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Ativistas criam rede social para a integração latino-americana
8 de Março de 2014, 10:41 - sem comentários aindaDesenvolvedores argentinos criaram uma rede social "livre de espionagem e de controle por parte dos Estados Unidos", como asseguram. O Facepopular tem servidores hospedados na Argentina e foi criado para ser um canal de comunicação alternativo para os latino-americanos.
Criada em julho de 2013, a rede já conta com 600 mil usuários e é possível registrar-se à rede por meio de outras redes sociais consagradas. Sua aparência é similar ao Facebook, para facilitar a interação dos usuários. Conheça a rede.
O Face de seu nome, no entanto, não se refere à rede criada por Mark Zuckerberg, e sim a “Frente Alternativa contra o Establisment”. Seus idealizadores a criaram com o propósito de que seus usuários possam promover valores alternativos às da corrente hegemônica do Império e aos da popular rede estadunidense, célebre por vender suas bases de dados e violar a privacidade de seus usuários.
Em entrevista ao jornal cubano CubaDebate, os criadores do Facepopular, que integram um coletivo de ativistas e especialistas em comunicação e novas tecnologias afirmaram que são adeptos da ideia da “Pátria Grande, da união fraterna e soberana dos povos da América Latina”.
O coletivo surgiu após as marchas desestabilizadoras na Argentina em novembro de 2012 e, segundo Matías Reynolds, um dos fundadores da rede, “o projeto também surgiu como um repúdio à espionagem mundial dos Estados Unidos revelada pelo ex-analista da NSA, Edward Snowden”.
O Facepopular, juntamente com a Rádio Popular, TV Popular e na Web Popular, formam a redpopular.net e são um grupo de mídia online para a divulgação de expressões populares através da integração tecnológica da Unasul e da Celac.
Uma brincadeira feita pela rede é que em lugar dos tradicionais emoticon, os usuários podem enviar “EmoPerones”, em referência ao ex-presidente e líder do peronismo, Juan Domingo Perón. Assim, é possível enviar um Perón, uma Evita ou ainda personagens históricos ilustres latino-americanos como Simón Bolívar ou San Martín.
(Por Portal Vermelho, com informações do jornal Granma)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
"O povo tem que se ver na televisão"
6 de Março de 2014, 14:41 - sem comentários aindaQuando se fala em ‘liberdade de expressão’, é importante pensar em quem controla os grandes meios de comunicação. O rádio e a televisão no Brasil, apesar de operados por empresas, são concessões públicas. Isso quer dizer que é preciso seguir algumas regras para que a atividade atenda a interesses da sociedade.
Para tentar regulamentar esse imenso espectro, um conjunto de organizações, reunidas no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), lançou um projeto de lei de iniciativa popular que propõe ampliar a participação social na definição de temas importantes na comunicação, como a produção regionalizada de conteú- do. Na última semana, o fórum realizou uma plenária nacional, que pautou a necessidade de ampliar a coleta de assinaturas. “Precisamos de um milhão e 300 mil assinaturas para que o projeto seja colocado em votação”, explica Maria Mello, a secretária executiva do FNDC, em entrevista para o Brasil de Fato.
Brasil de Fato - O que é o projeto de lei da mídia democrática?
Maria Mello - O projeto de lei é um esforço conjunto de dezenas de entidades que defendem ademocratização da comunicação. Foi lançado em maio do ano passado, consequência de uma luta de muitas décadas em torno de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil, que significa fazer valer o que está na nossa Constituição Federal. O projeto apresenta 33 artigos para regulamentar a atividade das TVs e rádios, que são concessões públicas. Está organizado em três eixos. O primeiro é para impedir os oligopólios e monopólios, ou seja, impedir a concentração dos veículos de comunicação nas mãos de poucas pessoas e empresas. E também para proibir que políticos eleitos sejam proprietários de meios de comunicação. O segundo eixo é para impedir a propriedade cruzada, que é quando o mesmo grupo possui um canal de televisão, rádios, jornal impresso. O terceiro é o estímulo à diversidade, à pluralidade. Para isso ser possível, é preciso um fomento financeiro, e o projeto prevê também a criação de um fundo nacional de comunicação pública. Para garantir o cumprimento desses eixos, é fundamental a participação social, a partir de um conselho nacional de políticas de comunicação, formado por representantes da sociedade civil e do governo.
Em que pé está a campanha?
Como é um projeto de lei de iniciativa popular, precisamos da assinatura de um 1% da população votante, ou seja, um milhão e 300 mil pessoas precisam assinar um formulário com nome, endereço e título de eleitor. Desde maio, dezenas de entidades estão envolvidas nessa coleta. Estimamos que já tenham sido coletados 100 mil votos. Neste mês foi realizada uma plenária nacional do FNDC, com representantes de 29 entidades, que decidiu fortalecer mais a campanha, realizar debates e caravanas sobre o tema, incentivar a coleta de assinaturas nos protestos e pautar o tema junto aos candidatos nas eleições, para que se comprometam com a pauta. Mas além dos votos, um aspecto muito interessante do projeto é a possibilidade que ele traz de conversar sobre o assunto. Todo mundo precisa saber que as concessões de rádio e TV são públicas, ou seja, são do povo. Temos que discuti-las, ver se estão atendendo aos interesses de toda a sociedade e não só de uma parte. Cobrar para que haja conteúdos regionalizados, que não fique só centrada nas capitais ou em alguns poucos estados. O povo tem que se ver na televisão.
Está em discussão também a questão do marco civil da internet. O que é esse marco?
O marco civil é uma espécie de constituição, um conjunto de normais para regulamentar a internet no Brasil. Ele foi construído de uma forma colaborativa entre a sociedade civil e o setor executivo e estabelece uma série de parâmetros para a utilização da rede. O códico quer garantir a neutralidade da rede, que significa uma igualdade no uso, de conteúdo e de volume. Hoje, se você usa o facebook, o youtube e tem um blog, você paga a mesma coisa do que alguém que só manda e-mail. O que as empresas de te- lecomunicação querem é criar pedágios na internet, cobrar por uso. Hoje, a diferença de pagamento se dá na velocidade, mas eles querem ampliar também para o tipo e volume de uso. O código civil é para impedir que as empresas façam esse tipo de coisa. Várias organizações têm se esforçado para garantir que o projeto seja votado o quanto antes, mas até agora, nada. A pressão das teles no Congresso é muito forte.
Por que é importante discutir internet, discutir regulação de TV e rádio para a vida cotidiana?
São dois elementos que se complementam. As TVs e as rádios ainda são a principal fonte de informação no país. A gente não vive sem o rádio, a gente vê futebol, novela, jornal, enfim, muita coisa ainda passa pela TV e pelo rádio. Já a internet, a gente usa mais para comunicar com outras pessoas e também como meio de expressão. São duas esferas da comunicação que se complementam e que têm hoje em dia centralidade na vida. É fundamental a circulação de muitos pontos de vista, de ideias, de olhares e opiniões. É assim que se cria a democracia. Na TV e no rádio está mais do que dito e sabido que existe uma interdição de determinados debates. Não é à toa que o povo foi pra rua dizendo ‘fora globo’. A Globo tratou os manifestantes, a população brasileira, como criminosos, e o povo percebeu isso. Foi um sinal de que não dá mais para conviver com esse tipo de estrutura de comunicação.
(Por Brasil de Fato MG)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Uma em cada três mulheres foi vítima de violência na União Europeia
6 de Março de 2014, 14:00 - sem comentários aindaMaior estudo sobre violência de gênero já realizado na União Europeia envolveu 42 mil mulheres entrevistadas nos 28 Estados-membros da União.
Uma em cada três mulheres da União Europeia foi vítima de violência física ou sexual, conclui um estudo realizado pela Agência dos Direitos Fundamentais da UE (FRA, da sigla em inglês), o que daria, extrapolando os dados, 62 milhões de mulheres. E uma em cada cinco (22%) disse ter sofrido essa violência por parte do parceiro ou ex-parceiro.
O maior estudo sobre violência de gênero já realizado na UE foi divulgado quarta-feira (5) e envolveu 42 mil entrevistadas nos 28 Estados-membros da União, 1.500 por cada país.
As mulheres foram questionadas sobre as suas experiências de abusos físicos, sexuais e psicológicos, em casa, no trabalho, na esfera pública e também no espaço virtual (perseguição e assédio através da Internet).
Perguntas específicas
As entrevistas foram feitas a mulheres de 18 a 74 anos escolhidas por uma amostragem aleatória. Foram feitas presencialmente, também por mulheres, nas casas das entrevistadas ou em lugares por elas escolhidos. Só foi entrevistada uma mulher por unidade familiar. As perguntas não eram genéricas, e sim muito específicas, como “Foi esbofeteada?”
Cinco por cento das entrevistadas disseram ter sido violadas; 43% relataram algum tipo de violência psicológica por parte do seu parceiro atual ou anterior (humilhações em público, proibição de sair de casa, ameaças físicas). E mais da metade, 55%, disseram ter sido vítimas de algum tipo de assédio sexual. Um terço das vítimas disseram que o autor era um chefe, companheiro ou cliente.
Maioria das vítimas calou-se
O estudo abordou também a questão da comunicação, ou ausência dela, à polícia ou a outros serviços. E o resultado foi que 67% das mulheres não comunicaram a ninguém o caso mais grave de violência por parte do parceiro.
“É uma chamada de alerta: a violência afeta praticamente todas as mulheres”, disse à agência Lusa a investigadora Joanna Goodey, em Viena de Áustria, sede da FRA.
Para a investigadora, “se estes dados dissessem respeito a um país fora da UE, haveria imensas declarações de indignação, mas isto é dentro da UE.”
O maior estudo sobre violência de gênero já realizado na UE foi divulgado quarta-feira (5) e envolveu 42 mil entrevistadas nos 28 Estados-membros da União, 1.500 por cada país.
As mulheres foram questionadas sobre as suas experiências de abusos físicos, sexuais e psicológicos, em casa, no trabalho, na esfera pública e também no espaço virtual (perseguição e assédio através da Internet).
Perguntas específicas
As entrevistas foram feitas a mulheres de 18 a 74 anos escolhidas por uma amostragem aleatória. Foram feitas presencialmente, também por mulheres, nas casas das entrevistadas ou em lugares por elas escolhidos. Só foi entrevistada uma mulher por unidade familiar. As perguntas não eram genéricas, e sim muito específicas, como “Foi esbofeteada?”
Cinco por cento das entrevistadas disseram ter sido violadas; 43% relataram algum tipo de violência psicológica por parte do seu parceiro atual ou anterior (humilhações em público, proibição de sair de casa, ameaças físicas). E mais da metade, 55%, disseram ter sido vítimas de algum tipo de assédio sexual. Um terço das vítimas disseram que o autor era um chefe, companheiro ou cliente.
Maioria das vítimas calou-se
O estudo abordou também a questão da comunicação, ou ausência dela, à polícia ou a outros serviços. E o resultado foi que 67% das mulheres não comunicaram a ninguém o caso mais grave de violência por parte do parceiro.
“É uma chamada de alerta: a violência afeta praticamente todas as mulheres”, disse à agência Lusa a investigadora Joanna Goodey, em Viena de Áustria, sede da FRA.
Para a investigadora, “se estes dados dissessem respeito a um país fora da UE, haveria imensas declarações de indignação, mas isto é dentro da UE.”
Fora de moda
Considerando que o combate à violência de gênero “não está entre as prioridades” comunitárias, a perita lamenta que o tema esteja ficando “fora de moda”, com a UE preferindo fazer campanhas focadas “em áreas particulares da violência”, que, sendo “muito importantes”, afetam menos mulheres.
Uma das novidades da pesquisa é a inclusão de “novas ou recentes” formas de violência de gênero, que recorrem à tecnologia, concluindo que onze por cento das inquiridas foram alvo de “avanços inapropriados” nas redes sociais e através de mensagens escritas de celular (sms) ou de correio eletrônico (emails).
(Por Carta Maior com informações da FRA)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Governo anunciará medidas para proteção de jornalistas
6 de Março de 2014, 12:26 - sem comentários aindaO governo brasileiro vai anunciar um pacote de medidas para a proteção de jornalistas, inclusive no âmbito dos protestos que ocorrem pelo País. A informação é da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que está em Genebra para reuniões na ONU.
Segundo ela, a ideia é a de se criar um protocolo de proteção a comunicadores, que vai incluir ações e recomendações para o governo, polícia e para os meios de comunicação.
Maria do Rosário indica que um dos principais pontos do protocolo é o treinamento das polícias para garantir a proteção de comunicadores. "A polícia tem a responsabilidade de proteger os comunicadores e não poderá impedir o acesso a espaços", declarou.
Outra medida será a proibição de que as polícias confisquem ou destruam materiais de jornalistas, seja câmeras de vídeo, fotografia ou gravadores. "O protocolo vai falar na proteção integral dos equipamentos", insistiu. "A polícia terá de ter isso em seu protocolo", explicou.
Mas as recomendações também são direcionadas para os meios de comunicação, que serão orientados a garantir equipamentos aos jornalistas para que possam cobrir as manifestações.
Na semana que vem, o governo deve ainda anunciar o resultado de um trabalho de mais de um ano sobre a violência contra a imprensa, um estudo realizado em colaboração com as entidades profissionais e com a participação de relatores da ONU e da Unesco.
Segundo Maria do Rosário, a principal recomendação será a criação do Observatório sobre a Proteção a Comunicadores", que vai justamente monitorar eventuais violações aos direitos humanos. "Essa será uma das principais medidas que o Brasil vai tomar", declarou. "Vamos implantar um observatório sobre a liberdade de informação e o exercício dessa liberdade, como parte da democracia", disse. O Observatório terá a participação do estado e da sociedade civil.
A defesa de jornalistas foi um dos pontos destacados no discurso de Maria do Rosário ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, na manhã de hoje. "Asseguramos nosso compromisso com o pleno exercício da liberdade de expressão e de opinião. Para reforçar a proteção desse direito, está em curso a elaboração de medidas adicionais para garantir a proteção dos profissionais de comunicação", declarou.
A ONU vem criticando de forma permanente a violência contra jornalistas no Brasil e apontando para a impunidade como um dos fatores agravantes.
Maria do Rosário ainda apontou que o governo de Dilma Rousseff ve nas manifestações no Brasil uma forma de "demanda legítima de ampliação de direitos". "O governo reconhece nas recentes manifestações pacíficas ocorridas no País a demanda legítima pela ampliação de direitos", disse.
"Sabemos, por experiência própria, que a democracia se fortalece quando ouvimos e compreendemos a voz das ruas e ampliamos o diálogo social de modo a responder concretamente às demandas apresentadas. Assim agiu o Brasil sob a liderança da presidente Dilma Rousseff", completou.
(Por ABRAJI)
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
América Latina desperdiça 15% dos alimentos que produz
6 de Março de 2014, 12:12 - sem comentários aindaQuantas vezes por semana você joga restos de comida ou alimentos estragados no lixo? Talvez você pense melhor nisso quando souber que a América Latina, onde milhões de crianças sofrem desnutrição crônica, perde 15% dos alimentos produzidos a cada ano, ou cerca de 80 milhões de toneladas.
A reportagem foi publicada pelo EcoDebate, 03-03-2014.
A região perde 80 milhões de toneladas por ano, 6% do total global de perdas.
• O desperdício ocorre igualmente na produção e no consumo: cada uma dessas etapas representa 28% do total de perdas, segundo cálculos da FAO
• A data de validade dos produtos é um fator que contribui de maneira importante para estas perdas, especialmente na etapa do consumo familiar
Quantas vezes por semana você joga restos de comida ou alimentos estragados no lixo? Talvez você pense melhor nisso quando souber que a América Latina, onde milhões de crianças sofrem desnutrição crônica, perde 15% dosalimentos produzidos a cada ano, ou cerca de 80 milhões de toneladas.
Do ponto de vista da nutrição, isso significa que se desperdiça um quarto dos componentes energéticos – ou 450 quilocalorias – de que uma pessoa precisa diariamente para viver.
Embora não seja um consolo, comparativamente a América Latina é a região do mundo que menos desperdiça ou perde comida. Nos países desenvolvidos, a proporção pode alcançar mais de um terço da produção total de alimentos.
As causas desse desajuste variam em função dos países. Os de rendimento alto, por exemplo, deixam de aproveitar a maior parte de seus alimentos na etapa do consumo. Na América Latina, o desperdício se produz por igual nas etapas de produção e consumo: a cada uma dessas etapas representa 28% do total de perdas, segundo cálculos daFAO.
Data de validade
A data de validade dos produtos é um fator que contribui de maneira importante para as perdas, especialmente na etapa do consumo familiar. O consumidor tende a pensar que não é seguro ingerir um alimento após esse prazo, apesar das advertências em contrário dos especialistas. “Muitas vezes eu compro alguns produtos, como embutidos, por exemplo, que vencem em um ou dois dias, e nem sempre dá tempo de consumi-los”, comenta Juan Pedro, em um restaurante do centro de Buenos Aires.
Quanto à produção, o desperdício se deve principalmente à colheita ineficiente ou prematura, e às condições excessivas de chuva ou de seca, algo que acontece frequentemente no Brasil e Argentina, por exemplo.
O resto das perdas de alimentos na região é dividido pelas fases de armazenamento (22% do total), de distribuição e mercado (16%) e de processamento (6%).
O desperdício de alimentos supõe terríveis perdas no investimento em agricultura e nos insumos de energia necessários para produzir comida José Cuesta, especialista em pobreza no Banco Mundial.
No México, por exemplo, são desperdiçadas mais de 10 milhões de toneladas de alimentos ao ano, que representam 37% da produção agropecuária no país, segundo o Grupo Técnico de Perdas de Alimentos.
“O desperdício de alimentos supõe terríveis perdas no investimento em agricultura e nos insumos de energia necessários para produzir comida”, explica José Cuesta, especialista em pobreza no Banco Mundial e autor do Food Price Watch, que monitora o preço mundial dos alimentos e seus efeitos socioeconômicos na população. “Trata-se de rendimentos que o agricultor latino-americano deixará de receber por um produto que não poderá vender”, diz.
Segundo o especialista, existem medidas técnicas imediatas que possam ajudar a frear o desperdício de alimentos. Algumas são tão simples, como usar recipientes de plástico – ao invés de sacas - para depositar a fruta que se coleta, ou melhorar os sistemas de refrigeração para evitar perdas na fase de armazenamento.
Efeito nos mais pobres
A lógica econômica desse problema é simples mas assustadora: quanto mais comida as pessoas jogarem fora, mais alimentos terão que comprar para poder cobrir suas necessidades.
Isso significa que as famílias utilizarão uma maior proporção de seus rendimentos em comida e menos em outras atividades como educação ou previdência. “Claramente as perdas alimentícias têm um impacto sobre a pobreza”, afirma Cuesta.
Ele assinala que uma maneira de tentar sanar a situação é conscientizar os consumidores. Porque em suas mãos está a chave para aproveitar todos os alimentos e evitar comportamentos nocivos.
Em certas ocasiões, eles são incentivados pelas promoções e propagandas – dois produtos pelo preço de um, por exemplo –, que convidam a adquirir mais produtos do que os consumidores realmente precisam.
Apesar das repetidas crises no preço dos alimentos que o mundo vem sofrendo desde 2007, os governos da região não chegaram a políticas concretas de mudança de hábitos de consumidores e produtores para frear o grave problema do desperdício de comida.
“Não há muito nível de consciência, nem sequer nos países mais ricos. Há consciência para produzir mais alimentos mas não para melhorar a tendência de perdas de alimentos na região, sobretudo em conscientização e educação”, conclui Cuesta.
Segundo o informe Food Price Watch, o preço dos alimentos continua subindo – embora tenha caído em 2013 –, o que ameaça a população de menos recursos econômicos. O próximo relatório, previsto ser publicado no fim do mês, será dedicado ao problema global do desperdício de alimentos.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..