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Uso de redes sociais por órgãos públicos continua insatisfatório
26 de Novembro de 2013, 12:48 - sem comentários aindaUso de redes sociais por órgãos públicos continua insatisfatório |
As páginas de relacionamento deveriam ser um meio de comunicação e, principalmente, de interação, com o cidadão, mas, em diversos casos, são apenas um canal de notícias; uma extensão dos sites oficiais. O Informática criou perfis nas duas redes sociais mais usadas pelos brasileiros. A ideia era fazer perguntas simples, como “em qual telefone posso obter informações sobre o Bolsa Família?” ou “até quando vai o prazo do recadastramento biométrico?” e avaliar o tempo de resposta — já que a instantaneidade é essencial nessas plataformas.
Dos 24 ministérios avaliados, 15 não responderam nem pelo Facebook nem pelo Twitter — entre eles, ironicamente, está o Ministério das Comunicações. O tempo de espera pelas contestações variou de oito minutos a três dias. Entre as agências reguladoras, a situação foi pior: apenas três respostas, de um total de 10 entidades. O tempo de espera foi de 18 minutos para a Agência Nacional de Cinema, 22 minutos para a Agência Nacional de Transportes Terrestres e dois dias para a Agência Nacional do Petróleo. Tanto a Câmara quanto o Senado entraram em contato apenas pelo Facebook, com tempos de espera de uma hora e sete minutos e 24 minutos, respectivamente.
(Por Correio Braziliense. A matéria completa está disponível aqui, para assinantes.)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Sem preconceito, mas que tal um churrascão no Leblon e Ipanema?
25 de Novembro de 2013, 13:35 - sem comentários aindaSegundo a notícia: "para evitar que uma nova onda de arrastões passe pelas praias cariocas, a Polícia Militar vai passar a abordar, neste fim de semana, ônibus que circulam na orla da Zona Sul. Veículos que saem da Zona Norte, principalmente do Méier, estão entre os alvos da ação". Fica claro, nas entrelinhas da notícia, que quem provoca os arrastões na Zona Sul são os suburbanos cariocas, caso contrário, a ação da PM não faria abordagens em veículos saídos "principalmente do Méier".
Ainda na mesma semana, outra ação da Prefeitura do Rio de Janeiro também sobre ônibus provocou muita revolta, mas dessa vez, nos moradores da Zona Sul. Segundo comentário público, veiculado através do Facebook, uma moradora do Leblon ou Ipanema reclamou:
"A prefeitura do Rio decretou a morte de Ipanema e Leblon nos fins de semana e feriados. Nāo dá mais para os moradores, que pagam os maiores IPTUs do país saírem às ruas ou irem à praia em paz. oO cenário é aterrador. sem nenhum preconceito, nāo é possivel onibus a cada 15 minutos para o Morro do Alemāoo. Podem marcar o enterro!"
"Onde já se viu um monte de pobres se divertindo como se tivesse dinheiro" |
Para preservar a identidade dos usuários reclamantes, borrei os nomes e as fotos dos mesmos, pois sou contra agressões gratuitas e apedrejamentos de qualquer espécie, assim como sou contra segregações, racismos e preconceitos. No final das contas, o que seria um problema de segurança pública, educação, mobilidade, lazer, distribuição de renda, acaba sendo transformado numa questão bairrista, segregacionista, racista e preconceituosa.
Existe uma diferença clara entre comprar uma casa no Leblon e comprar a praia do Leblon. Isso quer dizer que, ao comprar uma casa no Leblon, você não comprou toda a praia com ela. A sua casa é um espaço privado, mas as ruas e a praia do Leblon são espaços públicos, portanto, destinados ao uso público, seja de moradores da Zona Sul, da Zona Oeste ou Norte, de estrangeiros, de turistas e assim por diante.
Ao escrever este pequeno texto, lembrei-me do churrascão da "gente diferenciada" que aconteceu em São Paulo, em 2011, evento popular que chamou a atenção de todo o país. Tudo iniciado por uma psicóloga com uma declaração extremamente infeliz de segregação e preconceito. Daí surgiu o título deste post: Sem preconceito, mas que tal um churrascão no Leblon e Ipanema?
Para finalizar, reproduzo abaixo uma matéria publicada em 1984 no Caderno B, por Joaquim Ferreira dos Santos. No mês anterior, Brizola havia criado a linha de ônibus municipal 461, a qual seria a primeira a cruzar o Túnel Rebouças da "cidade partida", o nosso Rio de Janeiro:
Ipanema, essa senhora cada vez mais gorda e poluída, reclama de novas estrias e dentes cariados em seu corpanzil: agora é culpa dos ônibus Padron, a linha 461 que, há um mês, está trazendo suburbanos para seu "paraíso", numa viagem de apenas 20 minutos, via Rebouças. É o que dizem seus moradores, inconformados. Ouçam só:- Que gente feia, hein?! (Ronald Mocdes, artista plástico, morador da Garcia D`Ávila, bem em frente ao ponto do ônibus).(Esta postagem teve a contribuição essencial de Guilherme Canedo, escritor, parceiro e amigo)
- No outro dia eu saí da loja com um vestido comprido, alinhado, e você precisava ver o que aconteceu. Me chamavam de urubu, um horror. (Débora Palmério Fraga, gerente da Gregorio Faganello).
- É chocante dizer, mas eles estão desacostumados (*) com os costumes do bairro. Nem vou mais à praia aqui. É farofeiro para tudo quanto é lado, olhando a gente de um modo estranho. Ficam passando aquele bronzeador. A sensação é de que eles estão invadindo o nosso espaço. (Maria Luiza Nunes dos Santos, ex-freqüentadora da praia da Garcia D`Ávila e que agora só vai ao Pepino).
- Desse jeito o verão vai ser um faroeste. (César Santos Silva, proprietário da lanchonete Chaika, na Visconde de Pirajá).
Os comerciantes estão se organizando e já despacharam diversos abaixos-assinados aos gabinetes de Leonel Brizola, de Jaime Lerner (o secretário que inventou a linha de ônibus), ao Detran, a todos que eles julgam com poderes para erradicar o mal. Reclamam também do inferno que se formou no trânsito. Ouçam mais:
- Depois das 17 horas a minha vitrine fica escondida atrás de uma fila enorme de passageiros. É claro que as clientes ficam bem inibidas de atravessar no meio daquela gente toda. (Doris Serfaty, da butique Carla Roberto, na Rua Vinicius de Moraes. Ela está lançando a moda que deixa o sutiã à mostra).
- A rua é muito apertada e, quando o ônibus pára, interrompe o tráfego no bairro inteiro. Só dá ele na rua. Fica uma buzinação de louco. Além disso ele é muito pesado, e o asfalto está cedendo. Tem que botar ele para fora da área do comércio. (Luli Beviláqua, da loja Luli R).
***
Há muito tempo que Luli não freqüenta a praia de Ipanema, preferindo as delícias mais calmas e limpas da Barra da Tijuca. Mas, definitivamente, já não há qualquer gueto de sofisticação sobre nossas areias, lamenta. Pois até a Barra está sendo cortada por outra linha da Padron, diretamente de Madureira. Na praia de domingo passado, Luli já sentiu a diferença.
- A praia mudou de cor. Eu fico ali no Farol da Barra, junto com o pessoal que pega wind. Apareceram umas caras inteiramente novas. Um cara estendeu a toalha, deitou e dormiu o tempo todo. Nunca tinha visto isso.
Os moradores de Ipanema sugerem que a Padron faça seus pontos no Jardim de Alá, na Praça General Osório, na Henrique Dumont, na Epitácio Pessoal, locais mais amplos, onde não causam qualquer dano ao fluxo do trânsito. E que a polícia, o 19º Batalhão, dê blitzen constantes no bairro. Eles acham que, se continuar do jeito que está, Ipanema no verão vai ser notícia não pelo biquíni enroladinho ou pelo sutiã exposto.
- No sábado um sujeito desses ônibus sentou em sua cadeirinha de praia dentro da minha loja para aproveitar o ar refrigerado, enquanto esperava a condução. Tive que chamar os seguranças da rua. Quando chegou na segunda-feira fui abrir os cadeados da porta e não consegui. Os farofeiros tinham entupido tudo com areia e papel. Precisei serrar. (Dono de uma sofisticada loja de decoração na Visconde de Pirajá, que não se identifica com medo de represálias).
- São grupos enormes, sempre gritando, fazendo bagunça e puxando os cordões de quem passa. Estão criando um cenário de vandalismo e terror. Os moradores por aqui estão assustados. (César Santos Silva, Chaika).
- Os passageiros na fila ficam olhando aqui para dentro de um jeito mal-encarado. As freguesas comentam com a gente: "Que horror!" No outro dia tinha um mal-encarado que ficou no ponto um tempão, sem pegar os ônibus. Como estava com a mão enrolada pensamos até que tivesse uma arma dentro. Chamamos a policia. Viver nesse clima não dá. Essa é a rua das melhores boutiques do Rio. Onde é que estavam com a cabeça quando botaram um ponto de ônibus suburbano aqui? (Cristina Campos, vendedora da Spy and Great, em frente ao ponto da Garcia D`Ávila).
***
Os depoimentos se sucedem, falam de churrasqueiras na praia, de bóias de pneus, do trânsito emperrado atrás das enormes traseiras dos Padron. Para que tudo melhore há tanto os que sugerem a mudança dos pontos, a retirada dos ônibus, mais polícia nas ruas, assim como mais educação. Mas pedem pressa. Pois o verão está aí e antes dele o Natal, mês que vem.
- A gente paga imposto tão caro para eles botarem essa pobreza na porta da gente. parece até a Central do Brasil. De vez em quando a gente passa por eles e grita "Japeri". Eles ficam chateados. (Ronaldo Mocdes, artista plástico).
- Fica essa negrinhagem aí na porta... (Cristina Campos, vendedora da Spy and Great).
- Quem tem um nível melhor já está procurando outra praia que não seja Ipanema. Eles não têm classe, não têm educação. Eu sei que a praia é pública, mas é horrível. No outro dia eu estava na praia conversando com a minha irmã, dizendo como os suburbanos são horríveis. Uma suburbana reclamou, mas eu nem dei conversa. Vê se eu vou me misturar. (Sonia Barletta, moradora da Rua Vinicius de Moraes).
- Eles têm direito de ir à praia, mas podem ir de maneira organizada. Ou senão ficar na praia deles, em ramos. O governo podia fazer também um lago artificial pra eles lá no subúrbio (Maria Luiza Nunes dos Santos, vendedora da Faganello).
- O turismo vai ser prejudicado, você vai ver. Ou você acha que o pessoal do Caesar Park vai querer se misturar com eles, suas bananas, piquenique. Pode parecer elitista, mas não é não. os suburbanos atrapalham. (Débora Palmério Fraga, gerente da Faganello).
- É o fim da picada, Ipanema acabou. Na praia ficam agora uns homens gordos passando bronzeador na barriga branca, aquelas cenas de amor de suburbano. Na minha porta é trocador assobiando, uma multidão sempre, gente feia mesmo. Não dá nem pra sair mais com os meus cachorros. (Ronald Mocdes, artista plástico, acariciando seus cachorros da raça Saluky, de nomes Tramp e Chivas).
- Au, au, au. (Tramp e Chivas).
Joaquim Ferreira dos Santos. Nuvens suburbanas sob o sol de Ipanema (A que já foi paraíso). JB, 4 de novembro de 1984
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
“Violência Obstétrica – a voz das brasileiras”
25 de Novembro de 2013, 8:07 - sem comentários aindaDia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher: Violência Obstétrica |
Produzido a partir de depoimentos reais de mulheres, gravados em suas próprias casas com webcam, celular e máquina fotográfica.
Saiba mais sobre a proposta desta produção nos blogs Parto no Brasil e Cientista que Virou Mãe.
“Quando chegou o momento do parto eu gritava ‘me ajuda!’. Uma enfermeira debochava de mim e caçoava: ‘Vai lá, ajuda ela’. E todos riam”.
Silvia Moreira Gouvea, dona de casa e mãe de Davi e Daniel.
“A médica fez uma episiotomia sem que eu soubesse e, enquanto dava os pontos, ela ia explicando para cinco alunos presentes como era o tecido do meu períneo. Me senti uma cobaia humana”.
Elisângela Alberta de Souza, esteticista e mãe de Cecilia, Pedro e Ester.
“Durante uma contração, eu baixei a perna e, sem querer, sujei o chão que o obstetra estava limpando. Em resposta, ele bateu no meu joelho”.
Cristiane Fritsch, psicóloga e mãe de Iago.
Esses relatos que você acaba de ler são de mulheres que foram vítimas de violência no parto. Infelizmente, 25% das mulheres que tiveram filhos pelas vias naturais na rede pública e privada sofreram violência obstétrica no Brasil, de acordo com uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo. Apesar de a pesquisa se restringir ao parto normal, a violência também pode acontecer em uma cesárea. Os abusos mais citados pelas mulheres no levantamento foram:
- Se negar ou deixar de oferecer algum alívio para a dor;
- Não informar a mulher sobre algum procedimento médico que será realizado;
- Negar o atendimento à paciente;
- Agressão verbal ou física por parte do profissional da saúde.
Tamanha animosidade está relacionada a uma fantasia que se cria acerca da futura mãe. “A figura da parturiente na nossa cultura é muito idealizada, imagina-se que a mulher será como uma Virgem Maria parindo e quando ela não corresponde a essa expectativa vem um terrível ódio”, explica a psicóloga Vera Iaconelli, diretora do Instituto Brasileiro de Psicologia Perinatal – Gerar e doutora em psicologia pela Universidade de São Paulo.
Passar por agressões é difícil em qualquer momento, mas durante o parto a situação fica ainda mais complicada. “A parturiente fica vulnerável no sentido de que está exercendo uma tarefa que não deveria ser atrapalhada por nenhuma outra questão que não fosse o próprio ato de parir. O momento requer que o entorno proteja a mulher”, conta Iaconelli.
Ainda é difícil para as vítimas compreenderem que sofreram uma violência obstétrica, já que pensam que determinados procedimentos e atitudes são comuns na hora do nascimento. “Elas não conseguem reconhecer a violência, pois já estão muito ligadas a um certo lugar da mulher na cultura. A mulher está acostumada ao corpo dela ficar muito à mercê do outro. Só na medida em que elas descobrem que o parto poderia ser de outra forma é que compreendem o que sofreram”, diz Iaconelli.
(Por Anonymous Brasil)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
A última clandestina da ditadura no Brasil
23 de Novembro de 2013, 10:07 - sem comentários aindaPerseguida pelo regime militar, Maria José conseguiu só agora deixar a clandestinidade. Foto: Ag. A Tarde |
Há 30 anos morando na França, a arquiteta e urbanista baiana Maria José Malheiros decidiu, tardiamente, reabrir o processo de anistia, concedido em 1979 a todos os brasileiros punidos pelo regime militar, e pedir a regularidade definitiva de sua identidade.
"Nesses anos tive a sensação de ser uma pessoa em pedaços. Uma pessoa com três vidas", declarou ela, que optou por adotar o nome usado na clandestinidade.
A identidade resgatada encerra 40 anos de constrangimentos e medo de ser descoberta. "Tinha muita dificuldade em falar de número, de guardar a data de nascimento, a não original", conta Maria José.
Num depoimento emocionado concedido ao A TARDE, ela define como "muito especial" o dia 24 de outubro de 2013, data em que foi anistiada pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça.
Num depoimento emocionado concedido ao A TARDE, ela define como "muito especial" o dia 24 de outubro de 2013, data em que foi anistiada pela Comissão da Anistia do Ministério da Justiça.
"Pela primeira vez na minha vida eu caminhei em São Paulo, sozinha. São Paulo para mim era uma cidade do medo. Mas tinha um sol belíssimo naquele dia; achei a cidade linda", descreveu.
A vida no subterrâneo
A vida no subterrâneo
Terceira filha de uma família de seis irmãos, Maria Neide Araújo Moraes só tinha cinco anos quando os pais decidiram se mudar de Palmas de Monte Alto, no interior da Bahia, para Goiânia, a capital de Goiás.
Aos 17 anos, já aluna da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Goiás e contratada como chargista do jornal O Popular, experimentou, naquele 8 de setembro de 1968, o clima de repressão e medo no qual o País mergulharia nos anos seguintes.
"Fui presa na véspera do meu aniversário, em razão de manifestações estudantis. Depois fui colocada para fora do jornal por conta de uma charge sobre censura", diz Maria José, lembrando que o jornal foi fechado duas vezes pela polícia por charges feitas por ela.
Expulsa da universidade, enquadrada no decreto-lei 477 (o AI-5 das universidades baixado pelo presidente-militar Artur da Costa e Silva contra culpados de subversão ao regime), ela foi sequestrada em casa, por agentes do Dops (Departamento de Ordem Política e Social).
Integrando os quadros da AP (Ação Popular Marxista Leninista) e percebendo o agravamento da repressão em Goiânia, foi emancipada pelo pai, já que não tinha completado os 21 anos, e se mudou para São Paulo. Foi trabalhar no Banco Itaú, em 1971, onde atuou como digitadora de dados. Temendo ser presa, deixou o banco. Foi então enquadrada no caso de abandono de emprego e passou para a clandestinidade.
"A situação política era muito mais dura no País naquela época. A repressão era violentíssima, então qualquer tipo de atuação era punido com prisão", relata ela. "Tive que abandonar a minha casa mais uma vez, meu companheiro (Heládio José de Campos Leme) ficou preso durante um ano, e eu tive que ir embora para o Rio de Janeiro".
Seis meses depois Maria José, já filiada ao PCdoB, veiopara a Bahia. Foi morar em Vitória da Conquista com o comunista e militante político de esquerda José Novaes, que a adotou como filha legítima.
Seis meses depois Maria José, já filiada ao PCdoB, veiopara a Bahia. Foi morar em Vitória da Conquista com o comunista e militante político de esquerda José Novaes, que a adotou como filha legítima.
Ela, então, que já abdicara do "nome original", Maria Neide, passou a se chamar Maria José Novaes. "Fiquei em Vitória da Conquista um ano e três meses convivendo com a família de José Novaes num bairro muito pobre". Nessa época, lembra ela, o seu companheiro, pai de seu filho mais velho, saiu da prisão. Eles então decidiram voltar a São Paulo.
Mas Maria José Novaes, assim como Maria Neide, também era procurada pelas forças da repressão. O PCdoB chegou a sugerir para ela ir para o Chile, destino buscado por vários comunistas brasileiros nos anos de chumbo. Mas ela decidiu ficar e voltar a Goiânia clandestinamente. "Minha mãe me registrou, novamente. Me colocou entre dois filhos, na vaga do filho que tinha morrido, com o nome de Maria José Malheiros. Mudei novamente de idade e de nome".
Em setembro de 1973, decidem recomeçar a vida em Salvador. Com a certidão de nascimento, conseguiu fazer uma carteira de trabalho. Volta a Goiânia, em 1975, para fazer novo documento de identidade. "Passei a trabalhar e tentar viver uma vida clandestina, porém, mais próxima da normalidade".
Em 1976 fez o supletivo, passou no vestibular de arquitetura da Ufba e ficou grávida. "Foi um ano muito pleno para mim". Na universidade, ela militou no movimento estudantil e atuou na campanha pela anistia, ao lado de companheiros como José Sergio Gabrielli, Emiliano José, Oldack Miranda, José Carlos Zanetti, Milton Vasconcelos, Javier Alfaya, Lídice da Mata, Péricles Souza e Jorge Almeida.
Em 1982, já separada do seu companheiro, foi para a França fazer doutorado. Conheceu o atual marido, com quem vive há 30 anos e teve outro filho. Mas a "crise de nome e de idade" enfrentada todos os anos fez com que a engenheira de vias urbanas da prefeitura de Paris negociasse, há dois anos, uma licença não remunerada para retornar ao Brasil, requerer a anistia e regularizar sua identidade.
"Na França continuava clandestina. O fato de ter dois nomes não adiantava. Tinha sempre que tomar cuidado, esses medos de ser descoberta. Esta anistia me permitiu isso. Hoje eu não preciso esconder mais para os outros quem sou", diz ela, que até dezembro, quando retorna a Paris, continuará dando aulas na Faculdade de Arquitetura da Unifacs em Salvador.
(Publicado por A Tarde)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Brasil é destino turístico com preços mais elevados para compras de Natal
22 de Novembro de 2013, 20:20 - sem comentários ainda(Por Infomoney)
Aqueles que já estão planejando as compras de final de ano devem considerar a possibilidade de viajar para fora do País para adquirir as mercadorias. Isso porque um levantamento realizado pela Hoteis.com mostra que o Brasil é o destino turístico mais caro para comprar os presentes natalinos.
A pesquisa levou em conta o preço dos 13 presentes mais populares para a época disponíveis globalmente, sendo eles o iPad Air, iPad com display de retina, luvas femininas de couro legítimo, perfume masculino Jean Paul Gaultier “Le Male”, meias Calvin Klein, iPhone 5S, perfume feminino Chloe, lancheira do Homem-Aranha, CD da Susan Boyle “Home for Christmas”, Casa dos Sonhos da Barbie, box de DVD da sétima temporada da série “How I Met Your Mother”, calça jeans masculina Levis 501 e o box de livros da série “Harry Potter”.
O país com os melhores preços foi Taiwan, com uma média de R$ 3.396,23 pela cesta, seguido pelo Japão (R$ 4.776,70) e Argentina (R$ 4.795,09). Por outro lado o Brasil totalizou R$ 11.051,54. Veja abaixo o ranking:
Posição | País | Preço médio da cesta |
Fonte: Hoteis.com | ||
1º lugar | Taiwan | R$ 3.396,23 |
2º lugar | Japão | R$ 4.776,70 |
3º lugar | Argentina | R$ 4.795,09 |
4º lugar | Coreia do Sul | R$ 4.837,17 |
5º lugar | Tailândia | R$ 4.957,58 |
6º lugar | Suíça | R$ 5.221,19 |
7º lugar | Hong Kong | R$ 5.898,88 |
8º lugar | Canadá | R$ 6.102,91 |
9º lugar | Índia | R$ 6.263,04 |
10º lugar | Cingapura | R$ 6.349,89 |
11º lugar | Rússia | R$ 6.359,50 |
12º lugar | Suécia | R$ 6.421,83 |
13º lugar | Estados Unidos | R$ 6.491,52 |
14º lugar | Austrália | R$ 6.711,61 |
15º lugar | Colômbia | R$ 6.754,59 |
16º lugar | Holanda | R$ 7.037,26 |
17º lugar | China | R$ 7.084,48 |
18º lugar | França | R$ 7.236,71 |
19º lugar | Irlanda | R$ 7.267,42 |
20º lugar | Nova Zelândia | R$ 7.313,70 |
21º lugar | Espanha | R$ 7.457,15 |
22º lugar | Reino Unido | R$ 7.474,47 |
23º lugar | Alemanha | R$ 7.527,30 |
24º lugar | México | R$ 7.607,18 |
25º lugar | Dinamarca | R$ 8.024,92 |
26º lugar | Itália | R$ 8.418,73 |
27º lugar | Finlândia | R$ 8.719,53 |
28º lugar | Noruega | R$ 8.905,25 |
29º lugar | Brasil | R$ 11.051,54 |
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..