Cerca de 30 homens, na tarde desta terça (05), cercaram a casa de um homem identificado como “Zezinho”, integrante da comunidade Quilombo Rio dos Macacos dentro da Base Naval de Aratu. Eles ameaçavam destruir e invadir a casa, para prender a todos que estavam dentro da casa. A informação veio sem maiores detalhes, em forma de um pedido de socorro feito via internet, pedindo ajuda e mobilização pelas redes sociais.
Possivelmente sejam homens da Marinha, já que o conflito entre a corporação e a comunidade pela posse do local tem se acirrado nos últimos dias.
Disputa e impasse – Com a pretensão de expandir um condomínio para os seus oficiais no território, a Marinha entrou na justiça com pedido de reintegração de posse da área e o prazo terminou no dia 04 de março. Porém no dia 27 de fevereiro uma reunião entre representantes da Marinha e do governo federal, ficou acordado que o prazo seria adiado por cinco meses, para que pudesse ser finalizado um Relatório Técnico pelo Incra, para resolver o impasse. O Governo Federal garantiu os direitos da comunidade.
Em janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff esteve de férias na Base Naval e, os integrantes da comunidade denunciaram a pressão que vinham sofrendo para que eles deixassem a área, localizada dentro da Vila Militar. Foi feita uma manifestação por cerca de 50 quilombolas na área do píer marítimo de São Thomé de Paripe, com faixas reivindicando à presidente uma "solução" para o conflito de terras.
Segundo a comunidade, na década de 70, quando foi criada a Base Naval de Aratu, começou o problema. Ainda de acordo com os moradores, as famílias vivem no Quilombo Rio dos Macacos desde a época da abolição da escravatura. Os moradores não pretendem sair do local. Imagina-se que isso seja uma ameaça para a desocupação da comunidade, que está la há mais de 200 anos. A Marinha chegou depois, há 42 anos. Foram eles, os moradores, que ajudaram a construir a Vila Naval. Eles vivem constrangidos, porque hoje são impedidos de plantar, de colher, de comercializar.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo