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Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Sobre pesquisas de mídia, empadas e pastéis

14 de Março de 2014, 10:08, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Demorou, mas chegou. Pela primeira vez, a indústria, o governo e o público têm à disposição dados precisos e abrangentes sobre os hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. O estudo encomendado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República foi elaborado pelo Ibope Inteligência que ouviu 18.312 sujeitos em 848 municípios. Duzentos pesquisadores aplicaram questionários com 75 perguntas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal entre 12 de outubro e 6 de novembro de 2013, quando a Secom ainda estava sob o comando de Helena Chagas. Sem dúvidas, a “Pesquisa Brasileira de Mídia” é um retrato bastante completo e atual, até porque não se tinha nada desse porte por aqui. A margem de erro é de 1% para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%.

Chama a atenção que o estudo tenha surgido só agora, no final do governo Dilma Rousseff, que não demonstrou tanto interesse pela área. Se Lula apadrinhou a Conferência Nacional de Comunicação – realizada em dezembro de 2009 -, deixando um arsenal que sinalizava políticas públicas para a área, sua sucessora praticamente ignorou as mais de 600 propostas aprovadas no evento. Coube, então, à Secom de Dilma – que agora é liderada por Thomas Traumann – voltar-se para a área e tentar auscultar os hábitos de consumo de informação e entretenimento midiático dos brasileiros. Particularmente, imagino que o governo Lula não se preocupou com tal pesquisa porque sempre acreditou saber tudo de comunicação e que o próprio presidente dialogava muito facilmente com a população. Sem o mesmo carisma, Dilma recorreu aos técnicos e acabou oferecendo um conjunto de dados que interessa a muita gente: de políticos a empresários do setor, de jornalistas a anunciantes, de pesquisadores a curiosos em geral.

O relatório da pesquisa tem 152 páginas (acesse aqui) e quer se tornar “referência tecnicamente sólida e nacionalmente representativa” dos hábitos de mídia dos brasileiros. Um dos objetivos é observar e perceber mudanças tecnológicas e culturais da população diante dos meios de comunicação. Tais informações não só desenham um mapa dos segmentos mais fortes do setor como também sinalizam ao governo como distribuir suas verbas publicitárias. O relatório anuncia que será o primeiro de uma série que se pretende anual. Naturalmente, seria muito útil dispor de um acumulado histórico do setor, mas para sermos francos isso depende da reeleição de Dilma, já que a Secom – de onde vem a iniciativa -, é uma secretaria com status de ministério, intimamente ligada ao gabinete da presidência. A continuidade do esforço ficaria por conta de vontade e conveniência políticas…

Azeitonas nas empadas

Para sermos mais francos ainda, uma pesquisa como essa só poderia vir à luz pelas mãos do governo federal. É comum o setor da comunicação encomendar estudos em grandes centros populacionais, tentando inferir tendências nacionais. É uma opção mais econômica, já que levantamentos mais amplos também são muito mais caros. Há outro fator que sempre impediu o aparecimento de uma pesquisa nacional como essa: o empresariado do setor atropela as regras de livre disputa de mercado e até mesmo evita mencionar os concorrentes. Em bom português: os conglomerados brasileiros de mídia não patrocinam pesquisas mais extensas para não colocar azeitona na empada alheia. Assim, não precisam dizer que o rival local tem mais audiência ou capilaridade regional, por exemplo. Numa autêntica ação entre amigos, ficam mais ou menos satisfeitos com as fatias que detêm do bolo publicitário, mesmo que os resultados esperados pelos anunciantes não seja lá o esperado…

A se julgar por essa cultura local, a pesquisa Secom/Ibope Inteligência vai permitir que diversos veículos e empresas de comunicação se apropriem dos resultados que mais lhe convierem. As emissoras de televisão, por exemplo, vão deitar e rolar com os dados que apontam a audiência de 97% da população, e que 65% dos entrevistados ligam seus televisores diariamente. As estações de rádio vão lembrar que ainda gozam de estratégica penetração pelos rincões brasileiros. Entre os participantes da pesquisa, 61% disseram que ouvem rádio, sendo que 21% o fazem todos os dias. Não é de desprezar: é uma em cada cinco pessoas. Os portais noticiosos também não terão do que reclamar, afinal 47% dos entrevistados têm o hábito de acessar a internet, que é o meio que mais cresce no país! Até mesmo os alardeadamente moribundos jornais impressos terão alguma munição para convencer leitores e anunciantes: são os mais confiáveis. E isso não se pode jogar fora, conforme comentou a ombudsman da Folha de S.Paulo, Suzana Singer, em sua coluna no último domingo (09/março).

Alguns dados me saltaram à vista:

a) 37% da população tem antena parabólica, se diverte e se informa por essa via. Ora, os institutos de pesquisa de opinião pública praticamente ignoram esse contigente em suas consultas…

b) Entre os dez programas de TV mais citados de segunda à sexta-feira, sete são jornalísticos. Os outros três são telenovelas. Todos os dez são veiculados por apenas duas emissoras: Globo e Record…

c) Na internet, o canal mais citado como fonte de informação é o Facebook, justamente um empreendimento não-jornalístico. Além dele, entre os dez mais mencionados, há outro sem a vocação informativa: o YouTube, que é um repositório de vídeos…

d) A alta concentração de mercado que se vê em mídias tradicionais se repete na internet. G1, UOL e R7 são os portais noticiosos mais citados. Eles pertencem aos conglomerados Globo, Folha de S.Paulo e Record…

De onde vem a confiança?

Tão importante quanto medir frequência e intensidade de uso, é também captar sinais de consistência e credibilidade. A “Pesquisa Brasileira de Mídia” dedica uma seção inteira de seu relatório ao fator confiança nos meios de comunicação. Embora menos de um quarto dos entrevistados (24%) admita que se informa por jornais impressos, este é o meio que detém ainda o maior índice de confiança. Somadas as respostas “Confio sempre” e “Confio muitas vezes”, a taxa chega a 53%. No rádio, é de 50% e na TV, 49%.

Dos meios tradicionais de informação as que têm um percentual menor são as revistas impressas: 40%. Talvez isso se explique pelas respostas a uma outra pergunta do questionário, a que pedia ao entrevistado para citar uma publicação. A revista mais citada foi a Veja, com um quarto das menções, quase três vezes a quantidade do segundo título mais lembrado!

Novas mídias ainda engatinham quando o quesito é confiança. Apenas 28% dos participantes do estudo disseram que sites são sempre ou muitas vezes confiáveis. Entre as redes sociais, esse patamar foi de 24% e 22% para os blogs, a lanterninha dos meios.

A grande presença da televisão na dieta informativa/diversional dos brasileiros (97%) e um robusto índice de confiança (49%) fazem desse meio, de longe, o mais poderoso do país. O jornalista Carlos Castilho acerta, ao chamar a atenção para a necessidade de um monitoramento mais atento das TVs, visando seu constante aperfeiçoamento e a revelação de eventuais vieses ou parcialidades. Em seu blog Código Aberto, Castilho pontua que essa tarefa não vai ser suficientemente cumprida por observadores frequentes da mídia, como os observatórios da imprensa, e que o esforço deve ser assumido pelos telespectadores em geral.

Concordo, mas chamo a atenção para outro efeito possível com a revelação dos dados dessa pesquisa: medida em números hipertrofiados, a capilaridade, a penetração e a confiabilidade da TV pode atrair cada vez mais verbas publicitárias, concentrando os recursos nesse segmento e causando mais penúria em outros, mais combalidos. Quem pode perder? Jornais impressos e revistas, principalmente, mas também sites e blogs. Afinal, o anunciante raciocina de forma muito linear, e para ele interessa injetar dinheiro em vitrine que lhe permita visibilidade maior.

Embora o relatório da pesquisa destine uma seção para o fator confiança, nenhum dado revela ao leitor de onde ela vem ou onde se apoia. Todas as interpretações a partir das informações ali dispostas são inferências, palpites ou especulações. A partir da leitura do estudo, é mais fácil fazer novas perguntas. Se os jornais impressos são pouco lidos, como ainda acumulam credibilidade? O que faz o brasileiro ainda acreditar em seus jornais? A informação jornalística veiculada nos diários é produzida de uma forma diferente, a tal ponto de lhe garantir um coeficiente maior de confiabilidade? Onde está o segredo: nas pautas? Nas fontes? Na qualidade dos textos e fotografias? Na competência técnica de seus repórteres e editores? O jornalismo praticado nos impressos têm parâmetros de qualidade superiores aos demais meios? Tem padrões éticos mais rigorosos? O julgamento dos leitores não estaria ainda se apoiando nas chancelas históricas desse meio? Pelos números da pesquisa, a informação veiculada pelas estações de rádio é mais confiável que pelas de TV. Como isso é possível? Onde está o segredo de um meio que se fia apenas por um sentido humano?

O leitor que me seguiu até aqui poderia se alongar, fazendo outras tantas indagações derivadas dos dados da pesquisa. Isso nos mostra duas verdades. Primeiro, todo estudo não só ajuda a explicar um fenômeno, mas também multiplica as perguntas em torno dele. Segundo, a “Pesquisa Brasileira de Mídia” nos oferece uma grande quantidade de dados, mas sequer toca em alguns dos mais relevantes para a compreensão das vontades e costumes de consumo da população. Isto é, não pergunta o que motivam os hábitos, o que os mantém e o que pode fazê-los mudar. Se os empresários midiáticos evitam colocar azeitona na empada alheia, o governo federal nos oferece um autêntico pastel de vento.

(Por Rogério Christofoletti, Professor na UFSC e pesquisador do objETHOS)

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Causas e consequências de um país ter super-ricos

14 de Março de 2014, 8:59, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Não é por acaso que os países em que há mais super-ricos, são também aqueles em que há mais pobres e super-pobres. E o que ocorre em cada país, ocorre também a nível internacional. 

A revista de negócios norte-americana Forbes publica periodicamente informação sobre os super-ricos do mundo, considerando como tais as pessoas que ganham mais de 50.000 milhões de dólares por ano. O Institute for Policy Studies de Washington D.C., EUA, e a revista económica Dollars and Sense publicaram um artigo sobre os dados da Forbes que dá uma imagem fiel da distribuição mundial dos super-ricos (Robin Broad e John Cavanagh, “The Rise of the Global Billionaires”, janeiro/fevereiro 2014). E o que se observa de uma maneira muito clara é a mudança desde os anos noventa na distribuição dos super-ricos. Desde a II Guerra Mundial, os super-ricos concentravam-se nos EUA, na Europa Ocidental e no Japão. A situação atual, no entanto, é muito diferente. Os EUA continuam a ser o país com maior número de super-ricos (442), um número que em proporção do total de super-ricos do mundo não variou ao longo dos últimos anos. Estes 442 representam cerca de 31% de todos os super-ricos do mundo. No entanto, onde houve uma mudança enorme foi na República da China (122) e na Rússia (110), que passaram de não terem nenhum para o segundo e terceiro países com mais super-ricos. A Alemanha é o quarto país (58), seguido de Índia (55), Brasil (46), Turquia (43), Hong Kong (39) e Reino Unido (38). Estes dados mostram o número de super-ricos, mas não assinalam o nível de riqueza que cada super-rico atinge. Se olharmos para estes dados, poderemos ver que o indivíduo mais rico do mundo, o Sr. Carlos Slim (73.000 milhões), vive no México (um país onde a pobreza é muito grande), seguido de Bill Gates que vive nos EUA e Amancio Ortega em Espanha (57.000 milhões), um dos países com maior taxa de desemprego e maior taxa de pobreza da OCDE.

O significado destes dados está para além dos números assinalados, pois a existência de super-ricos quer dizer que há uma enorme concentração da riqueza, já que quando há super-ricos – o topo da pirâmide – quer dizer que há também ricos e quase ricos. Por outras palavras, é um indicador de que aquele país tem uma enorme concentração da riqueza e, portanto, grandes desigualdades.

O segundo significado da existência de super-ricos é que também há muitos super-pobres. Na realidade, a desigualdade quer dizer, na maioria dos casos, grande pobreza. Na realidade, os primeiros – os super-ricos – não se podem explicar sem os segundos – os super-pobres. Isto é, os primeiros têm enormes riquezas precisamente porque os não ricos têm menos riqueza. A riqueza dos primeiros foi extraída aos segundos. Estou consciente de que esta expressão choca com a sabedoria convencional, que assume que a desigualdade é uma coisa e a pobreza é outra. A evidência, no entanto, de que as duas são os dois lados da mesma moeda é clara. Se analisarmos, por exemplo, a distribuição dos rendimentos que existem num país, podemos ver que estes derivam ou da propriedade (isto é, da riqueza, ou seja, da posse de recursos que geram rendimento) ou do trabalho. Pois bem, a grande divisão nas sociedades é entre o primeiro grupo de proprietários e gestores das maiores quantidades de propriedade e os que trabalham para poder viver. Estes últimos são, certamente, os produtores da riqueza, de cuja distribuição depende o seu grau de concentração. Quando o rendimento gerado por esta produção vai predominantemente para os rentistas do capital, é quando nos encontramos com o grande número de super-ricos, os quais conseguiram esta abundante riqueza devido a terem expropriado a riqueza e a rendimento derivados do mundo do trabalho. Não é por acaso que os países em que há mais super-ricos, são também aqueles em que há mais pobres e super-pobres.

E o que ocorre em cada país, ocorre também a nível internacional. Desta situação derivam várias observações:

1. Não há países pobres. Na realidade, alguns dos países chamados pobres têm uma grande quantidade de super-ricos. O argumento de que a riqueza ao acumular-se no topo premeia todos os outros setores da sociedade não se ajusta à realidade.

2. A pobreza não se deve à falta de recursos de um país, mas sim ao controle destes recursos por parte dos super-ricos do país, que estão sempre em aliança com os super-ricos de outros países.

3. É denunciável que em Espanha, onde uma em cada três crianças está em risco de pobreza, existe um grau de concentração da riqueza tão elevado, o qual poder-se-ia resolver facilmente redistribuindo os recursos, hoje na posse dos super-ricos.

4. A sua pobreza está baseada na sua falta de controle da propriedade dos super-ricos, que estes utilizam para o seu próprio enriquecimento em vez de o atribuir à melhoria das condições de vida da maioria da população.

5. O aumento das desigualdades deve-se principalmente a fatores políticos e, muito em especial, ao enorme poder que os super-ricos têm sobre os Estados, que são quem está a impor políticas públicas que os favorecem.

6. O enorme desprestigio da União Europeia e dos governos dos seus países membros deve-se precisamente a este facto: a enorme influência dos super-ricos (quer da banca quer do grande patronato) sobre os políticos.

Uma última observação. Dir-me-ão (já me têm dito), que o facto do terceiro super-rico do mundo ser espanhol não tem nada a ver com a elevada percentagem de pobreza e/ou o alto nível de desemprego. Esta posição ignora que o Estado que facilita que haja super-ricos é o mesmo que favorece os salários baixos, a política fiscal regressiva, o escasso desenvolvimento do Estado de Bem-estar e a limitadíssima capacidade redistributiva do Estado. Há, pois, uma relação direta entre os primeiros e os segundos, por muito que se tente ocultar este facto evidente.

(Artigo de Vicenç Navarro, publicado em publico.es)
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Partidos inócuos, insossos e inodoros

9 de Março de 2014, 19:57, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


A gente fica na dúvida sobre que partido perde mais oportunidade de firmar-se como entidade capaz de aprimorar as instituições e contribuir para o desenvolvimento nacional. Agora, saber quais as legendas que dão vexame permanente, é fácil. Basta responder: todos.

Tome-se o PSDB. Sua prioridade seria popularizar Aécio Neves, obrigando-o a definir-se em termos de propostas sociais, econômicas e políticas. Levar o candidato ao país em termos altos. No entanto, o que fazem os tucanos para credenciar-se junto à opinião pública? Representam junto ao Tribunal Superior Eleitoral contra a presidente Dilma porque ela reuniu integrantes de seu comando de campanha no palácio da Alvorada, na quarta-feira de cinzas… Iniciativa ridícula, quando no atual governo há tanta coisa a criticar. Mas a presidente usar sua residência oficial para receber quem ela quiser não configura qualquer ilícito.

Há que seguir adiante com o PT. Os companheiros voltam-se cada vez mais para o próprio umbigo. Ocupam 17 ministérios mas ganha uma passagem de ida para a Ucrânia quem citar a metade. E quem souber da performance da maioria deles no trato coma coisa pública. São nulidades, os ministros do PT, quando poderiam estar realizando projetos e, assim, ajudando o partido a eleger fortes bancadas no futuro Congresso. Também, não haverá espaço para a renovação de seus representantes. Os atuais não permitem, querem cadeiras cativas no jogo do poder. Fossilizam-se.

Quanto ao PMDB, ganha o troféu fisiológico ao lutar por mais ministérios e altos cargos na administração. E agora mentindo, porque seus líderes apregoam que não indicarão ninguém. É só o que prende sua atenção. Inventaram essa história de blocão para chantagear o governo enquanto mantém firme a indicação de Michel Temer para vice-presidente na chapa da reeleição.

Nos próximos dias faremos desfilar outros partidos, igualmente devedores do eleitorado pela ausência de propostas que efetivamente venham a beneficiar a população. São todos inócuos, insossos e inodoros.

(Por Carlos Chagas)

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Ativistas brasileiros contra-atacam a vigilância em massa

9 de Março de 2014, 19:34, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


À medida em que o mundo se reúne para se posicionar contra a vigilância em massa em 11 de fevereiro de 2014, cidadãos brasileiros, organizações e coletivos dão impulso à campanha #TheDayWeFightBack (#ODiaEmQueContra-Atacamos).
O coletivo anti-viligância Antivigilancia.tk (@antivigilancia no Twitter), um dos 15 signatários dos Príncipios internacionais sobre a aplicação de Direitos Humanos à vigilância nas comunicações, tem um site com informações completas em português sobre como participar em #TheDayWeFightBack, assim como vários recursos para todos os dias de ação, como banners and memes.
Cartoon by Latuff with D'Incao (2013). Shared by WebWe Want on Flickr (BY SA 2.0)Cartoon de Latuff com D'Incao (2013). Compartilhado por Web We Want (A Web que queremos) no Flickr (de SA 2.0).
O famoso cartunista brasileiro Carlos Latuff participou no início de fevereiro do desafio lançado pela Web We Want (A Web que queremos) de criar trabalhos originais de artes visuais sobre vigilância digital e direito à privacidade.
Cartoon by Latuff with Operamundi (2013). Shared by WebWe Want on Flickr (BY SA 2.0)Cartoon de Latuff com Operamundi (2013). Compartilhado por Web We Want (A Web que queremos) no Flickr (de SA 2.0).
No Twitter, muitos brasileiros ligam o dia de ação com a pioneira declaração de direitos para usuários da internet, o Marco Civil da Internet, que foi avaliado em sessão plenária na Câmara dos Deputados. Um grupo de organizações da sociedade civil era esperado para um encontro com o Ministro da Justiça, para expressar suas “sérias preocupações” em relação às últimas modificações do Marco, especialmente no que concerne ao “direito de inviolabilidade e sigilo das correspondências e conteúdo das comunicações privadas, o direito à privacidade e o direito à liberdade de expressão”.
Cartoon by Latuff with Operamundi (2013). Shared by WebWe Want on Flickr (BY SA 2.0)Cartoon de Latuff com Operamundi (2013). Compartilhado por Web We Want (A Web que queremos) no Flickr (de SA 2.0).
Todas as submissões para a Web We Want (A Web que queremos) estão disponíveis no Flickr.
(Escrito por Sara Moreira. Traduzido por Mariana Monteiro de Matos)

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Portugal: Um país desigual

9 de Março de 2014, 19:17, por Desconhecido - 0sem comentários ainda


Por ocasião da comemoração, este sábado, do Dia Internacional dos Direitos das Mulheres, foram citados vários dados que retratam um país desigual, no qual as mulheres são condenadas aos mais baixos salários, são mais fustigadas pelo desemprego e têm menos têm menos poder político e económico do que os homens.

Portugal é o segundo país onde as mulheres têm menos poder político e económico entre os 28 estados membros, segundo o índice sobre a igualdade entre homens e mulheres na União Europeia, da autoria do Instituto Europeu de Igualdade de Género.

No que respeita especificamente à participação da mulher na economia, Portugal desceu quatro posições no ranking Women in Work Index, da consultora PricewaterhouseCoopers (PwC), ocupando agora a 14ª posição entre 27 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Em 2000, Portugal ocupava o quarto lugar deste ranking. Este agravamento é justificado pelo aumento das diferenças salariais entre homens e mulheres e ao crescimento da taxa de desemprego do sexo feminino.

A taxa de desemprego entre as mulheres foi de 16% em 2012, muito acima daquela que se registava em 2000, sendo que apenas Espanha (26%) e Grécia (28%) registam piores resultados.

A PwC assinala que, quanto à representação feminina nos conselhos de administração das empresas, continuam a não existir em Portugal políticas de discriminação positiva, “como o estabelecimento de quotas para a contratação de mulheres”.

Segundo a consultora, o “gap” salarial entre homens e mulheres em Portugal subiu de 8 para 15% entre 2000 e 2011, registando o maior agravamento da diferença salarial entre os membros da OCDE em análise.

O Eurostat apontava, por sua vez, para uma disparidade salarial em Portugal de 15,7% em 2012.

Os dados revelados pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia sobre a disparidade salarial são ainda mais preocupantes. A remuneração média mensal das mulheres corresponde a 81,5 % da dos homens, o que equivale a uma disparidade de 18,5 %.

A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego assinalou o dia 6 março como o Dia Nacional da Igualdade Salarial, aludindo ao facto de os homens só terem de começar a trabalhar a partir deste dia - o 64º do ano - para receber o mesmo salário anual que as mulheres.


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