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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Ficha limpa, ficha suja e o exército de um homem só

7 de Novembro de 2012, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Um homem acampa, sozinho, diante do TSE em Brasília para fazer valer a ficha limpa na sua cidade, a segunda mais rica do Amazonas

Por Mário Bentes
É na história bíblica de José, o personagem que foi vendido pelos próprios irmãos para ser escravo no Egito, que Joel de Souza Rocha, de 42 anos, natural de Coari, no interior do Amazonas, busca inspiração. “A gente sabe o tamanho da força que tem quando temos de lutar dentro de nossa própria casa”, diz.

Há quase vinte dias, Joel, solteiro e pai de uma menina, emprestou dinheiro de quatro amigos da cidade de 77 mil habitantes para, escondido da família, viajar sozinho para Brasília.

Até hoje está acampado em um canteiro à frente da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): “Eu vim para dar voz a Coari”, explica.

Com apenas R$ 120 no bolso, Joel ganhou hospedagem de graça da dona de uma pensão para sua estadia em Brasília. Porém, o coariense, que fez uma única refeição desde o dia em que chegou – não pelo parco dinheiro mas por protesto – ficou mesmo acampado, munido de uma faixa e alguns CDs.

A faixa traz um pedido que não está à margem da lei: “Por favor, TSE. Faça valer a lei da Ficha Limpa na minha cidade. Coari/Amazonas”.

Já os CDs contêm dados sobre o personagem que levou o coariense a dormir na rua, passar frio e fome: Adail Pinheiro.
DOSSIÊ ‘VORAX’

São cópias de documentos e reportagens contendo gravações que a Polícia Federal fez durante a “Operação Vorax”, realizada entre 2004 e 2008, que desarticulou um esquema de corrupção, fraudes em licitações e falsificação de documentos que envolviam, entre 28 acusados, o prefeito recém-eleito de Coari, Adail Pinheiro (PRP). Pela acusação, Adail – que já administrou a cidade entre 2001 e 2008 – chegou a ter prisão preventiva decretada em 2009 – ele não havia informado à Justiça sua mudança de Coari para Manaus.

Após ser preso e recorrer a todas as instâncias possíveis – Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e Superior Tribunal de Justiça (STJ) –, Adail acabou ganhando a liberdade pelas mãos do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 28 de dezembro de 2009.

Acusado de abuso de poder econômico e desvio de dinheiro público, entre outros crimes, o então ex-prefeito de Coari permaneceu menos de três meses preso. Antes da prisão, a prestação de contas da sua administração foi rejeitada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O material que Joel Rocha reúne também conta com as gravações que apontam envolvimento de Adail e dois ex-secretários municipais – Adriano Salan e Maria Lândia dos Santos – em facilitação à prostituição de menores, abuso sexual e pedofilia. Nas reportagens, algumas delas exibidas em rede nacional, é possível ouvi-los negociar, com uso de ‘códigos’, a prostituição de meninas de 15, 14 e até 13 anos de idade. Adail e os dois servidores chegaram a prestar depoimento à CPI da Pedofilia do Senado, onde negaram as acusações.

Mas o que quer o coariense Joel? Apresentar o material ao José Antonio Dias Toffoli, do TSE, relator de um recurso especial (veja aqui) do Ministério Público Eleitoral do Amazonas (MPE) contra Adail Pinheiro. O MPE tenta reverter do tribunal regional eleitoral que liberou o prefeito a concorrer – e vencer – as eleições deste ano.

“Não é possível que ele, depois de ter sido condenado, depois de haver provas de corrupção na cidade de Coari, que ele possa concorrer nas eleições. Ele não é ficha limpa”, afirma Joel.
FICHA SUJA

O imbróglio envolvendo o nome de Adail Pinheiro nas eleições deste ano começou pouco depois do registro de sua candidatura, que foi deferido pela Justiça Eleitoral em Coari.

O MPE recorreu da candidatura com base na Lei da Ficha Limpa, citando duas condenações do ex-prefeito no Tribunal de Contas estadual (TCE-AM), duas no Tribunal de Contas da União (TCU), e outra pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) – nesta, Adail foi tornado inelegível por três anos.

O TCE julgou irregulares as contas municipais de 2002 e 2006. No primeiro caso, Adail foi condenado a devolver aos cofres R$ 1,2 milhões e pagar multa R$ 32.267,08; no segundo, a sanção foi de R$ 9 milhões, entre multas e ressarcimento de dinheiro público.

No TCU, Adail foi condenado por irregularidades na aplicação de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e por “malversação do dinheiro público” em convênio com o Ministério do Meio Ambiente.

A condenação na Justiça Eleitoral ocorreu por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2000.

Mas a juíza da 8ª Zona Eleitoral de Coari, Sabrina Ferreira – a mesma que aprovou a candidatura – negou o recurso de impugnação proposto pelo MPE. Ela alegou que ambas as condenações no TCE estavam suspensas por ordem judicial e que as condenações pelo TCU não comprovavam “ato doloso de improbidade administrativa”.

A juíza também descartou a condenação pela Justiça Eleitoral do Amazonas, em 2009, como impeditivo uma vez que, de acordo com a juíza, os fatos irregulares ocorreram antes da redação da Lei nº 135/2010, a lei da Ficha Limpa. Além disso, sustenta a magistrada, Adail já cumpriu os três anos de inegibilidade determinados pelo julgamento do TRE, contando a partir de 2008.
REVIRAVOLTAS

Após o indeferimento do recurso de impugnação, o MPE voltou a recorrer da candidatura, desta vez ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas. Em julgamento no dia 20 de junho, o pedido foi rejeitado.

Na primeira etapa, o relator do caso, o juiz Marco Antônio Costa, usou a mesma argumentação da juíza Sabrina Ferreira, da comarca de Coari: não haveria “ato doloso” nas irregularidades detectadas e julgadas pelo TCU. Para torná-lo inelegível este ano, diz o magistrado, “a condenação deveria ser, por exemplo, uma ação civil pública”.

Com todos os votos a seu favor, no dia seguinte, Adail estava livre para concorrer ao pleito. Mas o seu então candidato a vice, José Henrique de Oliveira, teve a candidatura impugnada por ter sido cassado do mandato de vereador e declarado inelegível pelo TRE-AM, no dia 9 de julho de 2009.

Em maio de 2008, ele e outros políticos – incluindo Adail – participaram de uma ação chamada “Comemoração do Dia das Mães” em que R$ 4 milhões do dinheiro público foram distribuídos à população em forma de brindes. O valor e os preparativos da ação foram interceptadas em gravações durante a “Operação Vorax”.

Ao longo do período entre a candidatura e a briga do MPE para impugná-lo, Adail obteve vitórias e derrotas. No começo de junho, o TCE acatou recurso contra a condenação das contas de 2002, em que o ex-prefeito alegava não ter tido direito à ampla defesa por não ter sido notificado. Já no mês de julho, Adail obteve liminar do presidente do TRE, o desembargador Flávio Pascarelli, que suspendeu a reprovação das contas de 2006. Em agosto, porém, a liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas.

No fim de julho, outra vitória: o (então) ex-prefeito conseguiu anular uma decisão de 2009 a respeito de irregularidades na aplicação de recursos do SUS. Mas, em outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu um pedido de suspensão da outra condenação do TCU, também de 2009, por verbas do MMA.

Mas o Ministério Público do Amazonas não se deu por satisfeito, e ajuizou recurso especial solicitando encaminhamento do seu pedido de impugnação da candidatura ao TSE, em Brasília.

Enquanto isso, Adail Pinheiro, que teve apoio declarado do senador Eduardo Braga (PMDB), líder do Governo Federal no Senado, e do governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), venceu o pleito com 42,83% dos votos válidos, quinze pontos à frente do segundo lugar.

CLIQUE AQUI, E LEIA A REPORTAGEM COMPLETA, NO SITE DA PÚBLICA.




Veja e Ibope flagrados: os talibãs da desinformação

5 de Novembro de 2012, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Para Pereio, Veja é o PCC da comunicação, a Talibã da imprensa.  Revista incitou jovens candidatos do Enem para desrespeitarem edital, resultado: dezenas foram desclassificados por atenderem ao pedido da publicação da Abril [clique na imagem para ampliar]
Segundo publicação do portal Brasil 247, a revista Veja aprontou mais uma de suas canalhices: teria incitado participantes do Enem a fotografarem as provas e enviarem pelo Instagram para publicação em seu site, com a seguinte chamada: "Compartilhe fotos do Enem no Instagram: #VEJAnoEnem . As melhores serão exibidas em VEJA goo.gl/e2wq1 ".


Esta convocação ao desrespeito das normas estabelecidas no edital do concurso foi feito no twitter institucional da revista e demonstra, mais uma vez, o tipo de jornalismo que esta publicação se dispõe a fazer.

Resultado: dezenas de participantes foram desclassificados por atenderem ao pedido criminoso da Veja.
Paulo César Pereio em seu twitter foi feliz ao classificar o ato do grupo Abril como delinquência, segundo suas próprias palavras: "Veja partiu para a delinqüência. Inventa matéria contra Lula, frauda prova do Enem... É a talibã da imprensa, o PCC da comunicação."
Prejudicou a terceiros, com o intuito delituoso de criar um fato que prejudicasse o MEC e desmoralizasse o exame.
Veja atola-se na lama que produz em sua redação, efeito do jornalismo chafurdado no lodaçal das faltas de ética e compromisso com a verdade.
Total sintonia com a manipulação dos fatos, somado a irresponsabilidade de prejudicar a terceiros para atingir seus rasos objetivos político-editoriais.

Última pesquisa  Ibope para o primeiro turno em Curitiba colocava o prefeito eleito, Gustavo Fruet, em terceiro lugar, sem qualquer chances de chegar ao segundo turno...
Ibope
No mesmo Brasil 247, outra matéria dá conta de que o Ibope está sendo denunciado por um grupo de ex-pesquisadores sobre irregularidades cometidas durante as últimas pesquisas eleitorais.

Um denunciante, que pediu demissão do instituto de pesquisa, apresentou a seguinte justificativa para sua saída: "Trabalho no IBOPE realizando as pesquisas de eleição. Realmente os resultados são bem diferentes em relação à pesquisa que fazemos e o que é divulgado na mídia. Pedi minha demissão hoje, 14/09, por este e outros motivos!!".

Nesta mesma matéria são apontadas várias irregularidades cometidas pelo Ibope, como uso de formulários falsos, dirigismo da pesquisa sobre a vontade do pesquisado, interferências políticas, balcão de negócios. Estas e outras mais denúncias servem para comprovar o pouco que resta de credibilidade aos institutos de pesquisa no país.

E não somente em pesquisas eleitorais!

O instituto de Carlos Augusto Montenegro foi condenado na 32ª Vara Cível de São Paulo a ressarcir a Rede Record em R$ 326 mil por ter sido levada a erro por falha em equipamento real time do instituto.

Este erro causou prejuízos à emissora na definição de estratégia em sua grade de programação.

O Ibope mede a audiência da TV brasileira em tempo real nas principais capitais brasileiras, os índices auferidos e publicados definem, por exemplo, a distribuição da verba publicitária. Hoje a Globo arrecada cerca de 60% de todo este montante, ganhos baseados na audiência medida pelo instituto que monopoliza este serviço no país.


Ibope e Veja, cada um em sua área de atuação, comprometem-se com aquilo que está além de seus papéis e, desta maneira, agem deliberadamente para desinformar, manipular e intervir, de forma vil, em processos que, ao contrário, deveriam conferir legitimidade com procedimentos imparciais e transparentes.


Nestes dois casos perde a sociedade com a flagrante mutilação da verdade em nome de interesses nada nobres que estes dois grupos defendem despudoradamente.
Não é mais possível crer no que publicam ou pesquisam, a desconfiança ronda números e letras destes agentes da manipulação de fatos e dados.

(Publicado em Palavras Diversas)




A crônica da morte anunciada de Furreco

4 de Novembro de 2012, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários aindaTudo começou com o cercamento de espaços públicos de Porto Alegre por parte da Prefeitura Municipal

Por Diego Pignones

O início da morte anunciada de Furreco começou com a privatização (processo ao qual foi dado o nome de ‘Parceria Público Privada) e cercamento do Auditório Araújo Vianna. Os motivos do cercamento do Araújo Vianna não são claros. Setores responsáveis pelas áreas da cultura e patrimônio de Porto Alegre afirmam que a cerca foi aprovada por eles, uma vez que o local foi tombado como patrimônio histórico e por conta do novo projeto arquitetônico do auditório que exporia a segurança de artistas e equipamentos.


O arquiteto responsável Moacyr Moojen afirma que a cerca foi uma exigência do edital lançado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e que, inclusive, a medida compromete visualmente seu projeto para o auditório. Mas a polêmica maior envolve os taludes que margeiam o Araújo Vianna. Os taludes serviam de espaço de convivência social para os transeuntes do Parque Farroupilha e Redenção. Ali era comum ver a gauchada de todas as idades tomar um sol e um mate. Os taludes eram ponto de encontro e em dias de shows no Auditório Araújo Vianna, o pessoal que não ia entrar no auditório sentava-se para ouvir o som.


Agora os taludes são ‘protegidos’ por um gradil verde, que o torna inacessível ao público e para os não-pagantes em dia de apresentações.

O projeto inicial era mais nefasto, se podemos dizer assim. Consistia no uso de chapas para tapar completamente a visão do local histórico.

(Fim do 1º ato)

Era noite. O Auditório Araújo Vianna estava lotado. O show de Tom Zé encerrava uma série de apresentações culturais do 19º Porto Alegre Em Cena. Os postos de vendas de ingressos esgotaram os ingressos.

Durante a apresentação de Tom Zé, manifestantes seguravam cartazes e protestavam contra as grades colocadas no espaço, reaberto no dia 20 de setembro (feriado estadual Dia da Revolução Farroupilha).


Provocador, no final de sua apresentação, mais precisamente no bis, Tom Zé segurou um cartaz dos manifestantes onde se lia em letras maiúsculas “PRAÇAS VENDIDAS”. O tumulto estava se formando. Acabado o show, alguns dos manifestantes sentaram nos taludes ao lado do prédio e foram retirados por seguranças.

A segurança da detentora dos direitos de exploração do auditório tentava dispersar o público utilizando aparelhos de choques, truculência e xingamentos. Os homens eram chamados de “maconheiros” e as mulheres de “puta” ou “vagabunda”.

A truculência da equipe de segurança foi a senha para um grupo de jovens arrastar um inflável da Coca-Cola para a rua, que fora patrocinadora da reforma do auditório.

O protesto ganhou repercussão e força nas redes sociais onde era divulgada a imagem da lata de Coca-Cola inflável incendiada na Rua Osvaldo Aranha.

O 9º Batalhão de Polícia Militar, que atende à região do Auditório, afirmou que não registrou nenhuma ocorrência sobre o protesto ou a queima do inflável em via pública.

(Fim do 2º ato)

Já era aberta a contagem regressiva para a morte de Furreco.

Nas redes sociais se articulava um protesto pacífico em defesa da alegria. Os manifestantes passaram o final da tarde e da noite na Praça Montevidéu, a uns 50 metros do mascote patrocinado pela Coca-Cola colocado no largo Glênio Peres.

Os manifestantes avançaram para onde estava o boneco inflável.

Armou-se o conflito.

As versões para a confusão são contraditórias. Policiais asseguram que os manifestantes avançaram sobre o boneco e que o destacamento que vigiava o quadrante agiu para evitar a depredação. Participantes do ato afirmam que iriam fazer uma ciranda em volta do mascote quando teriam sido atacados pelos soldados que defendiam um plástico com ar com uma logomarca.


De súbito, o mascote da Copa do Mundo de 2014 tombou.



A informação era de que o inflável tinha sido cortado com faca, lâmina, ou facão e perfurado por paus e pedras arremessadas contra ele.

Ao final do conflito, o saldo de vários feridos e 6 manifestantes presos, a abertura de inquérito pela Polícia Civil, informações desencontradas e vídeos do confronto no You Tube.

Furreco morreu. E fora assassinado.


A pergunta não respondida: Como pode uma publicidade inflável ser considerada patrimônio público e gozar de proteção policial?

(Fim do 3º ato)

Durante a semana, as informações vinham de todos os lados.

A imprensa repercutia o triste fim de Furreco. Esfaqueado, apedrejado e morto à pauladas.

Até que o impensado aconteceu.

Furreco poderia ser ressucitado.

A empresa detentora dos direitos de do boneco, a Opus Promoções (a mesma que detém os direitos de exploração do Auditório Araújo Vianna) entregou o boneco para ser periciado e não foi encontrada nenhuma ruptura no plástico ou perfuração.

Durante o conflito, alguém desligou da tomada o injetor de ar e só esvaziou Furreco.

Cogitava-se pedir outro boneco. Agora o prefeito de Porto Alegre cogitava reutilizar o Furreco esvaziado.

Mas, foi batido o martelo: Porto Alegre não teria mais Furreco nenhum.

(Fim do 4º ato)

O Furreco colocado irregularmente na Esplanada dos Ministérios em Brasília era morto à facadas durante a noite.

A FIFA anuncia restrições à venda de acarajés em Salvador.

O Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a Brigada Militar (PM do Rio Grande do Sul) reconheceram que houveram excessos por parte dos policiais e, inclusive, o governador Tarso Genro emitiu uma nota oficial na qual reconhece os excessos, explica qual é a postura que o governo espera de sua força policia e ressalta que determinou ao secretário da Segurança Pública convidar os "cidadãos e cidadãs" que se sentiram vitimas para que façam suas denúncias à Ouvidoria da Segurança Pública.

(Fim do 5º ato)

O Furreco é atacado em São Paulo. O ataque aconteceu por volta das 17horas em um evento do grupo “A Cidade é Nossa”. O grupo, deixou a favela do Moinho (que pegou fogo em setembro) rumo ao centro de São Paulo, onde, segundo a organização, promoveria uma "roda de conversa sobre direito à cidade, especulação imobiliária e poder popular", além de atrações culturais.

A Fifa volta atrás na questão da venda do acarajé em Salvador.

(Fim do 6º ato)

A questão fundamental dos casos de homicídio contra o Furreco é a invasão dos espaços públicos com infláveis da iniciativa privada que gozam de segurança proporcionada pelos aparatos de segurança pública. Além disso, a Copa do Mundo 2014 não é nossa. Ela é da FIFA e de seus contratos corporativos de exploração comercial.

Nossas leis são ignoradas para que a Budweiser possa vender cerveja no entorno e dentro dos estádios. Nossas conquistas sociais são abolidas para que o consumidor que sinta-se lesado não possa recorrer ao Código de Defesa do Consumidor.

E a lei em que exige que na abertura de eventos públicos seja tocado o hino nacional? Será abolida. Ignorada.

A Copa é um evento privado. Em que uma pretensa entidade escolhe um país para fazer sua festa, leva os convidados VIPs, bebe até vomitar nas ruas, emporcalham o local e vão embora sem pagar a conta. Para agradar ao público, o refrigerante lança um mascote. Cujo nome deverá ser uma das três horrendas opções. A “maior festa do futebol” é a festa com o chapéu dos outros e o orgasmo com a genitália alheia.


Soy contra el fútbol moderno.

Anotação na Margem:
- Já escrevi antes sobre a Copa aqui mesmo no Comunica Tudo, Copa do Mundo 2014... Soy Contra http://comunicatudo.blogspot.com.br/2011/10/copa-do-mundo-2014-soy-contra.html

- Segue a previsão de que o Brasil será compensado com o caneco em virtude de ter perdido a Copa de 1950. Por isso, soy celeste!

- Entre Amijubi, Fuleco e Zuzeco, o melhor ainda é o Furreco.

- Ignore o slogan e não beba Coca-Cola.

- Post escrito ao som de Butoki Paradize Orchestra

Diego Pignones
Publicitário e pesquisador em Comunicação Social.
Twitter: @diegopignones 




Nota de solidariedade a Daniel Fonsêca

4 de Novembro de 2012, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
O Intervozes se manifesta contra a criminalização que a empresa de bebidas Ypióca está promovendo com o jornalista e militante do coletivo Daniel Fonsêca.

O Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social se solidariza com o jornalista e militante do coletivo Daniel Fonsêca no processo de criminalização que está sofrendo pela empresa de bebidas Ypióca.

No dia 6 de novembro de 2012, ocorre a audiência de julgamento do processo que a empresa move contra Daniel Fonsêca desde 2007, acusando-o de injúria, calúnia e difamação por se manifestar em defesa dos direitos dos índios Jenipapo-Kanindé e da preservação da região da Lagoa da Encantada, em Aquiraz (CE).


A Ypióca processou Daniel e o professor da Universidade Federal do Ceará Jeovah Meireles, em processos distintos - após declarações feitas em um seminário e pela produção de um artigo que sequer chegou a ser publicado - por eles terem relatado que a empresa utiliza água da Lagoa Encantada (sagrada para o povo Jenipapo-Kanindé) para alimentar seus 4.000 hectares de monocultura de cana para a produção de cachaça, além de poluir o lençol freático com os descartes do processo industrial de fabricação. O processo contra o professor foi finalizado em 2010.

Ações com esse caráter representam a judicialização de conflitos sociais na tentativa de intimidar a divulgação de manifestos, pesquisas e produções jornalísticas que defendam direitos fundamentais violados pela ação de empresas ou de governos. A Ypióca tenta, assim, impedir a produção acadêmica e jornalística sobre sua atuação no país, agindo contra a democracia, a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão da população brasileira.

O Intervozes reafirma seu compromisso com a defesa das liberdades de expressão, de organização e de manifestação e do livre exercício dos profissionais de comunicação.


Brasília, 5 de novembro de 2012.

Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social




A volta do filho (de papai) pródigo ou a parábola do roqueiro burguês

3 de Novembro de 2012, 22:00, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Em janeiro deste ano, cheguei a publicar uma troca de emails que tive com um amigo, intitulada As celebridades explosivas do Brasil. O assunto? O tal Lobão. Ao ler o texto abaixo (imperdível), da Cynara, lembrei-me da tal postagem. 

Por Socialista Morena

Nem todo direitista é derrotista, mas todo derrotista é direitista. Reparem no capricho do léxico: as duas palavras são quase idênticas. Ambas têm dez letras, soam similares e até rimam. Se você tem dúvida se alguém é de direita observe essas características. Começou a falar mal do Brasil e dos brasileiros, a demonstrar desprezo por tudo daqui, a comparar de forma depreciativa com outros países, é batata. Derrotista/direitista detectado.


Temos hoje no Brasil duas personalidades célebres pelo derrotismo explícito e pelo direitismo não assumido: os roqueiros Lobão e Roger Moreira, do Ultraje a Rigor. Eu ia citar também Leo Jaime, outro direitoso do rock nacional, mas não posso classificá-lo como um derrotista típico –fora isso, no entanto, cabe perfeitamente no figurino que descreverei aqui. Os três são cinquentões: Lobão tem 55, Roger, 56 e Leo, 52.

Da geração dos 80, Lobão sempre foi meu favorito. Eu simplesmente amo suas canções. Para mim, Rádio Blá,Vida Bandida, Vida Louca Vida e Decadence Avec Elegance são clássicos. Além de Corações Psicodélicos, em parceria com Bernardo Vilhena e Julio Barroso, ai, ai… Adoro. E não é porque Lobão se transformou em um reacionário que vou deixar de gostar. Sim, Lobão virou um reaça no último. Alguém que voltasse agora de uma viagem longa ao exterior ia ficar de queixo caído: aquele personagem alucinado, torto, jeitão de poeta romântico, que ficou preso um ano por porte de drogas, se identifica hoje com a direita brasileira mais podre.

Não me importa que Lobão critique o PT ou qualquer outro partido. O que me entristece é ele ter se unido ao conservadorismo hidrófobo para perpetrar barbaridades como a frase, dita ano passado, em tom de pilhéria: “Há um excesso de vitimização na cultura brasileira. Essa tendência esquerdista vem da época da ditadura. Hoje, dão indenização a quem seqüestrou embaixadores e crucificam os torturadores, que arrancaram umas unhazinhas”. No twitter (@lobaoeletrico), se diverte esculhambando o país e os brasileiros, sempre nos colocando para baixo. “Antigamente éramos um país pobre e medíocre… terrível. Hoje em dia somos um país rico e medíocre… pior ainda”, escreveu dia desses.

Os anos não foram mais generosos com Roger Moreira, do Ultraje. O cara que cantava músicas divertidíssimas como Nós Vamos Invadir Sua Praia, Marylou ou Inútil virou um coroa amargo que deplora o Brasil e vive reclamando de absolutamente tudo com a desculpa de ser “contra os corruptos”. É um daqueles manés que vivem com a frase “imagine na Copa” na ponta da língua para criticar o transporte público, por exemplo, sem nem saber o que é pegar um ônibus. Os brasileiros, segundo Roger, são um “povo cego, ignorante, impotente e bunda-mole”. Sofre de um complexo de vira-lata que beira o patológico. Ao ver a apresentação bacana dirigida por Daniela Thomas ao final das Olimpíadas de Londres, tuitou, vaticinando o desastre no Rio em 2014: “Começou o vexame”. Não à toa, sua biografia na rede social (@roxmo) é em inglês.

Muita gente se pergunta como é que isso aconteceu. O que faz um roqueiro virar reaça? No caso de ambos, a resposta é simples. Tanto Roger quanto Lobão são parte de um fenômeno muito comum: o sujeito burguês que, na juventude, se transforma em rebelde para contrariar a família. Mais tarde, com os primeiros cabelos brancos, começa a brotar também a vontade irresistível, inconsciente ou não, de voltar às origens. Aos poucos, o ex-revoltadex vai se metamorfoseando naqueles que criticava quando jovem artista. “Você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo. São crianças como você, é o que você vai ser quando você crescer” –Renato Russo, outro roqueiro dos 80′s, já sabia.

O carioca Lobão, nascido João Luiz Woerdenbag Filho, descendente de holandeses e filhinho mimado da mamãe, estudou a vida toda em colégio de playboy, ele mesmo conta em sua biografia. O paulistano Roger estudou no Liceu Pasteur, na Universidade Mackenzie e nos EUA. Nada mais natural que, à medida que a ira juvenil foi arrefecendo –infelizmente junto com o vigor criativo– o lado burguês, muito mais genuíno, fosse se impondo. Até mesmo por uma estratégia de sobrevivência: se não estivessem causando polêmica com seu direitismo, será que ainda falaríamos de Roger e Lobão? Eu nunca mais ouvi nem sequer uma música nova vinda deles. O Ultraje, inclusive, se rendeu aos imbecis politicamente incorretos e virou a “banda do Jô” do programa de Danilo Gentili.

Enfim, incrível seria se Mano Brown ou Emicida, nascidos na periferia de São Paulo, se tornassem, aos 50, uns reaças de marca maior. Pago para ver. Mas Lobão e Roger? Normal. O bom filho de papai à casa torna. A família deles, agora, deve estar orgulhosíssima.