a 14ª posição entre 27 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Em 2000, Portugal ocupava o quarto lugar deste ranking. Este agravamento é justificado pelo aumento das diferenças salariais entre homens e mulheres e ao crescimento da taxa de desemprego do sexo feminino.
A taxa de desemprego entre as mulheres foi de 16% em 2012, muito acima daquela que se registava em 2000, sendo que apenas Espanha (26%) e Grécia (28%) registam piores resultados.
A PwC assinala que, quanto à representação feminina nos conselhos de administração das empresas, continuam a não existir em Portugal políticas de discriminação positiva, “como o estabelecimento de quotas para a contratação de mulheres”.
Segundo a consultora, o “gap” salarial entre homens e mulheres em Portugal subiu de 8 para 15% entre 2000 e 2011, registando o maior agravamento da diferença salarial entre os membros da OCDE em análise.
O Eurostat apontava, por sua vez, para uma disparidade salarial em Portugal de 15,7% em 2012.
Os dados revelados pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia sobre a disparidade salarial são ainda mais preocupantes. A remuneração média mensal das mulheres corresponde a 81,5 % da dos homens, o que equivale a uma disparidade de 18,5 %.
A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego assinalou o dia 6 março como o Dia Nacional da Igualdade Salarial, aludindo ao facto de os homens só terem de começar a trabalhar a partir deste dia - o 64º do ano - para receber o mesmo salário anual que as mulheres.
(Por Esquerda.Net)
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
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