Publicado no Acertos de Contas
Um dos mais sérios problemas ambientais está no excessivo uso de sacolas plásticas por parte das pessoas.
Pode parecer bobagem, mas apenas para termos uma ideia, no Brasil os estabelecimentos distribuem 14 bilhões de sacolas plásticas por ano. Parte disso é utilizado como saco de lixo, mas outra é a responsável por entupimentos de bueiros, canais e esgoto nas grandes cidades. Além da poluição de rios e das nossas praias.
Para termos outra ideia da dimensão do problema, cada família recebe em média uma sacola plástica por dia. Menos de 30% das sacolas seriam utilizadas como saco de lixo.
Alguns meses atrás fiz o teste e comprei 4 sacolas feitas de PET, que desde então utilizo para fazer feira.
Para minha surpresa, mesmo com isto ainda não precisei comprar sacos de lixo, porque o pouco que ainda consumo em padarias e nos mercados públicos (como o da Boa Vista), já são mais do que suficientes para meu uso. E com a vantagem de ser muito mais prático.
Em São Paulo os supermercados tomaram a iniciativa de banir a distribuição destas sacolas, mas como tudo no Brasil, enfrenta sérios problemas para colocar a restrição em funcionamento.
Apesar do forte apelo ambiental, a associação dos fabricantes de sacolas (Plastivida), a OAB e o Ministério Público se uniram para tentar, segundo eles, “defender o consumidor”.
Aqui no Brasil há uma forte mania de misturar interesses privados como se fossem interesses coletivos.
Só um analfabeto econômico acredita que os supermercados distribuem gratuitamente a sacola plástica. É obvio que vai embutido no custo dos produtos. Ao obrigar a distribuição “gratuita”, na prática está forçando o consumo de sacolas, o que é péssimo para o meio-ambiente.
No fundo o discurso é o mesmo dos EUA para não assinar acordos ambientais: é preciso manter os empregos dos setores, mesmo que estes sejam ambientalmente irresponsáveis.
Deveríamos fazer a pergunta olhando pelo outro lado: por que uma pessoa que utiliza suas próprias sacolas é obrigada a pagar por aqueles que não o fazem?
Fica a dúvida.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo